GirlFriend escrita por belith


Capítulo 4
4ª sentença: É o nosso segredo, Layla.


Notas iniciais do capítulo

Estamos aí. Feliz ano novo o/



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#JL,

Final das aulas ― pátio da Fairy Tail

— Pessoal, consegui organizar nossa agenda. Inesperadamente, Lucy-san ainda está de folga, contatei Mira-san e a mesma disse que Lisanna irá trabalhar toda essa semana no bar. —Lucy-san parecia aborrecida com isso ou um pouco triste, provavelmente por seu péssimo relacionamento com Lisanna; muito do que está acontecendo se deve ao comportamento infantil da albina. — Lucy-san, não tem nada com que se preocupar. Ao que parece, foi a própria Lisanna quem pediu para trabalhar. Infelizmente, essa semana será descontada do seu salário. —A loira suspirou. — Desculpe dar-lhe a notícia dessa maneira.

— Hum? Que isso, não tem que se desculpar, Juvia. Na verdade, obrigada por se preocupar, digo, isso não é sua responsabilidade e mesmo assim você está fazendo tudo isso, muito obrigada.

— Bom, continuando. Natsu, Gray-sama e Gajeel-kun estão disponíveis hoje, mas Jellal-kun terá de trabalhar. Infelizmente.

— Desculpe por isso, mas acontece que hoje não posso faltar. — Jellal explicou-se. — Podemos marcar outra visita quando ambos estiverem de folga, Lucy? Se não for incômodo, claro.

— Sim! Digo, sempre que quiserem nos visitar será um prazer, Layla adora conhecer pessoas. Tenho certeza de que irá se apaixonar por vocês.

— Isso é ótimo. Então vou indo. Querida, — encarou Erza — por favor, mande uma mensagem quando chegarem lá. Tchau. — Beijou seu rosto.

— Erza-san, Levy-chan e eu também estamos disponíveis. Então, Lucy-san, gostaríamos de saber se podemos ir assim que buscar sua filha na creche.

— Na verdade, Juvia, estive pensando e, bom, vocês não querem ir comigo? — Perguntou animada.

— Lucy-san, seria uma honra, mas nós conseguimos horários que batem com o de buscar Layla-chan. Estaremos “disponíveis” a partir desse. Desculpe.

— Não! Não tem nada que se desculpar, quando estiverem com tempo, podemos fazer isso, seria divertido. — Sorriu. Não é como se não compreendesse, talvez, essa seja a primeira vez em que Lucy-san pode apresentar amigos à Layla-chan e isso a deixa animada e até um pouco confusa. Tenho certeza de que as coisas ficarão melhores a partir de hoje, Lucy-san.

— É isso aí! Estou empolgado! Nee, Lucy, tem alguma coisa que ela goste de comer? Podemos levar? Algum jogo que goste? Gajeel tem vários vídeos-game em casa, então pode levar, né?

— É isso mesmo, Salamandra! E então, Lucy? – É um pouco estranho ver que até Gajeel-kun está animado, mas isso me deixa aliviada, é bom ter amigos e é justamente isso que queremos te mostrar, Lucy-san.

— Hum... Layla gosta de jogar UNO. Não sei se conhece, é um jogo de cartas. E comida? Ah! Bolo de morango! —Riu divertida— Ela ama bolo de morango.

— B-Bolo de morango? — Parece que nossa pequena Layla já tem uma amiga entre nós.

— Certo, nesse caso, vou comprar dois bolos de morango. Um para Layla e outro para Erza. — Comemorou Natsu.

— Nos encontramos às 17h30min no meu apartamento. Já passei o endereço para Juvia. — Lucy.

— Você quer carona, Lucy? — Gajeel.

— Hum?

— Levy vai ao supermercado e estou de carro, então ofereci carona, como é caminho, posso te deixar perto de casa, se quiser.

— Oh! Eu também quero ir ao supermercado. Posso me juntar a vocês?

— Claro, Lu-chan!

Os três saíram animados, é um pouco estranho, mas diria que até mesmo Gajeel pode se enturmar, não é? Isso me deixa feliz.

— Juvia, você deveria se preocupar menos com ele, sabia? —Gray-sama.

