Chegada escrita por Dri Viana


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas leitoras!

Chegou o momento do nosso casal e vocês também saberem se é o Daniel ou a Lis, quem vem. Ansiosas? Acredito que sim.

Quero dedicar, ou melhor, presentear com essa oneshot à duas leitoras: Fofura que fez aniversário no último dia 15 e a Bruh que fará amanhã. Meninas, parabéns! Muita Luz e felicidade; que Deus dê muitos e muitos anos de vida e saúde à vocês. Espero que apreciem este singelo presente.

E as outras leitoras que sempre me acompanham em cada história que posto, também sintam-se presenteadas com esta fic.

Boa leitura!



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 Se aproximando da porta do quarto do bebê, Grissom escutou o som baixo de música e a voz da esposa em conversa com alguém

— Essa aqui é a roupinha que a mamãe escolheu para você usar logo depois que nascer.

Pela porta entreaberta, Grissom sorriu, vendo a esposa balançar diante de seu barrigação o macacão branco com detalhes em amarelo, que ele mesmo comprou para o bebê na ida deles à passeio ontem a tarde ao shopping .

— Foi o papai quem escolheu e comprou esse macacão. Ele tem bom gosto, não é bebê?

De seu canto ainda secreto, o supervisor sorriu mais ainda. Adorava ver sua esposa de conversa com o bebê. Era lindo e emocionante assistir. Ele ficava todo abobalhado quando flagrava momentos como aqueles.

— Tenho bom gosto mesmo, porque casei com você, a mulher mais linda do planeta.

Ele sorriu quando ela ergueu os olhos surpresos em sua direção. Deles Grissom via transbordar ternura  enquanto um sorriso de uma felicidade ímpar enfeitava seu rosto bonito, após o supervisor ter se feito presente na porta do quarto.

— O papai é exagerado, né bebê? - ela alisou sua barriga e sorriu.

— Não sou, não. Você pra mim é a mulher mais linda do planeta mesmo. - ele reafirmou, indo de encontro à Sara que estava sentada na bicama, com a bolsa do bebê diante dela e algumas pecinhas de roupas também.

— E você o marido mais maravilhoso de toda a galáxia.

Seu sorriso típico de menino tímido diante do elogio que ganhou, se fez presente lhe deixando mais lindo, adorável e irresistível. Tão irresistível que Sara não se conteve e o puxou com delicadeza pela gola da camisa cinza, para lhe dar um rápido beijo tão logo o marido se acomodou diante dela.

— Amo você. - declarou Sara após o beijo.

Seu amor, admiração, carinho e respeito por ele só cresciam a cada novo dia que passavam juntos. Grissom era um homem espetacular e bom caráter. Um marido extremamente amoroso e cuidadoso. E tinha certeza, que seria o pai mais incrível que Daniel ou Lis poderiam ter.

— Também amo você. Ou melhor, vocês dois... ou vocês duas... dependendo de quem está aqui dentro. - beijou a barriga da esposa que afagou seus cabelos.

— Estou arrumando a bolsa do bebê, porque está muito perto dele ou dela nascer. - ela contou, após o marido se erguer e enquanto já dobrava o macacão, que mostrava ao bebê para em seguida, guardá-lo dentro da bolsa.

Ao lado das roupinhas que estavam perto da esposa, Grissom avistou junto com um par de sapatinho outro par, que a filha de Catherine havia dado ao bebê dias atrás quando veio visitá-los junto com sua avó Lilly.

— Esses sapatinhos viraram os meus preferidos.

— E eu nem imagino o porquê.

O olhar zombeteiro de Sara rendeu um sorriso no marido, que agora tinha descansando sobre a palma da mão os sapatinhos de abelhinha. A peça era uma graça, amarela com listras pretas; feita toda em croché trazia em cada dorso do pé um par de olhos e antenas, e nas laterais um par de asinhas, uma de cada lado da banda do sapatinho. Uma coisinha linda e feita sob encomenda, segundo contou a filha de Catherine quando deu o presente. Lindsey havia encomendado da mãe de uma colega da faculdade.

— Eu acho que esse sapatinho combinará melhor se o bebê for menina. - opinou Sara vendo o marido sorrir mais largamente. - Você quer que venha uma menina, não é Gil? 

