Calças para mim, camisola para ti escrita por Sofia Bellatrix Black, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal Lari ♥ Espero que gostes deste mini conto de natal! Um beijinho enorme ♥



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Dia 1 de Dezembro

Já se tinha passado pelo menos um mês desde da derrota de Voldemort, graças a Merlim que todos tinham conseguido manter os Potter em segurança, e a derradeira luta entre Dumbledor e Voldemort tinha finalmente posto um ponto final na sangrenta guerra que assolava o mundo mágico a tempo demais.

E Sirius não podia estar mais orgulhoso, finalmente podiam festejar o Natal como devia ser, com a família que ele tinha escolhido, e nunca, mas nunca na vida dele ele sonhou que uma chamada ao gabinete do chefe, podia resultar naquele desastre.

Ele sabia, todos sabiam, que a família dele estava envolvida com Voldemort, aliás podia jurar que se o pai não fosse tão velho e caquéticos como ele gostava de afirmar, tinha-se na certa alistado a Voldemort, eram fevrosos apoiantes da pureza de sangue, Toujour Pur, o lema da família. E como castigo divino, o que é que lhe tinha ordenado? Fazer de babysitter da prima mais odiosa, Bellatrix Lestrange. Sem provas não a podiam condenar, e a missão dele… reunir essas provas. E para isso, ela tinha sido ‘condenada’ a passar um mês com ele. Mas quem se sentia condenado era Sirius Black.

Faziam mais de três anos que não a via, a última vez que a viu foi no dia da formatura dos dois, em Hogwarts. Corriam rumores que se tinha alistado a Voldemort, mas sem provas não havia condenação, e mesmo usando Veritaserum ela era uma bruxa demasiado habilidosa, não provaria nada. Então, um mês com Sirius Black, o mês do Natal, os dois, juntos e se ele não conseguisse provar nada até ao dia de Natal ela estaria livre.

“Outro” Ele disse exasperado “Por favor, outro para esta missão”

“Nós a podemos condenar a nada sem provas, e para o bem e para o mal vocês são fam…”

Ele interrompeu-o furioso “Nem se atreva, nós não somos nada!” O chefe dele inspirou fundo “Sirius, foi me pedido pelo próprio Fudge, não posso fazer nada, vocês vão mesmo ter de conviver os dois, são só 25 dias, o mais certo é não conseguires nada, ela é habilidosa demais. Se não soubesse que ela era apoiante de Voldemort quem a contratava era eu!” Ele disse-lhe, mas recuou perante a cara de incredulidade de Sirius. “Ela está na outra sala, por favor acompanha-me” Ele disse levantando-se do enorme cadeirão. “Ah e é claro, como não a podemos condenar, não podemos retirar-lhe a varinha, mas ela tem um feitiço de rastreamento, por isso nós vamos saber que feitiços ela fez, estás em segurança”

“Não é da varinha dela que eu tenho medo” Ele disse e antes que o chefe o pudesse interromper quanto ao comentário, ele pode rever a prima. Do alto dos seus vinte e dois anos, Bellatrix Black, era uma mulher de sonho. De longos cabelos negros encaracolados, e profundos e expressivos olhos cor de pedras ónix, os lábios carnudos e vermelho, ela era absolutamente deslumbrante. Elegante e deslumbrante, bem-educada e poderosa, ela era o sonho e a tentação de qualquer homem, e Sirius podia ter muita coisas, muitos princípios e valores, mas caramba, era preciso ser cego para não se render aos encantos dela. Cego, surdo, mudo, na verdade nem morto ele podia ficar-lhe indiferente.

“Black”. Ela disse-lhe, acordando-o do transe momentâneo. “É suposto repetir o nome que ainda partilhamos? Partilhamos certo?”

“Sempre educado” Ela disse sarcasticamente descruzando as pernas elegantemente e pondo-se de pé. “Vamos então?”

