Travelers escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Philip Pearson




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P.O.V. Philip.

Ela trouxe mais do que apenas remédio.

—O que é tudo isso?

—Produtos de limpeza, água e o seu remédio. 

—Produtos de limpeza?

—Vou ajudar vocês a se organizarem. Porque viver assim ninguém merece. Esse lugar tá imundo, vocês podem pegar alguma doença. Sentem no sofá. E fiquem parados.

Logo, os móveis já não estavam mais no chão. E nem a gente.

Ela usou uma maquina com um jato d'água que tirou a sujeira encrustada nas paredes, a água saiu negra. Depois, usou a máquina no chão, no banheiro. A água foi toda pelo ralo.

—Está desperdiçando água.

—Vocês não podem viver na imundice! Vão pegar alguma doença!

P.O.V. Jean.

O vap tirou a sujeira que estava encrustada no chão, nas paredes, na pia, no vaso sanitário. Depois eu puxei a água com o rodo, usei limpa vidros nas janelas por dentro e por fora, limpei a mesa, aspirei o sofá e como ele era de couro usei um produto para deixar o couro brilhante e matar toda e qualquer bactéria que pudesse haver lá.

Em seguida, mais dois baldes de água com desinfetante. Passei o pano no chão, limpei o espelho do banheiro com o limpa vidros. Tava tudo imundo.

Concertei um vazamento no teto, desentupi a pia, troquei o sifão e o lugar ficou com outra cara.

—Agora é um lugar habitável. Toma Philip, começa a beber.

—O que é?

—Água. É pra você fazer xixi. Eliminar a heroína do seu sistema, porque não vai adiantar nada tomar o remédio se estiver com a droga ai dentro. Começa a beber.

Logo ele começou a ter crise de abstinência.

—Isso é horrível. Eu não aguento.

—Abre a boca.

—O que é isso?

—Uma gota e vai se sentir como uma nova pessoa.

—O que é isso?

—É um extrato de raiz, encontrado na ilha Adom. É uma cidadezinha pequena. Vai ajudar com a dor do seu vício em heroína. Uma gota. Vai acelerar a recuperação. Vamos lá.

Pinguei uma gota na boca dele com o conta-gotas.

—Nossa!

—Não é nenhuma droga milagrosa. Isso não existe, o efeito vai acabar em breve e vai se sentir péssimo outra vez, mas ajuda.

—É incrível. Minhas mãos não estão mais tremendo, a dor já não existe mais.

—Quando começar a passar mal de novo, pingue outra gota e não deixe o conta-gotas encostar na sua língua ou vai estragar o remédio.

—Tudo bem.

Eu me levantei e fui até o quarto dele.

—O que está fazendo?

—Revista. Vou encontrar todo e qualquer pacote de heroína que ele tenha escondido aqui.

P.O.V. Carly.

Ela não precisou revirar o quarto, simplesmente inspirava o ar e encontrava os pacotes. Encontrou todos os pacotes.

Então, os dedos dela pegaram fogo. E ela queimou todos os pacotes.

—Como você fez isso?

—Eu sou uma tri-híbrida. Sou a única da minha espécie. Mas, não sou a única tri-híbrida.

—Tri-híbrida?

—Tri de três. Um híbrido de três espécies diferentes. Sou uma bruxa Petrova/Mikaelson, com uma mãe doppelgganger e um pai Original. Eu tenho sangue de anjo.

—Um pai Original?

Ela me mostrou uma foto no celular. 

—Esse é o meu pai. Quantos anos você acha que ele tem?

O homem de terno, cabelo cortado, barba feita.

—Uns quarenta?

Ela riu.

—Passou longe Carly. Ele tem mil.

—Mil? Mil anos?

—Isso. E esses aqui, quantos anos você acha que eles tem?

—Uns vinte?

—Dois mil, cada um. Eles são meus ancestrais e ainda estão vivos.

—Eu reconheço eles. Haviam estátuas deles, na nossa época. As estátuas estavam de mãos dadas.

—Não eram estátuas. Eram eles. Sem humanos dos quais nos alimentarmos, eles devem ter definhado de fome, ressecado até o ponto de dissecação. Viraram pedra.

—Se alimentar?

—O que a sua raça nunca conseguiu compreender é que, estamos todos mais ligados do que vocês podem se quer imaginar. Nós precisamos do seu sangue para viver. Vocês precisam da natureza para viver. Você sabe o que é uma cadeia alimentar?

—Sim. Um sistema natural auto-suficiente.

—Sim. Exatamente. Agora, o que acontece com o herbívoro, se não tem mais planta pra ele comer?

—Ele morre.

—Muito bem. E o que acontece com o predador, se ele não tem mais presa para se alimentar?

—Morre.

—Perfeito. Só que no nosso caso, a gente não morre. A gente só petrifica. É um processo lento e doloroso.

—O que é um anjo?

—Um anjo é um ser celestial, divino. Eles tem asas com um brilho próprio, cada anjo tem o brilho duma cor diferente. Ela varia dependendo de sua natureza angelical, sua personalidade. Criaturas magníficas, nenhum ser humano que já viu um anjo não mudou de alguma forma.

—Mudou como?

—Ter prova de divindade, ver o divino com os próprios olhos. Sentir. Desperta algo nos mundanos, amor, bondade, ás vezes arrependimento. Ás vezes paz. Uma paz que não dá pra explicar e nada se compara. Imagino, como um de vocês reagiria.

Então, ela começou a gritar, a apertar a cabeça.

—Outro viajante?

—Não. Isso é diferente.

—Ithuriel! Ithuriel!

—O que é Ithuriel?

—Não conheço essa palavra.

Então, ela parou de gritar.

—Ai Meu Deus! Ele é um filho da puta desgraçado.

—Quem?

—Valentim. Ele sequestrou Ithuriel. Eu ouvi o choro dele. É tão cheio de dor. Eu preciso de ajuda. Preciso de alguém que vai apavorar o Valentim duma tal maneira que ele nunca mais vai fazer nada disso. E eu tenho a pessoa perfeita pro trabalho.

P.O.V. Lúcifer.

Estávamos planejando o casamento. Quando o meu celular toca.

—Olá querida.

—Padrinho, o Valentim Morgenstern pegou o Ithuriel. Ele o tem como refém, está torturando ele eu acho.

—Bom, os meus irmãos são mesmo um pé no saco.

—Por favor, padrinho. Eu preciso de ajuda para encontrá-lo e salvá-lo. Sei que você não pode matar o Valentim porque ele é humano, mas eu posso.


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