A primeira vez que andaram de mãos dadas, foi no casamento do Naruto.

Shikamaru tinha que admitir que tinha aquela vontade, de andar de mãos dadas com Temari, já a um bom tempo e, quando Temari corou, mas não o impediu de puxá-la junto dele e nem puxou a mão da sua, ele passou algumas boas horas dividindo sua atenção entre conversas e a apreciar a sensação inexplicável que era ter a mão da kunoichi entrelaçada na sua.

Quando se beijaram pela primeira vez, as mãos ainda estavam unidas.

Foi no final da festa, quando ele se ofereceu para acompanhá-la até o hotel, Gaara e Kankuro haviam partido a algumas horas e ele provocou dizendo que ela não devia andar sozinha por aí tarde da noite. Temari levantou a sobrancelha para ele e lembrou-lhe das tantas vezes que havia salvado o “traseiro preguiçoso” dele, mas não recusou a companhia e eles andaram o caminho todo muito próximos, as mãos dadas e os ombros roçando um no outro, parecendo que os corpos queriam mais contato. E, quando chegaram a porta do hotel e Temari virou-se para ele para se despedir, ele encostou seus lábios nos dela. O beijo lembrou-lhe lições de química na escola, quando dois elementos certos são colocados juntos e eles explodem.

De mãos dadas, ele a levou até a entrada da vila junto com os irmãos, Kankuro encarando feio e Gaara estranhamente satisfeito.

Os irmãos partiram na frente sob protestos de Kankuro, e Shikamaru perguntou ali naquele momento se ela queria ser a namorada dele. Temari riu, terrivelmente corada, e concordou, encostando de leve seus lábios nos dele antes de virar e correr atrás dos irmãos, soltando a sua mão e deixando uma sensação de vazio.

A próxima vez que as mãos se entrelaçaram, foi junto com um beijo cheio de saudade, dois meses depois.

Finalmente Shikamaru havia conseguido um período de folga e, se comunicando por cartas e, às vezes, por telefonemas, ele não gostava, mas era bom ouvir a voz dela, resolveu ir visitar sua namorada. Temari o encontrou no começo do deserto, onde não havia ninguém que pudesse julgá-los pela saudade que matavam em beijos desajeitados, porém apaixonados.

Por todo os passeios e dias juntos, as mãos continuaram dadas.

Eles não se viam muito, verdade seja dita. Mas aproveitava cada segundo do tempo juntos. Shikamaru nem parecia tanto o cara preguiçoso quando Temari estava por perto, levando ela para passear por Konoha ou aproveitando os pontos turísticos de Suna que ela queria lhe mostrar. Temari era suave com ele de uma forma que ninguém achava realmente possível, apesar de não deixar de lado seu gênio forte e às vezes se irritar. O relacionamento, contrariando todas as apostas de Shikamaru, era fácil. Eles se entendiam, desde sempre, apesar das constantes provocações. Como colegas e amigos, e agora como namorados, tinham uma sintonia pouco vista e muito admirada.

Estavam de mãos dadas a primeira vez que fizeram amor.

Shikamaru estava nervoso, não havia sido algo planejado, mas estava acontecendo. Estavam sozinhos por acidente na casa dele e um beijo levou a outro, uma carícia a um gemido e, sem nem ele se lembrar como, estavam deitados em sua cama com ela embaixo de si, seminus e eliminando cada vez mais as peças de roupa. Nenhum do dois nunca tinham feito algo do tipo e Temari parecia tão nervosa quanto ele, o que não ajudava em nada a deixá-lo mais confiante, pois Temari sempre era o poço de confiança da relação. Os beijos e os carinhos ajudaram com a insegurança e o sentimento que tinham um pelo outro fez com que relaxassem e soubessem que estavam fazendo a coisa certa quando os olhos se encontraram transbordando amor. Shikamaru segurou a mão dela antes de se unirem com toda a delicadeza que ele podia, preocupado que pudesse machucá-la. Ela suspirou em seus lábios e sussurrou que o amava, apertando a mão na sua.

Tornaram-se marido e mulher com as mãos unida, as borboletas no estômago e os sorrisos no rosto.

Temari estava linda, vestida toda de branco e com uma leve maquiagem. Ele nem podia acreditar que a partir daquele dia eles não teriam três dias de viagem os separando mais. Ela estava deslumbrante, o sorriso mais lindo de sua vida, parecia brilhar e irradiar felicidade quando disseram “sim” um para o outro. Shikamaru chegou a conclusão naquele dia que aquela mulher era mesmo seu sol.

E suas mãos estavam dadas enquanto ela dava a luz ao fruto do amor deles.

Foram nove meses de espera e, apesar das pernas bambas e do mal estar no estômago que faziam-no achar que ia desmaiar, Shikamaru não saiu um único segundo do lado de Temari, desde o momento que ela sentiu a primeira contração, até os apertos fortes em sua mão por conta da dor e, por fim, o corpo todo dela fazer força e em seguida relaxar, seguido de um choro estridente que encheu seus ouvidos e disparou seu coração. Shikadai veio direto para o colo de Temari, que só então, soltou sua mão para receber o filho, as lágrimas caiam em sintonia com as suas e ali ele se sentiu o homem mais feliz do mundo.

Temari segurou sua mão novamente para trazer Shikadai para seu colo.

Ele soube ali que daria sua vida por aquela criança sem pestanejar. E, ao sentir a mão de Temari tocar a sua, com o filho dos dois no colo, ele sabia que jamais ia soltar a mão dela.