When I Saw You. escrita por Honey Moon


Capítulo 23
Aquele em que o casamento é adiantado.


Notas iniciais do capítulo

Boa leiturinha :*



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— Você pode me levar em um lugar? – Pergunto ao motorista.

— Só estou autorizado a levá-la pra casa. – O homem diz me olhando pelo retrovisor.

— Mas é para uma propriedade do Sr. Taisho. – Tento o convencê-lo – O orfanato...

Ele pensa por um minuto e ai concorda com um aceno de cabeça.

—-

— Olá. – Digo para a senhora que nos recebeu no outro dia. Ela me olha de cima abaixo prestando atenção ao meu uniforme colegial. Eu dou um sorriso sem graça, não sei o que o Sesshoumaru disse pra ela ou mesmo se ele disse alguma coisa.

— Você está no colegial e tem tempo pra ser assistente do Sesshoumaru? – Ela diz curiosa.

— Não sou bem uma assistente, é mais uma ... aprendiz? – Dou um largo sorriso – Me desculpe, eu pensei que poderia ajudar em alguma coisa já que escutei a senhora dizendo que precisava de mais cuidadores.

— O Sr. Taisho já resolveu isso ... – Eu respiro fundo e expiro – Mas, tudo bem, pode vir – Ela diz mas nenhum sorriso sequer. Deve ser da família daquele iceberg.

Ela pega minha mochila e me diz o que fazer. Como as crianças estão tendo aula eu ajudo a preparar o lanche na cozinha.

— Nossa, que menina dedicada! – Uma das senhoras da cozinha diz para a outra – Eu queria que meu neto arrumasse uma garota assim!

Sorrio involuntariamente.

— Está com fome minha linda? – Ela me estende um sanduíche que acabou de preparar. Eu pego balançando a cabeça.

— Obrigada. No que eu puder ajudar, podem contar comigo. – Digo pra elas que tratam como um mascotinho.

Assim que as crianças saem pro lanche tudo está servido já nas mesas. Estou repondo o suco quando alguém sobe em minhas costas.

—Ka-go-me! – A menina diz alegremente.

— Rin-chan! – Digo sufocada.

— Porque demorou tanto pra voltar? – Ela me solta e eu finalmente viro para vê-la . Ela está usando minha presilha em um pequeno rabo de cavalo.

— Hmm, prometo não demorar mais tanto tempo. – Passo a mão pelo cabelo escuro dela – Sesshoumaru não tem vim muito aqui?

— Semana passada ele não veio – Ela faz bico – Deve estar preocupado. Ele sempre evita vir quando está preocupado ...

— Como assim?

— Quando eu o vejo meio pra baixo, eu tento distrai-lo e ai parece que só piora tudo – Ela dá de ombros.

— Ela quer dizer que só apronta ainda mais para tentar faze-lo pensar em outras coisas. – A senhora dá um cascudo carinhosamente na garota que ri sem jeito.

— Sra. Yamashi! Sabe que só estou tentando ajudar! – Ela diz manhosa me fazendo rir.

— Então estude mais e pare de pregar peças, já ta bem grandinha pra isso – A menina revira os olhos me fazendo rir.

— Kagome vai me ajudar a estudar - O que?! - Assim vou poder entrar em uma escola de verdade e vestir um lindo uniforme assim – Ela alisa a minha saia verde cheia de pregas com olhar sonhador.

Ela sai correndo da mesma forma que chegou me deixando completamente abalada.

— Rin é muito determinada, é uma pena que esteja aqui a tantos anos. É uma menina muito carinhosa e esperta. – Sra Yamashi diz a olhando correr.

— Porque o Sesshoumaru não a adotou? Eu vi que ele tem um carinho muito grande por ela. – Pergunto a senhora de cabelos escuros que suspira.

— Sesshoumaru está sempre trabalhando, acho que ele pensa que a deixando aqui, ela teria mais chance de ser feliz do que trancada em uma casa vazia. Ele nem mesmo é casado ainda, a Sra. Taisho com certeza faria a garota de escrava. – Sra. Yamashi parece perdida em pensamentos. Eu nunca conheci a mãe dele mas ela parece ser bem ... ruim. – Bom, você é bem vinda sempre que quiser. Srt. Higurashi.

Eu balanço a cabeça agradecendo quando ela me entrega minha mochila e eu saio. O carro está me esperando do lado de fora.

— Srt. Higurashi. – Ele diz abrindo a porta.

— Por favor, pode me levar ao escritório do Sesshoumaru? – Digo trançando meu cabelo. Espero que ele ainda esteja lá.

Ligo pra ele três vezes e nada.

— Bom, acho que ele vai levar um susto – Dou de ombros.

POV SESSHOUMARU

Saio de uma reunião e vejo duas funcionarias me olhando curiosas cochichando. Finjo que não vejo e passo direto pra minha sala. Ao pegar meu celular vejo 3 ligações perdidas da srt. Higurashi.

— Sr. Taisho. O senhor tem visita, eu disse que estava ocupado mas ela insistiu em lhe esperar. – Minha secretaria diz. Olho para o lob e vejo Kagome sentada balançando as pernas na cadeira. Parece ainda mais nova nesse uniforme de colegial. Droga, só me faltava essa. Suspiro pesadamente.

