Galactica escrita por G V Gomes


Capítulo 5
Capitulo 5 - A simulação e a "melequenta".


Notas iniciais do capítulo

Eai galerinha?
Espero que gostem desse capitulo.



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Deviam ser dez horas da manhã, o sol brilhava no céu, as folhas eram verde-vivo, nem mesmo as plantas de Cibele eram daquela forma, eram tão... naturais.  E os pássaros, abelhas e cigarras pareciam compor a mais bela das sinfonias,s o cenário em si já era digno de pinturas; Ludi, Érika e Callie jamais poderiam sonhar em estar em um lugar como aquele.

—Não sei que lugar é este. -Yoon tentava reconhecer qualquer coisa; as árvores, os pássaros e até os insetos; nada. Não estavam em nenhum lugar que ele conhecia. Apesar de ter nascido na Coréia Unida, o Japão era um lugar extremamente caro para se viajar, e visitar o lugar nunca foi uma das prioridades.

—Eu também não. -Dominic liderava o grupo que subia pela colina por onde os pássaros cantavam; do outro lado da colina havia um lago cristalino, parecia que tinha expandido de tamanho, ocupando duas crateras. Eles nunca haviam visto como igual, era magnífico, uma obra prima da mãe natureza.

—É lindo. -Érika só havia conhecido a Terra pelos livros e informações divulgadas pela ONU e pela Federação Galáctica. Estar ali para os habitantes de outros planetas era um sonho, pois os documentos para ir ao planeta eram mais caros do que o valor de uma casa em Saturno.  O que ele não sabiam era que estavam vendo o resultado da queda de um cometa; Itomori era uma cidade erguida no ano 443 no Período de Yamato, ao redor de uma cratera, que formou o lago Kohaku, a maioria dos edifícios na área eram de casas familiares com no máximo 2 andares, o terreno da cidade em si era principalmente rural, com terras agrícolas e jardins que cobriam o espaço entre as estradas e as casas. Até que no dia 4 de Outubro de 2013 um cometa, que passava pela Terra se fragmentou colidindo com o local, criando uma outra cratera, onde outrora estava a maior parte da cidade. O incidente ficou conhecido como “Tragédia Cometa”, 750 pessoas morreram no incidente, a cidade foi abandonada e a natureza engoliu o que sobrara da cidade, sepultando os mortos nas águas do lago Kohaku.

—Veja, parece que o lago engoliu a cidade… -Yoon via o lago, azul cristalino, calmo e majestoso, mas também via prédios destruídos, com exceção de dois prédios; uma escola e um armazém antigo caindo aos pedaços.

—É estranho. -Dominic via enormes pedras espalhadas no lago e no que tinha sido os arredores da cidade, não havia sinal dos Anã-Branca. Estavam no alto da colina, uma vista privilegiada, onde antes da tragédia, os casais apaixonados viam o pôr do sol.

—Merda. -Uma rajada de feixes de luz passa por eles, quase os acertando, os disparos vieram de Zyra que corria na direção deles por detrás da colina, Henzo acompanhava ela como sua sombra, talvez estivesse ali para cobrir as costas dela.

—Corre!-o grupo dispara em direção do armazém abandonado, saltando por pedras, bicicletas quebradas cobertas por ferrugem e se abaixando para desviar dos tiros de Zyra. Eles chegam até o velho armazém abandonado, quase engolido pelo lago.

—Okay, eu tenho um plano. -Yoon chamou todos para junto dele, estavam abaixados próximos de caixotes velhos e de tomates podres. -Nós precisamos nos dividir, um grupo toma conta da nossa bandeira e o outra vai tentar capturar a bandeira deles. -O plano era racional, talvez o mesmo havia sido planejado por Ryan. Eles estavam em cinco, então o grupo de defesa teria de ser maior, porém o grupo de ataque tinha de ser capaz de executar a missão; talvez, ele e Calliope e Ludi ficassem e Dominic e Érika fossem atacar.

—E quem te colocou no comando? -Dominic questionou o coreano de forma agressiva, ele não gostava de ser submissão a alguém, ainda mais alguém que só estava duas ordens acima dele, era como se fosse obrigado a obedecê-lo porque Yoon fosse cinco centímetros mais alto.

—Tem uma idéia melhor? -Yoon respira, tentando colocar as ideias no lugar. Diferenças de opiniões não deviam ser desencorajadas, se quisesse ajudar tinha que ouvir o que Dominic queria dizer.

—Não viu a cara deles, eles preferem nos caçar, do que tentar roubar nossa bandeira. -Dominic estava irritado com aquilo, Yoon queria uma manobra defensiva, mas Dominic preferia uma manobra mais ofensiva, a melhor defesa é um ataque mais forte do que a do inimigo.

