Galactica escrita por G V Gomes


Capítulo 7
Capitulo 7 - Shadows from the past


Notas iniciais do capítulo

Fiquem calmos, eu estou aqui...
Trabalho, Faculdade e escrita são coisas difíceis de equilibrar. Como não vou pra faculdade essa semana, aqui está o esperado capitulo.



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O refeitório do setor era diferente dos demais refeitórios espalhados pela estação, ali os oficiais superiores e os demais agentes especiais socializavam uns com os outros, outra diferença era a qualidade da comida; uma vez que os presentes comiam pratos e especiarias das diversas localidades da Federação, todos feitas e criadas por uma avançada impressora de alimentos, diziam que o gosto não era o mesmo, mas chegava perto. O lugar estava repleto de militares, talvez tivessem retornado mais cedo de suas missões devido o feriado, Ludi estava na fila para se servir, a frente dele estava o coreano Yoon e atrás Dominic, os dois não trocaram palavras desde a noite anterior, o que criava uma tensão no grupo; Calliope e Érika se mantinham do lado de Yoon, já que ele foi consciente de suas ações e até havia convidado Dominic para oferecer um plano melhor, Ludi no entanto se mantinha neutro mediante o conflito, apesar de sempre estar entre os dois e servir de esponja. Ouviu Yoon explicar seu ponto de vista e ouviu Dominic criticar e expor seu modo de pensar, ele era um pouco intimidador, mas tinha uma linha de raciocínio certa. Afinal, Sony havia dito que ninguém havia sido nomeado como capitão da equipe, logo Yoon se precipitou ao começar a dar ordens, mas isso não justificava o ato do americano. “SELECIONAR PRATO”, anuncia o monitor holográfico, haviam diversas opções, cada uma separada por planeta, país, colônia, estado, província e cidade, desde Texas Burger à Polvo Croniano. Yoon pegou seu prato terráqueos favorito; "Bibimbap", quando estava na academia Ludi havia ouviu falar de um prato extremamente delicioso de origem brasileira, o pão-de-queijo. A máquina materializa cada fibra do alimento, com precisão e exatidão. Ludi mal acreditava no que via, enfim iria se deliciar com aquele prato. Seguiu Yoon até uma mesa que tinha acabado de ser esvaziada, sentou à direita de Yoon, Dominic vinha logo atrás e ficou na cabeceira oposta a do coreano. Érika se sentou à frente de Ludi e pode ver por cima da ombro dele a mesa onde o esquadrão Anã-Branca estava; olhou diretamente nos olhos de Henzo, todos estavam comendo, não havia algazarra ou brincadeiras dos gêmeos, pelo contrário, eles estavam calados, mal olhavam para fora da própria mesa. Enquanto Éris se distraia com a cena na outra mesa, Callie encarava o assento vazio na mesa, quem será que iria preencher não só a cadeira, mas também a vaga no esquadrão, será que a pessoa seria capaz de trazer a paz para o grupo… Não havia muito o que fazer ali, a única opção era comer em meio o clima tão tenso que a faca que eles tinham nas mãos poderiam ser usadas para criar um janela. Por mais desconfortável que fosse, o grupo até conseguiu iniciar o desjejum, quando um dos integrantes não aguentou mais a tensão.

—Chega! Eu não aguento mais! -Ludi anuncia assustando a todos. -Eu não aguento mais, não consigo comer meu pão de queijo assim. Vocês precisam resolver isso! -Ludi aponta para os dois nas cabeceiras das mesas. A voz do menino de Remo falhou, na verdade, desde a discussão, sua mente estava sendo inundada por memórias de sua infância, momentos antes do divórcio dos pais. -Vocês ouviram nossa babá eletrônica, a Presidente não nomeou um capitão, se vocês querem colocar o nome de vocês em pauta, mostrem o que podem fazer, não sei… revezem o posto, ou tirei na moeda, eu só não aguento mais vocês brigando, pai…-Assim que vê que diz “pai”, Ludi sai do refeitório, deixando o grupo para trás.

