Lembranças de Um Passado: uma história de FJ escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 1
Remember That


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui para acabar com a sanidade de todos os leitores de FJ.

Esta fanfic foi criada com a base de acabar com a mentalidade de vocês e soltar um baita de um spoiler sobre a STFJ. Espero que gostem.

Boa leitura.



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            O céu estava nublado, indicando que a chuva se aproximava. Os ventos frios faziam os cabelos de Naruto esvoaçarem. O loiro segurava com força o buquê de rosas brancas em sua mão direita. O terno estava ligeiramente amassado e em seu rosto um sorriso fraco surgiu quando parou na frente do túmulo já tão conhecido por si. Já se passara cinco anos. Cinco anos desde o último adeus e cinco anos desde a última vez que vira a morena de olhar perolado.

            Agachou-se frente ao túmulo. Se esforçava para não deixar que lágrimas escorregassem por sua face, mas era complicado prender o choro todas as vezes em que completava um ano de sua morte. Era difícil não deixar que as memórias boas e tristes invadissem sua mente e que o sentimento de saudade apertasse em seu peito. Ele passou a mão sobre a lápide, vendo que provavelmente sua tia havia passado por ali mais cedo, afinal, tudo estava limpo de qualquer poeira e a coroa de flores que ficava pendura ali havia sido substituída por uma mais nova.

            Suspirou. Ele não sabia como se portar naquele momento. Não sabia o que poderia dizer. Mas não porque não havia o que ser dito, ao contrário. Naruto tinha muitas coisas a dizer, mas não sabia por onde começar. Sorriu brevemente enquanto colocava o buquê sobre a pedra de mármore negro com o nome escrito em uma tinta branca, juntamente a data de nascimento e de falecimento, bem como com o bendito epitáfio que ela mesma fez questão de escrever em seus momentos finais.

‒ Olá querida. ‒ ele soltou brevemente. ‒ Eu sinto muito por não ter aparecido em um ano. Várias coisas aconteceram. Tantas coisas que você sequer acreditaria. Tantas coisas que nem sequer eu acredito. ‒ sorriu. ‒ Fiz o que eu prometi a você antes. Esse ano eu finalmente me casei com a Hana. E finalmente formei uma família com ela e Hiro. Mas Hinata... ‒ a voz faltou e ele respirou profundamente, pois sabia que o choro era certo. Sua garganta fechou e ele teve que fechar os olhos por um segundo para evitar a presença de lágrimas. Era inevitável chorar quando aparecia por ali, mas tentava ao máximo não chorar todas as vezes. ‒ Não é a mesma coisa. Não é a mesma coisa de quando éramos nós dois. Me amaldiçoo todos os dias por não termos nos casado antes de você partir. Sei que você provavelmente diria que não era minha culpa, e mandaria eu parar de pensar nessas coisas, mas... Não está sendo muito fácil.

            Ele suspirou pesadamente, soltando um riso seco. Era um tolo. Era um tolo por estar conversando com o túmulo de Hinata naquele momento. Era um tolo por ter guardado tantas coisas em seu peito quando deveria ter aproveitado a oportunidade de dizer pessoalmente a ela enquanto havia tempo. Ergueu o rosto para o céu quando a primeira gota de chuva tocou sua face. O inverno estava chegando, mas parecia que Hinata sempre choraria todas as vezes por vê-lo assim. E a última coisa que ele queria era que o espírito da morena se sentisse culpado por ele estar daquele modo deplorável.

‒ Eu sei que você havia dito para que eu esperasse até estar idoso, até estar velhinho. ‒ murmurou simplesmente enquanto colocava uma das mãos sobre a lápide, acariciando a rocha com o nome da Hyuuga destacado. A chuva começava a ficar cada vez mais forte. ‒ Mas eu não sei se consigo ficar sem você por tanto tempo. Eu sei que o Hiro precisa de mim. Eu sei que ele precisa do pai presente, tanto quanto eu precisei do meu quando era mais novo. Mas está difícil suportar sua ausência. Está difícil não sentir sua presença ao meu lado. Está difícil acordar e não ser você a estar deitada ao meu lado, abraçando-me e dizendo que ficará tudo bem, que essa dor passará. ‒ ele sentiu uma lágrima solitária escapar por sua bochecha juntamente as gotas de chuva que escorriam do céu. ‒ Você me faz tanta falta, meu amor. Tanta, tanta falta. Queria você aqui comigo nem que fosse mais uma vez. Eu não consegui me despedir corretamente, não consegui dizer quanto o te amava e o quanto queria você comigo. Eu sou um tolo, meu amor... Sou um tolo sem esperança de redenção. ‒ ele ergueu o corpo e encarou o céu. A chuva não parecia dar sinal que cessaria. ‒ Me desculpe por tudo. Estou com saudades de você.