— É verdade, mesmo sendo primos, ele não é seu filho, sabe? Não fique pagando de mãe quando não é hora para isso. —Natsu.

— Olha só quem fala. Como se eu não tivesse que me preocupar com vocês dois. Além disso, Natsu, você não deveria entrar em contato com Lisanna?

— Ainda estou pensando nisso.

— Pensando? —Questionei séria. Está mais que claro quais são seus sentimentos. —Encarei-o— Natsu, seja sincero consigo mesmo, é o único jeito de não machucar ninguém, inclusive, você.

— Desculpe dizer dessa maneira, Juvia, mas... você sabe, cara, esse é o melhor momento para uma aproximação. Foi a primeira vez que Lucy nos deu tanta liberdade para interagir consigo. Além do assunto filha. Você se dá bem com crianças, não é? — Gray-sama.

— Vamos ver como as coisas acontecerão hoje. Em breve, terei uma resposta. Bom! De qualquer forma, até o horário combinado, estaremos atarefados no colégio, não é mesmo? Juvia, estou contando com o apoio do comitê estudantil para os jogos internos desse ano, o clube de futebol americano está precisando de equipamento novo!

— Sabe que não posso fazer milagre, não é mesmo? Por isso não espere por muito. —Suspirei— Sobre o que acabei de dizer, Natsu, não quis ditar nada, apenas penso que... bom, o que penso não faz diferença. Estou contando com você.

— Certo. Então, vejo vocês depois, terei uma reunião dos representantes de classe quanto ao festival escolar e os temas das salas. Até mais! —Gray-sama.

#LH,

Supermercado – 13h49min

— Lu-chan, você parece animada hoje.

— Bem, é que essa é a primeira vez que levarei amigos em casa, desde... bem, desde sempre? —Sorri. — Por isso, acho que estou um pouquinho animada demais. Layla sempre me pergunta sobre o colégio, mas fico sem jeito de falar, mais porque não saberia o que responder se ela perguntasse o que acham dela ou se a conhecem. Então estou um pouco empolgada. Infantil, né?

— Levando em consideração que teve uma filha na adolescência e viveu trancada dentro de casa, no mínimo, é normal, não? Tipo... — coçou a cabeça — como se agora fosse o momento de recuperar o que perdeu. Algo assim, não sei.

— Gajeel...

— Até mesmo você pode dizer esse tipo de coisa, Gajeel? —Levy perguntou espantada.

— Cala a boca, pirralha. Não te ensinaram a respeitar os mais velhos?

— Gajeel! — Resmungou irritada.

Nossas compras não foram tão demoradas e logo Gajeel estava me deixando em casa. Ao que parece, ele é quem vai trazer todos, já que seu carro é maior. Chegando, fui direto para cozinha preparar algumas coisas, não sei bem o que vamos fazer, mas comida é indispensável.

 

Saída da creche — 17ho2min

— Mamãe, chegou cedo. —Disse Layla quando a peguei no colo. — Mamãe, por que veio de bicicleta?

— Querida, temos dez minutos para chegar em casa, mamãe está com um pouquinho de pressa. Você pode me ajudar? —A coloquei na cadeirinha.

— O que está acontecendo? —Pergunta colocando o capacete.

— Nós vamos receber visitas. — Sorri vendo seus olhos castanhos brilharem ao ouvir a notícia. — Isso que estou vendo é um sorriso?

— Mamãe! Visita? Quem? Mamãe! Mamãe!

— Meus amigos do colégio. Lembra que você disse querer conhece-los, querida? Então, hoje todos eles estarão lá em casa. Por isso, precisamos ir logo, pois a senhorita precisa estar tomada banho.

— Oba! Os amigos da mamãe! Oba! Mamãe, rápido. Quero usar meu vestido rosa! — Sorria animada.

— Sim. Sim.

 

.

Apartamento da Lucy — 17h28min

 

— Querida, por favor voc— Minha fala foi interrompida pela campainha que tocou, alarmando a chegada de todos.

— CHEGARAM! Eu abro! — Correu do quarto, rumo à porta. Merda! — Bem-vindos, amigos da mamãe! — Sorriu abrindo a porta.

— Tadaima! — Disseram todos na entrada.

— Wah! Layla-chan? Você é a Layla-chan? —Levy-chan parecia animada.

