Minhas malas já estavam prontas quando Edward e eu terminamos de arrumar as coisas dele. Eu tomei um banho e fui relaxar ouvindo música no meu Iphone. Não demorou muito para que Carlisle viesse me avisar que partiríamos em breve.

            -“Alice querida, ajude sua mãe a levar as malas para fora Edward e eu colocaremos as últimas caixas no caminhão.” Carlisle me pediu.

            -“Tudo bem!” Eu respondo já levando algumas de minhas malas para a varanda. Esme já tinha todas as suas bagagens do lado de fora, não eram muitas, eu era quem tinha mais coisas. Uma adolescente tinha que estar sempre prevenida para as loucas tendências da moda. Minhas oito malas e duas nécessaires eram praticamente itens de sobrevivência.

            Carlisle e Esme achavam graça, diziam que eu deveria seguir carreira de estilista já que eu não tinha altura suficiente para ser uma super top model. Edward achava que eu era uma patricinha com personalidade. Adorava futilidades, mas se ser uma pessoa evasiva, mas sempre cavalheiro e educado reconhecia que eu sempre acertava nas composições e concordava quando diziam que eu deveria seguir na área da moda. Ele dizia que este era o meu “dom”.

            -“Alice, estamos esperando.” Edward  me tirou de volta de meus pensamentos.

-“Ai desculpe.” Respondi envergonhada, eu sempre me perdia em devaneios.

-“Você daria uma excelente vidente, essas viajadas que você dá pode convencer alguém de que está em transe psíquico.” Edward disse bagunçando meu cabelo. Não pude deixar de rir com ele. Mas minha surpresa foi enorme quando vi seu rosto. Seus lindos olhos verdes sorriam. Há algum tempo eu não via meu irmão sorrindo.

Edward sempre foi um garoto lindo, seus cabelos bronze esgrenhados, olhos penetrantes e sorriso esplêndido. Ele é muito parecido com Carlisle tanto na aparência, tirando o cabelo, Carlisle é loiro e sempre está penteado, quanto na personalidade. Ambos são sérios, centrados, mas completamente simpáticos e divertidos.

Desde que saímos de Londres e viemos para Phoenix ele não tem sido o mesmo, mas nunca descobri o motivo de tal alteração de humor. Ultimamente ele tem estado sério, triste... sozinho. Vê-lo sorrir e brincar foi a coisa mais linda!

-“O que é isso Lice?” Edward perguntou surpreso quando eu pulei em seu pescoço. Ele me abraçou de volta e me rodou. Como fazia quando era pequena, não que eu tenha crescido muito desde então. Nossa diferença de altura era grande e como ele era o irmão mais velho isso dava ele um ar super protetor.

-“Há quanto tempo não te vejo sorrir e brincar assim.” Eu disse olhando em seus olhos quando ele parou de nos rodar. “Senti sua falta” Disse por fim apertando-o em um abraço Ele me apertou de volta sem dizer nada, mas pude sentir que ele ainda sorria.

-“Queria te perguntar uma coisa...” Eu disse enquanto ele me colocava no chão e me acompanhava para pegar as malas que restavam.

-“Desde quando você anuncia uma pergunta ou pede permissão para fazer uma?” Ele disse ainda brincalhão.

-“É sério Edward.” Eu disse com certa urgência, não gosto muito de ficar curiosa ou angustiada com alguma situação. Ele percebeu meu tom e ficou sério.

-“Para você dizer meu nome deve ser algo realmente sério.” Edward disse colocando a mala que carregava junto com as outras e sentando-se na escada da varanda. “Pergunte então.”

Sentei-me do lado dele e suspirei.

-“Desde que você ficou sabendo que partiríamos de Londres voe ficou diferente, triste. Não mais sorria nem brincava. Aconteceu ou devia ter acontecido alguma coisa lá se não tivéssemos indo embora. O que era?” Eu disse sem rodeios, nenhum de nós gostava de prévias inúteis. Notei que Edward não sorria mais, ao contrario sua feição era um misto de dor e raiva. Longos minutos se passaram e nada ele disse.

Quando eu ia insistir ele levantou a mão me parando, pensou um pouco ponderando o que ia contar e suspirou.

-“Alice, você é muito atenta, não sabia que você tinha notado minha mudança muito menos que tinha percebido quando e o motivo da mesma, você nunca demonstrou ter tal conhecimento. Eu tenho que reconhecer baixinha, você é muito discreta também depois de tanto tempo só agora tocou nesse assunto, fico grato por não ter mencionado nada a papai e mamãe, não quero deixá-los preocupados, mas...” ele parou e suspirou novamente, seus ombros encolheram levemente. “Eu realmente não queria conversar sobre isso. É algo que ainda incomoda e me machuca. Antes que você proteste, eu vou te contar, um dia, só não quero que seja agora, pensar nisso ainda dói, muito.” Edward encarava os degraus da escada, sua cabeça baixa e seu olhar angustiado. Confesso que fiquei um pouco chateada com o que ele disse, ele não confiava em mim. Ele estava esperando uma resposta e eu estava pensando em uma quando ele me surpreendeu.

-“Você está pensando que não confio em você...” Edward acusou. Nós nos conhecíamos muito bem, como se um lesse o comportamento e a reação do outro e automaticamente sabia o que estava sentindo, pensando e querendo. Tentei disfarçar não queria magoá-lo mais do que ele já parecia estar.

-“Claro que não Dudu, eu entendo. Saiba que estarei sempre aqui para o que precisar.” Eu disse e lancei meus braços em seu pescoço, beijando sua bochecha.

-“Obrigada Alice, eu sei que sempre posso contar com você!” Ele disse olhando em meus olhos e me abraçando de volta. Em seguida me puxou para o seu colo me enchendo de cócegas. Essa era sua arma secreta para sair de um assunto chato e mudar o ambiente.

Não vimos quando Carlisle e Esme chegaram. Eles estavam rindo de nossa brincadeira. Carlisle falou primeiro.

-“Bem meninos, chegou a hora!”

-“Vamos sair neste exato momento, tudo já está no caminhão e nos carros. Vocês ainda têm que pegar alguma coisa?” Esme disse.

-“Eu não.” Edward respondeu. “E você baixinha?” ele perguntou olhando para mim. Pensei um pouco e lembrei da minha orquídea que ficava no jardim dos fundos. Levantei do colo de Edward e corri para buscá-la. Quando voltei todos já estavam a minha espera em seus carros. Edward em seu lindo Volvo prata e Carlisle e Esme na charmosa Mercedes, os motores já estavam ligados.

Sentei-me no banco do carona com Edward. Ele olhou para mim e em seguida para o aparelho de som.

-“Você é minha co-pilota e comandará a música durante a viagem.” Eu sorri e abri o porta-luvas para pegar o cartão de memória onde Edward armazenava suas prediletas. Claro depois colocaria as minhas prediletas, mas esperaria ele não poder me expulsar do carro.

Os carros arrancaram. Carlisle e Esme na frente guiando o caminho, Edward e eu logo atrás e os caminhões das mudanças em seguida. Hoje começava uma nova etapa em nossas vidas. Eu esperava sinceramente que dessa vez tudo corresse maravilhosamente bem para todos, em especial para Edward.

-“Forks, aí vamos nós!” Ele disse dando um sorriso torto, o meu preferido.

-“Essa cidade nunca mais será a mesma depois de nossa chegada!” Eu completei e batemos um na mão do outro.