Um Conto de Natal escrita por Paramore


Capítulo 1
A Confusão do Visco


Notas iniciais do capítulo

Me pediram pra fazer algo de natal..bom sou péssima ainda mais já não gostando tanto quanto antes...
O título da fic assim como do capítulo são péssimos..mas tô sem ideias para eles, então vão esses mesmo kkkkkkk
Os casais são como os de 'um vampiro em minha vida' que logo mais vou ver se termino e posto xD
Sem mais... Inté!!!



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Faltavam exatamente uma semana para o Natal. A mansão de Saori Kido, estava a todo o vapor para dar conta de enfeitar todo o local a tempo. Ela tinha decidido dar uma festa de Natal para seus bravos guerreiros que protegiam a terra de todo o mal e agora ela corria com os preparativos. A jovem deusa tinha convencido Shion para tal evento, uma vez que o mundo estava em paz. O Grande Mestre somente aceitou, pois conseguiu enfiar na cabeça da deusa que a festa de fim de ano seria no próprio Santuário, no salão do mestre.

 

Saori decorava a grande árvore natalina próxima da escadaria, que dava para o andar superior da mansão. Os demais empregados, enfeitavam o grande Jardim da frente, enrolando diversas luzes que ficariam colorindo as árvores pelo lado de fora. 

 

Todos estavam empenhados a fazer a melhor festa de Natal em Tóquio.

—------

 

No Santuário, os cavaleiro de ouro não gostaram nem um pouco de passar o Natal longe de suas casas. E se algo pudesse acontecer? Não teria ninguém ali e o domínio do Santuário de Athena ficaria em mãos inimigas... Poucos foram os guerreiros dourados que ficaram felizes em sair de lá para o Natal.

 

Camus, que estava na Casa de Escorpião conversando com seu amigo de longa data, não parava de falar sobre sair do Santuário. Todos eles sairiam até o Grande Mestre. Milo que era declarado o 'orador' oficial daquele lugar, tapou os ouvidos com os indicadores, tentando não prestar mais a atenção no que o francês falava.

 

— Milo? Você me ouviu? Milo... Porque está com dedos no ouvidos?

 

— Já parou de reclamar? Ah gracas a Zeus você calou a boca! Tudo bem que é você, mas já chega né?

 

— Hum... Logo você que não para de falar sobre seu golpe, não aguenta mais me ouvir sobre sairmos todos do Santuário?

 

— Camus... Pela última vez, estamos em tempos de paz! Hades está morto, nós todos fomos trazidos a vida pela nossa deusa, não há com o que se preocupar!

 

— Mas e se...

 

— E se o mundo for invadido por extraterrestres? Ora essa... A ONU tomará as medidas cabíveis com o resto do mundo. Ou você acha que os ET's vão invadir só a Grécia e Japão?

 

— Milo, você tem a mente fértil quando não está ocupado com algum treino ou batalha.

 

— Camus, meu querido amigo Camus, você precisa relaxar! O que acha de ir em um puteiro no centro de Atenas comigo e o pessoal?

 

— Num puteiro? Eu? Você? Que pessoal você se refere?

 

— O pessoal ué. Eu, Kanon, Mask, Shura, Aldebaran.

 

— Ah... Esse pessoal. Me recuso a ir nesse tipo de ambiente com vocês!

 

— Qual o puteiro? Ah Camus... Tá vendo! Você acredita em tudo o que eu digo! Nós vamos numa balada beber, dançar, arrumar umas gatinhas e terminar a noite bem acompanhado. Estamos em tempos de paz. Nenhum Deus maluco vai invadir a terra querendo a destruição do mundo. E outra, você precisa dar um jeito neste teu mau humor.

 

— Meu mau humor como você diz é crônico! Não passa com esse tipo de festa numa balada ou boate...

 

— Ah passa! Um dia isso passa! É só arrumar alguém e dar uma foda bem gostosa!

 

— Você e esse seu linguajar baixo! Bom eu vou embora. Conversar com você não está adiantando. Boa festa pra vocês!

 

— Não quer ir junto? Quem sabe você sai do zero a zero. Hahaha

 

— Pó de diamante. - Camus deu apenas uma leva congelada no escorpião.

 

— E-ei Camus.... Era só uma brincadeira cara. M-me tira daqui!

 

— Esfrie um pouco esse fogo em teu corpo Milô! Esse gelinho que te envolve irá se derreter antes que eu chegue em Aquário. Passar bem! - E se retirou.

 

— Ei Camus... Volta aqui... Droga... Ele me paga! - Milo tentava se aquecer usando seu cosmo e tentando derreter o gelo.

 

Fora da casa de escorpião, Camus parou e olhou para trás, sentido o amigo queimar o cosmo para se livrar da fina camada de gelo. Ele sorriu com a travessura, mas logo ficou triste.

 

— Quando é que você vai notar meus sentimentos, Milo... - E saiu caminhando lentamente para sua casa.

 

—--------

 

 Um dia antes da grande festa, os dourados já estavam na Casa de Áries. Tinha sobrado para Mu e Shion teleportar todos os dourados para o Japão. Mas faltava uma pessoa para irem. Afrodite! Ele estava atrasado uma meia hora do combinado. Mu já batia o pé direito no chão com irritação pela demora do amigo e companheiro de armas. Shaka aproveitou e abriu a mala pela trilhonésima vez e conferiu se não tinha esquecido nada. Seu sári de gala em cores bem quentes estava ali. Além de roupas para o dia a dia em que ficaria na casa de Saori. 