— Sim! Meu nome é Layla Heartifillia, é um prazer conhecer vocês. Por favor, entrem. — Sorria animada.

— Layla-san, onde está sua mãe? — Juvia. Layla parecia encarar a albina.

— Juvia, estou aqui. Pessoal, por favor, entrem. Vamos conversar aqui dentro.

— Juvia-san... — Layla encarava a albina encantada — Juvia-san, você... é uma princesa? Mamãe! Ela é uma princesa! Waaah! Princesa! Princesa! Princesa! — Repetia animada puxando Juvia pela mão e entrando.

— Ela é, não é? A princesa mais bonita de toda essa cidade. — Completou Gray se aproximando.

— Sim! — Concordou animada, recebendo o sorriso do moreno. Isso tudo é um pouco estranho, mas estão todos bem animados.

— Eh, a garotinha parece ser alerta, não é? Levy, você foi ignorada, talvez te considere uma amiguinha da creche, já que você é tão pequena. — Riu alto, apoiando o cotovelo na cabeça da pequena azulada. Layla levantou e foi até o mesmo, porcaria, estou com um mau...

— Malvado! — Chutou a canela de Gajeel.

— Ai. — Resmungou. — Você é bem para frente, pirralha. — Levantou a mesma acima da cabeça. — Olha pra você, parece uma bonequinha. —Ria enquanto a mesma parecia deslumbrada com a vista do topo.

— Gajeel, desgraçado, sai da frente. — Natsu resmungou ao trombar com o metaleiro que abriu caminho, deixando Layla suspensa, essa que encarava o rosado. — Lucy, onde está sua filha? — Questionou segurando os dois bolos com uma mão, enquanto ajudava Erza que quase caiu.

— Rosa.

— Hum? — Natsu olhou para cima e percebeu a pequena. — Você é a Layla? Oh hoho! Você se parece muito com a Lucy! Hey, Erza, olha isso, ela tem cabelo loiro e longo igual a mãe. Temos uma mini-Lucy aqui. — Ria enquanto a menina o encarava. O que ela... tanto está olhando? — Qual o problema? Você quer descer? Gajeel, desgraçado, está assustando a menina, desce logo ela, maldito! — Socou o estômago do mesmo que acabou jogando minha filha em cima do rosado.

— Layla! — Gritei segurando a mesma junto de Natsu.

— Mamãe... esse moço tem um cheiro parecido com o seu. — Encarava Natsu. — Quem... é você?

— Natsu Dragneel. É um prazer conhecer você, Layla, por favor, cuide bem de mim. — Sorriu.

Eu não entendi muito bem, mas Layla pareceu fascinar-se com Natsu. De qualquer forma, não é algo com que deva me preocupar agora, afinal, ele é sempre assim, não é mesmo? Com esse sorriso que pode desmontar qualquer armadura e fazer você se abrir e mostrar aquilo que não queria mostrar a mais ninguém. Quente. Natsu Dragneel...

— O que é isso?

— Bolo de morango. Você gosta? — Natsu agachou, ficando na altura da pequena.

— B-Bolo de morango? — Encarou o rosado e depois a mim, que sorri, ela está mesmo animada, não é? — É meu preferido, Natsu-san! — Sorriu abraçando o rosado.

— Certo, parece que estamos todos entendidos. Layla-san, Natsu, Gray, Levy e Gajeel trouxeram um jogo que você conhece, por que não vão jogar enquanto preparamos chocolate quente e café? — Juvia aproximou-se e teve a aprovação da pequena que sorriu corada. Provavelmente, está acreditando que Juvia é uma Princesa, de fato, ela se parece com uma.

— Eu não pretendo perder, mini-Lucy! — Gajeel.

— Certo, prepare-se para uma dura partida, Layla. — Riu Gray, pegando a caixa com as cartas.

— Vamos indo, Lucy-san? Erza-san, pode nos ajudar?

— Claro, Juvia. Vamos, Erza! — Sorri puxando a ruiva pelas mãos. — Gray, pode trazer os bolos? Quero colocar na geladeira ou você mesmo pode colocar se for o caso. Sintam-se em casa, pessoal. — Sorri saindo.

 

#ND,

— Então, o que vamos apostar? – Perguntou Gajeel quando coloquei as cartas na mesa.

