Aconteceu Na Velha Roma escrita por Scarlett Van Hausen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu estou de volta!!
A história talvez não seja novidade para alguns aqui, eu comecei ela há uns anos e acabei deixando na metade. Acontece que toda vez que eu tentava voltar para ela, sentia que tinha muita coisa no início que eu queria mudar, e eu acabava deixando de lado a sequência porque não conseguia fazer nenhuma das duas coisas: nem escrever nada novo, nem arrumar. Então, cá estou eu, anos depois, torcendo para alguns dos meus antigos leitores ainda estejam por aqui, interessados em finalmente saber um desfecho.
Aos novos, sejam bem vindos! Eu espero que todos gostem!



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“Você tem certeza do que está me pedindo?”

Leo aproximou-se mais da figura parada em sua frente, apreensivo.

“Mais do que qualquer outra coisa. Eu não me casarei. Não posso me casar, não assim. Não posso suportar a ideia de ser uma moeda de troca, condenando-me a uma vida de infelicidade, como minha irmã fez, e já ouvi comentários de papai sobre meu futuro noivo. Eu preciso fazer algo, antes que seja tarde demais, Leo, e eu não sei quem melhor do que você para me ajudar nisso.”

Ele viu o desespero nos olhos dela, a súplica silenciosa que eles faziam a ele. O silêncio preencheu o pequeno e abafado cômodo escondido no meio do jardim, no qual ele e Reyna encontravam-se desde crianças, enquanto os olhos dele irradiavam calor e mascaravam pensamentos que corriam rápidos em suas sinapses neurais por trás das órbitas escuras.

“Está bem.” Assentiu, sério, para em seguida abrir um pequeno sorriso travesso. “Não é como se eu conseguisse negar algo a você, Imperatriz.”

Reyna retribuiu seu sorriso calorosamente, não contendo um impulso que a levou a pular em Leo e enlaçar seu pescoço com os braços, ignorando o apelido que ele usava desde sempre para irritá-la.

“Obrigada, obrigada, obrigada.” Sussurrou repetidamente no ouvido do menino que tinha as bochechas vermelhas e timidamente ergueu uma das mãos para acariciar as costas de Reyna, aproveitando o momento para afundar suas feições levemente élficas nos fios e sentir o aroma que desprendia-se das longas mechas escuras dela.

Passado um momento, ela afastou-se, levemente constrangida, e alisou a toga clara que vestia.

“É melhor eu ir, Leo, antes que eu me atrase para o jantar de papai e ele comece a se preocupar com o que faço em meu tempo livre.”

Trocaram mais um sorriso tímido antes que ela desse as costas ao local em que estavam confinados e, com agilidade, sumisse entre os ramos e flores do vasto jardim do Imperador.

A mulher atravessou o pátio e subiu as majestosas escadarias de mármore, passando por diversas estátuas das divindades cultuadas, e alguns bustos de seu pai, Julian, Imperator.

Imagens de sua infância escapulindo e escondendo-se naquele mesmo jardim, junto de Leo, na época, filho do ferreiro real, pipocavam em sua mente, e não pode evitar o surgimento de um leve sorriso nostálgico. A amizade deles não era conhecida por outros que não eles mesmos e Annabeth, criada de Reyna e melhor amiga, pois, assim como em seu envolvimento com a última, seriam altamente incorretas tais relações e extremamente desaprovadas por quaisquer que não fossem os três. Por esse motivo, mantiveram-na em segredo e longe de olhares curiosos, sendo obrigados a tratarem-se com a indiferença cortês ou a relação de superioridade a que eles deveriam ser impostos de acordo com suas próprias posições.

A porta foi fechada atrás de si e Reyna recostou-se a ela, deixando um pequeno sorriso sonhador estampar sua face. Pela primeira vez em dias ela sentia que podia ter controle de alguma coisa, e a esperança de finalmente poder livrar-se da escravidão velada a que era submetida naquele papel ridículo de filha do Imperador de Roma fazia com que a ideia dos deveres que tinha naquela noite fossem um pouco menos massantes.

“Eu acho que nunca te vi tão feliz para um jantar de seu pai.” Annabeth saiu do cômodo adjacente ao seu, onde eram guardadas as roupas de Reyna, com um típico brilho nos olhos cinzentos que indicavam a curiosidade da loira.

Reyna desencostou-se da porta e seguiu para dentro do quarto com passos tortos e leves, balançando os braços com uma leveza que não lhe parecia natural naquela situação.

“Realmente, não  consigo me lembrar de nada parecido.” Gargalhou e deu um pequeno giro.

Annabeth desconfiou.

“Nossa Imperatriz não estaria apaixonada, estaria?”

A morena parou subitamente, olhando mais uma vez para a outra.

“Oh, não seja tola. Por quem eu me apaixonaria? Os romãs do pomar?! Você sabe que não nasceu ninguém capaz de me fazer abdicar livremente de minhas sanidade e vontade própria.”

A loira riu.

“Ah, aqui está. Essa se parece mais com você. Agora, vamos, apresse-se, ou estará atrasada.”


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Notas finais do capítulo

Qualquer dúvidas, estarei feliz em responder! E me comuniquem erros também, estou postando essa história impulsivamente, sem revisão.



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