Cloud não podia mais prosseguir. Suas pernas fraquejavam e seu corpo não lhe dava as forças necessárias para ir adiante. Cansado, o rapaz parou e apoiou seu corpo aos destroços do prédio que acabara de dizimar. O lugar não ficaria de pé por muito mais tempo, porém, o rapaz sabia que não escaparia a tempo. Seu sangue já formava uma grande poça aos seus pés e, com suas forças se esgotando, permitiu que seu corpo quase sem vida deslizasse pela parede até acabar sustento sobre o assoalho, deixando assim um rastro escarlate macular pela divisão. Sentado naquela posição, o rapaz contemplava a destruição que ele mesmo havia causado. O fogo consumia tudo o que alcançava, deixando cada vez mais o oxigênio escasso para Cloud e tornando sua respiração cada vez mais rasa e insuficiente. A visão turvava à medida que a perda de sangue progredia e mais do que nunca o jovem sabia que se encontrava no fim. 

O som dos alarmes já parecia distantes, sua espada tinha mais peso do que poderia carregar, mesmo estando esta sobre o seu colo... Em sua mente, apenas a imagem de sua família o confortava... Apenas aquilo. 

Fora este o motivo de suas ações. Aqueles que destruíram sua família deveriam pagar cada segundo que Tifa sofrera. 

Cloud estava satisfeito. Ele pôde vingar a morte da pessoa que mais amou em sua vida. 

Explosões começavam a acontecer por todas as partes. Principalmente, nos andares inferiores. Naquele ponto, ele já não se importava mais. Seus olhos iam se fechando aos poucos e o cansaço, enfim, o vencia. Depois de muito tempo, o rapaz sorriu. Não um sorriso tímido ou limitado, mas aquele enorme sorriso que costumava dar quando criança. Ele não se arrependia de nada, sentia-se como se sua missão na terra já estivesse cumprida. 

“Cloud” 

Ouviu a jovem chamar. A voz parecia feliz e cheia de saudade. 

“Bem-vindo de volta” 

— Estou... em casa... 

E no meio do fogo, o rapaz adormeceu pela última vez.