— Eu quero que venha com saúde, independente do que for. - disse, devolvendo o par de sapatos à cama.

Ela também desejava isso. No entanto, Sara sabia que mesmo não deixando escancarado, seu marido torcia para vir uma menina, até o palpite dele tinha sido esse. Mas ele não afirmaria isso com todas as letras. Ao contrário dela, que tinha sua torcida ferrenha e escancarada para ser um menino de olhos azuis e sorriso tímido como Grissom.

— Sua mãe? - Sara mudou de assunto.

Beth tinha chego há três dias. Ela resolveu antecipar sua vinda, porque queria estar presente quando o neto(a) nascesse.

— Terminando de preparar o jantar. Desde que ela chegou não sei mais o que é cozinhar. Dona Beth tomou conta da minha cozinha.

A fingida cara de frustração e tristeza dele ao final de sua fala, arrancou risos do casal logo em seguida.

Naquele momento na estação de rádio que Sara escutava pelo celular, descansando perto dela no colchão, começou a tocar a música Daniel de Elton John numa outra roupagem, e com outro cantor dando voz a música*.

— A música com o nome do nosso bebê, se ele for um menino. - com um sorriso Sara comentou e olhou para o marido.

Ele não disse nada apenas ficou a olhá-la por um par de segundos.

— Vem! - Grissom anunciou do nada, ficando de pé e estendendo as duas mãos a esposa.

— Pra onde?

Mesmo sem entender, ela segurou em suas mãos.

— Pra lugar nenhum. Apenas dance comigo essa música.

— Dançar? - ela não escondeu sua surpresa.

Ele assentiu entrelaçando os dedos de uma mão aos da esposa, enquanto sua outra mão segurava na cintura de Sara. Entre eles o barrigão dela.

— Você não gosta muito de dançar, que eu sei... - a mulher comentou, envolvendo a nuca do marido com sua mão livre. - Por que isso assim de repente?

— Deu vontade apenas. - admitiu já começando a se mover devagar no compasso lento da canção.

Sara o imitou, repousando a cabeça no ombro de Grissom e fechando os olhos como o marido também havia fechado naquele mesmo segundo que ela.

Embalados pela doce combinação das notas de piano da música e a voz do cantor, eles se permitiram viajar enquanto dançavam. Era somente eles, aquela canção e nada mais além disto naquele instante. 

Deste modo nem perceberam quando em determinado momento começaram a ser observados discretamente da porta por uma Beth emocionada. A senhorinha tinha vindo saber do filho onde estava certo tempero que não encontrava. Acabou se deparando com a cena de Grissom e a esposa dançando, e ficou emocionada a observá-los.

Olhando, atualmente, para seu "menino", Beth podia ver o quão feliz sua nora o fazia. Grissom estava um homem tão diferente daquele que ela costumava encontrar nas poucas vezes em que veio lhe visitar em Las Vegas. Ou quando ele ia em sua casa em Santa Mônica lhe visitar.

Para ela ver a felicidade de seu filho era a melhor das recompensas. E ainda mais, ele sendo um filho especial como era. Tanto rezou para que Grissom encontrasse alguém, que o amasse verdadeiramente e lhe desse uma família.

Já estava perdendo as esperanças disso vir a acontecer, quando soube meses atrás da existência de Sara junto com a boa notícia de que seria avó. Ficou imensamente feliz por seu menino estar formando, ainda que tardiamente, sua família com uma mulher que Beth descobriu ser tão especial quanto Grissom!

Tão sorrateiramente quanto chegou a porta do quarto, Beth se foi dali. Não interromperia aquele momento do filho com a nora.

****

Dois dias depois...

Sozinho no quarto do seu bebê, Grissom namorava o cômodo que ao longo dos meses sua mulher e ele haviam preparado e decorado juntos com todo o amor, carinho e cuidado para o herdeiro(a) deles, que agora estava na iminência de vir ao mundo a qualquer instante, segundo previsão de Carol.

O quarto pintado em tom lilás clarinho com adesivos de bichinhos pregados na parede onde se encontrava posicionado o berço, estava tão lindo. Ainda havia também, em algumas prateleiras embutidas alguns ursinhos de pelúcia enfeitando o cômodo. Alguns desses ursinhos eram presentes dele, outros dos amigos do casal, titios tão babões quanto o papai de primeira viagem.