—”Cara”... -Yoon tenta se levantar para ir atrás de Ludi, apesar de ter se movimentando rapidamente, pode ver Dominic se mexendo, parecia preocupado.

—Não, nós vamos ver como ele está.-Calliope ordena, segurando o coreano na cadeira, não estava sorridente, mas séria, assim como uma mãe que repreendia os filhos com o olhar.

—Vocês resolvam isso.-Érika olha para Dominic o fazendo se arrepiar, ele sabia que estava errado, mas admitir seria difícil.

—Você está bem?-Calliope pergunta colocando a mão no ombro de Ludi, ele estava sentado na cama do dormitório. Seus olhos estavam vermelhos pelas lágrimas.

—Meus pais, se divorciaram por minha causa. - a voz do marciano estava trêmula, sua infância havia sido traumática.

—Não, não pode ter sido por sua causa. -Callie tenta consolar o garoto, era no mínimo estranho. Afinal estava na cara que ele estava afim dela, e por mais que ela negasse a si mesma, Calliope tinha uma certa quedinha por garotos de cabelos louros, porém ele era inseguro.

—Eu tinha sete anos quando minha mãe nos levou para casa da tia Tya, e lá eu e meu primo acabamos... -Ludi começa a falar sobre seu passado, estava contando sobre seus dias na gangue Asters quando se lembra de tudo que fez com a gangue de rua; o que resultou em duas prisões.

—Sony, pode ajudar com alguma coisa? - Callie olha para a Androis que estava em pé, aguardando alguma ordem ou comando, ela queria ajudar, mas não sabia como.

—Posso tentar…-ao ouvir o comando da garota Sony entra na rede da Federação em busca de qualquer coisa que pudesse ajudar na situação.

—O que está acontecendo? -Érika chega ao quarto e vê Sony com seu visor repleto de luzes azuis, Ludi olhava para o vazio, na verdade enfrentava seus fantasmas na gangue Asters, enquanto Callie o olhava, tentava imaginar tudo pelo que ele tinha passado.

—Senhor Royalfield, você tem cento e trinta e três mensagens não lidas, em uma delas sua mãe, Siena Tyler diz que se mudou para Rômulo e está morando com seu pai,Chase Royalfield; a data da mensagem é de dois meses atrás.

—O quê!? -ele exclama, era impossível, havia checado suas mensagens antes de ir para o refeitório, para ter certeza se levanta a abre suas mensagens na tela de seu armário; não haviam mensagens novas. -Impossível, eu não tenho novas mensagens.

—As mensagens possuem um filtro ativado por um oficial superior. -Sony aponta para um ícone na caixa de entrada, um pequeno triângulo. No momento em que ouvem aquilo, todos os três pensam a mesma coisa..."Lisher", parecia que eles estavam sendo isolados do resto das pessoas.-Todos vocês possuem o filtro do oficial superior. -Sony afirma apos analisar o a caixa de entrada de todos do esquadrão, aquilo significava realmente a tentativa de isolamento.

—Pensei que tinhamos direito de privacidade... -Érika diz, ela conhecia os métodos da Federação, mas aquilo parecia muito injusto, por outro lado, na época que esteve com seus pais no laboratório ouvia dizer que "a privacidade é um merecimento e não um direito".

—Oficial no local. -Sony anuncia interrompendo uma conversa que estava quase começando entre Ludi e Érika.

—Descansar. -Ryan diz ao entrar junto Yoon e Dominic, estavam mais "resolvidos" do que antes. Ryan tinha aquela cara de nobre que estava se misturando com a plebe. Foi só então que Calliope soube que conhecia ele, deviam ter estudado na mesma sala no ensino fundamental, e pelo jeito que ele a olhou, também se lembrara dela.

