Apaixonada pela Morte (Lésbica) escrita por Ally


Capítulo 2
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Olá, bbs
Comecei até escrever antes, porém sofri de bloqueio.. Me esforcei para que podesse terminar esse capítulo para vocês.. Espero que gostem.. Bjinhos e boa leitura, bbs



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A vida é que nem jogo de truco, alguma hora você vai blefar e ganhar e outra vai fugir mesmo estando com o jogo ganho. A vida vai te mostrar que tem horas que a vitória vêm e tem dias que você nem deveria ter começado a jogar.

A fase da minha vida era o jogo de compadre, ganhava um ponto por vez, isso significa vitórias pequenas. Como estar conseguindo conciliar a correria do dia a dia, entre trabalho, técnico e escola da melhor forma possível. Perdendo as vezes por não ter tempo de uma vida social ou problemas na família. Mas era um jogo equilibrado, cada um fazendo um ponto por vez.

— Isso é truco e não basquete para estar marcando três pontos ao invés de 1. – Reclamei no jogo com meus amigos.

— Você dúvida dos meus cabelos brancos? – Vô Castilho, perguntou com um sorriso.

— Isso não cola, pode devolver os pontos.. Meu companheiro de jogo também tem cabelo branco e não está roubando que nem você. – Reclamei, ganhando mais risadas e sendo atendida o pedido.

Aqueles idosos eram tão ladrões em jogos, quando os jovens da minha escola. Isso me ensinou a como blefar, que arriscar tudo, pode valer a pena. Também ensinou que temos que aproveitar os momentos da vida e escutar a voz da experiência, não importa quantas vezes você conhece uma história, no fim, só irá aprender com seus vários ensinamentos se tiver mudado.

Mas assim como uma partida pode durar muito tempo, outras são tão rápidas. Quando recebi uma mensagem que vô Castilho havia falecido, foi tão sem sentido, que demorei horas para assimilar a notícia, que precisei ir confirma com duas amigas e percebi que cada um reage uma notícia diferente de outra pessoa.

— Vocês sabem da notícia? – Cheguei no quarto de Emanuelle já me sentando na cadeira.

Ela estava concentrada vendo algum vídeo na internet junto com Brenda, pelo seu semblantes calmo, achei que elas não tivessem sabendo.

— É verdade, ele morreu. – Emanuelle, respondeu de forma indiferente ao assunto.

— Como? – Eu já senti as primeiras lágrimas caírem.

— Por favor, Aline. – Emanuelle, se virou me encarando. – Eu realmente não quero pensar nisso agora, se for começa a chorar, vá embora.

Aquelas palavras me surpreenderam, então simplesmente fui embora. Naquele momento sentindo o quão insensível pode ser algumas pessoas, mas me permite chorar e saber aonde seria o velório para ir.

Agora me encontrava observando a mesclagem de vários comportamentos em um velório, tem aqueles que choram, outros que sorriem, uns que só vão para consolar alguém, os que se reencontram, outros que fazem piadas enquanto sentam para colocar a conversa em dia, é o momento que todos compram o tempo para se reverem no momento de tristeza, como se no fim, você só dá valor a presença das pessoas quando perde.

Eu estava sentada no fundo do velório, vi Emanuelle e Brenda chorarem feito crianças perto do caixão, assim percebi que não demonstrar na hora seus sentimentos, não significa que não sentiu. Foi em um desses momentos que notei alguém parar ao meu lado sem falar absolutamente nada, e um casal conhecido se aproximar da família do Castillo.

— Eu sinto muito pela sua perda, em pouco tempo percebi o quanto gostava dele. – A voz feminina, me estendeu um lenço. - Como está chorando aqui sozinha achei que não ia se importar se ficasse ao seu lado.

— Obrigada. – Peguei o lenço que ela me estendia. – Mas como souberam?

— Cidade pequena, vizinhos hospitaleiros... – Ela deu de ombros. – Decidimos vir, a senhora Castilho precisa de apoio.

Enfim me virei totalmente para encarar sua postura, ela estava com as mãos no bolso, com uma roupa toda preta, semblante cansado e ainda forçou um sorriso quando a encarei. Assim como um imã, uma força magnética me atraia a ela, então simplesmente a abracei, precisava sentir que não estava sozinha e por mais estranho que possa parecer, com ela ao meu lado não me sentia só.

Me permite chorar novamente, mas era uma mistura de emoções, pois as pessoas saiam da sua vida e você não tem controle sobre isso, algumas não veremos mais e outras só apenas saem e voltam como se nada mudasse. A frustração vem com força total quando você percebe que não tem mais o controle de sua vida, as expectativas são meros frutos da sua imaginação e tudo vai se esvaindo de suas mãos.

Senti os braços de Sophia, me apertarem com mais força, como se ela quisesse tirar a dor que sentia e se despedir na mesma hora. As vezes você só está na vida de uma pessoa, na hora errada, por isso deve aproveitar aquele momento com ela. Pois em algum momento você vai embora e a vida vai encarregar de que esteja de volta no momento certo.

Realmente não a encontrei mais depois daquele velório, o estranho que depois de um tempo parei de me importa. O machucado cicatriza, você nem mais nota e segue sua vida normalmente, porém pode ficar aquela marca ou apenas a lembrança do que aconteceu, aquela sensação de estar faltando algo e não ter sentido.

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Pov- Sophia

Sinto a primeira gota de chuva tocar a minha pele, estar vivendo seria como presente para muitos da organização, porém só sentia o peso das dúvidas no meu ombro e o quanto não queria estar aqui. Viagens, culturas, diferentes pessoas, havia se passado anos deste a última vez.

