Área Restrita escrita por xHasashi, Airu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

MUNDO, FINALMENTE UMA FANFIC NOSSA!
Depois de milhares de plots abandonados, difíceis de continuar com duas autoras que gostam de falar de headcanons e sofrer pelos personagens no zap ao invés de escrever, essa lindeza saiu e nós estamos gratas.

A fic surgiu de mais uma brincadeira nossa e é isso. Espero que gostem!



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Férias.

Kakyoin terminava de ajeitar a pequena bolsa em suas costas, olhando para o mapa em seu celular incansávelmente para ter certeza que estava no lugar certo. Aquele era seu último ano na universidade de arte e, felizmente, já estava livre de toda aquela maldita burocracia de estágios e trabalhos! Para sua surpresa, seu professor mais querido havia oferecido uma bolsa acadêmica que acompanhava um mestrado em História da Arte para o aluno mais dedicado da classe.

Obviamente aquilo inflou ainda mais o ego de Noriaki, ficando orgulhoso de sempre ser bom em tudo que fazia.

A questão é que se permitiu aproveitar um tempo de folga com seu melhor amigo, Jean estava com seu coração em pedaços após um fora do seu crush e nada melhor que uma viagem de “brothers” para curar a solidão daquele pobre francês dramático.

— Oui, oui, hmm, o mar está pra peixe hoje! - Tirou atenção do celular, olhando em direção ao amigo.

— Polnareff, por favor. – Kakyoin solta um bufo de desgosto e ajeita a bolsa de palha nos ombros. – Hoje é um dia daqueles, bem quente.

— Estaria mais quente se o meu convite não tivesse sido rejeitado. – o suspiro de Polnareff parece até triste. – Avdol é mais quente que o inferno.

Kakyoin deu uma risadinha e encarou o amigo por cima do ombro.

— Pobre coração apaixonado... e solteiro.

— Hm? Só estou vendo um futuro camarão solteiro aqui.

— Se ele não quis te acompanhar, isso quer dizer muita coisa, não?

O francês empina o nariz e funga, sem dar muita trela. Finalmente um bom descanso nas férias da universidade. Polnareff é um péssimo motorista, mas ao menos Kakyoin poderia morrer feliz a caminho do litoral, pegar um pouco de sol e quem sabe encontrar alguém para passar protetor solar em suas costas como nos filmes.

Estava preparado para dar de cara com a praia completamente cheia, com crianças correndo pela areia, sem um cantinho que fosse para estender a toalha e deitar. Porém, para sua surpresa, avistou um lugar sem pessoas e completamente vazio. Cutucou Polnareff, apontando para sua frente; os dois se entreolharam satisfeitos, desceram as escadas e sentaram próximo ao mar.

— Por que será que está vazio? - Jean perguntou, passando as mãos pela areia.

— Não sei. - Noriaki colocou o óculos, parando para observar as águas tão brancas e límpidas.

Os dois ficaram em silêncio e sem querer questionar muito, afinal: vai que esse monte de perguntas atraísse pessoas para lá e acabasse os poucos momentos de sossego de ambos?

Kakyoin colocou seu fone de ouvido, aproveitando para pensar nas coisas que aconteceram naquele último semestre da faculdade; deixou que o cheiro de mar e a brisa gostosa levasse sua mente para outro lugar, bem longe dali, onde poderia finalmente descansar daquela rotina incansável de seis meses que foi submetido. Cogitou pegar seu caderno de esboços e desenhar a paisagem, porém, foi barrado quando achou que estava ficando louco ao ver uma figura grande com roupa de mergulho pelo meio das ondas.

Seria um peixe enorme? Ou melhor, um sereio vindo direto dos seus sonhos mais loucos? É...

A figura passou a ficar mais nítida, Noriaki tirou os óculos para ter ter certeza que não estava enxergando coisas e muito menos delirando com homens bonitos por causa do calor.

Ele saiu da água, ficando de costas para o ruivo; retirando a parte de cima da blusa de banho que vestia e ficando nu na parte de cima. Os olhos cheios de malícia desceram sobre a parte de baixo, onde a calça marcava muito bem absolutamente tudo.