—Ryni, o que faz aqui!? -Callie pergunta, a forma que ela diz chama a atenção de Érika e do próprio Ryan, mas havia uma questão mais importante a ser resolvida.

—Nós conversamos e… -o coreano começa a explicar, procurando as palavras certas para serem usadas.

—Iremos revezar a liderança, enquanto não temos um capitão nomeado. -Dominic diz dando fim ao pronunciamento de Yoon, que tentava encontrar palavras e termos técnicos.

—E o que ele faz aqui? -Ludi pergunta irritado, estava claro que ele não gostava do venusiano prodígio, o que revelou que também havia escutado a forma que Calliope tinha chamado o garoto.

—Ele…

—Eu ajudei a chegar neste acordo, já que você gritou pro refeitório inteiro ouvir. -ele responde peitando Ludi de frente. - E Lisher me informou que teremos uma simulação em conjunto, não quero que percamos por causa de desavenças bestas. -a afirmação foi direcionada para Yoon e Dominic. -Pensando nisto, acho que seria uma boa ideia almoçarmos na mesma mesa, assim poderíamos nos conhecer melhor. O que acham? -Todos se mantiveram em silêncio, estar em uma mesa com o A.B. seria um desafio enorme.

—Yoon, você manda hoje. -Dominic olha para Yoon, todos aguardavam a resposta do gigante asiático.

—Estaremos lá.

2 meses atrás

Cibele, Saturno

As luzes piscavam dentro da cobertura do Cassino Gales no coração de Cibele, a colônia antes criada para ser exemplo em agricultura, agora se tornara líder em desenvolvimento humano. Governada pelo russo Ivan Nikolaevich, que mantinha seu governo de forma neoliberal fazendo de Saturno o planeta mais próspero do sistema de colonias da Terra. No momento Ron Melek, um experiente agente de campo da Federação, havia se tornado tenente e agora se tornara agente de infiltração, o "famoso e odiado" espião. Sua missão foi entregue por Christian a pedido de Katherine, antes dele ser afastado pelo Marechal, Ron permaneceu no campo até a segunda ordem de Katherine. Ron era um homem quase ruivo, corpo nem tão definido, no momento estava apoiado na grade de proteção, fitava o horizonte, as luzes da cidade e os campos ao longe, podia reconhecer algumas constelações daquele céu, como peixes e… . “Como podiam se divertir daquela forma, em plena guerra fria galáctica!?”, as pessoas ali dentro dançavam, bebiam e até riam como se fossem únicos, pensando nisso ele mira a câmera que estava pendurada no pescoço; um antigo e quase sagrado costume de fotógrafos profissionais, ter a câmera A.I. e a câmera digital em mãos, disparou alguns flashes para as pessoas e outros para o cenário de êxtase. As pessoas não se importavam muito, fingiam que nada acontecia, exceto a filha do governador, Aleshaeva Nikolaevich, uma mulher que possuía rosto e corpo angelicais, nascida em  Novyy Kiev. Ela era assistente das indústrias Manchester T.I., e Ron havia sido “contratado” como fotógrafo para as peças da empresa, desde então Aleshaeva se mantinha próxima dele, muitos até diziam que ela tinha uma “queda secreta” por ele.

—Mílêy, está gostando da festa? -a loira dá uma forte abraço em Ron, ele pode até mesmo sentir o cheiro de Golden Blue Roses, um perfume caro produzido pela Eros Fragrance pelo custo de 550,00 dólares.

—Desculpe, Alesha. -ele retribuiu o abraço de forma contida, mas podia jurar que ela havia tentado roubar-lhe um beijo, o que já era de costume. Desta vez acabou não reclamando como das outras vezes, só por ser aniversário dela.- Eu acabei não comprando um presente.

—Pode me dar uma foto. -Alesha faz poses mandando beijos e dançando, ela era bem diferente do pai, alegre e dada a festas e a curtição, enquanto o pai era rígido e sem emoções. Os dois ficaram ali por vinte minutos inteiros, foi o único momento em que Alesha não estava com as chamadas "cheetas", as garotas que ficavam no escritório junto dela e na pista de dança.

