Acima de Tudo escrita por Bruna Accioly


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem. Tenho muitas ideias do que colocar nos próximos capítulos...
Me digam se vocês gostaram da história e se querem que eu continue. Beijos!
Olhem meu blog: Liberdade no Lápis



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Eu amava ficar sentada na areia de olhos fechados, ouvindo o ir e vir do mar. Estava concentrada na sensação do sol esquentando minha pele e causando leves arrepios. Quando senti alguém colocar de leve as mãos sobre meus olhos, como se fosse pra eu adivinhar quem era. Dei, automaticamente, um sorriso e senti seus lábios se colarem aos meus.

— Por que você demorou tanto?

— Estava pegando a prancha e... olha o que eu comprei!

Ele tirou do bolso um colar com pequenas conchinhas e dentro de uma delas, bem no centro da corrente, tinha gravado em letras escuras um “L” e um “F”. Fiquei encantada.

— Felipe, eu... eu amei. De verdade, é incrível!

— Posso?

— Claro! — E então ele pôs o colar no meu pescoço. Ficou perfeito.

— Não vou tirar nunca mais!

— Nunca?

— Nunca.

 — Eu te amo. — Adorava aquele sorriso dele e tudo que ele me fazia sentir. A sensação de que tudo estava em seu devido lugar e nada podia dar errado.

De repente escutei ao longe alguém chamando meu nome, parecia mais que a pessoa estava gritando. E então eu acordei, e com a minha consciência de volta a realidade me atingiu como um raio. O que tinha acontecido e as coisas com que eu precisava lidar.

— Lívia! Ai graças a Deus você acordou. — Ana era minha melhor amiga, ela era incrível. Nos conhecemos desde que tínhamos quatro anos e desde então nunca mais desgrudamos.

Olhei ao redor e por um momento quase pensei que ainda estivesse desmaiada. Nós estávamos cercadas por nuvens. Olhei para todos os lados e o desespero começou a surgir.

— Espera... A gente tá no... — Falar aquilo em voz alta seria muito estranho e realmente parecia que eu estava ficando louca.

— No céu? — Falamos em uníssono e aí eu suspeitei de que as duas precisavam de tratamento psiquiátrico urgente. E nesse momento desejei que ela nunca tivesse me acordado, o meu sonho definitivamente estava melhor!

— Como assim? Não é possível. E a gente tá sentada em uma nuvem?

— Lívia, eu sei tanto quanto você. Acabei de acordar também.

— Será que a gente tá morta? Eu sou muito nova pra morrer! Ah meu deus, cadê o Felipe? — Vão fazer três meses que namoramos. Nos conhecemos no colégio, no final das aulas. Ele é um ano mais velho que eu, 18 anos. Começamos a nos falar em uma festa do segundo ano que ele foi convidado, uma coisa levou à outra e com o tempo vimos que o que sentíamos era bem mais do que amizade. Mas... agora não sei bem como as coisas vão ficar entre nós.

Decidimos buscar ajuda, e começamos a tentar andar. Caminhar sobre as nuvens era algo mágico, como flutuar. Claro que dava muito medo porque parecia que íamos cair a qualquer momento, mas nossos pés simplesmente não afundavam. Era como um chão, só que muito mais emocionante.

Depois de andar por muito tempo e gritar algumas vezes “Felipe”, sem obter resposta alguma, finalmente vimos uma pessoa. Era um menino, seus cabelos eram claros, ele era mais alto que eu, o que não é algo muito difícil. Estava de costas, parado entre as duas primeiras casas que vimos.

Eu e Ana achamos melhor não contar a ninguém que não éramos de lá, apesar de eu falar repetidas vezes que não precisávamos nos preocupar com isso, porque provavelmente tínhamos morrido. Resolvemos falar com o menino:

— Ahm... Oi, com licença. Você poderia nos ajudar? — Eu realmente não fazia ideia do que falar, algo como “Eu estou morta?” não seria a melhor abordagem. Eu tinha que pensar rápido em algo, e me arrependi profundamente de não ter ensaiado o que falar antes.

— Claro. Do que vocês precisam?

— Ah é que a gente está meio perdida. Não somos daqui.

— Vocês devem ser do Norte. Toda hora alguém aparece aqui e diz que está perdido. Vocês estão procurando um hotel?

Não fazia ideia do que responder ou do que ele estava falando, mas não parecia que estávamos mortos. Pelo contrário, o menino transmitia muita vida. Suas bochechas tinham um leve rosado, de saúde. Pensei que o melhor seria concordar com ele, e como Ana era péssima em mentir combinamos que o melhor seria eu falar com ele.

— Sim, estamos. Você sabe onde fica algum?

— Claro que sei! Afinal, esse é meu trabalho como “orientador da cidade”. — Ele apontou para uma placa ao seu lado, a qual eu nem havia notado, escrito “Orientador de Navas”. Ah, então existiam cidades.

— Já ia esquecendo, meu nome é Rayon. — Com um sorriso, ele estendeu a mão. Há muito tempo atrás tinha lido em algum lugar que rayon significava raio em francês. É um nome bonito. Nessa hora reparei que o menino vestia uma bermuda e uma camiseta. Roupas normais demais pra quem parecia estar no céu, elas contrastavam com o tom claro de sua pele. Seus cabelos eram castanho escuros e seus olhos um tom mais claro, eles possuíam um certo brilho que me fazia realmente lembrar raios.

Apertei sua mão, estava na dúvida se seria bom falar meu nome para ele, mas não parecia que ceusaria algum problema.

— Sou Lívia. Essa é minha amiga. — A idiquei com a mão e ela falou “Ana, prazer.”

Rayon disse que estava já na hora do seu intervalo e então poderia nos levar ao hotel mais próximo. Ele era muito simpático. Mas eu ainda não tinha entendido o que havia acontecido conosco, e precisava achar o Felipe.

Depois de andar uns cinco minutos, paramos na porta de uma construção alta. Aos poucos as casas tinham aparecido, e se não fosse pelas nuvens sob meus pés eu até acreditaria que estava no meu bairro.

— Chegamos. Se vocês precisarem de alguma coisa é só falar comigo! E, vocês não tem malas?

— Hum... não. Vamos ficar só esta noite.−

— Ah, é uma pena. Normalmente gostam de conhcer a cidade. Se vocês repensarem eu tenho um mapa com os melhores pontos turísticos.

Agradeci e entramos no hotel. Tinha cheiro de madeira e o ambiente era reconfortante. Falamos com a moça da recepção e pedimos um quarto, foi como se nada tivesse acontecido. Essa casualidade só me deixava mais confusa.

Estávamos prestes a pegar a chave do quarto, quando ana me cutuca.

— Lívia, não podemos pagar! A gente não tem dinheiro. E mesmo se tivéssemos seria quase impossível que fosse igual e que eles fossem eceitar!

— E agora? O que vamos fazer?

— Podíamos falar com o Rayon. Dizer que perdemos a carteira e que não temos como pagar.

— É, talvez ele tenha alguma solução.


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Notas finais do capítulo

E aí galera o que acharam?
Continuo?



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