Sorriu abobalhado observando cada cantinho do local. Parecia tudo perfeito! Quer dizer QUASE... Só faltava mesmo Daniel ou Lis para ficar de fato perfeito. Mas logo seu garotinho ou garotinha estaria ali.

Um toque em seu braço e ele se assustou. Era sua mãe, que gesticulou de maneira apressada, que a bolsa de Sara tinha estourado e o bebê ia nascer.

Pelo visto o logo seria para logo mesmo!

Foi uma pequena correria no apartamento. Grissom ajudou a esposa enquanto sua mãe apanhava as bolsas tanto do bebê, quanto da nora. Os três logo já estavam no carro do supervisor à caminho do hospital. Durante o trajeto Grissom ligou para Carol e esta avisou que estava no hospital para o qual o marido de sua paciente estava levando-a e que iria aguardar a chegada de Sara. Seria a médica mesmo quem faria o parto.

Felizmente, naquela tarde não havia trânsito e o percurso foi feito rápido. Chegaram no hospital e prontamente, Sara foi conduzida numa cadeira de rodas por uma enfermeira para ser preparada para o parto.

— O senhor vai querer assistir ao parto? - outra enfermeira que veio, quis saber parando ao lado dele, que fazia a ficha da esposa na recepção.

— Sim!

Ele não perderia aquele momento por nada na vida.

— Termine de preencher a ficha dela e já venho lhe buscar.

Ele assentiu.

Minutos depois a mesma enfermeira já estava de volta para buscá-lo.

Ele gesticulou para sua mãe que ia assistir ao parto do bebê e lhe avisou que a recepcionista daqui a pouco a levaria para o quarto em que Sara ficaria, depois de dar a luz. Beth gesticulou um ok e desejou que tudo ocorresse bem no parto da nora.

****

Existem momentos em nossa vida, que não sabemos explicar ou dimensionar a grandeza do que sentimos diante de uma situação tão importante e linda. As palavras parecem que nos são roubadas e o que a boca não diz, os olhos falam por ela.

E aquele estava sendo, exatamente o momento para Sara e Grissom. Nenhum dos dois eram capazes de traduzir em palavras, os sentimentos que lhes tomaram, no exato instante em que ouviram ecoar naquela sala de parto, o choro alto do bebê deles. Mas seus olhos traduziram perfeitamente para quem estava ali a magnitude da alegria e a emoção inigualável daquele momento tão desejado por ambos.

E tais sentimentos ainda se multiplicaram por milhares de vezes mais segundos depois, diante da revelação feita por Carol de que era: Lis, a dona daquele choro dado a plenos pulmões.

No mesmo instante Grissom olhou para à esposa e a encontrou sorrindo, com lágrimas transbordando de seus olhos e escorrendo por seu rosto suado.

— Uma menina. - ele não conseguiu conter a alegria. E beijando a testa da esposa se rendeu as lágrimas de felicidade pela vinda de Lis.

Ambos choraram juntos àquele momento mais que especial e emocionante da vida deles.

Uma enfermeira veio com uma Lis ainda chorando e enrolada na manta hospitalar e depositou-a no colo de Sara.

— Oi, Lis. Eu sou a mamãe e esse é o papai, meu amor. - a voz ainda trêmula de emoção, porem em tom brando que Sara usou para falar, somado ao balançar suave que fazia para embalar o bebê, foram fazendo Lis se acalmar e parar de chorar em segundos.

— Oi, minha menininha! - enxugando com uma das mãos suas lágrimas, Grissom tocou com a outra mão livre a cabecinha da filha.

— Ela é linda, não é amor?

— Muito. - ele afirmou sem titubear e encantado com a filha.

— Olha os olhos, meu Deus! São os seus, Gil!

Ele sorriu orgulhoso e mais emocionado ainda, porque eram mesmo os dele. Azuis iguais aos do pai. Mas ele também adoraria se fossem castanhos como os da esposa. Talvez até preferisse.

O casal não teve mais tempo para aproveitar esse primeiro contato com a filha, pois a mesma enfermeira que deu Lis para Sara segurar, veio pegar de volta a menina para levá-la a fim de fazer os exames de praxe e também limpá-la.