—Posso roubar minha filha por um segundo?-a voz carregada e roca faz a mulher se assustar, era seu pai junto de sete seguranças, o poderosos governador Ivan. Ron, não nutria muita simpatia para com o homem, na verdade sentia que tinha algo podre na forma que ele governava o planeta.

—Vossa Excelência… -Ron faz um gesto de reverencia, mas é interrompido pelo próprio governador.

—Então você é o famoso Roger.-Ivan diz, olhando para os dois, formavam um belo casal, ninguém podia negar, na verdade Ron era quem fazia essas negações, afinal a primeira regra na espionagem é não se envolver amorosamente nas missões.

—Pai, o que você queria falar comigo…-ela puxa o pai para dentro da festa com o rosto corado de vergonha.

Ron caminha apertado entre os convidados da festa, queria descansar as pernas, sentou-se em uma das mesas repletas de copos de bebidas alcoólicas e líquidos coloridos. Começou a mexer em sua câmera digital M Canon 375, uma câmera inspirada nas joias do século 21. As fotografias era perfeitas, havia um filtro que reconstruia rostos distorcidos e aumentava a nitidez das imagens e formas. Ron, estava gastando tempo olhando para as fotos que tinha tirado de Alesha, porém um rosto no fundo de uma delas chamou a atenção dele; Robert Astréia, o jovem mais procurado por Vênus...

OLYMPUS MONS, CENTRO DA COLÔNIA RÔMULO.

LOCALIZAÇÃO:MARTE

—Dá próxima vez…-Katharine abre a porta com violência, seu rosto parecia um tomate furioso, seus olhos eram como ondas do mar arrebentando no recife. Havia confiado nele e ele, como sempre, colocou tudo em risco e ainda adicionara outro sem sua autorização; tudo bem que o garoto podia ser de confiança aos olhos dele, mas quanto menos soubessem dos planos dela, melhor seria para todos. Eles entraram sem serem formalmente convidados; Thales carregava Naneki no colo, ainda estava desacordada. Caminhou com ela nos braços ouvindo a troca de palavras dos dois veteranos, a deitou com todo o cuidado. Foi quando se deparou com uma fotografia holográfica que estava em uma mesinha ao lado do sofá, uma criança cujo sorriso faltava em dente, brincava no que parecia ser uma praia terráquea; o garoto se parecia muito com a Presidente, que parecia não se importar com a presença dele, Christian gritava avançando contra Katharine, estavam centímetros, não houve recuo da parte dela, então podiam sentir a respiração um do outro. –Vai embora. - a ordem veio com um golpe no rosto dele, o barulho do tapa fez Thales parar de encarar o garoto de olhos alegres. Diferentes dos olhos dele, os dela estavam tempestuosos, a coisa mais sábia era obedecer. Christian já a havia visto desta maneira, não estava realmente brava, era a insônia; provavelmente não dormia devidamente há várias noites, preocupada com o aniversário de Marte e com as recentes investidas dos terroristas. Por conta disso o antigo general caminha para a porta, não queria discutir com ela daquela maneira, já tinha feito aquilo antes e acabaram cavando um abismo entre os dois. Ao ver aquilo, Thales começa a seguir seu velho colega. - Você fica. -a voz dela fez o corpo dele tremer, como se fosse uma criança perante os pais.-General…-ele diz, esperava um ordem do militar, já que Christian era o oficial responsável por ele.

—Não se preocupe, garoto.-Christian abre a porta. - Ela só não dormiu direito.-ouvir aquilo fez um vento frio correr dentro dela, estava acontecendo novamente, as memórias de uma antiga discussão surgem na mente de Katharine, bem como os eventos que se seguiram.