 

Máscara da Morte acendeu mais um charuto. Já tinha acabado com uma das caixas que levaria. Ele tinha vontade de subir as escadarias até a Casa de Peixes e trazer certo peixinho na marra. Câncer já tinha se cansado.

 

Saga e seu irmão gemeo, Kanon, conversavam coisas banais para passar o tempo. Mas os olhares de duas pessoas, estavam lhe incomodando.

 

— Saga, porque o sagitariano não para de te olhar?

 

— E eu lá vou saber! Deve ter raiva de mim e de você. Afinal você foi o culpado por despertar Ares em mim. 

 

— Você era pra ser malvado assim como eu naquela época. Mas aí você me prendeu no Sunion, achei os pertencer de Poseidon e...

 

— Você tentou me controlar ao descobrir que eu não fui o escolhido para ser o sucessor do Shion. Eu te prendi justamente por isso, mas você ajudou a despertar Ares e toda aquela baboseira que fiz. Todos ainda devem ter ódio de mim e de você por isso! Embora eles já sabem que mudamos e que isso ficou no passado.

 

— Ora Saga... Você seria bem melhor que o Sagitariano. 

 

— Esqueça Kanon. Não vamos mais brigar pelo passado. Ou teremos um péssimo Natal. Não só para nós, mas para todos.

 

Kanon ia falar mais uma alguma coisa quando viu duas pessoas se aproximando. Ele deu uma leve cutucada no gemeo que olhou na mesma direção.

 

Aiolos se aproxima junto do irmão. O que fazia os dois olharem para o lado oposto dos irmãos.

 

— Olá Saga! Kanon!

 

— Oi! - Disseram ao mesmo tempo.

 

— Aiolos, vamos embora.

 

— Se quiser, pode ir Aiolia. Não precisa ser minha babá.

 

Os gêmeos acabaram dando um sorriso ao ouvir isso. Por mais que todos foram ressuscitados, o caso de Aiolos era... Diferente. Ele não voltou com a mesma aparência. Ele voltou já adulto já com a idade que teria senão tivesse morrido. O que ajudava e muito no que pensava...

 

— Seu irmão tem razão, gatinho. Ele é um homem adulto e vacinado. Não precisa de babá.

 

— Ora essa Kanon...

 

— Para com isso Kanon! Aiolia, fique se quiser! Não precisa ir. Kanon estava apenas brincando!

 

Aiolia iria rebater a fala do gêmeo mais novo quando um cosmo conhecido se fez presente. Afrodite chegou carregado de malas. Gigantes por sinal. Mu ao ver aquilo, quase teve um infarto. Ele não ia carregar tudo aquilo!

 

— Olá meninos! Sinto muito pelo atraso.

 

— Estamos te esperando a quase uma hora para irmos e você me aparece cinquenta minutos depois do horário combinado? E ainda trás sua casa junto? Eu não vou levar!

 

— Mas Muzinho... Meu amor, tudo aqui é excencial!

 

— Não me venha com "Mas Muzinho, meu amor" não! Agora refaça suas malas! Posso te ajudar usando a minha telecinésia.

 

— Mas Mu, eu realmente preciso do que estão nessas malas! São presentes para o Natal, minha roupa de gala, para o dia a dia, secador de cabelo, chapinha, babyliss, cremes para o rosto, para o corpo, para os pés, para as mãos, para os cabelos.

 

— Ma quanta freschezza! Dio mio... Afrodite faz logo o que Mu disse ou eu coloco fogo nas tuas malas! Ninguém vai te ajudar a carregar nada. Cinco malas gigantes pra que?

 

— Ora benzinho, eu gosto de me cuidar! Não dá pra refazer. Eu fiquei até agora fazendo e refazendo minha mala.

 

— Afrodite... Ou você refaz em cinco minutos ou você vai de avião!

 

— Credo Mu... Que mau humor! Você precisa extravasar essa tensão!

 

— Deixa ele Mu! Kanon e eu podemos uma mala cada um. Estamos com poucas coisas mesmo!

 

— Ai Saga você é um amorzinho! - Afrodite joga uns beijinhos para os gêmeos.

 

— Que seja! Mas na volta, você vem de avião!

 

— Mu, avião tá caro para despachar as malas!

 

— Pensasse nisso antes! Todos estão prontos?

 

Mu perguntou já pegando sua bagagem e a colocando nas costas. Ele viu que todos fizeram o mesmo. Saga pegou seus pertences e uma das malas do sueco. Kanon fez o mesmo. Aldebaran ajudou e Afrodite ficou com as duas restantes. Mu e Shion disseram para dar as mãos e mais reclamações vieram. Mu olhou feio para os que reclamavam e logo todos deram as mãos. Os dois arianos então usaram o teletransporte, sumindo da Casa de Áries.

 

—------

 

Dohko foi o primeiro dourado a chegar. Ele foi no conforto de um avião junto de Shiryu, Shunrei e Genbu, seu pequeno pupilo de treze anos que retornou a fazer seu treinamento com o mestre ancião. Que de ancião só tinha mesmo a idade. Seu mestre voltou a ser jovem com a aparência de dezoito anos de idade. O que foi um choque para o garoto.

 

Kiki já tinha ido bem antes. Ele foi junto da deusa e ficou por lá. O discípulo de Mu não aguentava mais de tanto esperar pelo seu mestre. Ficar ali começou a ficar chato. Não tinha ninguém pra brincar e Tatsumi lhe irritava um pouco.

