Apenas Uma Mentira? escrita por Julie Kress


Capítulo 22
Apenas Uma Mentira?


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

E aqui está o último capítulo da Fic. Isso mesmo, o último!!!

Mas não se preocupem, ainda teremos o epílogo, ok?

Aproveitem e boa leitura!!!



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No dia seguinte, Segunda-feira, às 09h:11min...

P.O.V Da Jade

— Onde passaram a noite? - Rayne perguntou preparando vitamina para as crianças.

Sorri ao lembrar da noite que o Oliver nos proporcionou. Foi algo inesperado e especial, e o que fizemos entre quatro paredes foi maravilhoso. Ele era bom de cama e o sexo com ele foi incrível, não deixou a desejar em nada... Acabamos repetindo durante a madrugada.

— Pergunte ao seu irmão. - Prendi o riso quando ela abriu um sorriso malicioso.

 - Será que a Eva matou o Ben? - Me fez rir, o outro Oliver estava "desaparecido", a última vez que o vi, ele estava se agarrando com a loira barraqueira.

— Já até posso imaginar de que forma... - Brinquei e a morena riu se divertindo.

— A noite foi boa, hein? Você deu uma canseira no meu irmão. - Comentou me deixando um pouco envergonhada.

O que estava acontecendo comigo ultimamente? 

Beck estava dormindo profundamente, eu tinha acordado às 08h. Ainda estava sonolenta, mas não seria uma boa ideia passar o resto do dia deitada sem fazer nada, eu não gostava de ficar parada.

— Como foi que ele fez o pedido? Esse anel é lindo demais. - Apontou para o anel de noivado que seu irmão havia comprado para poder matermos a mentira.

— Foi no corredor, em frente à porta do apartamento dele, ele me pegou de surpresa e ficamos noivos... - Não foi totalmente mentira, mas Beck tinha me dado o anel da forma como expliquei.

— Nada de jantar romântico? Declarações de amor ou surpresas emocionantes? - Indagou decepcionada.

— Não. - Neguei.

— Nossa, eu realmente esperava mais do meu irmão, sabia? - Disse e eu assenti para não contrariar. - O Anderson me pediu em casamento no alto de uma Roda-Gigante quando viajamos para Nova Jersey, foi uma noite inesquecível. O anel estava dentro da casquinha do meu sorvete, nem me pergunte como foi parar lá, ainda bem que não enguli. Ele disse que me amava e que eu era a mulher da vida dele, fez o pedido e aqui estamos nós com 4 filhos maravilhosos, e o nosso casamento segue firme e forte, e você acha que nossa relação íntima esfriou depois das crianças chegarem? Claro que não, nós sabemos apimentar cada vez mais e quase todas as noites, fazemos a cama tremer... - Piscou para mim me cutucando e acabou rindo da minha cara.

— Uau! - Me surpreendi com suas pequenas revelações. 

— Aposto que vai ser a mesma coisa com o meu irmão, você têm cara de quem ama fazer surpresinhas. - Disse colocando vitamina na mamadeira do caçulinha.

Fiquei sem saber o que dizer e ela continuou sorrindo.

— O Beck é um cara de sorte, você é muito legal. Minha nossa, eu tenho uma cunhada incrível. Não vejo a hora de ter sobrinhos lindos para mimar. Obrigada por já fazer parte da família, é uma pena que já vão embora amanhã. Vou sentir saudades. - Aquilo realmente mexeu comigo.

Ir embora... No dia seguinte voltaríamos para L.A e eu provalvemente nunca mais veria eles após inventarmos outra grande mentira com a desculpa para o nosso rompimento. 

Éramos noivos de mentirinha. Uma fachada. Tudo fingimento.

Por quê diabos eu estava me sentindo triste com aquilo?

[...]

— Tia Jade, me ajuda com o laço do meu vestido? A mamãe está ocupada dando banho no Rich. - Ally veio para perto de mim agarrada com sua boneca toda rabiscada de canetinha e descabelada.

— Ajudo sim. Agora vira. - A deixei de costas para mim, eu estava sentada na sala com a Cherize dormindo ao lado.

Amarrei as fitas fazendo um laço, ajeitando para não ficar torto e a pequena loira se virou para mim sorrindo, suas bochechas eram rosadas.

— O meu dentinho vai cair. - Abriu um sorrisão apontando para um dos dentes de cima. - Se eu colocar debaixo do travesseiro, vou ganhar uma moedinha em troca? - Perguntou inocentemente.

— Talvez. - Respondi incerta se seus pais fariam aquilo ou não.

— Quero logo que caiam todos, assim vou ganhar um montão de moedas, tia! - Disse empolgada e eu ri.

— SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! A CLAIRE QUER ME PEGAR! - Ron chegou na sala desesperado e correu para mim, se jogando no meu colo.

— Por quê rasgou os meus cadernos de desenhos e rabiscou as paredes do meu quarto? Já falei para não mexer nas minhas coisas, Ronald! - A irmã mais velha estava exaltada e prestes à chorar.