—Então seu plano é caçá-los, enquanto eles nos caçam!? -A frase parecia tão maluca e absurda que talvez desse certo.

—Gente…-Callie tenta chamar a atenção dos dois que pareciam disputar por um osso, ela ouvia os passos de Zyra e de Henzo se aproximando.

—Aí… -Ludi senti um beliscão na coxa direita, a dor crescia na perna, a deixando dormente, em questão de segundos Ludi não movia as pernas, seu EXOS estava travando. Assim que ficou completamente paralisado inúmeros feixes de luzes passam por Calliope e Érika.

—Nos acharam. -Yoon olha para Ludi agachado no chão, ele não se movia. -Vamos! -Novamente eles começam a correr, desta vez para longe do armazém. Érika correu até não poder mais, quando deu por si o grupo tinha se separado. Calliope tinha ido para o lago, Dominic correu para outro prédio abandonado, ela estava correndo atrás de Yoon quando tropeçou e caiu colina abaixo; perdendo a pistola em algum lugar. Agora ela estava sozinha no que parecia um vale, um uma cratera vulcânica, com um lago e uma árvore. Parecia um lugar isolado, seguro. Começou a correr para lá, o lago não era fundo, a água batia nos joelhos dela, conforme se aproximava via um tecido branco tremular na copa da árvore, era a bandeira dos Anã-Branca. Poderia vencer aquilo, o pensamento só saiu de sua mente quando um feixe de luz vermelha passa por ela.

—Olá, Érika. -Augustus diz com um sorriso cheio de malícia, provavelmente, Ryan decidiu que o rapaz ficaria para proteger a bandeira.

—Droga. -Ao ver o garoto Érika quis correr para outra direção, mas ele já havia visto, e o que ele fez em seguida tirou todas as opções que ela poderia ter.

—Encontrei a última. -Ele diz para o pulso, um comunicador. Após um brilho branco houve uma resposta.”Acabe com ela.”, era a voz de Ryan, ele devia estar enfrentando alguém, pois foi mais um berro do que uma ordem. “Não faça idiotices, Augustus”, a última foi a voz do irmão dele, devia estar correndo entre as árvores. -Você me conhece, irmão… -Ele volta a atenção para Érika.-Você é corajosa. Adora isso em uma mulher. Mas… -Érika corre na direção de Augustus, precisava conseguir a pistola dele, se quisesse paralisá-lo, a única forma de conseguir isso era levar o garoto para combate corpo a corpo, por mais estranho que fosse ele não tentou atirar nela, ficou olhando ela correr em sua direção comendo olhar que a olhava enquanto vestia o EXOS. Érika se lançou em uma joelhada na boca do estômago dele, se não fosse pelo EXOS dele, Augustus teria vomitado depois de bater as costas no tronco da árvore, ela ainda tentou acertar um chute no rosto dele girando o corpo, mas ele rolou para o lado.-Nada mal para uma mulher. -Ele salta e acerta um chute em Érika, os dois começam a trocar golpes; ela usava de karatê, enquanto ele usava movimentos de kickboxing, os dois eram incríveis acertavam golpes e recebiam golpes poderosos, os EXOS ampliavam a força dos movimentos os tomando mais fortes. Estavam assim por trinta minutos, até que Érika acerta uma voadora no peito de Augustus, ele cai no chão, apesar do traje de proteção o golpe foi sentido por seu corpo. Enquanto o oponente agonizava no chão, Érika pega a pistola do chão, estava presta a acertá-lo, quando senti um beliscão crescer de ombro e preencher o corpo inteiro, seu EXOS se contorce e ela fica travada, com a pistola do garoto na mão. -Droga, Octavius. Eu disse que cuidava dela.

—Você? -Octavius caminha até o irmão que começava a se levantar, ele balançava a cabeça em total negação. -Precisa parar de pensar mais com o pênis do que com a cabeça. -Octavius aponta a própria pistola laser para a virilha do irmão e atira. Augustus sente um beliscão nos testículos e começa a gritar de dor até seu EXOS travar.

…...SIMULAÇÃO ENCERRADA…..

—Mas que droga foi essa!? -Augustus estava furioso com Octavius, apesar de estarem flutuando ainda ele se esforçou para intimidar o irmão mais velho.

—Porque atirou em um aliado? -Ryan também parecia estar nervoso com o garoto, fogo amigo era uma das coisas mais imprudentes e imaturas, e ele não podia permitir que alguém agisse daquela forma em seu esquadrão.