 

Quando Dohko chegou, Kiki estranhou a aparência do homem jovem que havia chegado na casa da Saori. Ele apenas correu e abraçou Shiryu já que conhecia o cavaleiro de dragão. O garoto ruivo ficou olhando para o menor de estranhas sobrancelhas se perguntando como ele conhecia o irmão de armas. Kiki logo foi para Shunrei lhe dando um abraço singelo. Mas ao olhar de novo para o homem e para o adolescente, ele travou.

 

— Não vai dar um abraço, Kiki?

 

— Como você sabe o meu nome?

 

— Por que eu te conheço garoto! Mestre ancião faz algum sentido pra você?

 

— Mas o velho mestre é idoso, tem pele roxa, cabelos e barba branca. E fora isso, ele é bem menor que eu!

 

Shiryu e os demais não se aguentaram e riram da fala do pequeno ariano que não entendeu nada. Ao parar de rir, Dohko ficou na mesma altura de Kiki e lhe sorriu.

 

— Eu sou o mestre ancião, Dohko de Libra. Essa é apenas a minha aparência verdadeira. Aquele velho roxo anão é apenas uma forma que Athena da antiga Guerra Santa me deu. É o Misopethamenos... - Ele começou a narrar um pouco sobre isso ao mais jovem, resumindo.

 

Kiki pareceu entender agora e Dohko lhe apresentou Genbu. O jovem ruivo esticou a mão direita para cumprimentar o lemuriano. Ele olhou para a mão esticada, olhou para Dohko e vou a olhar o garoto que tinha a mesma idade, aceitando o cumprimento. 

 

Nesse momento, um cosmo conhecido surgiu. Kiki olhou para a porta, soltando a mão da outra e correu. Aos poucos, mais cosmos conhecidos foram chegando e foi quando o pequeno lemuriano desceu as escadas gritando.

 

— MESTRE MU... O SENHOR VEIO!!!  - Ele abraçou o ariano mais velho de longos cabelos lilases.

 

— Olá Kiki! Você tem se comportado?

 

— Sim mestre!

 

— Acho bom! - Mu disse autoritário, mas logo sorriu, tocando nos cabelos do adolescente. - Você cresceu!

 

— Que nada! O senhor que ficou morto por alguns anos... - Ele disse triste. Mas logo se alegrou de novo! - É bom tê-lo de volta, mestre! 

 

— É bom estar de volta! 

 

— Mas o senhor não mudou nada...

 

— Fomos revividos com a mesma aparência que tínhamos antes de morremos. - Shaka se aproxima do pequeno ariano. - Apenas Aiolos que mudou um pouco.

 

— Isso é bem confuso.

 

— Vocês estão atrasados, idiotas!

 

Todos olharam em direção da voz grave e viram Dohko de Libra parado no alto da escada, com os braços cruzados e olhando com cara de poucos amigos. Ele não aguentou sustentar a carranca e caiu na gargalhada.

 

Saga não sabia se usava o "Outra Dimensão" para ir embora e se ria junto. Mas alguém abriu a boca, lhe poupando falar naquele momento.

 

— Esse maluco do Cavaleiro de Peixes que se atrasou mais de meia hora do horário combinado. Ele trouxe apenas cinco malas gigantes! E eu me recuso a levar para o quarto desse idiota melecado de creme!

 

— Eu sou melecado de creme sim! Diferente de você que não usa perfume nem desodorante! - Afrodite torceu os lábios.

 

— Qual o problema com o meu cheiro?

 

— Ele quis dizer que você fede! Espero que você passe um perfume no dia de Natal. Porque ninguém merece esse cheiro de gambá italiano que você exala!

 

— Ora essa Milo... Eu tomo banho e me perfumo todo dia!

 

— Banho aonde Mask? No chiqueiro? Na lama? Ou no rio Aqueronte?

 

Todos ali, exceto o italiano caíram na risada. Máscara da Morte, fechou a cara e cruzou os braços. Mas o que o cheio do tabaco tem haver com isso? Ou será que...

 

— Tenho cheiro de homem! Não sou como você que fede a rosas! 

 

Ele se afastou do grupo subindo as escadas. Dohko não aguentou e tapou o nariz com o polegar e o indicador apenas pra irritar o canceriano. De fato ele não estava fedendo. O que atrapalhava era o tabaco mesmo.

 

—-------

 

Depois de todos estarem instalados nos vários quartos da mansão, os dourados se espalhavam pelo lugar. Shaka procurava um lugar para meditar. Mu estava deitado num dos galhos de um árvore. Saga, Milo, Kanon e Shura montaram duplas para uma partida de vôlei de praia. Aiolia foi o juíz. Os demais ou assistiam a partida ou ficaram na piscina, aproveitando o final do dia.

 

Mais tarde, o jantar foi servido e eles se recolheram. Alguns saíram para conhecer Tóquio. Voltando bem tarde.

 

—--------

 

Era dia vinte e quatro de dezembro. A cozinha estava a mil desde muito cedo. Foi preparado o desjejum dos hóspedes de Saori, almoço, e os preparativos da Ceia de Natal. Nesse mesmo dia, os Cavaleiros de Bronze chegaram. Seiya chegou por volta do meio dia. Ele viu que quase todos estavam presentes. Faltavam Ikki e seu irmão Shun e também Hyoga, que estava na Sibéria. Este último não conseguiu rever o corpo de sua mãe, pois o navio dela afundou ainda mais com a ajuda de seu mestre Camus. Ele deixou um buquê de flores no gelo. Fez algumas orações e se retirou. Ele precisava ir para o Japão para o Natal.