Quando soube da notícia do senhor Castilho, eu só me importei com ela, fiz com que viajassemos apenas para estar lá. Foi cansativo convencer Brian e Eliza, foi desgastante para ser sincera, mas no fim eles me escutaram. Mas o preço foi alto, porém naquele único abraço eu me senti verdadeiramente viva e conectada com alguém, senti emoções nunca imaginadas por mim.

O preço era me manter afastada, por isso nos mudamos de país, isso não significava que não tinha notícias dela, pois para isso existe os amigos e Henrique como um membro ativo da Morte, sempre vinha me visitar e me contava sobre ela.

Foi doloroso quando ele deu a notícia das percas que ela enfrentou, dos problemas familiares, eu quase fui correndo quando ele me contou as notícias das quase mortes que ela passou, mas nada se compara a dor real dele disser que ela não se lembrava de mim.

Nem quando ela começou a namorar, doeu tanto quando imaginar que já não existia em seus pensamentos, foi doloroso saber que ela tinha alguém, porém não durou por muito tempo, confesso ter ficado feliz com o término. Porém toda vez que cogitei voltar, ela perdia alguém para a morte, de alguma forma sabia que o motivo maior era por causa da minha vontade de estar perto dela.

— Você deveria sair da chuva. – Uma voz masculina, falou ao meu lado.

— Mesmo vivendo uma vida de humano, ainda somos seres superiores. Não nascemos como um bebê, apenas ganhamos um corpo humano mais resistente do que normal, para viver essa tortuosa vida e sermos dignos de voltar a nossa posição. – Respondi, de forma indiferente ao que ele falou. – O que faz aqui?

— Sabe que é mentira, não sabe?! – Henrique cruzou os braços olhando para o horizonte. – Você deveria viver, não apenas experimentar coisas. Se quer aquela humana para você, deveria correr atrás.

— Não tem sentido ir atrás de alguém que não se lembra de você. – Respondi de forma amargurada.

— Só porque você não foi a primeira dela, não significa que não possa ser a última. – Henrique, falou casualmente. – Aquela humana tem imã para problemas, porém ela é forte o suficiente para não demonstra, ainda que tentemos prever o que um humano pense e a maioria das vezes vamos acertar. Sempre vai haver aquele que nos surpreenda, droga minha amiga, aquela humana é uma delas. – Ele falou frustrado passando a mão pelos seus cabelos.

— O que houve? – Perguntei mais cautelosa.

— Eu achei que ela havia te esquecido, pois ela estava vivendo normalmente, até que acabou o relacionamento com aquela mulher. – Henrique, revirou o olho. – Achei que ela fosse sofrer e não aconteceu.

— Henrique o que você quer me falar? – Perguntei me virando para encarar ele.

— Que eu disse que ela havia te esquecido pois ela não falava seu nome, não reagia a qualquer sinal de que poderia ser você. Me parecia feliz com a outra humana. – Henrique me encarou com cara de arrependimento. – Mas ela me surpreendeu ao sussurrar seu nome dormindo e ao escrever histórias com seu nome.

— Ela não me esqueceu? – Falei ainda processando toda a informação.

— Ela te descreveu a uma amiga, disse que o mais próximo que chegou do amor, foi por você. O restante apenas foi um gostar e por sentir a necessidade de tirar você da mente. – Henrique, me deu um sorriso triste. – Eu não disse isso antes, pois é arriscado você ficar com a humana, mas você nunca viveu de verdade, por mais louco que possa ser, eu te apoio Sophia. Lute por ela, antes que chegue outra pessoa em sua vida e a faça esquecer de verdade de você.

Ficamos nos encarando por um bom tempo, queria disser que ele estava errado, que estava com raiva dele por apenas supor coisas e que me fez sofrer durante anos. Que as dúvidas na minha mente martelavam agora com força, deveria correr atrás? O quão perigoso seria viver esse romance?

Quando a chuva começou a se intensificar, decide que era hora de sair e virar o jogo. Caminhei a passos tranquilos até a minha casa, ela estava vazia como sempre, arrumei minha mala tranquilamente, depois de um banho e roupas secas, quando escuto o barulho no andar de baixo.

Olho a última vez pelo reflexo do espelho do quarto, vejo como os traços do meu rosto mudaram pouco, mas mesmo assim me deixavam com cara de mais madura, pego as minhas malas e desço a escada.

— Sophia, trouxe comida do seu restaurante predileto. – Brian, fala da cozinha ao escutar o barulho das escadas.

— Por que das malas? – Eliza, me questiona assim que entro em seu campo de visão.

— Vou viver sozinha. – Respondo simplesmente indo até a porta da entrada.

— Vai atrás da humana, não é? – Eliza, fala de forma fria. – Sabe que o supremo não irá aprovar isso.

— São minhas escolhas e arco com as consequências, não preciso mais de vocês. – Respondi de maneira indiferente. – Adeus.

— Você não pode ir assim! – Brian, entra na sala correndo. – Não vamos deixar. – Ele fala decidido.

Apenas viro as costas para eles e abro a porta, escuto apenas o barulho do gatilho, mas o barulho a se seguir é de dois corpos caindo, não preciso me virar para saber que eles estão mortos, fecho a porta e sigo para o aeroporto.


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Notas finais do capítulo

A partir daqui a fic vai se deslanchar.. Espero que estejam gostando.. Bjinhos e se cuidem, bbs
;)
Ps: Se demorar muito, pode me mandar mensagem que responderei.. Se cuidem



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