—Cala boca, Ryan.-Octavius diz em total desprezo, por mais que estivesse certo, os outros sempre ficavam do lado de Augustus.

—Ele está certo, Oct.-Henzo tenta intervir na discussão dos irmãos de Saturno, sua voz era firme de marcava presença.

—Controla seu cachorro, Zyra. -A discussão dos dois estava quase evoluindo para uma luta, Dominic assistia a tudo, mas não queria dar uma palavra, estava nervoso com Yoon. Érika, Calliope e Ludi ficaram tentando descer, mas o EXO ainda estava magnetizado.

—Ou o que?-Henzo estava ficando nervoso com aquela coisa toda, porque os gêmeos não simplesmente podiam obedecer.

—Vocês foram um fracasso total, -A voz de Lisher corta qualquer frase que saísse da boca do Esquadrão Anã-Branca. -Ludi, deixou se distrair com o ambiente, Dominic e Yoon, ficaram tão ocupados discutindo pela liderança e não ouviram Zyra chegar. Calliope, estava tão preocupada em encontrar a bandeira do outro esquadrão que acabou denunciando a própria posição para Ryan. Érika, estava tão concentrada em encontrar abrigo que deixou sua pistola cair, entretanto foi a única que esteve perto de eliminar alguém do outro time. E agora chegamos aos irmãos Sharkandor, -havia uma raiva diferente na voz dela. - Augustus você se deixou levar pelos sentimentos e Octavius, nunca deve atirar em um aliado. Henzo e Zyra, você foram imprudentes quando acertaram Ludi, poderiam ter derrubado o prédio todo. -A Comandante liberou os EXOS da força magnética, os deixando cair. -Essa simulação foi uma total perda de tempo. Agora, voltem para seus dormitórios. Espero que amanhã, todos vocês ajam como uma equipe. -O esquadrão novato foi liberado por Lisher para ir para o dormitório, enquanto o outro ouviria mais palavras dela. Todos entraram no dormitório em silêncio, Sony estava ali, parecia tentar consolar o grupo.

—Eu sinto muito, acompanhei tudo pela rede… -A voz de Sony estava triste pelo resultado, tinha esperanças nos jovens.

—Nós conseguiriamos se você me escutasse. -Dominic empurra Yoon pra parede, estava segurando a gola da camisa, todos se assustaram com a atitude dele

—O que!?-Todos estavam perplexos com o que viam, Yoon parecia não querer reagir as ameaças e a raiva de Dominic.

—Ei…parem- Ludi corre para tentar separar os dois, porém Dominic era bem mais forte do que ele.

—Parem!-Calliope tenta levar razão a cabeça do americano.

—Chega! Não vão conseguir nada brigando entre vocês. -Sony separa os dois, Dominic tenta manter as mãos em Yoon, mas Sony era mais forte, os separou como se fossem duas crianças os lançando, cada um em sua própria cama.

—Ouviram a comandante Lisher, precisam agir como uma equipe.-Calliope relembra como se fosse a mãe de duas crianças que tinham de levar o lixo pra fora.

—Não sou da equipe desse coreano retardado.-Dominic estava ofegante, odiou ser derrotado. Aquilo não podia acontecer de novo, devia isso a sua mãe e ao avô...

ROD. COLONIAL GOVERNADOR TADEUS UR, ENTRE RÔMULO E GALILEU,

LOCALIZAÇÃO: MARTE.

—Senhor, estamos chegando em Galileu. -Anunciou um loiro de olhos claros que conduzia o veloz Mercedes planator, o carro branco flutuava firme dentro da rodovia marciana que ligava Rômulo com Galileu. O cenário fora da rodovia era vermelho e morto, o sol começava a iluminar o lugar. Não parecia que estavam chegando às portas da colônia tecnológica. Thales era militar desde os 18 anos terrestre, tinha nascido em Júpiter e devido a seu próprio esforço e competência fora indicado para trabalhar com Christian, e o velho militar o pôs para ser seu motorista no planeta vermelho, afinal um piloto deveria ser capaz de conduzir um carro pelas ruas do planeta. E por incrível que parece, Christian o tinha como filho, sempre conversavam sobre a vida e tudo mais, mas aquele dia era diferente, haviam acordado cedo,  ainda dormia quando o velho bateu na sua porta, dizendo que teriam que ir para Galileu resolver um “probleminha”. Haviam saído às quatro horas da manhã e estava “rodando” já a três horas; de todas as colônias de Marte Galileu era a mais distante da capital, ficava próximo de Valles Marineris. Mas a distância não era o problema, o silêncio era. Já estavam entrando na colônia, tinham de passar pelo distrito 9 até chegarem no distrito 5. Galileu tinha se desenvolvido igual Remo, os pobres não ficavam no centro, e sim ao leste, próximo dos portões da colônia, quase com se estivessem sendo expulsos.