 

Shun e Ikki chegaram na parte da tarde. Eles cumprimentaram a todos e Fênix tentava uma aproximação com Virgem, que sempre dava uma patada aqui e ali e sempre se retirava do local. Ikki disfarçava e logo já estava a procura do loiro.

 

Hyoga chegou perto das oito da noite. Ele viu que todos ali e caminhou até o quarto em que ficava quando ficava na casa de Saori. Ele tomou um banho e se arrumou. 

 

Shaka se fechou em seu quarto, trancando a porta. Ele abriu os olhos e olhou seu reflexo no espelho que estava na sua frente. Encarou um pouco mais e andou até o guarda roupas. Pegou o sári em tons avermelhados bem trabalho. Pegou mais alguns pertences e foi tomar um banho.

O loiro queria ter ficado no Santuário ou simplesmente ir para seu país natal: índia. 

 

Ele se viu mais uma vez no espelho do banheiro e se olhou com desdém.

 

— Onde já se viu... Eu Shaka de Virgem, longe do Santuário, indiano, budista, o homem mais perto dos deuses comemorando o Natal... Isso não é pra mim. Maldita hora que Mu me convenceu a vir. Ele também não comemora essa festa...  Ele me paga! E de preferência... - Shaka sorriu maliciosamente, entrando na banheira onde colocou sais de banho, perfumando todo o ambiente.

 

 

—---------

 

Cada um ali tinha um pensamento diferente sobre aquela festa. E o primeiro a chegar no salão onde ficava a árvore de Natal fora Saga. Diferente do que usava no Santuário, ele estava de social esporte um sapatênis preto, calça jeans preta que colava, mas não muito em seu corpo e uma camiseta social branca. Seus cabelos estavam soltos e úmidos, o que mostrava que ele saiu do banho, se arrumou e desceu.

 

Logo depois, Aiolos chegou. Ele estava simples, mas não menos elegante. Também usava um sapatênis na cor branca, uma calça jeans e uma camiseta polo branca. Ambos bem perfumados para o grande dia. 

 

O geminiano não tinha visto o outro aparecer e Saga ficou embaixo do batente da porta de braços cruzados e olhos fechados. Ele apenas sentiu um cutucão, abrindo os olhos, assustado.

 

— Aiolos? Você me assustou!

 

— Desculpe! Achei que estivesse dormindo em pé! - Sorriu.

 

— Não sou o Aldebaran que dorme até sentado!

 

Eles estavam conversando e quando Saga resolve se afastar, ele é impedido pelo moreno. O geminiano o encara, sem entender o que aconteceu.

 

— Você não pode sair!

 

— Como? É claro que eu posso sair! 

 

— Não! Você não pode!

 

— E porque não?

 

— Olha pra cima. E me diga o que vê.

 

— ... - Saga olhou e assim que viu o que tinha acima de suas cabeças, ele ficou branco. Quem foi que colocou aquele visco ali no batente da porta?

 

— Mas... Quando foi que... Quando foi que colocaram esse visco aí?

 

— Ninguém colocou. Ele surgiu do nada. E você conhece a tradição do visco não sabe?

 

— Quando duas pessoas estão debaixo de um ramo de visco elas... Elas devem se beijar.

 

— Tá esperando o quê para fazer isso? Não se pode quebrar uma tradição!

 

— Então eu serei o primeiro a quebrar essa tradição. Até mais, Aiolos!

 

Antes que Saga pudesse se afastar, Aiolos o segurou firme com uma das mãos e a outra, ele segurou seu queixo, beijando aquele ser e sendo correspondido.

 

—---------

 

O visco apareceu mais e mais vezes. Apareceu para Saga e Aiolos, para Saori e Seiya, Shiryu e Shunrei, que corava sempre que o noivo lhe beijava em público, apareceu para Dohko e Shion, para Hyoga e Shun, Ikki ficou uma fera ao ver seu irmão caçula aos beijos com o russo. Este alegava que era apenas por causa da tradição. Mas tinha algo a mais entre eles e isso foi só início para um relacionamento.

 

Afrodite apareceu toda glamourosa em seu traje de gala. Ele fez um belo penteado jogando o cabelo para o lado direito, prendendo com alguns grampos de cabelos. Seus olhos tinham um leve contorno de lápis preto e nos lábios, seu inseparável batom rosa claro. Ele bem que gostaria trajar seu belo vestido na mesma tonalidade de seus longos cabelos mas optou por outra vestimenta. Ele usava uma calça social preta, sapato social preto e uma camiseta social branca com uma de suas rosas vermelhas, mas sem o veneno. Estava perfeito. Ele se perfumou com uma colônia de rosas que ele mesmo preparou. Afrodite se olhou no espelho mais uma vez e sorri.

 

— Você é lindo, Afrodite! Agora vai e ARRASA! - Ele deu um leve beijo no espelho, deixando uma marquinha de batom. Ele precisou retocar e saiu do quarto.

 

Ele desceu as escadas e praticamente chamou a atenção de todos. Até mesmo o fedorento do Máscara da Morte parou de fumar seu charuto e olhou para aquele ser. Um leve tom de vermelho se instalou nas bochechas do italiano ao ver Afrodite tão belo.

 

Mas o último a deixa o quarto fora Shaka. Ele trajava um sári em tons de vermelho vibrante. Seus olhos se destacam com o contorno bem preto. Em seus lábios, ele deu só uma cozinha de nada, com um tom rosa bem claro. Em seus braços, pesadas pulseiras de ouro maciço. Em suas mãos, pinturas indianas e anéis de ouro. Lindo! Ele estava simplesmente lindo! Até Afrodite se sentiu inferior ao deus hindu que surgiu no salão.