— Srt. Yang, quando Kagome Higurashi vier ao meu escritório ela pode entrar e me esperar lá dentro. Não deixe isso se repetir novamente, a mande entrar imediatamente! – Tento manter o meu tom de voz o mais baixo possível.

Eu deveria te-la instruído sobre isso. Tudo que eu não precisava era que vissem que a minha futura esposa é uma criança.

Entro irritado no meu escritório indo direto para o bar. Coloco uma dose de Whisky sem gelo e bebo antes da garota entrar. O que ela ta fazendo aqui?!

Encho o copo novamente e vou para minha mesa.

— Oi – Ela diz acenando ao passar pela porta – Eu acho que não deveria ter vindo né? – Ela diz sem jeito.

— Você acha? – Eu a fito diretamente. Ela nem se mexe. Permanece encostada na porta. Suspiro. – Só evite vir de uniforme. Porque não veio vestida apropriadamente? – Agora a morena parece bem irritada e vem até mim como um raio espalmando as mãos sobre a mesa.

— Olha só, primeiro: eu não estou “vestida inapropriadamente” – Ela faz aspas com os dedos e me encara firmemente – Segundo: se você atendesse o telefone isso não teria acontecido! Terceiro: Se não quer ser visto com uma “criança”- Ela faz aspas novamente – Poderia ter escolhido outra pessoa pra arrastar pra essa confusão com você!

— Se você veio aqui, deve ser importante. Sente-se. – Digo desviando o olhar pra ver se ela se acalma – Quer um suquinho? – Tento soar o menos debochado possível e ela respira fundo.

— Quando vamos assinar os papeis do casamento? – Ela diz sem rodeios me surpreendo.

— Achei que queria adiar isso o máximo possível.

— Não quero, quero que seja já. Poderia ser agora. – Fixo meus olhos nela que se mantém firme em pé na minha frente.

— Não é assim que funciona, você precisa ter 18 anos ou uma autorização dos seus pais e também tem uma serie de questões que – Ela bufa revirando os olhos.

— Bom, podemos marcar a data para o final do mês. Em 20 dias você consegue preparar toda a papelada certo? – Kagome parece impaciente.

— O que aconteceu? – Pergunto em um tom mais baixo do que o habitual.

— Nada. Podemos adotar a Rin assim que estivermos casados. Será que você consegue preparar os papeis para assinarmos no mesmo dia dos outros?

Eu não respondo então ela continua.

— Gostaria de dar uma olhada antes nesses papeis todos. Pode ser?

— Claro. Porque tanta pressa? – Insisto em uma resposta - Em que encrenca se meteu? 

— Estamos perdendo tempo. Vamos iniciar esse contrato logo para que acabe logo. – Ela pode estar vestida como uma colegial mas não fala e nem se comporta como uma.

— O casamento seria feito quando você se formasse, vamos ter que morar juntos srt. Higurashi. Isso não te incomoda? Não te faz querer esperar mais um pouco? – Por mais que pareça loucura eu acho que a entendo.

— Não. Tudo bem, podemos assinar os papeis e ir morar juntos, a cerimônia religiosa ser feita depois da formatura. Okaay? – Ela desvia o olhar e senta na cadeira.

— Certo. Vou falar com os seus pais e cuidar da parte burocrática. Assim que tiver em minhas mãos levo uma copia pra você.

Ela balança a cabeça concordando.

— Não se preocupe, não vou mais aparecer por aqui. – Ela diz já se levantando e saindo sem mais se dirigir a mim.

Pego o celular e ligo para o Inuyasha.

— O que aconteceu? Você devia estar de olho nela seu idiota! – Digo assim que ele atende.

POV SANGO

— Kouga? - Digo entrando em seu quarto e dando de cara com a ruiva irritante sentada na cama olhando enquanto Kouga toca piano.

— Sango! – Ela diz animada.

— Ayame, você aqui ... – Digo olhando feio para o moreno que nem se vira para me encarar.

— Ayame, acho melhor você ir, já esta ficando tarde – Ele levanta e vai até a ruiva que faz bico.

— Tarde? São só 19:00! – Ela me olha dos pés a cabeça e se demora em meu short jeans – Se eu for ela vai também. – Não aguento, chego perto dela usando todo meu auto controle para não dar na sua cara.

— Garota, eu sou amiga dele a anos. Vaza daqui antes que eu te jogue pra fora pessoalmente. – Kouga me olha perplexo – O que é? Ela ta insinuando que eu tenho alguma coisa com você.

— Ayame, eu sei que pedir pra você parar de falar besteira está alem da sua compreensão, então vá pra casa, agora – Meu amigo diz firme e eu suspiro. Ao passar por mim a garota ainda me olha de rabo de olho e antes que o Kouga a tire do quarto ela o agarra lhe dando um beijo beeeem forçado.

Espero Kouga voltar olhando pela janela, essa garota parece um chiclete agarrado nele enquanto ele a tenta colocar em um taxi. Quando ele finalmente volta eu cruzo os braços e o encaro.