Ela nem se dignou a responder ou sequer olhar para o chefe dele. Ela era alguns centímetros mais baixa que ele, mesmo usando a botas de salto alto. Compôs a pesada capa aos ombros e ele apertou a sua. “Feliz Natal Sirius” O chefe disse-lhe e antes que ele tivesse oportunidade de responder sentiu-a tirar a varinha para aparatar. Foi mais rápido e tocou a mão dela e aparataram na casa dele.

Mesmo apanhada de surpresa, o seu rosto não expressou algum tipo de desconforto. As malas dela estavam a porta da pequena e recatada casa que Sirius possuía no campo, longe da correria da cidade, totalmente o oposto do que imaginará. “O teu quarto é o primeiro a direita, no segundo andar.”

Ela não disse nada e com um gesto da varinha dele, as malas voaram para o andar de cima. “E sim Black” Ela disse enquanto subia as escadas, sem o olhar. “Ainda partilhamos”. Ela continuou o caminho dela, mas podia apostar que ele sorria… Ela nunca se enganava.

Dia 7 de Dezembro.

O primeiro nevão de inverno, o primeiro grande nevão que encerrou todos os feiticeiros em sua casa. Sirius sempre acordará o mais tarde possível, mas naquele dia, com o nevão que se fazia sentia acordou ainda não eram oito da manhã. A sala estava deserta, e aquilo deu-lhe algum tempo para beber café e pensar. A última semana tinha sido ainda mais surreal do que seria de esperar. Ele viu-a poucas vezes, e mesmo assim sempre que a via tomava um susto, ele nunca dava pela presença dela.

Com um gesto da varinha, incendiou alguns dos troncos de madeira que repousava da noite anterior na lareira, dando um ar aconchegante a sala. Com o auxílio da varinha ele mexeu descontraído o café, enquanto pensava nela, naquela situação. Estava tão absorto em pensamentos que não deu pela presença dela.

Descontraída, de cabelos soltos e pés descalços, com uma camisola que não cobria mais que um palmo da coxa dela, surgiu na sala e sem olhar para ele dirigiu-se a cozinha, ela precisava de café, negro e forte para acordar, mas sempre adoçado.

Ela não teve tempo de ter reação, quando percebeu que o café já estava feito, ele já estava na cozinha e o choque não deu para evitar. Chocaram um contra o outro, sem darem pela presença do outro.

“Essa camisola” Ele constatou.

“Fiquei sem roupa lavada…” Ela explicou. Ela vestia a camisola que fazia conjunto com as calças que ele tinha vestido. O abdómem bem marcado, não lhe passou despercebido. Ele vestia apenas as calças. “Não tem problema Bella.” Ele nem pensou quando disse o nome dela. Ela preferiu também não dizer nada, mas sorriu confiante. “Ah, toma, café” Ele disse tentando quebrar o clima. “Café, aqui” Ele repetiu e ela finalmente aceitou.

Ela sorriu. Dirigindo-se a sala, deixando um Sirius ainda parado na cozinha. “Black, não precisavas de ficar petrificado na cozinha. E quando vieres para a sala traz-me alguma coisa decente para comer”

Ele sorriu. Antes de ele voltar para sala, lembrou-se de uma velha frase da sua tia louca “o amor é quando tu encontrares uma mulher que use as tuas camisolas de dormir enquanto tu usas calças” aquela tia era definitivamente louca.

Dia 14 de Dezembro.

                A convivência entre eles estava mais facilitada, talvez pelo tempo estar mais severo que se fazia sentir e que os obrigava a passar mais e mais tempo juntos. “Black, eu não sou tradicionalista, pelo menos não nisto, mas é Dezembro” Ela disse “Eu sei que a nossa família é pouco dada a sentimentalismos mas eu lembro-me de sempre existir uma árvore de natal…” Ela repetiu-lhe entediada “Não podes fazer uma!?”