 

— Shaka? É você?

 

— Não! Sou Ganesha! É claro sou eu né Aiolia! Que pergunta...

 

— É que você... Bem é que você...

 

— "É que você nunca se fantasiou de indiano". 

 

— Afrodite..!

 

— Ah amorzinho... Você nunca se vestiu nesses trajes! Suas roupas, mesmo sendo aqueles panos indianos, nunca realçaram sua beleza como hoje! Está tentando conquistar alguém? Olha que irá conseguir!

 

— São apenas roupas de gala do meu país!

 

— Lá não tem roupa de homem macho não?

 

— Máscara da Morte, em meu país, é livre para se vestir o que quiser. Eu gosto de sári! 

 

— Então você deve ser castrado! Ouvi dizer que homens que vestem como mulheres são castrados na Índia.

 

— E você não está errado Mask! Porém se enganou em achar que eu sou castrado.

 

Ikki, ao ver o indiano tão belo, se interessou ainda mais. Não conseguia tirar os olhos da figura belíssima de Shaka. Mas o indiano se quer olhava para ele. Seus interesses eram outros!

 

Mu que conversava com o seu mestre, ficou sem fala ao ver seu melhor amigo tão belo. Shaka se destacava entre eles. Não só pelas roupas, mas pela beleza realçada que ele conseguiu mostrar. Até Afrodite se sentiu com certa inveja do loiro.

 

—----------

 

Quase onde da noite. A ceia estava nos toques finais para ser servida daqui a um hora. Mu saiu da casa para poder tomar um ar fresco. Não viu que alguém se aproximava. Assim que parou perto do ariano, em um arco de um portal, ambos olhavam para o jardim decorado com luzinhas de Natal que piscavam, mudando de cor. Shaka olhava para tudo achando que não precisaria de tudo aquilo, mas quem era ele na casa dos outros? Um mero convidado.

 

— Você deve tá achando isso um absurdo não?

 

— Sobre?

 

— Passar o Natal, uma festa cristã na casa de uma deusa grega.

 

— Ora Mu... Você que me convenceu a vir! Eu estaria muito bem no Santuário ou no meu país de origem em algum mosteiro, meditando. Sou indiano e como tal, não comemoro o Natal. Aliás... Nunca comemorei quando estava em país com minha família. Sabe muito bem que sou hindu.

 

— É eu sei! Também não comemoro essa festa. Só vim porque o Milo iria ficar me irritando. Aliás não só ele.

 

— Eu fui contra isso desde o início. 

 

— Você não foi o único, meu caro! Shaka...

 

— O que?

 

— Você está muito bonito!

 

— Obrigado. 

 

— Realmente você irá conquistar alguém hoje. - Disse com certo tom de ciúmes na voz. 

 

— Ah não! Isso com certeza não!

 

— Como pode ter tanta certeza?

 

— Porque o visco só aparece para pessoas apaixonadas!

 

— Como?

 

— Mu... Olhe para cima!

 

— M-mas como?

 

— Você sabe o que deve fazer! 

 

— Sei! Eu conheço a tradição! Meu mestre me contava algumas histórias sobre o visco...

 

— Está esperando o quê pra me beijar entao? 

 

— Sinceramente... Nada!

 

Mu puxou o indiano e o beijou. Ambos se atrapalharam no começo por ser a primeira vez que faziam aquilo. 

 

—---------

 

 

Onze e meia. Mais meia hora para a grande ceia. A conversa tomava conta daquela casa por todos os lugares. Os casais ficavam em cantos estratégicos para namorarem um pouco. 

Eis que surge um cosmo estranho. Isso os colocou em alertas assim que aquele cosmo surgiu.

 

Mu e Dohko colocaram seus discípulos atrás deles, lhes protegendo de algum ataque surpresa. Saori acabou ficando atrás do cavaleiro de Pégaso. A pessoa entrou pela porta sem ao menos ser convidada. 

 

A pessoa parou na salão onde os cavaleiros estavam todos reunidos. Ela olhava para Kanon e sem tirar os olhos, ela continuou caminhando, até parar na frente do ex-general marina de Poseidon.

 

— Radamanthys?

 

— Olá Kanon! Eu vim em paz. Antes que me ataquem.

 

— E veio fazer o que aqui? Posso saber?

 

— Vim atrás de você!

 

— E por que não ficou no inferno?

 

— O imperador Hades ressuscitou, nós, espectros. Ele ainda vaga procurando um corpo que possa renascer e...

 

— Eu já conheço essa história...

 

— Quieto Shun!

 

— Mas Ikki...

 

— Shiu!

 

— Bom como eu dizia... Hades nos trouxe a vida. Mas fiquem calmos que não vai ter uma nova guerra Santa. Bom... Acontece que eu pedi um favor...

 

— Que tipo de favor? De tirar esse monocelho ridículo na sua cara?

 

— Quer parar? Não é nada disso eu... Eu pedi para te encontrar! Sair do inferno e te encontrar.

 

— Me encontrar? Certo agora que me achou, vai querer o que? Uma revanche?

 

— Uma chance!

 

— Uma... Chance? O que quer dizer?

 

Saga olhava desconfiado para o espectro de Hades até que ele ouviu...

 

— Namora comigo Kanon?

 

— C-como? 

 

Aiolia ficou com a boca aberta. Como assim aquele cara vem na casa da sua deusa Athena com a maior cara de pau e ainda pede o cavaleiro de gêmeos em namoro?