****

Certamente não havia no hospital inteiro um quarto mais cheio de visitas do que o de Sara. Só os antigos companheiros de trabalho da perita morena estavam todos em peso ali, doidos para conhecerem Lis, que ainda não havia dado o ar de sua graça. Havia também alguns colegas de Sara do turno do dia, que assim como os demais estavam ansiosos para conhecer a bebê.

— Ei! - Greg exclamou de súbito e alto para ganhar na hora um safanão de Catherine, que havia se assustado com sua fala repentina. - Au, loira! - reclamou o jovem CSI fazendo uma careta, enquanto os demais se acabavam de rir da safanada que ele levou e do susto de Catherine.

— Quem manda assustar os outros, Greg.

— É que eu ia dizer que lembrei... Que eu ganhei o bolão. - se esquecendo do safanão Greg comentou com a alegria de quem acaba de descobrir a melhor coisa da vida.

— Ah, eu também, cara! - Nick comemorou junto com o amigo causando risadas no quarto.

Da equipe de peritos eles foram os únicos que apostaram numa menina, os demais cravaram suas apostas em um menino. Ainda teve a técnica de laboratório Wendy, juntamente com Hodges e Archie que também escolheram menina como aposta.

— Vocês são malucos. - Sara ria dos dois pulando e rindo em comemoração, feitos duas crianças.

Segundos depois a espera de todos, enfim acabava e eles conheciam Lis.

Trazida enrolada numa manta branca com desenhos de bichinhos por uma enfermeira e colocada no colo de Sara, a menina virou o centro das atenções. Todos se aglomeravam em torno da cama de Sara para verem Lis e se encantaram por ela. Entre cochichos para não assustarem a bebê, todos teceram elogios a menina.

"Como ela é linda!" ou "Nossa, ela parece uma bonequinha.", foram alguns dos comentários cochichados.

E de fato Lis era linda, uma verdadeira bonequinha mesmo, com suas bochechas salientes e rosadinhas, os cabelos claros e finos, a boca vermelhinha, o nariz pequeno e os olhos de um azul que encantava.

A menina passeou por alguns colos e não estranhou nada, apenas resmungava quando aconteciam as trocas de colo.

Sentado ao lado da esposa na cama e com um dos braços descansando sobre os ombros dela, Grissom vire-mexe trocava olhares divertidos com Sara enquanto assistiam a babação dos amigos para cima de Lis.

— Estou preocupado se eles não vão afogar nossa filha com toda essa babação nela. - cochichou Grissom de brincadeira à Sara em determinado momento. Sua esposa sorriu descansando a cabeça em seu peito.

Quando os últimos visitantes: Lindsey, Lilly e Catherine foram embora, levando a mãe de Grissom junto com elas para a senhorinha passar aquela noite na casa da amiga do supervisor, e não sozinha na casa do filho, que ficaria no hospital com a esposa, restou no quarto apenas Grissom, Sara e Lis. A pequena por sinal dormia nos braços do pai. Só depois que a grande maioria foi embora, que Grissom pode enfim segurar a filha pela primeira vez. E não demorou nada para a menina acabar adormecendo no aconchego do colo do pai.

— Segurá-la em meus braços, é como ter o mundo nas mãos. - ele confessou baixo para não acordar a filha.

— E ela parece ter gostado bastante do colo quentinho do papai. Até dormiu aí.

Sara sussurrou e deslizou a mão pela cabeça da filha que descansava sobre o braço de Grissom.

O supervisor que se encontrava sentado junto da esposa na cama hospitalar, contrariando as recomendações da enfermeira que há pouco esteve ali, não conseguia tirar os olhos da filha. Olhava para cada detalhe de Lis num misto de encantamento e admiração. Para ele tudo nela era lindo. Tudo nela era perfeito.

— Nossa filha é a coisa mais perfeita que eu já vi. - ele sussurrou, sentindo um orgulho tão grande ao pronunciar as duas primeiras palavras: nossa filha!

Sara olhou para o marido, mas este sequer percebeu que era observado pela esposa, já que sua atenção estava focada na menininha deles.

