1977 escrita por June Carter


Capítulo 3
James Potter: o maior pé no saco do mundo bruxo!


Notas iniciais do capítulo

Hello ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771911/chapter/3

 

Depois de um primeiro dia extremamente exaustivo, nós quatro estávamos estirados nas habituais poltronas próximas à maior lareira da Sala Comunal.

— E meus planos de tranquilidade para esse ano foram por água abaixo!— reclamou Prongs, levantando a mão para depois descê-la outra vez, a fim de demonstrar o trajeto percorrido por suas expectativas. — Não posso acredito que Defesa Contra as Artes das Trevas foi aquela meleca!

— Sou obrigado a concordar com você, Prongs. — afirmou Remus, abaixando o livro de Azarações e Contra-Azarações/nível avançado. — Esperava mais ação na aula de hoje, porque, com toda a certeza do mundo, os Comensais da Morte não vão hesitar em nos atacar e nós não vamos poder ficar apenas no diálogo.

 Wormtail estava calado, olhando para as brasas da lareira queimarem. Eu, porém, não via as coisas por esse ângulo. O quadro era bem maior do que isso.

— Pra mim, vocês estão esquentando a cabeça à toa. — falei, me sentindo terrivelmente cansado. Prongs estava certo, as aulas para os N.I.E.M's são infinitamente mais puxadas. — A velha Marchbanks dá conta do recado, ou vocês acham que o Dumbledore, genial do jeito que é e totalmente consciente do surgimento de uma guerra, não vai querer que todos nós saibamos lutar; ou ao menos, nos defender?

Todos fizeram silêncio, distantes em suas próprias reflexões.

— Padfoot... que orgulho, viu James esboçou uma careta de admiração, ao mesmo tempo em que fingia limpar lágrimas inexistentes. — Caralho! Você pegou exatamente o espírito da coisa! Agora, já vou subir, porque não tô aguentando mais de tanto sono. Até amanhã, galeris.

Moony e Wormtail não tardaram em seguir seus passos, deixando-me à fitar, sem muita atenção, alguns segundanistas risonhos.

Hoje, após a interminável aula de Herbologia, quando nós voltávamos para o castelo, eu vi Regulus de conversa com o Ranhoso e com o Mulciber. Mulciber! E isso simplesmente não saía da minha cabeça. Não é possível que o Orgulho da mamãe seja tão obtuso ou tão imundo a ponto de não saber o que aqueles dois representam!

Todo mundo em Hogwarts, sem exceção, tem conhecimento da ligação de parte dos sonserinos com os Comensais da Morte. E Snape e o asqueroso do Mulciber estão bem no centro dessa parte.

Então tudo ficou claro para mim. Eles o queriam.

Porra.

Mas antes que eu me levantasse para realizar qualquer merda impensada, o quadro da mulher-gorda girou e alguém capotou para dentro da Torre.

Santo Deus.

— Porra McKinnon, nem pra me chamar pra tomar umas também. — Fui até lá. Marlene estava enroscada com a capa de invisibilidade no pescoço e segurava firmemente a varinha e o mapa na mão esquerda.

— Ah não, Black, dá um tempo. — Retirei a capa de seu pescoço e segurei a sua mão livre, para que ela pudesse levantar. Seus longos cabelos haviam finalmente escurecido; ao passo que os olhos e nariz se tornaram vermelhos e úmidos.

— Eu... ãhn... me perdoa, não quis...

— É apenas um problema de família, nada demais. — Ela, então, tirou a minha mão e se abaixou para agarrar a capa de James. Marlene McKinnon era forte para caramba. Sempre parecendo inabalável perante circunstâncias aterrorizantes e conseguindo, na maior parte do tempo, manter-se firme em suas convicções. Logo, o que quer que estivesse ocorrendo em sua vida era, no mínimo, perturbador. 

— Aham McKinnon, e eu nasci ontem. — Fechei os dedos ao redor de seu pulso mais uma vez e a levei até o tapete felpudo perto da maior lareira da torre. — Eu sei que você não vai conseguir dormir, Marlene, então por que não fica?

Nós dois estávamos de pé, de costas para a lareira. Ela me olhava de maneira extremamente desconfiada, analisando cada uma das minhas palavras durante um longo minuto. Depois deu um pesado suspiro, de olhos cerrados, e sentou no tapete, com as costas escorados no sofá escuro.

— Eu fui até o corujal enviar uma carta para o meu irmão, porque é algo como... como um ritual para nós. Desde o 1º ano, eu escrevo contando sobre o meu primeiro dia de aula e ele me relata como está sendo a rotina de trabalho.

— Aham, e o quê mais? 