 

— Hahaha isso só pode ser piada! Radacelha sai daqui vai! Antes que eu te mande para uma outra dimensão!

 

— Não Kanon! Não sem antes ouvir sua resposta!

 

Todos ali olharam para Kanon. Só mesmo aquele homem para conseguir acabar de vez com o seu Natal, que estava quase na hora...

 

— Minha resposta é?! - Kanon colocou a mão direita no queixo, como se estivesse pensando enquanto apoiava o cotovelo no outro braço. - Não! Minha resposta é não! Agora vai embora daqui!

 

— Não vou sem antes fazer uma coisa... - O inglês agarrou o outro e o beijou na frente dos outros. 

 

O silêncio foi geral. Kanon sentia a língua do loiro se movendo dentro da sua boca. Ele sentia nojo daquilo. O gêmeo de Saga empurrou o homem com força, lhe afastando.

 

— Porque fez isso? - Dizia Kanon enquanto limpava a boca com as costas da mão. - Acaso ficou louco?

 

— Você sabe onde estamos?

 

— Na mansão da deusa Athena no Japão, idiota!

 

— Não seu burro! Olha direito!

 

Kanon fechou a cara e começou a avaliar melhor a situação. Ele estava encostado no batente da porta e... Sua ficha caiu. Ele olhou para cima de sua cabeça e viu um visco  ali. Por pouco, seus olhos não saltaram de órbita pelo modo que ele arregalou os mesmos.

 

— Seu maldito visco!! - Antes que Kanon pudesse arrancar o ramo do batente, ele sumiu do mesmo modo que apareceu. - Vai embora daqui Radamanthys! Você conseguiu acabar com o meu Natal!

 

— Eu vou! Mas não vou desistir de você, meu geminiano fogoso!

 

O inglês saiu pela porta, tomando o percurso que seguiu para chegar até a mansão Kido.  Já Kanon, deu as costas para todos e sumiu, pisando duro para o andar superior. Os convidados só ouviram uma porta bater. Saga ia subir as escadas atrás do irmão, mas um Sagitariano o segurou. Ele olhou mais uma vez para as escadas e desistiu.

 

—--------

 

Perto da meia noite, Kanon se viu obrigado a sair do quarto. Ele andou até o banheiro, fez suas necessidades biológicas, deu descarga e foi lavar as mãos. Ele lavou o rosto com sabonete, escovou os dentes mais um vez e acabou olhando seu reflexo. Mas porque aquele maldito tinha que fazer aquilo? Kanon cuspiu a água que usava para retirar a pasta de dente e usou uma toalha de rosto para se secar. Se encarou mais uma vez e saiu do banheiro, apagando a luz. Caminhou tranquilamente até a porta do quarto e a destrancou. Ao abrir, deu de cara com o irmão mais novo de Aiolos.

 

— Aiolia... O que faz aqui?

 

— Saori me pediu pra te chamar.

 

— Hmmm tudo bem! - Saindo do quarto, fechando a porta atrás de si.

 

— Espera Kanon! 

 

— Mas o que houve agora? Outro visco maldito?

 

— Não eu só...

 

— Então me deixe em paz leãozinho.

 

Kanon ia embora e foi novamente impedido pelo cavaleiro de leão.

 

— O que quer Aiolia? Um beijo? Um abraço? Um aperto de mão? Radamanthys já foi o suficiente por hoje!

 

— Só vim lhe entregar isso também! Eu te tirei no amigo secreto. Eu não vou mais ficar.

 

— Vai embora? 

 

— Depois da ceia, eu vou me recolher. 

 

— E quer me dar agora o presente de amigo secreto? Que calúnia!

 

— Não estou desonrando ninguém. Só não vou mais ficar. Amanhã eu pego o meu presente com quem me tirou. 

 

— Não vou pegar agora! Me entregue na hora da brincadeira! Agora vamos descer! Já está quase na hora da ceia.

 

Ambos seguiam lado a lado sem falar uma única palavra. 

 

Assim que deu meia noite, eles se reuniram onde estava a árvore de natal. Lá Saori colocou no presépio o que faltava. No meio de Maria e de José, um pequeno berço com um menininho foi colocado. Cristo havia nascido! 

 

A ceia foi servida. Havia muita fartura. Saori sabia que alguns de seus amáveis guerreiros não comiam carne, então fez algo diferenciado, mas que dava para todos comerem. Todos estavam alegres com exceção de Kanon, que ficou respondendo tudo no monossílabo. 

 

A sobremesa foi um delicioso pavê. Doce que Aldebaran amava em qualquer evento. Ele começou a fazer brincadeiras de 'é pavê ou pacumê'. Ele só foi xingado uma duzentas vezes e ainda levou um 'pedala robinho' na cabeça que Milo lhe fez!

 

Pouco depois da meia noite, o amigo secreto teve início. Afrodite começou a brincadeira. Ele tirou o Mask que recebeu do amigo um fresco de perfume e um desodorante, feitos por ele mesmo. De rosas! Todos ali começam a rir. Até mesmo Kanon não aguentou. Dite sorriu e disse.

 

— Estou brincando! Esse aqui é o seu presente!

 

Máscara da Morte pegou com certo receio. Abriu. Dentro haviam dois presentes. Um vinho italiano com duas taças e um embrulho. Ele abriu e viu uma camiseta social num tom de roxo claro. Combinava com ele. Seu amigo até que tinha um bom gosto. Máscara continuou com a brincadeira descrevendo a pessoa que ele tinha tirado.

 

Já no auge da brincadeira, Aiolia foi no centro com o presente de Kanon. O mesmo já sabia que ele havia lhe tirado, mas mentiu bem, quando disseram seu nome.