Grissom se perguntava como um serzinho tão pequeno despertava um amor tão imensurável assim? Lis havia nascido há apenas poucas horas e ele já lhe amava como se fizessem anos que ela estivesse em sua vida.

— Estou preocupada se você não vai afogar nossa filha com toda essa babação nela. - brincou a esposa lembrando Grissom do comentário dele de mais cedo com relação os amigos.

O supervisor olhou para a esposa e sorriu quando seus olhares se encontraram.

Sara não escondeu de ninguém sua torcida para o bebê ser menino, mas este não veio. E de forma alguma, estava triste com isso. Jamais! Estava igualmente feliz por Lis ter vindo, principalmente por causa de Grissom. A felicidade dele por ter vindo uma menina era algo emocionante de se ver.

— Pelo visto minhas palavras viraram uma arma contra mim mesmo.

Eles sorriram e Grissom esticou os lábios até ser capaz de trocar um rápido beijo com a esposa. Depois disso o casal ficou em silêncio observando Lis.

— Eu vou dá o meu melhor para ser um bom pai pra nossa Lis.

— E eu sei que será, Griss.

****

Na tarde do dia seguinte, o casal juntamente com Beth e a pequena Lis no colo de Sara, entravam em casa.

— Esta é a sala da nossa casa, filha. -  Sara passeou com Lis pelo cômodo mostrando-lhe o local.

Grissom depositou as bolsas no sofá e abraçando Beth pelos ombros ficaram observando Sara mostrar a sala à Lis. Depois ela seguiu para a cozinha sendo acompanhada pelo marido e a sogra. Foi até à lavandeira para mostrar Lis para Hank e vice-versa. O restante dos cômodos do apartamento Sara fez questão de apresentar a filha e o tour terminou no quartinho de Lis.

— Não é lindo o seu quarto, filha?

Lis levou a mãozinha fechada a boca, e começou a fazer movimentos de sucção.

— Acho que ela está com fome, querida.

— Pelo visto temos uma gulosa que nem o pai.

Ele sorriu e sentiu no bolso da calça o celular vibrar. Ao pegar o aparelho visualizou na tela o número de Conrad e franziu a testa.

— Diga, Conrad. - pronunciou ao atender a chamada e Sara o encarou na mesma hora.

— Cheguei agora pouco de viagem... - ele tinha ido participar de um evento em Dallas representando o laboratório de criminalística que receberia um prêmio da acadêmia forense. - E soube que sua filha nasceu. Meus parabéns à você e Sara.

Grissom não deixou de se surpreender com a atitude do outro sujeito. Nunca tiveram um bom relacionamento e isso ficou mais estremecido depois que o supervisor revelou ao outro sujeito sobre seu relacionamento com Sara.

— Obrigado, Conrad. - agradeceu enquanto era observado por sua mãe e a esposa que naquele momento já amamentava Lis.

— Quando Morgan nasceu foi o dia mais feliz da minha vida.

O supervisor sentiu certo saudosismo na voz do outro sujeito. Em duas oportunidades ele pode ver a filha de Ecklie, a última tinha sido há treze anos quando a menina tinha onze anos. Depois disto o sujeito se separou da esposa e esta foi morar na Califórnia junto com a filha deles.

— Se eu ver sua filha não a reconheço mais.

— Acho que nem eu também.

Havia tristeza em sua confissão e por um momento Grissom ficou com pena do sujeito. A linha ficou muda por breves instantes, até que Conrad tornou a se pronunciar. Ele avisou a Grissom que o supervisor tinha direito a dez dias de licença paternidade e que tal benefício começava a contar desde hoje. Na sequência se despediu dele e encerrou a chamada.

— O que ele queria?

— Nos dar os parabéns pela Lis e me avisar que terei dez dias de licença paternidade.

— Jura?

— Sim!

— Nossa! Quanta gentileza. Será que era ele mesmo? - brincou Sara fazendo o marido sorrir.

****

A primeira noite de Lis em casa seria algo que ficaria na memória dos papais para sempre, pois isso rendeu a Sara e principalmente à Grissom, uma noite em claro. A princípio eles levaram a filha para o quarto do casal com o intuito de que ela dormisse lá e aí, eles a levariam para seu berço no quartinho dela. Mas quem disse que a menina pegou no sono? Com seus olhos muito bem abertos mesmo na penumbra do quarto, as mãos e pernas que não paravam quietas, e emitindo uns sons com uma vozinha bem meiga, Lis não demonstrava qualquer sono.