— Idiota, nós vamos jogar com a Layla-chan, não é jogo para fazer aposta. — Levy o repreendeu.

— Aposta? Eu quero fazer uma aposta! — Layla contestou.

— E o que você quer apostar, Layla? — Questionei curioso. É um pouco estranho, mas essa garotinha tem algo que me chama atenção. Pergunto-me o que é? Talvez seja apenas a semelhança com Lucy. Ela tem cheiro de leite.

— O vencedor pode escolher uma pessoa para ser seu servo.

— Eh? Tipo aquela brincadeira, seu mestre mandou? — Gray.

— Isso mesmo! Seu mestre mandou! — Sorriu.

— Pirralha, você sabe mesmo como apostar, não é? Certo! Vamos começar. — Gajeel.

 

#LH,

— E então, Erza-san?

— Ela parece muito com a Lucy, não é? Além disso, é incrível que, embora tão nova, possa conversar conosco sem qualquer dificuldade, é como se fosse adulta. Sinceramente, percebe-se a boa educação que recebeu de você.

— O-Obrigada. —Senti meus olhos lacrimejarem. —Desculpe, eu não estou triste ou algo assim, muito pelo contrário, estou feliz. Essa é a primeira vez que alguém conversa comigo sobre minha filha a não ser as professoras da creche, então... estou feliz. —Sorri.

— Deve ter sido difícil cuidar de tudo sozinha. —Erza.

— Não é como se estivesse reclamando, sabe? Mas, quando você tem quinze anos e tem de viver sozinha com uma criança nos braços, é como se todo o mundo te desse as costas, como se tudo estivesse dando errado, entende? Uma simples ida ao supermercado para comprar comida se torna um pesadelo, os cochichos quando passa, os olhares de desprezo, tudo isso. É um pouco frustrante ter que aguentar calada e quando chegar em casa ver aquele sorriso meigo no rosto daquela pequena criança. Uma criatura tão pura e vulnerável, você sente como se tudo dependesse de você, mesmo que seja sim isso, é diferente... como se não importasse o que fosse acontecer, você não tem como opção, desistir. É você e você contra o mundo... para fazer aquela criaturinha frágil crescer num ambiente feliz. É nesse momento que percebe o quão duro e difícil é ser mãe. A responsabilidade de cuidar, amar, proteger... é um “fardo” difícil de carregar.

— Lucy... — Erza estava quase chorando.

— Ah! Desculpe. Não me olhem assim, eu não preciso de pena. Mesmo que tenhamos passado por tudo isso, momentos difíceis, acredito que nunca, nem sequer uma única vez, me arrependi de não ter abortado a gravidez, pois Layla é a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Ela é... a prova da minha existência e amor.

— Ninguém aqui tem pena de você, Lucy. —Juvia encarou-me fria. — Nenhum de nós estaria aqui por pena. Na verdade, o contrário disso. Todos que estão aqui hoje, apenas, te respeitam muito e reconhecem sua força. — Colocou o leite na caneca e ascendeu o fogão. — Força? Não, não é só isso. Coragem. Determinação. Fé. Esperança. Todos esses sentimentos, toda essa essência fez da Layla a menina que é hoje. Uma menina com um sorriso gentil e olhar alegre. Sabe como é difícil encontrar isso numa situação como a sua? Então, não seria errado dizer que suas palavras foram um insulto aos nossos sentimentos.

— D-Desculpe.

— Não tem que se desculpar, apenas não pense em você como vítima. Afinal, você é uma mulher forte, Lucy. — Erza. — Juvia, não acha que poderia ter sido mais gentil?

— Hum? Você também está querendo ouvir algumas palavras sinceras? — Encarou a ruiva com aparente irritação.

— N-Não, está tudo bem. Desculpe.

Embora sejamos só estudantes, é como se sentisse que não importa o que digam ou que façam, eles jamais serão só “os amigos do colégio”. Definitivamente, vocês são a família que nunca pude ter. Independentemente de o tempo que passamos juntos ter sido curto, vocês conseguem fazer isso, conseguem dar essa sensação confortável e quente de ter alguém por você, a segurança de que de agora em diante não estará mais só. Obrigada, pessoal da Fairy Tail. Obrigada!

