Dia de natal escrita por Jweek, Indignado Secreto de Natal
Notas iniciais do capítulo
Manhã de Natal, não é mesmo. hehe
Johanne passou a madrugada acordada naquele ano.
Não era como se esperasse ver o Papai Noel e as renas, como tinha ouvido outras crianças comentarem, apenas... Bem, ela não sabia bem o que esperava.
Quando era mais nova, pediu de Natal que o pai e a mãe voltassem, mas esse desejo nunca se realizou.
Então naquele ano, ela decidiu: seria a última vez que pediria aquilo.
Ela já era uma menina crescida, como a Vó dizia. Não adiantava pedir que a mãe voltasse, ela nunca voltaria. E quanto ao pai... Era melhor que não voltasse, segundo o Vô.
Mesmo assim, mesmo entendendo, ela decidiu que pediria mais uma vez.
Então ficou acordada olhando, ora para o céu noturno, ora para seu teto, cheio de estrelas pintadas, como pedira ao Vô de aniversário. Mesmo a Vó torcendo o nariz e reclamando, o senhor pintou cada estrelinha para ela, formando uma constelação... Em forma de cachorro.
Para não dizer que foi fácil convencê-lo, foi preciso uma boa dose de olhos brilhantes e pedidos fofos abraçada ao seu pescoço.
“Pintar estrelas é ótimo, mas um cachorro, Jojô...”
Bem, o que se podia fazer? Ela o convenceu.
Ali estava, sua própria constelação.
Johanne desviou o olhar do teto outra vez, buscando o exterior, olhando para as árvores com neve no topo, esperando.
Quando amanheceu, Johanne suspirou, dando as costas à janela, se cobrindo melhor.
Muito tempo depois, quando a avó veio acorda-la, ela murmurou que não queria levantar, mas não foi levada a sério e teve que sair das cobertas, vestir-se e ir tomar café.
Olhando seus presentes daquele ano, ela não conseguia muito bem sentir animação, nem sequer uma faísca. Nem quando o padrinho apareceu para lhe entregar o dele. Nem mesmo quando abriu o presente e viu que era um livro de ficção trouxa que ela tanto queria...
O padrinho pediu para os avós para levá-la para passear quando percebeu seu humor frio, e sob as caretas da mulher, conseguiu a permissão para sair com a menina.
Já na rua, perto do parque, Remus Lupin pegou a afilhada no colo e chamou sua atenção. Johanne lhe sorriu brandamente.
― Anne?
― Sim?
― O que foi, princesa? ― Remus perguntou sentando-se num banco, a colocando em sua coxa, fazendo um cafuné em seus cabelos.
― Ah... Nada de mais, padrinho.
― Anne...
Johanne abraçou seu pescoço e Remus a abraçou de volta, esperando pelo tempo dela. Se Johanne quisesse falar, falaria.
― Eu... Queria ver meu pai. ― Johanne enfim disse.
Talvez fosse a primeira vez que dizia o desejo em voz alta e talvez por isso seu coração pulsou mais rápido e o rosto corou, mas era como se um peso lhe tivesse sido arrancado do peito.
Remus puxou o ar e o soprou, fazendo fumaça, beijou o topo da cabeça da afilhada.
― Oh, querida... ― Remus começou com a voz calma, mas Johanne o interrompeu.
― Sei que não é bom... E... Sei que não vai acontecer, sabe, não precisa explicar. Eu só... Gostaria. ― Johanne disse, sem olhá-lo, brincando com um dos botões do casaco puído dele.
Remus apoiou o queixo na cabeça dela.
― Eu entendo. Também gostaria de ver Sirius. ― Revelou em voz baixa, fechando os olhos e lembrando do amigo.
Johanne se remexeu, se afastando e o que o fez abrir os olhos, para encará-la.
― Você também!? ― Johanne exclamou surpresa.
Remus sorriu.
― Sim. Sabe, apesar de... tudo... Ele ainda é meu melhor amigo, sabe... Acho que... Sinto falta dele. ― Remus explicou, acariciando a bochecha da menina.
Johanne soluçou e abraçou o homem novamente, murmurando baixinho que sentia falta da mãe também e como gostaria de ter pelo menos uma lembrança do pai, além de um brinquedo.
Remus a ouviu e a consolou, estando ali para ela até que se acalmasse. Johanne chorou por um tempo, encolhida contra o padrinho até se acalmar. Depois, já calma, Remus a levou para tomar chocolate quente e comer bolo de nozes.
― Sabe, eu acho que posso te ajudar nisso da lembrança... Mas não é como você espera-
― Eu aceito! ― Johanne gritou, interrompendo Remus antes que ele lhe explicasse.
Naquela noite, Johanne recebeu por uma coruja uma foto de uma mulher grávida e loira junto de um cachorro grande, fazendo bagunça. Johanne sorriu e abraçou a foto, a colocando sob o travesseiro.
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Yooo!
Até o próximo!