Mãos mornas e corações cálidos escrita por wulpyx


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

hoy ~ aqui estamos com mais um desafio dado e cumprido, yey ~ delipa 29 do grupo do Facebook Panelinha da Limonada com o tema de natal, o filme "Edward Mãos de Tesoura".
espero que gostem ♥
Boa leitura!



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Todoroki gostava das noites de filmes junto a Bakugou aos finais de semana, sendo um dos momentos a sós de seus dias fora as aulas que poderiam aproveitar mais da companhia um do outro.

O filme da vez não era nenhum escolhido pelos dois garotos, mas sim, o tema de uma aula que All Might passou a classe para fazerem um trabalho.

Estavam ao quarto de Bakugou devido ao de Todoroki não possuir muito mais que uma mesa para estudos e livros. A cama bagunçada de lençóis abrigava os corpos dos dois adolescentes juntos em um pano pesado de cor salmão pelo clima do lado de fora estar nublado e frio.

Katsuki estava entre as pernas de Shouto deitado em seu colo enquanto o maior mantinha-se sentado e escorado a cabeceira, devotado em uma atenção absurda para o que acontecia em cena.

Parecia em completa imersão, distraído dos olhares rubros que recebia em meio ao teatro barato do DVD. Aquele idiota devia ‘tá pensando um monte de merda vendo um monte de sequências ruins acontecendo com o protagonista do filme.

Era nada mais nada menos que Edward Mãos de Tesoura, um clássico, um pouco esquecido pela juventude incluindo eles naquela idade em que tudo o que faziam era ligado a modernidade e tecnologia.

Se ainda fosse um mundo sem individualidades eles poderiam levar aquilo com tamanha estranheza. Um homem com mãos de tesoura? Bizarro, para se dizer o mínimo.

O silêncio do maior e sua contemplação denunciavam-o para o escondido de seus pensares. Bakugou não precisava de muito para ver nos olhos heterocromáticos de Todoroki que ele estava levando aquilo para o pessoal. Ah, odiava-o quando fazia isso.

O DVD já se encaminhava para o fim quando o loiro o viu olhar para a própria mão esquerda, pressionando os lábios em uma face de receio e dúvidas, finalmente mantendo um contato visual.

— Bakugou, você acha que vou ser igual a ele? — A pergunta saiu ingênua, dolorosa, porém firme.

Ele já havia se indagado isso inúmeras vezes e em todas elas não achando uma resposta definitiva. Só que todos esses momentos de questionamentos estes foram feitos sozinho. Ele não estava mais à deriva como achava.

Era claro que Shouto não se referia ao homem do filme e suas mãos de tesouras. E isso era o que mais irritava a Katsuki. Não era culpa dele daquilo ter enraizado em sua cabeça – e memórias – ao ponto de relacionar um drama antigo com sua relação de parentes no presente. E olhando bem... até mesmo eles dois.

A cena atual era o rapaz ferindo a moça loira idiota sem querer, martirizando-se por inteiro com isso. Não o culpava, mas Shouto sim – todos os dias, provavelmente.

Não se importou de pausar o filme ou alguma besteira a mais, levantando-se de seu colo para sentar em frente ao namorado pensativo. Primeiro fez questão de ter a atenção dele por inteiro ao agarrar seu rosto com as duas mãos, ganhando uma expressão surpresa pela distração momentânea alheia.

— Você pensa muita besteira, pavê — disse de forma séria. — Se fosse para ser igual a ele você já seria um cuzão de marca maior, mas não é.  O que aquele imbecil do Deku disse tem um pouco de razão. — O loiro mordeu o lábio com tais palavras, não gostando nenhum pouco de admitir isso.

Detestava lembrar que o amigo de infância tinha feito Todoroki cair na real, por mais besta e simples que tenha sido o jeito que realizou isso. As palavras mais singelas no momento certo podem abrir seus olhos pro finalmente que esteve separado por somente um vidro frágil com aviso para não tocar. Basta o gatilho ser acionado.

