-Ah Claer – disse Shin enquanto eu subia a escada – Queria avisar que neste fim de semana você está de folga.

-Já não era sem tempo – murmurei.

Ele me recriminou com os olhos.

-Qualé Shin trabalho feito uma condenada, eu mereço mesmo essa folga – disse meio enfática.

Ele apenas revirou os olhos enquanto se afastava.

Fui para o meu quarto.

Tirei a roupa e segui para o banheiro.

Coloquei uma roupa de casa e rumei para o quarto de Camyla.

Bati duas vezes na porta, mas não obtive resposta.

Entrei.

O quarto rosa estava todo arrumado e perfumado. Nem sinal da desmiolada.

Sai descendo rumo á cozinha onde encontrei Shin preparando o almoço.

Puxei o ar para os meus pulmões. Macarronada.

-Eita que hoje teremos um bom almoço – disse enquanto me subia na bancada de granito que havia no meio da cozinha.

-Aproveite, pois é só hoje – disse ele lavando alguns temperos.

-Parece até propaganda de loja de moveis – provoquei com um sorriso

Alguns respingos vieram ao meu rosto.

-Ei! – protestei enquanto pegava uma toalha para secar meu rosto.

-Hmm. Que cheiro bom – disse Camyla entrando na cozinha

-Bem-vinda – disse Shin se voltando para o fogão

Voltei meu olhar para Camyla.

-Ensaio? – indaguei

Ela fez que sim com a cabeça

-Claer você ainda não mudou de opinião? – indagou ela indo para a geladeira

-Não vou dançar nem que você faça macumba.

Ela me olhou sugestiva.

Shin dava uma sonora risada

-Francamente Claer – resmungou Camyla pegando uma garrafa de água.

-Oh Camyla.

Ela bufou enquanto Shin ainda sorria.

-Mudando o disco, vamos para uma festa mais tarde, quer vir junto ou vai colocar alguém para dormir? – indagou Camyla

-Tô de folga o fim de semana inteiro

-Show! Não acredito que Kellan te liberou – disse ela alegre

-Até agora nem eu acredito que estou de folga – disse pulando para o chão

-Vocês agora calem a boca e me ajudem aqui – disse Shin colocando a macarronada numa travessa de vidro

-Quer mesmo que Camyla ajude? – perguntei receosa

-Não se preocupe, chamei o corpo de bombeiros por via das dúvidas – respondeu ele com um sorriso sarcástico.

-Chatos – resmungou Camyla

Eu e Shin sorrimos enquanto ela colocava a garrafa na bancada e pegava outra travessa de vidro.

-Ajude também, Claer – ordenou Shin.

-Já tô indo – disse indo até o armário pegar os pratos.

O almoço se seguiu ameno, com Camyla nos contando como foi o ensaio.

Dançariam uma mistura de pop, hip hop e rock.

Estava louca para ver o resultado dessa mistura. Mais teria que esperar ainda por quase dois meses.

À tarde se passou mansa aproveitei para correr com Camyla e Juliette.

Conversamos coisas de adolescente, mesmo que eu já tenha passado dessa fase.

Preferi usar para ir pra festa, um look bem rocker.

Perfume e maquiagem um pouco pesada para completar.

Saí encontrando na sala Lins, Shin e Kellan.

-Nossa que gatinha – disse Kellan sarcástico – Não acha, Shin?

-Um avião – ironizou ele

Fiz uma careta para os dois que sorriram.

-Camyla! – gritei

-Calma garota – disse ela aparecendo – Quem é bela demora para se arrumar.

-Ah tá – disse revirando os olhos.

Look de Camyla

-Beijo gatos – disse ela saindo com Lins

-Ah Claer – disse Kellan – Se houver algo na festa não se envolva.

Sorri com escárnio

-Eu não sou heroína, Kellan – disse – Se esqueceu que somos os vilões?

-Não – disse ele duro

-Boa festa garota – disse Shin

-Valeu – disse saindo

Lins e Camyla já estavam encostados no carro de Lins.

-Nos siga – disse ele

-Vai ser muito difícil manter a mesma velocidade que você – disse sarcástica

-Espero que não coma poeira

Sorri e fui para o meu Porsche.

Esperei que ele estivesse á uma boa distância. Aquele carrinho deveria estar num museu. Quer dizer aquele Fiat deveria estar num ferro velho.

-Comeu poeira hein? – indagou Lins sarcástico enquanto nos aproximávamos da galera.

-Peguei leve, não queria arrasar sua sucata – disse com um sorriso de escárnio.

-Olá pessoal – disse Shelle com um largo sorriso

-Oi, Claer – disse Marcus me beijando.

Como beijava bem.

Marcus era um dos amigos de David que tinha conhecido na sorveteria.

Não era bonito, tinha a cabeça menor que o corpo, era grudento e para terminar era um pouco ciumento.

Só que diante de tantos contras, há dois prós que ganham.

Ele tinha papo e beijava muitíssimo bem.

-Vocês separem-se – disse Camyla – Não quero ver comilança agora.

A olhei injuriada.

-Vamos pessoal – disse Emmett - Viemos aqui foi para nos divertir e não para ficar na porta como seguranças.

Sorrimos brevemente enquanto entravamos.

No mesmo instante seguimos para a pista de dança.

Enquanto dançava beijava Marcus. Era ótimo sentir aquela boca sedenta, pelo menos por essas 72 horas. Não haverá nem um minuto á mais.

-Vou pegar algo para beber – disse me afastando

Caminhei até o bar.

-Uma cerveja – gritei para o barman

-Não deveria injetar álcool no seu sangue – sussurrou uma voz de veludo ao meu pé dou ouvido

Me virei no ímpeto sentindo o arrepio na espinha ao ver o rosto Dele.

-Você – disse entre os dentes

-Olá – disse ele sorrindo cinicamente

-Sua cerveja – avisou o barman

-Leve de volta – ordenou ele autoritário sem desviar os olhos dos meus.

-Deixe – disse – Sou eu quem vai beber.

-Não a ouça – disse ele se voltando para o homem que estava impaciente – Leve isso de volta agora.

O barman saiu levando minha cerveja consigo. Voltei meu olhar pra ele irritada.

-Quem você pensa que é? – vociferei

Algumas pessoas nos olharam. Ele me puxou para irmos á pista.

-Me solte – disse puxando meu braço

Ele fez com meu braço ficasse no meu pescoço enquanto me enlaçava por trás.

-Não – negou ele solene – Não terminamos nossa conversa ainda

Me desvencilhei daquele embaraço tentei socá-lo, mas ele parou minha mão e me girou. Igual um passo de valsa.

Estava irritada, queria esmurrá-lo até não agüentar mais. Só que minha arma estava no meu calcanhar não tinha como pegá-la, além do mais estava no meio de uma multidão e ele não é nenhum imbecil.

Só me restava Marcus.

Onde aquele idiota está agora que preciso dele?