— Ela quer me bater, não deixa, tia Jade! - O pequeno se agarrou em meu pescoço com medo de apanhar.

— Não bate nele não, Claire, não seja má, a mamãe disse que você deve tomar conta da gente, somos os seus irmãozinhos. - Falou Ally toda manhosa.

— VOCÊS SÃO UMAS PESTES! - Gritou Claire assustando os menores, Ally começou a chorar e o Ron tremeu em meu colo. - Só sabem pegar o que eu tenho e destruir as minhas coisas... - A menina disse começando a chorar.

— Calma, Claire. - Revolvi intervir. - Cadê os seus cadernos de desenhos? A gente pode tentar colar ou comprar outros, o que você acha? Posso ir com o seu tio Beck comprar papel de parede bem bonitos para o seu quarto, você vai com a gente e escolhe, está bem? - Tentei amenizar a situação.

— Me desculpa, maninha, eu não vou mais mexer nas suas coisas... - Ronald se pôs à chorar também.

Claire estava chateada e indignada. Mas fazer o quê? Eram apenas crianças e o Ron era um garotinho arteiro mesmo. E Claire já estava virando uma mocinha e tinha que aprender a lidar com os irmãos menores.

— Está bem... - A mais velha aceitou as desculpas. - Sinto muito por te gritado com vocês. - A mini-Rayne parecia envergonhada.

Ally e Ronald correram para abraçar a irmã. Claire olhou para mim e sorriu, não pude deixar de retribuir o sorriso.

— Promete que vamos comprar cadernos de desenhos novos e o papel de parede que eu que escolher? - Perguntou para mim.

— Prometo. - Jurei.

— Você é a melhor tia do mundo! - Me surpreendi quando Claire correu vindo me abraçar animada e agradecida.

Os menores se jogaram em nós, num caloroso abraço em grupo.

Por mais que eu não fosse fã de crianças, me senti querida e acolhida pelos sobrinhos do Oliver.

Era errado me apegar à eles?

[...]

— Eu vi o que você fez. Foi uma bela atitude. Obrigado por se importar com os meus sobrinhos. - Beck me abordou no deck. 

— O que eu fiz? - Banquei a desentendida.

Estava pondo a mesa para almoçarmos ali em cima. Ele começou arrumar a grelha na churrasqueira. Sua mãe e sua irmã estavam preparando o almoço, o Ben chegou com a Eva, seu cunhado tinha saído para comprar os ingredientes que faltavam e seu pai estava entretendo as crianças na sala onde ficavam os brinquedos e os jogos de tabuleiro.

— Ah, aquilo com a Claire e os irmãos? - Indaguei e ele assentiu. - Não foi nada demais. - Dei de ombros.

— Foi sim. Foi um gesto legal de sua parte. - Confirmou.

— Depois vamos levar a Claire para comprar o que prometi. Promessa é dívida. - Falei.

— Claro. - Concordou comigo.

Voltamos a fazer o que estávamos fazendo. Terminei de pôr a mesa e ele foi buscar a carne temperada para assar. Ben e Eva se juntaram à nós, eles estavam bem íntimos, e a loira parecia radiante ao lado moreno.

— E aí? Vai dar namoro ou não? - Perguntou Beck num tom provocativo.

Eles se entreolharam e ela sorriu corando, Ben abriu um sorrisinho que dizia tudo.

— O que vocês acham? - Piscou para nós.

— Super aprovo. - Oliver deu tapinhas nas costas do irmão mais velho.

— E você, Jade? - Eva me olhou ansiosa.

— Espero que dê certo e que sejam felizes. - Desejei com sinceridade.

— Valeu, cunhadinha. Podemos te dar um abraço? - O morenos dos olhos castanhos-dourados se aproximou e eu assenti, e a loira se juntou ao abraço.

— Também desejo toda felicidade do mundo à vocês. - Disse Eva deixando Beck e eu sem saber o que dizer.

Minutos depois...

Família reunida, a conversa rolava à solta, as crianças estavam sentadas conosco na grande e farta mesa posta, seus avós também, diferente dos últimos dias, todos estavam reunidos no deck. As comidas estavam simplesmente muito saborosas, e eu estava louca para provar as sobremesas feitas por dona Rachel.

— Já marcaram a data? - Sua mãe perguntou para nós.

— Que data? - Beck franziu o cenho.

— A data para o casamento, oras! - Dona Rachel respondeu sorrindo.

— Ah, sim... A data. - Ele sorriu e eu decidi não me pronunciar.

— Já escolheram? - Sua mãe nos olhavam cheia de expectativas, havia um brilho de emoção no seu olhar.

— Ainda não, estamos pensando nissso. Eu ligo para avisar quando marcarmos a data. - Beck mentiu.

— Que bom, filho. Sua mãe e eu estamos muito felizes por vocês. Todos nós estamos. - Foi seu pai quem falou.

Ele era mais sério e de poucas palavras, diferente do resto de sua família que gostava de conversar bastante.  