 

Ele pegou o presente, agradeceu e começou a abrir. Era uma caixa pequena, porém pesada. Assim que abriu a tampa, ele se surpreende. Dentro, havia um cordão de ouro Branco com o seu signo: gêmeos. Ele sorriu e agradeceu mais um vez. Até que um cartão caiu de dentro da sacola. Kanon se abaixou para pegar. Quando ele ia começar a ler, Aiolia lhe chamou num canto e pediu que o fizesse sozinho. O geminiano estranhou, mas fez o que o outro pediu. Guardou seu presente e foi para o meio, continuar com a brincadeira.

 

O amigo secreto teve seu final com Milo que tirou Camus. Quando o francês abriu seu presente, ele quase matou um escorpião congelado. Era uma caixa bem bonita, por sinal, mas dentro, tinham varios pacotes de chocolate que foram comidos e algumas baratas de plástico. Milo começou a rir incontrolavelmente. O ar ali dentro começou a cair. Os risos pararam e todos ficaram com os dentes batendo de frio. Eis que Milo surge com o real presente de Camus.

 

— E-Ei cara... Pega l-leve... Brr tá frio!

 

— Isso é pra você aprender a não fazer essas brincadeiras!

 

— C-calma brrr... Aqui está o teu brrrrr presen-te brrrrrrrrr...

 

Camus olhou para o amigo com uma grande desconfiança. Pegou o embrulho e abriu. Também tinha um vinho com duas taças, porém o vinho era francês de uma das melhores safras francesas. E um outro pequeno. O francês olhou a abriu. Nele, um pingente numa corrente dourada. O signo de Aquário. Camus sorriu e deixou a temperatura como antes. Ele abraçou o amigo, agradecendo. 

 

Agora faltava apenas Camus. Como todos já tinham ganhado seus presentes, exceto uma pessoa. A que começou os trabalhos daquela madrugada.

 

Afrodite rebecebeu de Camus um maravilhoso baby dool preto transparente. Dite ficou eufórico e disse que usaria naquela noite mesmo. Ele amou o presente que ganhou. 

 

Apenas um canceriano que olhou para aquilo, sentindo uma pontada no baixo ventre. Afrodite lhe encarou e sorriu malicioso. O peixinho já tinha notado os olhares do italiano para sua pessoa.

 

Kiki ganhou de Mu roupas e um par de sapatos. Ele desejou ao discípulo uma boa festa. Ele agradeceu, dando um abraço forte em Mu.

 

O mesmo aconteceu com Genbu. Seu mestre lhe presenteou com roupas e uma minhatura de um barco dentro de uma garrafa. O ruivinho sorriu e agradeceu os presentes. O navio ele sabia o que era. Uma réplica do navio de Athena do século XVIII. As crianças voltaram a brincar de correr pra lá e pra cá. Até que ouviram a voz de Dohko dizendo para eles voltarem. 

 

Kiki olhou, caminhando de encontro ao velho mestre. Genbu fez o mesmo.

 

— Vocês brincaram onde?

 

— No portal! Porque?

 

— Então porque eu encontrei isso onde vocês estavam? - Ele mostrou o visco maluco que dava confusão ali dentro.

 

Os garotos não sabiam o que fazer. Dohko colocou o visco que ele arrancou nas cabeças dos dois e disse.

 

— Genbu, você conhece a tradição não?

 

— Claro, mas mestre...

 

— Quem disse que vocês precisam se beijar na boca? Um beijo no rosto tá bom demais! 

 

Genbu olhou para o mestre e depois para lemuriano. Kiki piscou algumas vezes e viu que o outro se aproximava. Genbu deu um beijo na bochecha direita do ariano que corou. Ele também precisava fazer isso. Ele retribui dando um curto beijo na bochecha esquerda do ruivinho. Ambos viram que o visco sumia nas mãos de Dohko. Logo após isso ele voltaram a brincar um pouco mais para irem dormir assim que fosse mandado.

 

—---------

 

Kanon sumiu das vistas de todos assim que a brincadeira de amigo secreto acabou. Ele estava sentado em sua cama olhando para o seu presente. Ele colocou e foi se olhar no espelho. Aiolia realmente tinha um bom gosto! Foi então que ele se lembrou do cartão que veio junto.

 

Ele voltou para a cama e pegou o envelope e abriu. Dentro, tinha um cartão bem trabalho com um cenário natalino muito bonito por sinal. Resolveu ler.

 

— "Kanon, espero que você goste do presente. Eu realmente não sabia o que dar pra você. Fiquei um bom tempo nas ruas de Atenas procurando algo que fosse a sua altura. Mas não encontrei nada. Até achar esse cordão de ouro Branco maciço com o seu signo. Ainda acho que não está ao seus pés, mas foi o que consegui encontrar a tempo do amigo secreto. Mandei gravar uma frase atrás do pingente. Espero que aceite o que está escrito!

 

Aiolia".

 

— Mas o que aquele maluco gravou?

 

Ele tirou do pescoço e mais uma vez olhou o pingente. Ao virar ele viu a frase gravada com uma bela caligrafia.

 

— " Aceita ser meu namorado?"

 

— É um maluco mesmo! Por isso ficou daquele jeito quando o Radacelha me beijou!

 

Kanon ouviu uma batida na porta de seu quarto. Ele se levantou e foi ver quem era. O leão Dourado estava ali.

 

— O que veio fazer aqui Aiolia?