— É, alguém aqui resolveu fazer cerão. - Grissom olhou no relógio sobre o criado-mudo, nele já marcavam quase três da madrugada.

— E eu já estou quase me rendendo ao sono. - murmurou Sara. Ela não estava mais habituada a ficar acordada de madrugada, ao contrário do marido.

— Durma, querida. Eu fico acordado com a Lis. Estou sem sono mesmo.

Ela assentiu, desejou "boa noite" ao marido, deu um beijo na testa de Lis que estava deitada entre eles dois e momentos depois, já havia pego no sono.

— Que tal fugirmos lá para a sala e deixar a mamãe dormir quietinha aqui no quarto, Lis? - ele sussurrou já se levantando da cama com cuidado e pegando a filha no colo.

Conversando baixo com Lis pelo caminho, Gil seguiu com ela para a sala e se acomodou com a filha no sofá.

— Eu li que a maioria de vocês, bebês, costumam trocar o dia pela noite nas primeiras semanas de nascidos. - ele sussurrava segurando na mãozinha rechonchuda da filha que não tirava os olhos dele. - Você fará parte desta maioria hein?

Lis fez um resmungo e se agitou no colo do pai dando sinal de que já ia chorar, percebendo isso Grissom ficou de pé e começou a embalar a filha enquanto andava pela sala com ela para evitar que Lis caísse em choro. Sua garotinha tinha pulmões de aço e uma garganta que era capaz de acordar o prédio inteiro se abrisse o berreiro aquele horário.

Por um longo tempo Grissom embalou Lis enquanto conversava com ela sobre coisas que a filha sequer entendia. Aos poucos, ele foi vendo-a ser lentamente vencida pelo sono até adormecer de vez em seu colo pela segunda vez. A primeira tinha sido no hospital.

Com ela adormecida, Grissom se permitiu ficar velando o sono de sua menininha linda.

— Você junto com a sua mãe são as melhores coisas que aconteceram na minha vida, sabia Lis?

Se sentia um sortudo e acima de tudo, um grande privilegiado por ter uma esposa que era o amor da sua vida e que lhe dera uma filha linda, pela qual ele já era loucamente apaixonado.

— Prometo que estarei sempre ao seu lado para te guiar, proteger e cuidar.

****

As janelas e a porta da lavanderia estavam fechadas para evitar que Lis pegasse alguma corrente de ar frio na hora de seu banho. E a água na banheira já estava na temperatura perfeita para o primeiro banho da bebê em casa.

Dizem que esse primeiro banho do recém nascido em casa é uma das experiências que desperta mais medo e ansiedade nas mamães de primeira viagem. Mas no caso com Lis era o papai mesmo quem estava mais ansioso, apreensivo e principalmente, com medo. E olha, que nem seria ele quem daria o banho nela e sim, Sara.

Mas seu medo era compreensivo e a esposa sabia. Ela mesma também estava um pouquinho apreensiva. Tinha todo um cuidado com aquele ser tão pequeno, molinho e indefeso que era sua menina. Mas Beth havia dado todas as dicas para Sara de como dar banho em Lis e ela estava confiante para aquela tarefa.

Sob o olhar do marido, da sogra e também  de Hank, Sara colocou Lis na banheira e no primeiro contato da menina com a água, ela abriu um tremendo berreiro para angústia de Grissom que observava a isso do outro lado da banheira e com o coração agoniado por ver sua menina chorando.

Para apoiar Lis com segurança, Sara tinha seu braço ao redor das costas da filha e segurava na axila do outro braço dela, exatamente como tinha visto num artigo na internet e como sua sogra lhe instruiu há pouco. Com cuidado e atenção ela começou a molhar a cabeça da filha e depois seu corpinho.

— Por que ela está chorando tanto Sara?

Só fazia alguns poucos instantes que o banho havia começado e Grissom já estava desesperado com aquele berreiro todo da filha.

— Gil criança chora no banho, querido. - ela tinha lido algo sobre isso.

