Exílio do Amor escrita por Funny Hathaway


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? Pois bem, cá estou eu de volta!

Peço mil perdões aos meus queridos leitores pelo sumiço. A vida está realmente corrida e algumas entraram no caminho. Mas estamos de volta firme e forte, morando numa casa isolada, com somente meu computador e livros, sem interferência externa de familiares, amigos e crushes. Ah! Seria tão mais fácil caso essa frase fosse verdade, mas a vida real chama.

Consegui terminar o capítulo e já vou postá-lo. Sem pensar demais, vocês estão esperando há muito tempo haha. Espero que gostem.



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Elizabeth chegou em casa da festa de casamento emocionalmente exausta. Seu coração estava dividido até aquela conversa com Duque. Até saber a opinião do moreno. Ele hesitou por alguns segundos e pronto! A decisão estava tomada, Duque abria mão dos dois fácil assim.

Não sabia exatamente como se sentir. Aliviada ou arrasada. Aliviada por não ter que justificar o porquê de querer deixar tudo para trás e ir para a França. Muitos homens não entenderiam, diriam que ela era louca de querer ir para outro país sozinha e que o pai de Elizabeth era outro completamente insano.

Duque, no entanto, em nenhum momento fez aquilo. Ao dizer que ela deveria sair da Inglaterra, ele a colocou em primeiro lugar. E era isso que deixava Elizabeth mais irritada! Caso ele houvesse dito algo completamente detestável, seria muito mais fácil virar as costas e dizer adeus. Mas aquela não era a situação, ela teria de suportar a dor de sua decisão sem ter ninguém para culpar.

E o pior de tudo é que Duque não tinha obrigação de esperar que ela voltasse. Pelo contrário! Elizabeth sabia muito bem das chances dele se casar com outra mulher. E isso a apavorava. Agora que James era casado com sua irmã, o moreno sempre estaria próximo da sua família e assisti-lo com outra pessoa seria doloroso demais.

Ela tinha certeza que Duque não teria dificuldade de encontrar outra pessoa. As mulheres se jogavam aos seus pés. Que tipo de cavalheiro faria voto de castidade por alguém que iria se jogar no mundo? Somente bobos apaixonados e ela não se iludiria em pensar que aquele homem imponente poderia estar caindo de amores por ela.

Elizabeth sacudiu a cabeça, tentando clarear seus pensamentos. Havia tomado uma decisão há algumas horas, não poderia voltar atrás tão cedo. Ainda o motivo sendo um fruto da sua imaginação. Uma cena totalmente possível, mas que pertencia ao futuro. Não havia como saber o que aconteceria. Tanto se ela ficasse na Grã-Bretanha ou fosse embora.

—Elizabeth? Você está bem?- a moça ouviu a voz do pai da porta de entrada da casa. Ela veio para casa na mesma carruagem que seu pai e seu irmão. Normalmente, Elizabeth viria puxando algum assunto com os dois, mesmo não sendo tão falante quanto sua irmã caçula. Mas naquele dia não teve vontade de dizer absolutamente nada. Queria somente se sentar no escuro e não pensar em nada. Doía demais pensar.

Obviamente Phillip havia percebido e sabia que havia algo de errado com sua filha. O casamento da irmã havia acabado de acontecer e a mais velha estava completamente apagada, sem nenhuma cor sequer.

—Estou sim, papai. Somente uma pequena indisposição com toda essa agitação. Vou me deitar e amanhã acordarei melhor, com certeza- Elizabeth já estava se virando para subir as escadas da mansão Clark e se esconder no seu cantinho de fuga denominado quarto, quando Phillip a chamou novamente e perguntou um pouco mais assertivo:

—É sobre a minha oferta da França, minha querida? Porque aquilo foi somente uma ideia, não há nada de errado caso queira recusá-la. Você tem a liberdade toda para fazer o que quiser. Desde pequena era tudo que você sempre quis: ser livre

Elizabeth olhou para seu pai no meio daquele salão de entrada, olhando-a com toda preocupação do mundo. Como ela queria poder baixar a sua guarda e se deixar ser uma menina de onze anos novamente, chorando no colo do pai. Mas já era uma mulher feita e precisava arcar com as consequências de suas escolhas.

Por isso mesmo que ela ergueu sua cabeça e mentiu novamente para alguém muito querido para ela. Primeiro seu irmão, agora seu pai. Simplesmente não queria que os dois soubessem de sua situação um tanto quanto complicada:

—Ah papai. Eu vou para a França, o senhor sabe disso. Somente me deixar triste ter de deixar as pessoas que eu mais amo por aqui.

Phillip levantou as sobrancelhas, em sinal de surpresa. Parecia que as peças visivelmente se encaixavam na sua cabeça. Ele se aproximou da filha e colocou seus dois braços em volta do ombro dela, e a acolheu em seus braços.

—Fique tranquila, meu amor. Você pode voltar para a Inglaterra no momento que quiser. Não fique pensando que passará a eternidade por lá. Pense como um momento passageiro da sua vida. Está bem? Não vamos sofrer por antecedência.

E naquele abraço, Elizabeth permaneceu por um bom tempo. Por um momento, conseguiu ter uma paz de espírito e simplesmente deixar aquele mar de pensamentos que a estava afogando para lá.

—É, não vamos sofrer por antecedência…

Elizabeth subiu para seu quarto, fez a mala e escreveu um bilhete. Sem tentar pensar muito no futuro...

                                                                     ***

Tic tac, tic tac, tic tac. O barulho do ponteiro dos segundos do relógio de pêndulo no escritório de Duque estava enlouquecendo-o. Não havia criado coragem desde a noite passada de sair do recinto. Já fazia duas noites que o baile acontecera e a cada minuto os pensamentos dele iam direto para Elizabeth. Conseguia pensar somente em como fora incrivelmente estúpido de dizer para ela ir para a França. Como tivera coragem de deixar aquela mulher ir embora? Fugir das suas mãos como se não fosse nada? Meu Deus, que burrada!