 

10minutos depois...

— Hum, L-Lucy... —Ouvimos Natsu chegar à cozinha acompanhado de Layla.

— Natsu? Qual o problema? —Questionei enxugando minhas mãos no pano de prato.

— Eu perdi para Layla no jogo e, como perdedor, tenho que fazer tudo o que ela mandar... e... bem... —Coçou a nuca.

— Eu quero ir comprar sorvete para todo mundo com o Natsu-san, mamãe. — Layla.

— Sorvete? —Juvia demonstrou interesse. — Eu gosto de sorvete!

— Eh? Espera um pouco, Layla, querida... —Agachei ficando na altura da pequena que segurava a bermuda de Natsu. — você sabe, todos os amigos da mamãe vieram aqui para ficar com você, não seria rude da sua parte sair e levar Natsu com você? Nós fizemos tantas coisas gostosas, não é necessário comprar sorvete, não concorda? —Ajudei-a a prender o cabelo que estava bagunçado.

— Mas, mamãe... eu quero... comprar... sorvete. — Pediu acanhada.

— Eu quero de morango! — Erza.

— Flocos, por favor. — Gray e Juvia disseram em uníssimo.

— Chocolate! — Gajeel, Levy.

— P-Pessoal...

— Está tudo bem, Lucy. —Natsu. — Afinal, fui eu quem aceitei o desafio, nada mais justo. Além do mais, um homem não pode voltar atrás com sua palavra. — Pegou Layla no colo. — Pronta para ir comigo à sorveteria, pequena Layla? Prometa para sua mãe que vai se comportar. — Sorriu apertando o nariz da pequena que corou com a carícia do rosado.

— Sim! Mamãe, Layla promete se comportar e não dar trabalho! —Sorriu abraçando o rosado e sorrindo em seguida para mim.

— Está tudo bem, Lucy. —Natsu sorriu. – Ela está comigo. — Segurou a pequena firme.

—Tudo bem. Podem ir.

— Certo, então, nos esperem para comer o bolo, não vamos demorar. Vamos, Layla!

— Sim, Natsu-san! – Sorriu saindo.

.

.

— Nee, pessoal... eu não dei dinheiro para comprar os sorvetes.

— Hum? Não tem nada com que se preocupar, Lucy. Afinal, é o Natsu, sabe? Sempre tem grana no bolso dele. — Riu Gray.

.

.

#ND,

— Nee, Natsu-san...

— Hum? Qual o problema, Layla? Meu carro tem cadeirinha, pode ficar tranquila.

— Esse carro é seu? —Perguntou curiosa encarando o Jeep Willys 1965 vermelho.

— Sim. Meu pai tem uma mecânica, sabe? Nós trabalhamos com isso, então, depois de trabalhar um ano e meio com ele —Peguei a pequena e coloquei dentro do carro. — consegui dinheiro para comprar esse carro. Claro que gastei um pouco mais com excedentes para deixa-lo do jeito que queria, mas foi bem divertido. — Sorri colocando-a na cadeirinha e entrando no carro.

— Você trabalha com seu papai?

— Sim.

— Ele é legal?

— Legal? Bom, eu diria que é um cara com quem eu quero parecer quando for adulto. Definitivamente, é alguém que respeito e quero bem. Por quê?

— ... Eu não conheço meu papai. —Merda, agora que a minha ficha caiu, Lucy... bem, enfim.

— Você quer conhece-lo, Layla?

— Sim.

— E o que vai fazer quando encontrar com ele? Como você imagina que ele seja? — Desculpe, Lucy, mas cansei de ficar sem saber de nada sobre você.

— Eu não sei. —Pareceu triste encarando as pequenas palmas que suavam em nervosismo. — Não posso dizer que odeio o papai, porque não sei seus motivos para deixar a mamãe sozinha. Mas, sabe, Natsu-san, a mamãe é perfeita. Existe algum homem no mundo capaz de deixa-la sozinha comigo? Eu acho que não...

— ...

— Se é isso, então... talvez meu papai tenha deixado a mamãe porque não queria que eu nascesse? Se não fosse por mim, a mamãe estaria com o papai vivendo feliz ao lado dele e não com a Layla, sozinha, sem ajuda de ninguém. Mesmo se o papai odiar a Layla, Layla não odeia o papai... Layla só quer... o papai e a mamãe juntos como os papais e mamães dos meus coleguinhas. Layla quer ver a mamãe sorrir igual àquela mamãe apaixonada... —Seus olhos castanhos estavam cheios de água.