—Ótimo.-Christian estava com um ipad na mão, tinha o rosto de uma mulher de cabelos escuros e curtos, na altura dos ombros, com mechas azuis e arroxeadas discretas, seus olhos azuis eram arredondados, expressivos, de aspecto enganosamente gentil. Seu rosto é arredondado, o que torna seus traços muito leves. Christian sabia do passado da garota. Projeto Plutão, o experimento mais desumano já realizado pela Federação, iniciado pelo agora Marechal Orpheus, ele e Christian já trocaram socos no meio de uma coletiva de imprensa. -Sabe garoto, estou com fome. -Eles haviam passado pelos portões, devido as bandeiras da Federais não tiveram que parar no controle, estavam em uma das periferias do distrito 9.

—Quer parar aqui, senhor!? -O sistema de mapa do veículo guia Thales até uma padaria local, seu exterior não era muito atraente, nem mesmo a rua onde ela estava.

—Fique no carro.-Christian se despede abrindo a porta do carro que mal havia estacionado do lado de fora do estabelecimento. - Não pretendo demorar. -Thales estava quase saindo do carro até que veio a última ordem; não demorar significava, missão secreta; missão secreta significava, se ele não saísse em quinze minutos Thales devia entrar para tirar o corpo dele de lá de dentro.

—Sim, senhor.

A padaria em si não era muita coisa, além dos lugares no balcão haviam dez mesas para que os cliente pudessem de sentar e comer, só tinha um cliente, uma garota; a mesma do documento que estava lendo dentro do carro.

—Bom dia, senhor o que vai querer? - Um garoto de avental corre até Christian, era bem baixinnho, devia ter uns onze ou doze anos.

—Uma xícara de café.-Assim que ouviu o pedido escreveu-o digitalmente em uma tela e disparou para dentro da cozinha. -Poderia me sentar, aqui? –Christian questionou a garota, estava de pé a frente dela. Ela mexia em uma tela holográfica, ele só viu algumas informações do que estava ali, pois assim que abriu a boca ela fechou a tela.

—Não.

—Vou me sentar, mesmo assim. –Christian já tinha realizado inúmeras missões de captura, só tinha de encontrar uma estratégia que se adequasse para a garota.

—Perdeu alguma coisa? –Ela questionou ao ser encarada por alguns minutos, desde criança odiava ser encarada;

—Pelo contrário, senhorita Naneki Moi, acabei de encontrar.  -Houve um momento de silêncio, Naneki encarava o militar como se fosse um lobo prestes a disputar a posição de alfa. Ninguém piscava, estavam analisando o ambiente e a situação, ele procurava um sinal de resistência, já ela sentia seu coração acelerar, não queria voltar a ser o que era. Então o barulho de uma bandeja caindo no chão soou como uma companhia de boxe. Naneki levanta a mesa jogando tudo em Christian. -Mas que… -Christian acerta a garota com o soco, na verdade um reflexo por causa da atitude dela. Em resposta ela salta na direção do militar, ela o derruba em outra mesa, enquanto a mesa, as cadeiras e os talheres caiem, ela pega uma faca e lança na direção dele, que se não tivesse rolado para o lado, teria a faca cravada na testa, assim como a madeira da cadeira centímetros à esquerda. Naneki chuta a mesa para fora do caminho e tenta acertar Christian com outro golpe, mas o velho combatente se levanta e dá dois socos nela, o que a fez cair de costas. -Muito bem, já cheg… -Ela puxa o pano da mesa que estava sob os pés de Christian o fazendo cair em cima de uma das cadeiras que tinham sido jogadas no chão com a luta dos dois. Ele sentiu aquilo, ficou no chão gemendo de dor.

—Desculpe a demora… -Luka sai da cozinha com uma bandeja, mas para ao ver que as mesas estavam destruídas e que o cliente estava no chão.

—Luka, sem café pra ele hoje.-Naneki manda o menino voltar para a cozinha com um aceno de cabeça. Ela pega algumas coisas suas que acabaram indo parar no chão, enquanto Christian sentia uma dor ardente na costela.

—Parada! -A voz de Thales surge da porta de entrada da padaria. Naneki estava em apuros, tinha que correr fugir dali o mais rápido possível...


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Notas finais do capítulo

Temos algumas atualizações no site; as fotos de Naneki e Thales e a adição das informações do personagem de Eu voltei.
Também coloquei uma pagina teste para que nossa interação possa ser maior, talvez onde eu possa responder a perguntas e tudo mais....