 

— Vim atrás da minha resposta. Mas acho que sei qual é. Então... Boa noite. - Ele ia se afastar quando alguém lhe puxou.

 

— Olha pra cima, gatinho!

 

— Gatinho? - Ele riu e ao olhar para cima, o bendito visco que causou algumas confusões apareceu novamente. - Um visco?!

 

— Um visco! Acho que você conhece a tradição, não?

 

— A de que é preciso beijar a outra pessoa quando se tem um visco em suas cabeças?

 

— Sim! - O geminiano sorriu e continuou. - Ah e a propósito, eu aceito!

 

Aiolia sorriu maldoso e prensou o outro contra o batente da porta, selando os lábios.

 

—----------

 

O visco apareceu mais duas vezes. A primeira foi para um certo aquariano que ficou parado num portal do lado de fora da casa de Saori. Milo e ele apenas conversavam quando apareceu. Camus tomou a iniciativa e selou os lábios nos do escorpião. O ósculo ficou impossível de controlar e eles terminaram o que começaram entre os lençóis do quarto em que o escorpiano está.

 

A segunda e última vez em que apareceu, o peixinho tinha deixado a porta de seu quarto aberta e guardava o presente que granhou, dando uma última olhada. Ele não percebeu que Máscara da Morte estava encostado no batente da porta. Ele tomou um susto ao ouvir a voz máscula do canceriano.

 

— Já vai guardar seu presente?

 

— Mask... Que susto! Você vai me matar do coração!

 

— Bom só parei aqui porque estranhei seu quarto com a porta aberta. Boa noite!

 

— Ei Mask espera! - Ele alcançou o canceriano que voltou a lhe encarar. - O que está acontecendo aqui? Quero dizer... Com todas essas aparições desses viscos... Não lhe parece estranho?

 

— Não! Isso é uma tradição natalina. Alguém deve ter colocado esses viscos pela casa e...

 

— Eles nasceram e sumiram do nada Máscara da Morte! 

 

— Bom, não deve ser nada.

 

— Ah não? Dá uma olhada então! - Afrodite apontou para cima e Máscara viu novamente o visco encima de suas cabeças.

 

— Madonna mia... Mais essa agora?

 

— O que foi? Está com medo de me beija?

 

— Não é que...

 

— Se não tem medo, pode deixar que eu faço!

 

Afrodite puxou o homem que o enlouquecia secretamente e selou seus lábios. Tinha gosto de rosas misturado ao gosto do charuto do mais velho. E esses gostos misturados, os levavam a loucura. Máscara empurrou o peixinho para dentro quarto, fechando a porta com o pé. Conforme eles entravam, o ramo de visco desaparece.

 

 

—---------

 

As Amazonas também foram convidadas. Mas o problema eram todos aqueles homens ali e ela de máscaras. Mas mesmo assim elas se divertiram. Ambas evitavam ficarem embaixo das portas ou aquela epidemia de visco também iria pegar nelas. Elas riram muito quando um novo casal surgia e agora não era diferente. June estava parada num portal quando Fênix veio conversar ela. Pouco tempo depois, ela se viu beijada por cima da máscara pelo guerreiro de bronze. Ele tirou sua máscara e retornou ao ósculo. Ela correspondeu já que não tinha força o suficiente para empurrar o homem. 

 

Não demorando muito, Marin entrou e encontrou com Aldebaran. Os dois conversam coisas banais até um maldito visco aparecer. A voz se entreolharam e fizeram como as crianças. Foi algo de amizade apenas. E o ramo sumiu. Os amigos caíram na gargalhada. 

 

Agora Shaina estava sozinha em um portal. Ele não viu que um espanhol se aproxima, porém ele para longe dela. Quando Shaina percebe, a mulher se virou encarando o homem por detrás da máscara.

 

— Confuso isso não?

 

— O que cavaleiro?

 

— Esses viscos. Até mesmo para as crianças ele apareceu.

 

— Marin e Aldebaran acabaram dese beijar. No rosto! E ele sumiu. Esse visco apareceu praticamente para todos. Menos para nós dois!

 

— Por isso que eu estou bem longe desse portal, minha cara! 

 

— Tem medo Shura?

 

— Desse visco? Não! 

 

— Então se aproxime! - Ela disse retirando a máscara.

 

— O que? Não! Sua louca! Coloca isso de novo! - Ele cobriu o rosto com as duas mãos. 

 

— Ora Shura! Seja homem pelo menos uma vez na vida! Não precisa se esconder de mim. Sei que você já me viu sem  a máscara!

 

Ele tira as mãos e abre os olhos. Ela o puxa mais para perto e ao olharem para cima, um visco nasce.

 

— Você sabe o que fazer!

 

— Sei! E sempre tive vontade de fazer! - E mais um casal surge naquela madrugada de natal. Ele interrompe o beijo e diz. - Feliz Natal Shaina de Cobra!

 

— Feliz Natal, Shura de Capricórnio.

 

Ambos sorriem e voltam a se beijar. O visco desaparece sem causar mais confusão na mansão Kido.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Será que eu ouvi um "terá continuação?" Hehe quem sabe de ano novo kkkkkkk ou não!
Meu povo e minha pova, volto a dizer que me pediram pra fazer..eu disse que iria pensar e tá aí xD acho que não ficou lá essas coisas mas saiu xD
Um bom Natal para todos, pra quem não comemora, mas leu, tenha uma boa festa na passagem do dia 24 para o dia 25! E bom Ano Novo pra todos! Feliz 2019!! Bjs e abraços!!!
Se houver uma continuação da fic, até lá!! ;)
:*



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