Sabia racionalmente que devia deixá-la ir. Elizabeth não poderia deixar uma oportunidade dessas para trás. No entanto, o problema real era seu coração, que não conseguia aquietar aquele sentimento angustiante de perda e culpa. Tic tac, Tic tac, tic tac.

Olhou para o armário no fundo da sua sala e viu o espaço exato onde há algumas semanas atrás repousava o colar que agora era de Elizabeth. A dama estava usando a joia no casamento de June. Não sabia se conseguiria organizar aquele armário para não deixar aquele espaço vazio. Havia algo de reconfortante e ao mesmo tempo doloroso de olhar e lembrar daquele colar e por sua vez da dona dele.

Uma batida na porta acordou seus pensamentos. Seu sócio entrou segurando um bilhete. Havia algo na feição dele que dizia que Duque não iria gostar daquela notícia em particular.

—Elizabeth passou por aqui e deixou um bilhete. Disse que estava partindo para a França hoje à tarde, não sabia quando voltaria- normalmente, Ethan falava com um tom jocoso, mas naquele momento havia uma certa sobriedade e respeito incomuns em sua maneira de falar.

O cavalheiro não conseguiu o peso daquelas palavras, no momento que as ouviu. Por isso, Duque simplesmente olhou para aquele pequeno pedaço de papel dobrado ao meio. Sem envelopes e selos. Algo completamente informal e apressado. Ele estendeu a mão e tocou o bilhete. De alguma maneira aquela folha conseguia ter o mesmo cheiro de jasmin que Elizabeth possuía. A única vontade do moreno era inspirar aquele aroma e se deixar esquecer por um segundo as preocupações da vida. O mesmo efeito que Elizabeth tinha nele.

Em uma letra grande e caprichada, a moça dizia:

 

Querido Duque,

 

Estou de partida para a França. Fiquei com a impressão que as coisas ficaram um pouco no ar com a nossa despedida no baile de June e esse é o pior tipo despedida. Neste momento na minha vida, não quero nenhum tipo de reticências, somente pontos finais.

Talvez as coisas tivessem sido diferentes caso o senhor tivesse me pedido para ficar. Eu sei disso porque torci a cada instante da nossa conversa que me pedisse para permanecer na Inglaterra. Havia grandes chances de eu acatar seu pedido, mas talvez tenha sido melhor desta maneira. Nunca se sabe.

Provavelmente só iremos nos ver daqui alguns anos, então consegui criar coragem para lhe dizer que eu estava começando a me apaixonar pelo senhor. Várias vezes já me peguei lembrando de pequenas conversas que tivemos, ou até dos nossos beijos! Mas agora acho que isso ficará para trás.

Não espero nenhum tipo de espera vindo de você. Seria extremamente cruel e egocêntrica que se guarde para uma pessoa que ficará distante por um tempo indeterminado. Eu espero verdadeiramente que seja feliz. Guardarei com carinho as lembranças desses últimos meses.



                                                                                                          Com amor,

Elizabeth Clark

 

Duque segurou com força o papel em suas mãos. As palavras de Elizabeth começaram a pesar ligeiramente dentro da sua mente, no entanto impactaram com força dentro do seu coração. Ela realmente estava de partida, não era mais uma fantasia de sua cabeça em uma sacada vazia numa noite estrelada e calma.

Tantas coisas passaram pela cabeça dele naquele momento. De que talvez ele devesse correr atras dela, tentar impedir que aquele navio zarpasse, dizer que havia uma moça extremamente perigosa a bordo. Ou que talvez ele devesse embarcar naquele maldito navio e ir com Elizabeth para França. Que se dane o Royale e as consequências de seus atos.

Mas Duque olhou em voltou e viu todo o esforço de uma vida. Desde o instante que saiu daquele inferno que era a mansão que seu pai vivia com sua madrasta e irmão até o momento atual. Cada pequeno sacrifício que foi feito. Os laços que havia construído.

Doía dizer, mas não seria capaz de deixar tudo para trás. Talvez fosse egoísta da sua parte, ou simplesmente precavido. Não saberia dizer naquele momento de confusão e extrema tristeza.

—Duque, está tudo bem com você?- Ethan franziu o cenho, analisando as feições enigmáticas de seu amigo. O loiro podia ser extremamente desatento com diversas coisas, mas se havia algo que ele conseguia notar com muita eficácia eram as emoções de seu companheiro. Ainda mais ele sabendo que Duque e Elizabeth haviam se aproximado bastante e Ethan nunca havia visto o amigo deixar uma mulher chegar tão próxima dele.

—No momento, não. Mas daqui algum tempo estará- Duque afirmou limpando o rosto de uma lágrima rebelde que insistia em escapar. Ele estava incerto se realmente ficaria tudo bem- Não estará?

Duque viu Ethan suspirar pesadamente. E nesse momento ele soube que seu olhar não conseguia esconder seus sentimentos tanto quanto ele gostaria.

—Vamos pegar uma bebida, meu amigo. Você não está sozinho.

Os dois saíram calmamente do escritório do moreno. Fecharam a porta delicadamente e caminharam lado a lado silenciosamente. Duque não precisava dizer absolutamente nada, o loiro sabia exatamente o que havia acabado de acontecer.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?

Se preparem para entrarmos em um novo momento do romance. Novos personagens, algumas mudanças. Estou um pouco ansiosa já hehe.

Comentem o que vocês acharam da atitude de Elizabeth e Duque. Fico muito curiosa.

Beeeeeeijos

Até a próxima



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