Josuke comprimiu os lábios, torcendo o nariz, em descontentamento.

Observava o melhor amigo dormir tranquilamente do outro lado do quarto, no sofá onde costumavam jogar vídeo-games. Encolheu as pernas, suspirando de forma cansada. A verdade é que desde que Kira havia sido derrotado, e Jotaro havia ido embora, se encontrava confuso sobre várias coisas, Okuyasu era uma delas.

A relação dos dois era formada por um enorme companheirismo, e baseada em confiança. Sabia que poderia sempre contar com Okuyasu, e que ele não o julgaria de forma alguma. O maior problema, é que desde que quase perdeu o amigo para Kira (coisa que o fez ser tomado pela raiva como nunca antes tinha sido), Josuke não conseguia entender a própria cabeça.

Sempre teve convicções claras sobre o melhor amigo. Okuyasu era uma pessoa muito divertida, que aliviava a tensão dos momentos difíceis em que se encontravam. Okuyasu era um ótimo companheiro, não tinha dúvida alguma de que ele jamais o deixaria na mão. A relação com Okuyasu o fazia absurdamente bem. E talvez a que tenha prestado atenção por último, Okuyasu era muito atraente aos seus olhos.

Mais do que ser apenas atraente. Se Josuke fosse contar, poderia se perder nas qualidades do amigo - se é que ainda fazia sentido chamá-lo apenas assim. Adorava o sorriso dele, e ficava totalmente sem jeito quando ele o puxava para perto em meio às suas risadas altas. A parte boa é que Okuyasu era um pouco lerdo, então era muito fácil disfarçar sua vergonha quando era pego o encarando demais. Em um geral, Josuke não tinha dificuldade alguma de listar todos as qualidades que faziam Okuyasu ser Okuyasu. Todos os detalhes que, pouco a pouco, faziam Josuke amá-lo cada vez mais.

Levantou parcialmente o corpo, colocando os olhos naquele que tanto inquietava seus pensamentos. Foi impossível não sorrir diante para. A boca aberta, o ronco alto sendo provavelmente ouvido até mesmo nos outros quartos, o corpo largado sobre o sofá e o casaco amassado jogado pelas pernas. Josuke se levantou, contendo um riso baixo, indo buscar um cobertor para ele.

Deslizou os dedos sobre a porta do armário de madeira, tirando de lá uma colcha mediana. Se aproximou do amigo, tirando seu casaco dali, e observando os músculos fortes livres da regada branca. Cobriu-lhe com o cobertor, dando um suspiro um tanto apaixonado. Era tão estranho pensar nele, e em como ele tinha sido a primeira relação assim que tinha desenvolvido.

 Se ajoelhou, na frente do sofá. Afastou os cabelos do rosto do amigo, beijando a sua testa. Ninjimura resmungou alguma coisa durante o sonho, coisa a qual Josuke não teve a chance de decifrar, mas não ligava também.

O sono dos dois seguiu tranquilamente. Okuyasu tinha passado a sorrir depois da "visita" de Josuke, e assim dormiu. E Josuke, dormiu embargado pelo sentimento gostoso que o melhor amigo despertava em si. E sempre seria dessa forma.