Dia de natal escrita por Jweek, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 3
25 de Dezembro de 1987


Notas iniciais do capítulo

Manhã de Natal, não é mesmo. hehe



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Johanne passou a madrugada acordada naquele ano.

Não era como se esperasse ver o Papai Noel e as renas, como tinha ouvido outras crianças comentarem, apenas... Bem, ela não sabia bem o que esperava.

Quando era mais nova, pediu de Natal que o pai e a mãe voltassem, mas esse desejo nunca se realizou.

Então naquele ano, ela decidiu: seria a última vez que pediria aquilo.

Ela já era uma menina crescida, como a Vó dizia. Não adiantava pedir que a mãe voltasse, ela nunca voltaria. E quanto ao pai... Era melhor que não voltasse, segundo o Vô.

Mesmo assim, mesmo entendendo, ela decidiu que pediria mais uma vez.

Então ficou acordada olhando, ora para o céu noturno, ora para seu teto, cheio de estrelas pintadas, como pedira ao Vô de aniversário. Mesmo a Vó torcendo o nariz e reclamando, o senhor pintou cada estrelinha para ela, formando uma constelação... Em forma de cachorro.

Para não dizer que foi fácil convencê-lo, foi preciso uma boa dose de olhos brilhantes e pedidos fofos abraçada ao seu pescoço.

“Pintar estrelas é ótimo, mas um cachorro, Jojô...”

Bem, o que se podia fazer? Ela o convenceu.

Ali estava, sua própria constelação.

Johanne desviou o olhar do teto outra vez, buscando o exterior, olhando para as árvores com neve no topo, esperando.

Quando amanheceu, Johanne suspirou, dando as costas à janela, se cobrindo melhor.

Muito tempo depois, quando a avó veio acorda-la, ela murmurou que não queria levantar, mas não foi levada a sério e teve que sair das cobertas, vestir-se e ir tomar café.

Olhando seus presentes daquele ano, ela não conseguia muito bem sentir animação, nem sequer uma faísca. Nem quando o padrinho apareceu para lhe entregar o dele. Nem mesmo quando abriu o presente e viu que era um livro de ficção trouxa que ela tanto queria...

O padrinho pediu para os avós para levá-la para passear quando percebeu seu humor frio, e sob as caretas da mulher, conseguiu a permissão para sair com a menina.

Já na rua, perto do parque, Remus Lupin pegou a afilhada no colo e chamou sua atenção. Johanne lhe sorriu brandamente.

― Anne?

― Sim?

― O que foi, princesa? ― Remus perguntou sentando-se num banco, a colocando em sua coxa, fazendo um cafuné em seus cabelos.

― Ah... Nada de mais, padrinho.

― Anne...

Johanne abraçou seu pescoço e Remus a abraçou de volta, esperando pelo tempo dela. Se Johanne quisesse falar, falaria.

― Eu... Queria ver meu pai. ― Johanne enfim disse.

Talvez fosse a primeira vez que dizia o desejo em voz alta e talvez por isso seu coração pulsou mais rápido e o rosto corou, mas era como se um peso lhe tivesse sido arrancado do peito. 

Remus puxou o ar e o soprou, fazendo fumaça, beijou o topo da cabeça da afilhada.

― Oh, querida... ― Remus começou com a voz calma, mas Johanne o interrompeu.

― Sei que não é bom... E... Sei que não vai acontecer, sabe, não precisa explicar. Eu só... Gostaria. ― Johanne disse, sem olhá-lo, brincando com um dos botões do casaco puído dele.

Remus apoiou o queixo na cabeça dela.

― Eu entendo. Também gostaria de ver Sirius. ― Revelou em voz baixa, fechando os olhos e lembrando do amigo.

Johanne se remexeu, se afastando e o que o fez abrir os olhos, para encará-la.

― Você também!? ― Johanne exclamou surpresa.

Remus sorriu.

― Sim. Sabe, apesar de... tudo... Ele ainda é meu melhor amigo, sabe... Acho que... Sinto falta dele. ― Remus explicou, acariciando a bochecha da menina.

Johanne soluçou e abraçou o homem novamente, murmurando baixinho que sentia falta da mãe também e como gostaria de ter pelo menos uma lembrança do pai, além de um brinquedo.

Remus a ouviu e a consolou, estando ali para ela até que se acalmasse. Johanne chorou por um tempo, encolhida contra o padrinho até se acalmar. Depois, já calma, Remus a levou para tomar chocolate quente e comer bolo de nozes.

― Sabe, eu acho que posso te ajudar nisso da lembrança... Mas não é como você espera-

― Eu aceito! ― Johanne gritou, interrompendo Remus antes que ele lhe explicasse.

Naquela noite, Johanne recebeu por uma coruja uma foto de uma mulher grávida e loira junto de um cachorro grande, fazendo bagunça. Johanne sorriu e abraçou a foto, a colocando sob o travesseiro.


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Notas finais do capítulo

Yooo!
Até o próximo!



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