— Vocês vão ter bebês? - Ally nos encarou curiosa e animada com a ideia.

Oliver abafou uma tosse ao meu lado, eu apenas ri sem saber o que responder.

— Quero um priminho para brincar comigo. Vou ensinar ele a patinar. - Dessa vez foi Ron que se empolgou.

— Ainda é muito cedo para pensarmos nisso. Comam, crianças. - Beck encerrou o assunto e eu agradeci mentalmente por aquilo.

[...]

 E como prometido, levamos sua sobrinha mais velha para comprar cadernos de desenhos e papel de parede para o quarto dela. E depois levamos os menores numa loja de brinquedos, o bebê também foi com a gente, Beck foi o carregando no bebê-conforto durante as compras, enquanto eu ia sendo puxada pelas mãos por Ally e Ron que queriam tudo o que viam pela frente.

Depois das compras voltamos para a casa de seus pais, o porta-mala estava quase lotado de sacolas. Ben nos ajudou a esvaziar o porta-mala e com a ajuda de Anderson, levaram tudo para dentro, o Beck comprou até uma cama elástica para as crianças.

Rayne reclamou por causa dos mimos e da bagunça que sobraria para ela arrumar. Nem eu e nem o Oliver nos importamos, seus sobrinhos estavam felizes e aquilo era a única coisa que importava...

Levei o bebê adormecido para o quartinho dele, o coloquei no berço e desci para a ver os homens da casa tentando montar alguns dos brinquedos que ficariam na área de lazer.

— Leiam o manual de instruções. - Disse Rayne tentando fazer os teimosos pararem de tentar montar tudo sem ler o manual. - Se as crianças se machucarem, a culpa vai ser de vocês! - Avisou séria.

— Amor, não se intrometa, está bem? Nós sabemos o que fazer. - Falou Anderson fazendo a morena revirar os olhos e bufar.

O loiro de olhos claros e os cunhados estavam teimando que sabiam como montar tudo sem a ajuda dos manuais de instruções.

— Você ouviu, não é Jade? Olha como são um bando de cabeças-duras! Já estão avisados se alguma coisa acontecer. Vem comigo, Jade, a vovó quer te ver! - Ela me chamou e eu a segui.

Minutos depois...

— Perdão, mas eu não posso aceitar... - Recusei devolvendo o par de brincos de Esmeraldas para a vovó Oliver.

— Por favor, aceite minha filha, quero que use no casamento. Eles ficarão perfeitos em você. - A senhorinha de cabelos brancos insistiu.

— Eu não posso... - Balancei a cabeça e neguei.

— Se não aceitar a vovó vai ficar triste e ofendida, eu casei usando um colar de Pérolas que ela me deu e a mamãe casou usando uma pulseira de Brilhantes que ganhou da vovó. É uma tradição, você precisa aceitar. - A irmã do Oliver tentou me convencer.

Olhei para aquela senhora idosa miúda, trajando uma camisola longa e um xale de tricô, seus olhos escuros transbordavam carinho e afeto fraterno... 

— Desculpa, sinto muito mesmo, realmente não posso... - Levantei da beirada da cama e saí apressada do seu quarto.

Acabei me esbarrando no Beck no corredor e apressei os passos, ignorando seu chamado. Comecei a correr indo para o quarto onde estávamos alojados durante a nossa estadia ali.

— Jade! - Bateu na porta com certo desespero.

Olhei para as nossas malas feitas encostadas na parede perto da cama. Partiríamos no dia seguinte, carregando aquela mentira nas costas...

Mentira. Mentira. Mentira.

Por quê eu já estava arrependida por fazer parte daquela farsa?

— Jadelyn? - Chamou meu nome e eu girei sob os calcanhares e decidida, fui abrir a porta.

— O que aconteceu? - Entrou no quarto preocupado.

— Aconteceu que eu estou farta disso... Eu não devia ter aceitado. Isso tudo foi um grande erro, sabia? Não é justo com eles e também não é certo. Estamos enganando a sua família, e eu não quero mais fazer isso! - Falei o que estava me sufocando nos últimos dias.

— Você acha que estou gostando de fazer isso? - Me encarou triste.

Balancei a cabeça negando.

— Sei que não, mas é que...

— Está tudo bem, Jade, você não é obrigada mentir. Acho que está na hora de todos saberem a verdade. - Disse me surpreendendo.

A porta foi aberta abruptamente e o Ben entrou no quarto nos fazendo sobressaltar. E pela sua cara, já sabíamos que ele tinha ouvido a nossa conversa.

— É isso mesmo que acabei de ouvir? Tudo não passa de uma farsa? É apenas uma mentira? - Indagou indignado e decepcionado.

Beck e eu nos entreolhamos. Senti meus olhos marejarem... O que seria de nós? Sua família iria me odiar? Parte da culpa era minha, fui eu que aceitei fazer parte daquilo.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam???

Gostaram da Jay se apegando às crianças???

O Ben ouviu a conversa tcs tcs tcs

No próximo teremos o desfecho desse capítulo e o epílogo.

Bjs



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