“Podes fazê-la tu” Ele disse sem levantar os olhos do Profeta Diário que lia. “Não me oponho”

“Isso é trabalho de elfos Black” Ela disse “Por isso é que te mandei fazê-lo”

Ele baixou o jornal e olhou-a. “Black, hoje”

“Podemos fazê-la juntos Black” Ele devolveu no mesmo tom “Claro” Ela respondeu sorrindo.

Resultado, ele fez e ela deu ordens. Durante duas horas, ele cortou um pinheiro, e encantou feitiços para os diversos pingentes que ela escolheu colocar na árvore, entre feitiços de levitação e constantes mudanças de lugar, finalmente a árvore estava pronta. Ela riu das diversas vezes que ele bufou quando ela dizia que a decoração estava torta, ou que as luzes não estavam onde ela queria. Claro, onde ela queria, como ela queria, todo aquele mês tinha sido como ela queria, no fundo da mente de Sirius Black, estava escondido a verdadeira razão para aquele mês, a verdadeira razão para eles partilharem a casa, para ele conviver com a prima e cada vez menos com os amigos… O jantar, pela primeira vez, foi a dois. Ele encomendou comida de um dos restaurantes da Diagon-All, e a comida estava espetacular, regada com um bom vinho, os dois beberam mais do que devia, relembrando algumas das travessuras que faziam juntos, em crianças.

“E quando trancamos a Cissy num armário e dissemos a tua mãe que ela tinha fugido com um muggle, para casar?!”  Sirius relembrou e Bellatrix não aguentou o riso, gargalhando fortemente, mas tarde culparia as doses excessivas de whiskey de fogo e vinho, mas até lá, ela gargalhava com vontade, ele gargalhou com ela, pelo som  estridente o que riso dela provocava, e porque já não se conseguia recordar da última vez a tinha ouvido gargalhar.

A conversa animada prosseguiu para a sala, com um copo de vinho tinto agora, eles riam dos mais triviais acontecimentos, a única luz era proveniente da lareira, mas os jovens feiticeiros nem sequer notaram isso. A única coisa que Sirius conseguiu notar era como as feições dela não tinham nada de insano, com os olhos profundamente negros brilhavam a cada gargalhada, de como os cabelo, agora leve e solto, se mexia violentamente a cada gargalhava dela, com as bochechas coravam na mesma cor que os lábios, carnudos e convidativos. Ela agora ri sozinha, quando notou que ele a observava compenetrado e antes que pudesse perguntar o que é que ela tinha de tão interessante, ele beijou-a.

As línguas batalhavam por supremacia, era intenso, quente e… rápido. Foi tudo rápido demais. Breve demais.

Olharam nos olhos um do outro, agora em completo silencio. Sirius pensava furiosamente em vários… aspetos. Ela era linda, interessante, apaixonante e vibrante. Fazia algo dentro dele vibrar com a inteligência dela, o sentido de humor negro – tão parecido ao seu. Ela era uma igual a si, e não uma das suas admiradoras, ela era como ele. Desafiante, intrigante tanto quanto perigosa. Bruxa dedicada as artes das trevas, uma bruxa que compartilhava os ideias que ele mais detestava, a pureza de sangue… Ela tinha tanto de apaixonante como de perigosa… O beijo acabou ali, e a noite também…

“Boa noite Black” Ela disse rapidamente, antes que ele dissesse mais alguma coisa.

Dia 21 de dezembro

                Faltavam exatamente três dias para a véspera de Natal, o último dia daquela ‘missão’ que já não era missão nenhuma a muito tempo. A árvore ainda desprovida de embrulhos, brilhava iluminada a um canto. Bellatrix estaria provavelmente no quarto, e ele na sala. Desde do beijo trocados que os dois ocupantes da casa não trocaram mais nenhuma palavra, literalmente mais nenhuma palavra. Uma semana depois, os dois não eram ainda capazes de sequer se sentar a mesma mesa.