Noriaki acompanhava com os olhos cada gota de água que caía sobre o torso nu e quis fazer o mesmo caminho com a boca, porém, percebeu que nada se comparou com o momento que ele passou as mãos nos cabelos e virou para trás, olhando em direção a praia.

— Kakyoin? - Polnareff cutucou o amigo, vendo que ele estava paralisado. - Quer um babador?

— Eu quero me afogar nesse mar todo, Polnareff. Isso sim. - Respondeu, fazendo Jean rir alto.

Seria uma atitude precipitada se adiantar e ir até o mar e conversar com ele? Kakyoin se sentiu ansioso e incapaz de formular pensamentos coerentes.

Polnareff continuou as risadas e cutucões indiscretos como uma criancinha, perguntando se o amigo continuaria agindo como um imbecil e não tomando alguma atitude com o “peixão” que surgiu das ondas.

— Peixão? - Ouviu o apelido que o amigo havia dado. - Polnareff, que falta de classe.

— Falou a piranha que estava segundos atrás pronta para nadar em águas rasas. – Polnareff escutou uma risadinha displicente e revirou os olhos. Olhando para frente, notou que o tal homem do mar estava com um binóculo apontado na direção deles. – Noriaki, eu não quero ser o portador de más notícias, mas é melhor começar a balançar essa bundinha na areia.

— Hum? – Kakyoin imita o gesto e sufoca uma exclamação de surpresa. – Deus. Ele tá me vigiando?! Ele está nos vigiando?!

— Homem, que coisa! – O amigo o estapeia no ombro com a revista. – Que mágica você fez? Eu quero aprender também, não é justo…!

Kakyoin também queria a resposta, mas talvez as brincadeiras sobre um “radar gay” tenham um fundo de verdade. Se o “peixão” queria uma aproximação para pegar o que quisesse, ele faria com gosto.

— Unf, sem nem levantar e estender uma toalha no sol… esses tipos gostam de camarão cru mesmo.

— Shh…! Me dá essa revista.

Ele tomou a revista e improvisou um binóculo, conseguindo admirar ainda mais o corpo mais a frente, e que corpo! Kakyoin observava o homem recolhendo algumas estrelas do mar e colocando de volta ao seu habitat natural, achou aquilo incrível: Além de bonito, era preocupado com a natureza.

Um partidão.

Quando acabou o que estava fazendo, segurou a blusa mais firme em suas mãos e passou a andar na direção dos dois. Polnareff cutucou Noriaki, que instantaneamente sorriu satisfeito.

Era uma aproximação, certo?

O homem parou em frente a eles, o ruivo começou a observar mais de perto o corpo bronzeado, as gotículas de água escorrendo por todo o torso grande e bonito que ele tinha. Mordeu levemente os lábios e passou a “secá-lo” descaradamente.

Provavelmente a pele dele deveria estar salgada pela água do mar, definitivamente não seria nada agradável uma aproximação que resultasse em qualquer outra coisa além, porém, não acharia ruim se ele quisesse.

O famoso “credo, que delícia”.

Riu de seus próprios pensamentos, enquanto voltava a atenção ao homem enorme em sua frente.

Deus me livre, mas quem me dera.

— Vocês não podem estar aqui. - Kakyoin estremeceu com a voz, puta que pariu. – Aqui é uma área de preservação ambiental. - Apontou para a placa mais a frente.

Jean bateu com as mãos na testa pela burrice, como não havia visto aquele aviso gigante? Era óbvio que tinha uma razão muito boa para uma praia como aquela estar vazia daquela forma.

Tudo bem, Noriaki se culpou um pouco por não ter percebido o óbvio ou dado atenção ao GPS que indicava que a praia que queriam ir estava a quase 5km a frente. Entretanto, não era o momento de se sentir mal por aquilo ou dar indícios que havia errado (muito).

Estava na hora de ser cara de pau, como sempre fazia em momentos constrangedores como aquele.