Apavorado Grissom se virou para sua mãe e gesticulou se era normal Lis está chorando desse modo durante o banho. Beth lhe respondeu com um sorriso, que era completamente normal e mais que esperado choros da bebê durante o banho.

Apesar dessa resposta o pai de primeira viagem não ficou menos angustiado. E quando alguns minutos depois o banho enfim acabou, foi um alívio enorme para Grissom que já aguardava com a toalha aberta para pegar Lis.

Sara lhe entregou a filha e mais que depressa Grissom envolveu Lis na toalha e a embalou para que ela parasse de chorar.

— Pronto, minha menina. Acabou!... Shiiii... Acabou! - ele tinha um lado do rosto encostado a testa molhada de Lis, que devagar foi parando de chorar.

Estampando sorrisos discretos Sara e Beth observaram Grissom acalmando Lis. Ele ainda parecia angustiado pelo pequeno show que sua menina deu no banho.

— Será que toda vez ela vai chorar assim para tomar banho, Sara? - ele olhou preocupado para esposa.

— É só agora isso, querido. Daqui a pouco ela se acostuma. Venha, vamos vesti-la.

A esposa e a sogra seguiram a frente de Gil em direção ao quartinho de Lis. O pai fez questão dele mesmo enxugar e vestir a filha. Ele queria ser participativo. Fazer as coisas para sua menina. Sua esposa deixou e esperou que ele logo pedisse sua ajuda na tarefa, mas para sua surpresa ele não fez isso.

Sara e Beth ficaram bobas de ver sua destreza. Grissom enxugou cada dobrinha de Lis com cuidado e delicadeza. Parecia até que ele já tinha feito aquilo uma porção de vezes. Depois colocou a fralda na filha e o fez perfeitamente, assim como, na hora de vesti-la com a roupinha que Sara havia separado: uma camisetinha, calça e os sapatinhos de abelhinha.

Toda sua ação era meticulosamente bem feita. E o melhor e mais impressionante, era ver que Lis não reclamou uma vez sequer. Ela ficou quietinha durante boa parte do serviço do pai, que ia conversando com ela de um jeito todo carinhoso e especial que encantava de ver. A bebê foi reclamar mesmo quando Grissom passou o cotonete em seu ouvido e nariz para limpá-los. E para completar o serviço, o supervisor penteou os poucos cabelos da filha colocando em sua cabeça a tiara com um pequeno laço que a filha ganhou ontem de Lilly. Depois, para finalizar passou a colônia de lavanda em Lis.

— Prontinho! Papai terminou. - ele pegou Lis no colo e se virou para encontrar sua esposa e sua mãe, ambas lhe encarando com ar de surpresa. - E então como me saí?

Beth gesticulou rápido com as mãos uma resposta que arrancou um sorriso orgulhoso de Grissom.

— Mamãe acabou de dizer que mereço nota mil. - ele traduziu para que Sara entendesse e ela assentiu. Havia entendido mesmo ele não traduzindo. - E você, querida. O que achou? Qual nota mereço? - indagou, entregando Lis a avó que pediu para segurá-la.

— Achei que você foi incrível, amor. Tô boba com você. Merece nota um milhão. - ela o abraçou e lhe deu um beijo. - Onde aprendeu a fazer essas coisas tão bem?

— Vi alguns vídeos na internet, quando você dormia ou não estava por perto. Queria te surpreender.

Em cada oportunidade que tinha nesses últimos dias, ele via em seu celular alguns vídeos de como trocar e vestir o bebê tanto se fosse menino quanto fosse menina.

— E conseguiu me surpreender demais.

Eles sorriram e depois se puseram a observar Beth brincando com a neta em seus braços. A mãe de Gil parecia encantada com Lis desde que a viu. Seus olhos adquiriam até um brilho extra sempre que a senhora carregava ou simplesmente olhava para a neta. Era bonito de ver.

— Lis já virou o xodó da vovó.

— Acho que ela assim como você, torcia para vir uma menina.

Ele apenas olhou para a esposa e sorriu, abraçando-a mais apertado em seus braços.

****

Sara terminava de se vestir depois de um bom e revigorante banho para aplacar o calor que fazia àquela tarde na cidade, quando ouviu uma batida na porta do quarto e segundos depois sua sogra aparecia.