Essa é a primeira vez que vejo uma criança como essa. Lucy, você certamente é uma ótima mãe. Criando essa pequena sem fazê-la nutrir qualquer ódio pelo progenitor que você nem mesmo conhece. Eu sei que você sofreu em silêncio por todo esse tempo, mas... sabe, Lucy... eu já tomei minha decisão e tenho certeza de que com você acontece o mesmo... parei o carro na praça da cidade, afinal, Lucy mora bem perto do centro, o que é ótimo!

I will be as one kimi wo mamoritai

Eu serei único, eu quero proteger você

Stay with me (suki da yo), yes you itoshii hito

Fique comigo (eu amo você), sim, você, minha pessoa amada

Afuredasu omoi kakusazu tsutaeru kara

Eu te contarei meus inúmeros pensamentos sem escondê-los

Tatta ichido deatta kiseki as

Você é um milagre, eu apenas conheci uma vez.

— Layla, vem comigo. —Abri a porta e a soltei da cadeirinha.

— Mas a sorveteria não é aqui.

— Eu sei que não, foi por isso que você me chamou, Layla. Vamos. — Segurei sua mão e caminhamos juntos. Pude perceber o quão satisfeita estava ao caminhar de mãos dadas comigo. Então, será que é mesmo isso? Chegamos até o banco onde a coloquei em meu colo. — Nee, Layla, o que você quer me perguntar?

— ...

— Sabe, quando encontrei sua mãe, esse ano, no colégio, pensei: Kamisama, obrigado. — O olhar castanho me fitou com curiosidade e surpresa. — Eu a estive procurando por longos e solitários anos. Então, encontrar a pessoa que amo assim, tão de repente, foi um choque. — Sorri sentindo meu corpo esquentar. Que loucura, nem mesmo pude conversar com Lucy sobre meus sentimentos e agora... olha para mim, desabafando com sua filha. Sua filha? — No começo, foi tudo tão estranho, ela não parecia querer se aproximar de ninguém, mas conforme o tempo foi passando, pudemos vê-la sorrir e sabe de uma coisa? — Beijei a testa da pequena — Ela tem o sorriso mais bonito do mundo. E você também... fico feliz por isso. Afinal, eu me apaixonei por ele.

— ... Natsu-san... você sabe me dizer... quem é meu papai?

Eu sei que não posso mentir para uma criança. Sei que não sou, nem mesmo, tão próximo de Lucy e que não tenho o direito de me meter nisso, mas... se tem algo que eu quero... definitivamente é... viver com você até que a morte nos separe, Lucy.

— Sim. — Respondi antes de sussurrar minha resposta para pequena que chorou ao ouvi-la. — Esse é nosso segredo, Layla. Guarde-o até o momento certo, pode me prometer isso?

— H-Hai. — Gaguejou me abraçando.

— Certo, parece que teremos de correr com os sorvetes se não quisermos apanhar da mamãe, não é? —Sorri levantando e colocando a pequena em minhas costas.

— Hai! —Sorriu animada.

Não importa o quão imprudente esteja sendo, muito menos quantos riscos estou correndo, a única certeza que tenho é de que é você, Lucy, a pessoa por quem venho procurando todo esse tempo.

[Lisanna]: Você me ligou, desculpe, estava ocupada.

[Eu]: Precisamos conversar hoje à noite. Podemos nos encontrar na praça?

[Lisanna]: Tudo bem. Nos vemos às 19h30min.

[Eu]: Obrigado, Lisanna.

[Lisanna]: Sou eu quem te agradeço. Até.

— Era mensagem da mamãe? —Perguntou percebendo que estava digitando enquanto dirigia.

— Não. Era uma amiga do colégio, nós vamos conversar hoje sobre algumas coisas, só queria saber se ela poderia ir sem atrapalhar seu serviço.

— Todos os seus amigos trabalham?

— Tirando a Juvia, sim, todos.

— Eh? Faz sentido, princesas não trabalham, não é?