— Então por que você está aqui? - Polnareff olhou para o amigo espantado. Puta que pariu, Noriaki, tinha que ter a porra da língua grande nos piores momentos possíveis?

Já estava se preparando para ir preso em pleno primeiro dia de férias.

— Eu sou biólogo, tenho acesso irrestrito a esse lugar. - Respondeu, olhando para Kakyoin que se levantou no mesmo momento, limpando o short do excesso de areia.

Ele o encarou, dando um passo em direção ao biólogo e abrindo o seu melhor sorrisinho cínico, arrogante e malicioso.

Jean olhou incrédulo para o melhor amigo.

Primeiro porque sabia o que aquilo significava, segundo por ter certeza que toda a situação geraria em um grande problema para ele, justamente porque o grandíssimo filho da puta jamais segurava a boca.

— Entendi, pensei que era porque um sereio como você não podia ter acesso ao nosso mundo assim tão fácil. Mas sem problemas, já vamos embora.

Silêncio. Um extremamente constrangedor e vergonhoso para Polnareff, que agora rezava para ser preso apenas por invadir a praia e não por assédio sexual.

Caralho, que merda havia na cabeça de Kakyoin? Porque tão orgulhoso de não perder uma oportunidade que fosse? Aquela cantada havia sido a pior possível, ou melhor, a mais ridícula que havia escutado em todos seus anos flertando com pessoas.

E olha que ele era especialista em distribuir flertes terríveis em todos os seres humanos que se interessava.

— É tritão. - Noriaki olhou confuso, levantando as sobrancelhas em questionamento. - Não é sereio, o certo seria tritão. - Jean bateu na testa indignado, não, não podia ter dar certo aquela merda.

— Ok, vou reformular a minha frase. - O ruivo respirou fundo, olhando nos olhos lindos e azuis do homem. - O que um tritão como você faz perdido em um lugar como esse?

— Vocês já ficaram tempo demais aqui. - Ele disse, mas não sem antes estender um papel um pouco molhado para Noriaki enquanto sorria de canto. - Jotaro Kujo, tritão protetor dessas águas.

— Hum, entendi. - Kakyoin estendeu as mãos,  pegando o papel e segurando o riso debochado de seus lábios. – Noriaki Kakyoin, artista e pintor de coisas bonitas. Não quer posar para mim?

Polnareff estava com um grande bico em forma de tromba, pensando no quão sortudo o amigo era. Qual é? O homem poderia chamar a polícia ambiental ou até mesmo o Aquaman para resolver o caso. Maldito Kakyoin e seus flertes de dar vergonha até na avó.

Enquanto os dois ainda trocavam olhares “sedutores” um para o outro, ele ia recolhendo as coisas, emburrado, pensando que deveria ter ficado em seu quarto compartilhado com Avdol.

Quem sabe ter insistido um pouco mais naquele coração de pedra? Se tivesse feito isso, jamais estaria passando por aquela situação.

— Ok, ok, Aquaman, estamos dando o fora. – Polnareff empinou o nariz para a postura de Kakyoin, parecendo até meio tímido. O tal Jotaro o encarou como se fosse quebrar sua cara no soco.

— Espero que ele não esteja na linha quando for me ligar para ser o seu modelo. – Jotaro deu um último olhar para eles antes de girar os calcanhares e se afastar.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, porque o sorriso largo e idiota de Kakyoin já falava por um estádio lotado.

— Ele é lindo, inteligente, preocupado com o meio ambiente e sensato em te odiar de cara. Acho que me apaixonei. - Jean revirou os olhos, e saiu andando em silêncio ao lado do amigo. – É sério, Polnareff. Será que podemos chamar esse romance de O pequeno tritão? A disney ia adorar estrear um caso de amor assim.

— Já te mandei tomar no cu hoje?

Noriaki não falou mais nada, apenas saiu rindo do melhor amigo emburrado. Olhou para o telefone no papel em sua mão e sorriu novamente.

Não sabia ao certo se aquele tritão se transformaria em príncipe, mas tinha certeza que ele lhe daria ótimos motivos para ter uma excelente lembrança daquela viagem feita às pressas.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado ♥ beijos!



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