— Se eu fosse você, teria vergonha. – Digo para o único garoto na vida que nunca vi brincar com os sentimentos de outra pessoa.

— Acredite, eu tenho. – Kouga está abatido e parece cansado.

— Tudo isso ai é culpa da Ayame que está tomando muito a sua “energia” ou é falta da Kagome? – Ele cai deitado na cama com os braços abertos.

— Como ela ta?

— Desaparecida. – Digo o fazendo levantar em um salto – Quer dizer isolada, deprimida – Levanto os braços em defesa – Desculpe por te assustar. Vou até o piano e sento na cadeirinha. Ele estava compondo – Porque não falou com ela?

— E o que eu vou dizer? – Ele volta a deitar, mas dessa vez de lado. De modo que consiga me ver.

— A verdade. – Eu levanto o papel com a musica escrita – Ela te viu com a Ayame no dia do baile e mesmo se não tivesse visto, sua namoradinha ta mandando varias fotos dos dois pra ela, diretamente pra ela.

Ele suspira colocando as mãos na cara dando um grito.

— Kagome sente a sua falta como você sente a dela. Acho que esse é o tempo recorde em que ficaram separados ... Mesmo que vocês não sejam um casal, vocês precisam um do outro. – Fico rodando com a cadeira tirando os pés do chão.

— Eu beijei a Ayame por sua causa, porque disse pra mim mesmo que o que eu sinto não é amor. É só familiaridade, segurança, carinho, amizade ... – Travo meus pés no chão com força já tonta.

— E é? – Pergunto mas o moreno não responde – Você a ama de verdade, ela é seu primeiro amor. Isso ta na cara, eu te dizer pra não falar pra ela seria a coisa mas sensata a fazer, mas não posso. Essa decisão é sua.

— Eu ia dizer, mas eu a vi dançando na pista quase beijando o Hojo e ai aquele cãozinho chegou e a arrastou pra um quarto. Eu fiquei tão irritado que passei o final de semana inteiro com a Ayame. – Ele me olha com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança - Se arrependimento matasse. Argh.

— Foi a pior decisão da sua vida! – Eu digo tentando fazê-lo rir sem sucesso – Olha, eu acho que se existir na Kagome a mínima duvida sobre o que sente a seu respeito, você tem alguma chance de fazer esse sentimento crescer. Mas o tempo ta correndo e se você bombear, vai ser tarde. Inuyasha chegou agora, mas vocês tem uma historia.

Vou até ele e sento ao lado de sua cabeça. Bato na minha perna para que ele deite em cima do meu colo.

— E se não for pra ser, pelo menos você tentou de tudo e não vai ter nada do que se arrepender – Dou de ombros.

— Mesmo que ela não goste de mim desse jeito ... Eu gostaria de estar ao seu lado. Como ela sempre esteve do meu. – Pego meu celular e tiro uma foto. O garoto olha pra cima ao escutar o clique – O que você ta fazendo?

— Te castigando e te ajudando ao mesmo tempo – Mando a foto pra Ayame. Em 5 segundos o celular do Kouga começa a tocar.

— Puta que pariu. – Ele diz pegando um travesseiro e afundando a cara.

— Ela merecia isso e você também, por ser um idiota! – Pego o celular dele na mesinha de cabeceira e atendo – Ayame-chan, Oppa ta ocupado agora, você deveria ir dormir! Beijinhos! – Desligo na cara dela.

— Oppa? – Ele me encara com seus olhos azuis incrédulos e eu só dou de ombros afundando a cara dele no travesseiro novamente.

POV KAGOME

— Kagome – Vovô entra no meu quarto – Kagome! – Ele dá um tapa na minha cabeça ao se aproximar de mim na cama já que permaneço deitada.

— O que eu fiz?

— Você adiantou o casamento porque?! – Ele grita arregalando os olhos e eu me sento na cama suspirando.

— Porque sim, eu vou fazer 18 anos esse mês. Posso tomar minhas próprias decisões! – Digo o olhando sonolenta.

— Ah meu amor, isso não foi decisão sua ... – Meus olhos enchem de lágrimas. Ele percebe e faz carinho no topo da minha cabeça – Eu sinto tanto minha menina.

— Vovô, porque dói tanto? Parece que estou sendo sufocada lentamente. Eu só quero acabar de uma vez com tudo isso! Vou pular com a corda e pronto! – Deixo as lagrimas correrem – Eu não consigo pensar, eu não consigo sentir eu só quero me esconder e chorar! – Ele senta do meu lado e eu encosto minha cabeça em seu ombro – Nem com os meus amigos eu consigo me abrir, to mais perdida do que nunca ... – Minhas palavras não saem mais.

— Kagome ... Eu queria tanto que não precisasse passar por isso. Mas é como dizem – Ele coloca a mão sobre a minha carinhosamente - “E ao se perder, vai se encontrar”. – Ele sussurra carinhosamente pra mim enquanto estou chorando feito um bebe.


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Notas finais do capítulo

Até a proxima! Se cuidem ♥



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