            Ele começou a caminhar, retornando rumo à saída do cemitério. Entrou no carro, pouco se importando por estar completamente encharcado ou molhado. Tanto que nem sequer deu-se ao trabalho de ligar o aquecedor ao máximo para não congelar de frio. O som do motor roncando foi ouvido assim que ele deu a partida. Os pneus cantaram na entrada do cemitério quando ele passou pelos portões altos e gradeados. Naruto estava com a vista turva, o corpo cansado. O limpador de para-brisas não parecia conseguir afastar a dor que ele carregava no coração assim como afastava a chuva forte de sua visão. Estava despedaçado de um modo que dificilmente haveria um conserto.

            Parou o carro na frente do novo apartamento em que morava. Já na porta, Hiro o observava com um sorriso fraco no rosto e um aceno tímido. Naruto sentiu o coração aquecer um pouco ao ver o filho. O garoto crescia rapidamente. Ele começava a deixar a inocência de infância para trás. Sorriu para o menino que carregava o guarda-chuva sobre a cabeça e logo foi entregando para o pai.

‒ O senhor vai adoecer, pai. ‒ Naruto ouvira o menino de dez anos dizer aquilo e sorriu, pegando o guarda-chuva da mão do pequeno e colocando sobre a cabeça dos dois. Hiro sorriu mais largamente, como o próprio Naruto costumava sorrir antigamente. Caminharam para dentro do apartamento em silêncio até que o pequeno, no meio do caminho, virou para o pai e o observou por longos segundos. ‒ A tia Hinata não está feliz pai. ‒ Naruto franziu o cenho, olhando para o menino. ‒ Ela não quer que o senhor fique com pensamentos ruins. Não era isso que ela lhe pediu antes de partir. ‒ Naruto de certo modo já sabia que Hiro falava coisas assim, mas não esperava algo assim saindo da boca dele. ‒ Ela disse para o senhor não se preocupar e nem ficar triste que logo terá uma notícia maravilhosa.

            A Naruto bastou apenas soltar um pequeno sorriso. Ele havia ouvido Hiro comentar coisas assim durante longos cinco anos, e todas as vezes que ele comentava algo assim era como se a própria Hinata estivesse falando consigo. E isso, era capaz de segurar-lhe o espírito por mais um tempo.

‒ Onde está sua mãe? ‒ perguntou o Uzumaki para o filho. Hiro fez uma careta tristonha que não passou despercebida pelo pai. ‒ Hiro?

‒ Está deitada. ‒ ele comentou baixinho e Naruto franziu o cenho confuso. ‒ Ela disse que não estava se sentindo muito bem. ‒ Naruto estranhou, pois Hana muito dificilmente adoecia ou não se sentia bem. Certo que ela tinha alguns problemas de pressão, mas por um longo tempo, ela não havia apresentado nada com relação a isso. ‒ Estou um pouco preocupado.

            Naruto caminhou até o quarto depois do comentário do filho, apenas para encontrar Hana deitada e encolhida na cama. O Uzumaki se aproximou dela e sentou-se sobre o colchão, despertando a morena. Hana o encarou e ergueu o corpo por um segundo.

‒ O que houve? ‒ perguntou o loiro. Hana olhava para os próprios dedos que apertavam a colcha vermelha da cama. ‒ Hiro disse que você passou o dia deitada. Disse que não estava se sentindo bem. O que houve?

‒ Naruto, eu... ‒ Hana mordeu o lábio inferior para só então olhar na face do Uzumaki. Respirou profundamente antes de dizer qualquer coisa. ‒ Eu estou grávida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Espero realmente que tenham gostado.

O capítulo de STFJ deve sair na próxima semana, depois do Natal. Então, até lá, desejo um feliz natal a todos. Obrigada por sempre acompanharem a história. Realmente agradeço a todos por fazerem parte de mais um ano da saga FJ.

Beijos e abraços.



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