A Vida Dupla de Claer escrita por Razi


Capítulo 20
XVIII-Adrenalina




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Alvo da noite: empresário Raul Marconi.

Pagamento: 37 mil

Local escolhido: sua mansão nos Estados Liberais.

 

Sabia o necessário sobre ele.

Tinha uma ótima vida regada a muito luxo e poder.

Possuía uma pequena família, uma esposa e três filhos adolescentes. Era empresário do ramo petroleiro, ou seja, ganhava jorrões e jorrões de dinheiro por conta do petróleo.

Por que fora marcado?

As pessoas possuem dois lados.

Um que mostram á todos e outro que escondem.

No caso de Marconi, se envolver com uma facção criminosa de Alastris, dá nisso.

Vai ser morto por romper um acordo.

Triste? Não.

Como se tratava de domingo, ele dava sempre uma festa para receber a alta sociedade, ao meu ver, bem provável queria mostrar uma nova aquisição.

Rico é tudo igual, só muda o e-mail.

Entrei na festa sem muita dificuldade.

O que um rosto bonito e um belo par de seios atraentes não faz.

Minha automática estava presa no meu tornozelo. Mais usaria meu punhal ou então um veneno.

Ter vários modos de matar uma pessoa é incrível não?

Usava meu macacão por baixo do vestido verde-claro com bordado cintilante na cintura.

Caminhei por todo o salão sempre olhava rapidamente para Marconi, que sempre estava rodeado de pessoas e com a esquelética esposa ao lado como uma sombra.

Senti que meu corpo estava fervilhando não era por matá-lo longe disso, mais sim por conta de ver a figura Dele exuberante indo ao encontro de Marconi.

Num segundo caminhei na sua direção, ele não iria ganhar nada hoje, pelo contrario perderia.

No exato instante em que ficou próximo de Marconi o puxei pelo braço para o lado, como se o convidasse para dançar.

-Olá Hale – disse ele com um leve sorriso

-Cale a boca garoto – ordenei enquanto o puxava para um canto do salão – Apenas me responda o que quer aqui?

-O mesmo que você - respondeu ele numa voz oca

-Quanto? – perguntei solene

-O dobro que você – respondeu ele evasivo

-Você é terrível – resmunguei – Saía do meu caminho enquanto ainda pode.

Ele riu com desdenho e me fitou friamente.

-Será que ainda não percebeu que isso é um jogo?

-Se é um jogo, então estou preste á jogá-lo – retorqui dura o soltando.

-Bom pra você – disse ele me olhando com certo mistério

-E péssimo pra você – acrescentei me afastando dele

Se agora era um jogo matar essas pessoas não deixaria que ele ganhasse.

Não deixaria tirar onda com a minha cara

Senti meu corpo estremecer de excitação. Adoro desafios, quanto mais dificultosos são mais adrenalina dão.

Retornei meu foco para Marconi, o alvo da noite.

Caminhei até ele pegando no caminho uma taça de vinho, abri o relicário que era o meu anel, depositei rapidamente um pó de fácil absorção. Era uma mistura de arsênico com túlio [n/a: não é verdade essa mistura, os dois são sim venenos mais separados].

Quando entrasse na sua corrente sanguínea o túlio trataria de eliminar um pouco do arsênico existente.

Logo a morte dele seria rápida e agonizante, é claro que demoraria para saberem a causa. Pontos pra mim.

Esperei alguns minutos para que ele ficasse simplesmente á sós sem perder o outro assassino de vista.

Mais era impossível Marconi ficar sozinho. Parecia mel atraindo abelhas!

Continuei a espreitá-lo, fingi beber o vinho enquanto me mantinha em uma roda próximo a ele.

O assassino estava á alguns metros de distancia esperava também uma chance, uma brecha.

Sabia que no exato instante em que Raul Marconi estivesse só, avançaríamos.

Parecíamos dois falcões á busca de abater a mesma presa.

Uma presa que com certeza seria minha.

Raul se distanciou do grupo com quem conversava. Estava sozinho. A chance.

Me aproximei rapidamente, dessa vez eu tinha a vantagem.

-Uma festa agradável, senhor Marconi – comentei ficando ao seu lado

-Espero que continue a agradá-la – disse ele junto á um olhar malicioso

Parecia que a esposa não estava mais dando conta do recado.

-Ah com certeza agradará – disse com um sorriso sedutor

Ele sorriu de certa forma com cumplicidade.

Fingi uma tontura quando alcançamos o extremo da sala

-A senhorita está bem? - indagou ele se inclinando para me amparar

-Oh sim – disse com um sorriso tolo – Acho apenas que o vinho está um pouco forte pra mim...

-Impossível – disse ele com descrença – Esse vinho é bastante leve até para uma criança.

-Se está tão convicto prove então e me convencerá do contrario – o desafiei estendendo minha taça na sua direção.

Ele me olhou por um leve segundo antes de pegar a taça e levá-la a boca.

 Me segurei para não mostrar uma cara de vitoriosa enquanto Ele se aproximava.

-Senhor Marconi – disse ele ficando ao seu lado

-Sim? – indagou ele voltando seu olhar para o jovem.

-Seus outros convidados querem á sua atenção também – disse Ele com um sorriso

-Claro – Raul voltou seu olhar pra mim – Como bem pode ver senhorita, este vinho é bem leve.

-Realmente – concordei – Talvez eu que seje fraca para bebidas.

Ele sorriu, pediu licença e se afastou.

Voltei meu olhar para Ele.

-Venci – murmurei junto com um sorriso de vitória.

-Acho que deveríamos continuar nossa conversa atrás de volantes, já que dentro de minutos a policia está aqui – sugeriu ele duro.

Ergui uma sobrancelha

Ele deixou entre ver um colar de ouro branco incrustado de esmeraldas que estava no bolso de dentro do smoking.

Trinquei os dentes. Maldito.

Além de ser assassino era ladrão.

Me afastei rumando para a saída. Raul quer queira que não morreria dentro de uma hora no Maximo, á não ser que Ele interferisse, o que logo constatei que não faria.

Já fora do salão, tirei o vestido num rápido puxão, ele só estava preso ao meu corpo por conta do lacre que estava disfarçado de zíper na lateral. O joguei na lata de lixo.

Baguncei meu cabelo, tirei os brincos e o colar que me davam o ar de velha ainda mais.

Retornei para a entrada indo para o meu Jaguar que usava nessas ocasiões. Todos que passavam por mim achavam com certeza que eu algum tipo de atração, o que era ótimo.

Entrei, enquanto saia, pude ver pelo retrovisor que a comoção começava no salão.

Sorri. Tinha conseguido terminar o trabalho. Estava num jogo que tinha acabado de vencer.

Minha noite estava ótima.

Enquanto dirigia vi as viaturas seguindo para a mansão, logo uma ambulância também.

Sabia que chegaria tarde demais para salvá-lo.

Cheguei em casa e tratei logo de tirar toda a maquiagem. Era duro parecer velha. Tirei meu macacão do qual caiu um papel. Li.

 

2 á 1


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Notas finais do capítulo

Amanhã também será só um cap. Brigas. Já que ele é bem grandinho.
Enfim beijos e até amanhã.



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