—Herom, Herom…-Kath tenta se acalmar, estava arrependida dos gritos e do tapa, sofria uma pressão extrema de todos, não era justo descontar em Christian, ele a ajudou até mesmo com a doença de Dyo, ele sempre esteve com ela em momentos difíceis.

—Vou ver meu garoto lá em cima.-Christian anunciou fechando a porta atrás de si, por conhecê-la bem sabia que era do que ela precisava, um momento para se acalmar e organizar os pensamentos.

—Thales, sente. -ele caminha atravessando a sala, não havia muitas decorações pessoais, apenas três fotografias duas na parede e uma em uma mesinha ao lado do enorme sofá branco, Thales perdeu tempo olhando para elas; nas paredes, havia uma fotografia antiga de dez jovens recrutas, e entre elas, um garoto que Thales podiam apostar que ser Christian, eles vestiam roupas militares padrão da época e havia uma Android branca com eles, todos sorriam e acenavam. Na outra, Katharine estava de branco, saia de uma igreja sendo carregada no colo por um homem de terno, havia uma chuva de arroz, todos estavam felizes ali. A Presidente era viúva, se havia se casado aos trinta e quatro anos com um político de Júpiter, viveram onze anos juntos até que Earl, morreu devido a uma doença sanguínea, e o fruto do casal, o garotinho holográfico, faleceu da mesma doença anos mais tarde. -Quer… quer alguma coisa? -Kath indica a mesa de jantar que estava pronta para um lanche. -Desculpe eu não devia ter…-não era justa fazer aquilo com o garoto, não tudo de culpa dele. -Pelo visto ela deu trabalho.-Thales tinha algumas feridas no rosto devido a perseguição.

—Ela é durona. -Thales olha para a garota que estava deitada no sofá ainda sobre o efeito do tranquilizante.

—E você também; -Kath se sente e indica uma cadeira para Thales se sentar, -piloto espacial, equipe aquática… -ela estava revendo a ficha dele em um dispositivo no pulso dela.

—Porque estou aqui?-ele se senta a frente dela com visão para o sofá, queria ter certeza de que Naneki não iria fugir.

—Você está aqui por causa de Herom, já ela… -Kath lança um olhar para a garota que começava a se mover lentamente, como se lutasse contra o sono. -Thales me diga, o que pensa sobre a situação atual das colônias?

—Os terroristas ameaçam a paz, também tentam incitar os jovens contra a Federação. –Thales tinha crenças bem radicais, defendia o direito da Terra pelas propriedades planetárias, mas sabia que a Federação devia respeitar e garantir a liberdade e o direito de independência de todos os povos.

—Você fala como um político, sabia? –o sorriso dela era igual a da fotografia. - As coisas são mais complicadas…

—Senhorita... –Naneki começou a despertar, estava se levantando do sofá quando viu a Presidente mordendo um pão integral de Saturno.

—Presidente Striker!? –Katherine vê que a garota estava assustada, provavelmente iria correr dali, afinal passou anos fugindo.

—Peço desculpas pelo transtorno causado. –Kath se levantou a caminhou até ela, lhe deu um abraço carinhoso, uma tentativa de mostrar que não era uma ameaça. -Venha, coma alguma coisa conosco.-Kath a guia pela sala e a sente a seu lado. -Se eu soubesse o que estavam fazendo com vocês...- Naneki sabia do que ela estava tentando se desculpar, mas aquilo havia acontecido a muito tempo atrás, havia criado uma ferida que seria difícil de ser curada. – Ele teria a mesma idade que vocês na época... –os olhos da Presidente se perderam no cenário, como se visse um fantasma passeando atrás de Naneki, Thales compreendeu que ela dizia de Dyo.

—Vocês não se importavam conosco, éramos um experimento, não humanos. –o projeto plutão foi algo terrível para Naneki, sua infância havia sido sugada e transformada em treinos intermináveis.