— Bem, sim. Mas a verdade é que a Juvia ajuda o pai dela com os negócios da família, então, digamos que ela trabalha, mas não precisa sair de casa. Entendeu?

— Oh! Entendo! Deve ser legal, ajudar o Rei. Eu gosto da princesa, ela parece ser mãe da minha mamãe, né? Todos vocês parecem respeitá-la.

— Oh? Layla! Agora que disse, é verdade, não seria errado dizer que a Juvia é nossa mãe, já que ela sempre cuida de tudo, junto da Levy. Ela vai rir muito quando eu contar isso para ela.

 

#ES,

Apartamento da Lucy ― 18h10min

— Mamãe, chegamos!

— Bem-vindos de volta, Natsu, Layla. —Sorriu Lucy indo os receber, Layla estava nos braços de Natsu e quando a loira abraçou os dois... como explicar? Foi como se fossem uma... família.!?

— Juvia... —Disse baixo para albina que estava ao meu lado.

— Sim, eu pensei a mesma coisa, Erza-san. Na verdade, acredito que todos aqui tiveram o mesmo pensamento.

Embora Lucy não tenha ouvido, foi incrível o sorriso que a mesma esboçou ao ser abraçada pela filha que estava nos braços do rosado.

— O que houve, Natsu? Layla parece animada... —Perguntou vendo a pequena saltar de seus braços e ir brincar com Gajeel que jogava contra Gray e Levy.

— Ela não é sempre assim, Lucy? —Questiona entregando os sorvetes.

— H-Hum? S-Sim, é. Ela é, mas...

— Lucy, você se preocupa demais, sabia? Pode confiar mais em seus amigos, afinal, nós todos somos uma família. — Abraçou a mesma e a arrastou para cozinha.

Nossa tarde foi divertida. Depois que Layla adormeceu, Juvia nos passou nossa nova agenda e de agora em diante, Layla ficará com Juvia alguns dias da semana para o caso de Lucy querer trabalhar à noite para estudar à tarde. Tudo estava em seu devido lugar, tudo como deveria ser. Compreendo que uma gravidez na adolescência assusta, abala, desarma, mas... depois de hoje, acredito que não esteja tão abalada com a notícia. É claro que sou nova e não sei o quão cruel o mundo pode ser, mas tenho certeza de que enquanto me lembrar de hoje, dos sentimentos de Lucy e o sorriso gentil e alegre de sua filha, poderei seguir em frente sem ter o que temer. Obrigada, Lucy. Você é mesmo uma grande mulher.

.

#LH,

21h56min

A tarde de hoje foi muito divertida, não pensei que um dia poderia ter amigos e, olha para mim agora. Definitivamente, sou grata a vocês.... vocês? Natsu. Gostaria de poder lhe agradecer apropriadamente, já que hoje quase não pudemos conversar.

*

Ding dong~ ding dong~

*

Huh? Quem será à essa hora da noite? Não me lembro de estar esperando visita.

— Já vai!— Disse pelo interfone correndo até a porta. Não quero que Layla acorde. — Descul— não pude terminar minha fala.

— Lucy, podemos conversar?

Eu não compreendo. Definitivamente. Eu não entendo. Por quê? Por que você sempre aparece quando estou pensando em você? Por que você sempre se preocupa comigo? Por quê? Meu coração não se aquieta. Mas hoje é diferente, desde que vi minha filha em seus braços... eu não entendo o que é isso, mas...

— Natsu...

— Não vai me convidar para entrar, Lucy? Que rude. —Brincou cruzando os braços.

— Eu... — Encarei-o e, seria possível?

— Lucy, algum problema? —Aproximou-se e tocou meu rosto. —Seu rosto está vermelho, está tudo bem com você?

— Eu havia decidido confiar e contar, apenas, comigo mesma; mas... —o encarei já sentindo meus olhos lacrimejarem — você me mostrou que estava errada, obrigada, Natsu. Muito... muito... obrigada! — Desabei.

— Desculpe, Lucy, mas esse é meu limite. — Puxou-me e quando dei por mim, nossos lábios estavam unidos num beijo leve.

continua no próximo capítulo>>>


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Notas finais do capítulo

Eu gosto bastante da ideia da Juvia como Princesa.
Até o próximo, beijos o/



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