"Posso lhe mostrar uma coisa?", ainda da porta gesticulou Beth devagar para a nora entendê-la.

A esposa de Grissom conseguiu entender perfeitamente a pergunta e assentiu em resposta.

Seu marido vinha lhe ensinando libras desde que souberam da vinda de Beth há algumas semanas. Sara se esforçava bastante para aprender rápido e estava indo muito bem. Tinha coisas que a sogra dizia que ela já entendia fácil, como por exemplo agora. Mas outras nem tanto. Ela sabia que ainda tinha que aprender um bocado. E estava empenhada a isso para ter autonomia de "falar" com a sogra sem que o filho dela fosse sempre o mediador das conversas das duas.

Sara viu Beth entrar em seu quarto e só então notou-a segurando um envelope pequeno, que ela prontamente lhe estendeu quando parou a sua frente. A esposa de Grissom pegou da mão de Beth o envelope e de dentro dele puxou uma pequena foto já amarelada pelo tempo, onde se via um bebê rechonchudo dormindo no colo de alguém, que não aparecia na foto somente seus braços segurando o bebê.

"Este é Gil quando nasceu.", revelou Beth quando Sara lhe olhou já desconfiando quem fosse o bebê.

A esposa do supervisor sorriu e voltou seus olhos para a fotografia.

Havia uma razão especial para Beth estar mostrando à nora aquela fotografia, que trouxe consigo de Santa Mônica. E esperava que Sara descobrisse sem que fosse preciso lhe dizer nada. Mas caso o contrário ela lhe contaria. Só que não foi preciso.

Observando mais detalhadamente a foto de Grissom, Sara não demorou a ir percebendo muitas semelhanças entre o marido recém nascido e Lis. Logo ela começou a entender a possível razão da sogra lhe mostrar aquilo.

— Lis é quase uma cópia de Gil. - ela disse pausadamente e olhando para Beth.

Sua sogra assentiu com um sorriso e enxugou o rosto de Sara, que sem perceber estava chorando de emoção.

Quando Beth viu Lis achou-a parecia com Grissom quando ele nasceu. Foi olhar para a neta ontem e enxergar nela seu menino recém nascido. Teve que se segurar para não chorar de emoção por tal semelhança. Se sentiu por um momento como se tivesse voltado muitos anos no tempo e parado bem no dia mais importante de sua vida: o dia do nascimento de seu menino.

— Já mostrou ao Gil? - Sara apontou a fotografia.

Com a cabeça sua sogra negou. Ela queria primeiro que sua nora visse aquilo.

— Vamos mostrar a ele? - propôs segurando uma das mãos da sogra que sorrindo assentiu em concordância.

As duas seguiram de braços dados à sala onde Sara havia deixado o marido com Lis antes de ir tomar banho.

— Gil vai ficar mais bobo ainda com a filha quando ver essa foto - comentou Sara à Beth enquanto vinham pelo corredor. Sua sogra concordou com ela.

Elas chegaram na sala e se depararam com uma cena linda: Grissom dormia esticado no sofá segurando Lis, que dormia de bruços e só de fralda sobre seu peito.

Sorrindo ambas se olharam cúmplices e enternecidas com aquela cena.

Tal imagem perfeita, fez o coração de Sara se aquecer de amor e ternura. E, ela se viu mais ainda apaixonada por aquele homem. Porque se antes ele era só o amor da sua vida, agora ele também era o pai de sua filha. E tinha plena certeza de que Lis o amaria tanto quanto já era amada pelo pai.

 

FIM

 


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Notas finais do capítulo

*A versão na qual me refiro foi a do Sam Smith (amo tanto esta, quanto a versão original do Elton John, mas a do Sam Smith ganhou meu ❤);

A maioria de vocês foi certeira em suas apostas. Parabéns!

A minha decisão por ser menina o bebê já estava sacramentada antes mesmo da fic ir para o papel. E vocês não tem ideia de como eu torci para que cravassem suas apostas em um menino. Mas, vocês foram justo na minha escolha kkkkkkkk.

Bom espero que tenham curtido e gostado do que leram.

E quero desejar antecipadamente um feliz Natal à cada uma de vocês.

Um super beijo e nos encontramos na oneshot 04 intitulada de: Doce Lis.

Até mais.



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