—Não, vocês eram crianças, e eu falhei com cada um de vocês, cada criança do Projeto Plutão. –houve silencia na sala. -Quando eu me alistei, achava que a Federação era uma ponte entre os planetas, que ela pastorava as colônias e colonizadores, rumo um futuro de igualdade e união, mas infelizmente descobri que ela pastorava a si mesma. Durante anos, lutei para que a Federação voltasse a ser o que seus fundadores idealizaram; e ainda luto para erguer pontes, ao invés de muros. –Katherine olha para o holograma de sua época de esquadrão, podiam ter diferenças, mas venceram todas por um bem maior.

—Por que estamos aqui? –Naneki pergunta, confusa. Afinal havia sido capturada e agora ouvia um discurso sobre a vida da grande Katherine Striker, feito pela própria.

—Vocês gostam tanto desse pergunta. “Por que estamos aqui?” -Striker bebe um pouco de suco e continua. -Essa é uma pergunta que deve ser feita a um pastor de igreja; eu, particularmente, estou aqui em Marte para assegurar a força da diplomacia. Vocês estão aqui, agora, pois serão incorporados em uma missão especial… -novamente ela mexe no dispositivo em seu pulso, criando o busto de Ron. -Este é o Tenente de segunda ordem, Ron Melek. Ele está infiltrado em Cibele. Ron, conseguiu informações sobre a localização do grupo extremista Gray e sobre a possível localização do terrorista Robert Astréia. 

—Robert Astréia!? -A imagem de uma fotografia surge do dispositivo, a mesma que Ron tirara a meses atras. Ao ver o garoto Naneki se espanta, ele estava no top 10 dos mais procurados da Federação.

—Fugitivo desde os 12 anos.

—Exatamente, temos motivos para crer que ele está cooperando com os Gray, o marechal acha que o governo jupiteriano pode estar financiando os terroristas. -Katherine continua seu discurso.

—Isso seria uma violação ao Tratado de Dione. -o garoto afirma desesperado ao ver que a paz que lutava poderia ser destruída.

—Sim, seria. Mas eu não acho que Ebenezar esteja violando nosso tratado. A família dele pode ter lutado contra a Terra, mas ele preza a paz.

—Talvez estejam usando o Presidente como um Bode Expiatório. -Naneki deixa um pensamento escapar pelos lábios.

—Você é esperta, senhorita Naneki. É por isso, que vai liderar o Esquadrão Estrela-que-cai. -Katherine anuncia sorrindo, como se as peças de um quebra-cabeça se encaixassem perfeitamente. -E você se unirá ao esquadrão, senhor Ludwig.

—O que!? -Naneki estava incrédula, passou a vida fugindo da Federação e agora a própria Presidente Federativa estava lhe recrutando para uma missão, e ainda por cima lhe dando a liderança.

—Você possui a capacidade e a competência para tal… 

—Mas… -ela estava estupefata com a noticia, não queria reviver os dias que era usada como cão de caça do Marechal.

—Eu sei, seu passado.-Katherine estava irredutível, não existiam palavras que a fariam recuar agora. Já tomei medidas para que isso não seja um empecilho.

—Quando encontraremos os outros membros do Esquadrão? -Thales pareceu não ouvir a reluta de Naneki, pareceu que no momento em que Katherine lhe deu a missão ele entrou em um modo de meditação, como se avaliasse se aceitaria a missão ou não.

—Eles estão na Estação Palas. Irei pedir para que Christian os leve até o espaço-porto amanhã de manhã. -A Presidente informa se levantando.-Vocês levarão um dia/Terra para chegar lá. -ela estava séria e com um tom de voz firme. -Mandei prepararem o quarto de visitas para você. -ela olhou para Naneki. -Imagino que ira se acomodar em seu quarto, senhor Ludwig.- ela o levou para a porta e se despediu dele, Naneki a aguardou para ter uma conversa, ela ainda estava relutante sobre o assunto. -Volte aqui para o jantar, iremos comer lagosta. -com essas palavras ela se despede de Thales.


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