— Meu Deus, Black! Você é muito chato! — explodiu ela. — Não passou pela sua cabeça que eu posso não querer conversar sobre isso? 

Inspirei profundamente. Expirei.

— Você só fala se quiser, Marlene. — desci o olhar para o tapete, brincando com seus longos fios dourados enquanto pensava no que iria dizer. Ela estava assim por causa de seus pais, sem a menor sombra de dúvida. — Mas eu aposto, tudo que me é mais caro, que eu posso te ajudar. Já que, assim como você, eu sei exatamente o que é estar todo fodido por dentro.

Levantei o olhar e notei que sua expressão estava um pouquinho menos aflita.

— Eu te conheço, Sirius... você não fica de conversinha com ninguém, então por que isso agora?

— Porque eu me importo com você, e eu... ãhn... posso cuidar dos seus sentimentos.

Boom! Soltei a bomba.

Então nós ficamos em silêncio; ela me encarando com aquela habitual expressão dura e intensa no rosto, e eu fazendo força para sustentar seu olhar.

— Não estou te pedindo para ir para cama comigo, embora se você pedir eu serei obrigado a aceitar. — Ela rolou os olhos e maneou a cabeça negativamente. — Eu só acho que se ficarmos perto um do outro será mais fácil passar por toda essa merda.

Então eu sorri. Ela encarou a covinha e eu soube que tinha ganhado. A maldita covinha sempre ganhava.

 

—--------------------------- X -------------------------- X -------------------------------------------

 

Nos dias seguintes, nenhum ataque a trouxas ou qualquer manifestação pública das Artes das Trevas alcançaram tanta notoriedade quanto o fato de que Marlene McKinnon tinha finalmente caído nas graças de Sirius Black.

 

 — Que palhaçada é essa aí? — James apontava irritado para nós, enquanto sentávamos de frente à ele e Peter para o café-da-manhã. — Seu bastardo de merda! O que você acha que tá fazendo? 

Pronto. Ele havia conseguido o que queria. Todos no Salão Principal, incluindo Hagrid e McGonagall, prestavam atenção em nós.

— Dá pra calar essa boca ou vai prolongar o showzinho? — perguntou Lene, com a cara amarrada, encarando James por trás de uma jarra de suco de abóbora. Na mesma hora, tratei de encher a boca com mingau.

— Você, seu cafajeste de uma figa! Vou decepar seu pau enquanto estiver dormindo. — Virei para Remus, sentado à minha esquerda, e tentei fazer uma pergunta muda sobre aquilo. Contudo, ele estava sério e apenas sinalizou para que eu continuasse calado. — Traiu a confiança! A única coisa que eu já te pedi você desonrou, seu bosta!

Deus do céu.

— Ai, já chega James! — Marlene estava claramente desconfortável. Ela não era do tipo que gostava de estar sob os holofotes. Completamente diferente de James e de mim. — Ele é meu amigo e pronto. Você não tem que achar nada.

James parecia pasmo, com a boca entreaberta. Depois, deu as costas para mim e Marlene, e começou uma conversa com Peter em voz alta.

Marlene revirou os olhos e voltou a atenção para mim.

— Escolha interessante. — falou Lene, apontando para o mingau de nozes em meu prato e jogando conversa fora. — Bem homossexual, não?

Dei risada e fiquei analisando o ar risonho em seu rosto. Embora estivesse acabado  de sofrer um aborrecimento, ela transparecia estar tranquila, o que era extremamente raro em qualquer garota.

— Acho que ainda não existe aquele que permanece macho perto desse mingau. — disse, fechando os olhos e dando uma boa garfada. — Mas você curte mais uma torta de abóbora, não é?

Ela assentiu.

— Por falar nisso, você gosta delasPorque, caso contrário, serei obrigada a desfazer essa amizade. Aqui e agora.

Sorri, olhando para ela distraído. Era durante essas conversas irrelevantes e leves, que eu percebia o quanto era reconfortante ficar perto de sua paz. De um jeito tão bom e único, que ouro nenhum seria capaz de pagar.

— Na realidade, eu gosto de você. Pra caralho. Então vou passar a curtir elas, nem que seja na marra.

Lene balançou a cabeça, com uma expressão dividida entre nervosa e divertida, e iniciou uma calorosa enunciação dos cinco principais motivos de James Charlus Potter ser o capitão da Grifinória mais insuportável do último século. 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

P.S: O meu Sirius não tem papas na língua, o que significa que ele vai falar tudo que passar por aquela linda cabecinha!

Comentem, nem que seja para me xingar.
♥♥♥

P.S: ficou meloso, né??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1977" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.