                Sirius contemplava a árvore de Natal iluminada a um canto, sem realmente a observar. E Bella no quarto, sentada no cadeirão, contemplava o nevão que cai lá fora, sem, também ela, realmente o observar. Dois corações, batiam a um ritmo melancólico a poucos metros de distância. Humanos idiotas…

                Ela ainda nem sabia bem como, mas tinha-se apaixonado por ele. E sim, aquilo só dito na cabeça dela, Bellatrix Black, nunca se apaixonaria por ninguém. Apesar do breve e curtíssimo noivado com Rodolphus Lestrange, que felizmente não se concretizou, ela nunca se havia sentido assim, ele era interessante, mas ela já tinha conhecido tantos homens interessante, não ele era algo mais, sim… ele era giro… muito giro, Bella pensava, mas ela, igualmente, já tinha conhecido homens interessantes e bonitos… Não, ele era diferente. Ele instigava-a, desafiava-a, era inteligente, bonito, interessante, ele era um Black… um igual a ela. Ele era o Sirius, o seu Sirius…

                Aquilo definitivamente tinha de acabar… sorriu, tristemente, e vestiu a camisola dele, preparando-se para dormir… definitivamente, aquela camisola estaria enfeitiçada com algo para ser tão confortável! Ou era isso, ou o cheiro dele, ainda nela impregnando era o suficiente para que ela dormisse feliz, mas Bellatrix nunca ia admitir isso.

                Dia 24 de Dezembro

                Ele tinha tudo preparado, um embrulho debaixo da árvore com o nome dela. Sorriu satisfeito enquanto componha a mesa para o dois.

                Tinha recusado o convite dos amigos para celebrar a véspera de Natal com eles. Algo que nunca pensou fazer! Recusará passar com Prongs, Monny e Lily, mas o que quebrava o coração do maroto era não passar com o afilhado, o pequeno Harry, o seu mini Prongs… Mas era por uma boa causa, por ela… sorriu e compôs a mesa mais uma vez. Ela não tarda, iria aparecer.

                E ele não se enganou. Assim que bateram as 8pm no relógio da cozinha, ele ouviu a porta d quarto dela abrir-se.

                Bella sorriu, com um embrulho dourado ela sorriu e poisou-o na árvore de Natal, ficando surpreendida quando viu outro, com o seu nome. De Six para a Bella. Bella… A quanto tempo não o ouvia tratá-la assim, a Bella… a sua Bella…

                E surpreendeu-se ainda mais… Um jantar… Um jantar de Natal para os dois. “Jantamos Bella?” Ela sorriu, e sem trocar mais nenhuma palavra aceitou a mão dele, que educadamente a ajudou a sentar a mesa.

                O jantar decorreu amigavelmente, entre risos e conversas pouco profundas. Desta vez, Bella pode ver o sorriso dele, encantando com ela, feliz, calmo e… apaixonado. Sorriu desviando o pensamento, era sorte demais.

                As horas passaram a voar, e quando deram por isso, faltava poucos minutos para a meia noite… Ele sorriu encaminhando-se para a árvore. Pegou no embrulho e entregou-lhe. Ela antes de abrir o seu presente, fez o mesmo. “Ao mesmo tempo” Ele disse sorrindo.

                E não podiam estar mais certos. Ele recebeu umas novas calças de pijama e ela… uma camisola de pijama. Os dois olharam um para outros e riram. Afinal a velha tia deles tinha razão… o amor verdadeiro é quando ele encontra a mulher que veste a camisola do pijama dele, para ele usar apenas as calças.

                Enquanto se riam, olharam nos olhos um do outro, e sabia… Aquele era apenas o primeiro de muitos natais que passariam juntos. Beijaram-se, desta vez com uma imensa paixão, as mãos dele tocaram-na pela primeira vez, livremente, e as dela remexeram o cabelo que ela tanto adorava. Separaram-se e sorriram um para o outro… A noite estava apenas a começar e a na manhã conversariam, mas por agora, só queriam os braços um do outro… E não… não precisariam de pijama!


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