Talvez fosse um pouco ciumento, só um pouco, mas ficava feliz por ele ter aberto os olhos de uma vez.

E assim como daquela vez Shouto manteve-se calado, absorvendo o que foi dito a si ainda a ter pensamentos controversos do acalmar que recebia diante de seus problemas criados mentalmente.

Os olhos claros focavam-se e perdiam-se em seguida no rosto de Bakugou próximo ao seu, fazendo o mesmo que ele ao tocar suas bochechas com um cuidado excessivo em mãos mornas. Os longos dedos acariciaram a epiderme alva, tocando o ossinho da bochecha com calma.

— Não quero machucar aqueles que eu gosto. — Foi só o que Todoroki conseguiu proferir antes de sentir lábios afáveis encostarem por sobre seu olho que tinha a cicatriz bem delineada na pele clara.

Era um toque simples em um semblante sério da parte de Katsuki, agora sendo sua vez de estar compenetrado em algo em olhar e atos. Era um encostar delicado e cheio de sentimentos, possuindo um afastamento mínimo para eles se entreolharem.

Shouto nunca culpou sua mãe por aquela marca eterna em sua face, pelo contrário, seu progenitor que carregava a raiva e ressentimento por ter acontecido. E seu único medo desde que recebeu ela era se tornar alguém que a causasse igualmente, trazendo sofrimento aos outros.

Era visível, dolorosamente claro o que ele guardava para si mesmo em completo silêncio, por vezes, consumindo-o.

Katsuki poderia falar de cabo a rabo tudo o que Todoroki era e o quão bom ele fazia para as pessoas, mesmo com aquele jeito desastrado e por vezes frio demais dele. Um toque único que ganhou um espaço que uma pessoa que fosse ferir não teria chance alguma. Estava acostumando a vê-lo não enxergar as coisas na ponta de seu nariz burguês.

Às vezes pensava em pegar Kaminari emprestado e dar um choque de realidade nele, quem sabe uma hora.

— Nem que você quisesse conseguiria ser como ele, é mais mole que uma borboleta. — Mesmo estando sério o loiro caçoou levemente, no entanto não revelando humor em suas linhas de expressões. — Você já mais que mostrou pra qualquer um que só herdou o poder dele. E se algum imbecil vier falar que vocês são parecidos, igual aquele careca maldito sem noção, eu vou matar cada um deles.

— Você não pode sair matando os outros, Bakugou. — Todoroki sentiu os lábios quererem se curvar em um sorriso pequeno e tímido ao escutar aquelas palavras. Ele não mudava nada. Shouto sentia-se tão bem em ouvir aquilo dele, daquela maneira especial e diferente dele mostrar que se importava.

— Quero ver duvidar quando aquele cabeça de vento provocar de novo e eu o fazer arrastar a cara no chão e sangrar com motivo. — Ele resmungou entre dentes, porém, mais aliviado em ver os ombros alheios menos tensos do que há pouco.

— Não, não duvido.

A troca de olhares teve um intensificar, suas bocas se juntando em um beijo com sorrisos pouco discretos num acolher de braços aos corpos quentes pela coberta laranja suave.

Podia enumerar cada qualidade dele e em como Shouto não parecia em nada com ele, tanto seu pai quanto o homem do filme que corria de volta a seu exílio por medo. Nos braços de Bakugou Todoroki não sentia exclusão ou receios o consumirem, eram somente emoções e sentimentos bons.

Tinham ambos os corações cálidos em uma noite de sexta recheada de afagos e beijos apaixonados, sendo a única ferida que Shouto poderia fazer a Katsuki era parar com suas noites de filmes e se separarem.


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Notas finais do capítulo

eh isto, eu tentei algo, não sei se encaixou aa kkk (Link para o grupo: https://www.facebook.com/groups/1496203540645612/ corram lá que já tá tendo o delipa30 ♥).
obrigada a todos que leram ♥
kissus ~ ♥



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