Voltamos para o chalé, o céu de repente ficou escuro e o vento gelado e forte era sinal de chuva. Estavam todos reunidos na pequena cozinha do chalé, assim que chegamos Tom envolveu Catarine pela cintura e deu um beijo suave nos lábios dela. Por incrível que pareça aquela cena não me incomodou, pelo contrario eu fiquei feliz por finalmente Tom ter se acertado na vida. Sorri para Tom discretamente recebendo seu sorriso sempre gentil de volta.

- Daqui a pouco vai começar chover e melhor irmos para a casa Amarela – Beatriz disse enquanto esquentava sua mão no bolso do moletom de Georg.

- Também acho, esse chalé é pequeno imagina todo mundo dormindo aqui? Ainda mais com o Georg peidando eu não sei como a Beatriz agüenta – Tom disse brincando, arrancando risos e um olhar zangado do Georg.

- Olha Tom acredite com tempo você se acostuma. – a chuva começou cair lá fora, sai de mansinho e fui até a janela da sala espiar. Olhar a chuva morrer na terra batida me acalmava de certa forma, é engraçado como nossas vidas tinham mudado aquele pequeno grupo de amigos jovens e agora já adultos. Eu estava feliz porque cada um deles tinham se encontrado até Tom o eterno solteirão estava apaixonado. Meus problemas com a Verônica estavam definitivamente resolvidos. Tudo estaria perfeito se não fosse pela minha doença... Sei que meus amigos estão querendo que faça esse tratamento para me salvar, mas, eu estou vendo isso de um outro ponto de vista. E se eu morrer? – Uns longos braços finos me envolveram me depositando um beijo no ombro esquerdo. Bill me entregou uma xícara de café quente.

- Tome, acabei de fazer está quentinho – ele disse, eu beberiquei um pouco meu café e disse: - Eu tomei uma decisão. – Embora não pudesse ver seu rosto senti seu corpo ficar tenso depois de alguns segundos de espera ele perguntou:

- Que decisão?

- Eu vou fazer esse tratamento. – Bill me virou de frente para ele, com um sorriso cheio de esperança ele disse:

- Foi sua melhor decisão!

- Espere... Bill, esse tratamento pode me salvar como também não pode, então crie esperanças falsas porque se der errado – ele me interrompeu com suas palavras cheias de esperança.

- Nada vai dar errado, eu sei, eu sinto, eu tenho esperança Alice e você também deveria ter. – abracei sua cintura pousei minha cabeça em seu peito e disse:

- Ás vezes eu queria que você fosse menos sonhador.

- O que você queria? Eu sou um músico e compositor, então logo sou muito sonhador.

- Isso é um dos seus poucos defeitos, tirando sua teimosia. – ele riu baixinho me apertando mais em seus braços.

Os dias foram passando e logo o pessoal tinha voltado para suas casas e suas vidas. Já tinha ligado para Denise avisando que em breve eu voltaria e que iria fazer o tratamento, ela claro ficou feliz e disse que eu tinha tomado a melhor decisão. Aceitei fazer o tratamento mais em troca pedi para Bill três coisas:

1 - Nesse tempo em que eu estivesse fazendo o tratamento, pedi para que ele não me procurasse, nós só iríamos nos comunicar por cartas e mais nada.

2 - Pedi para ele cuidar das minhas rosas.

3 - E se eu morresse para ele não desistir de viver.

Bill concordou, pestanejou mais por fim concordou. Era minha última semana naquele chalé e aquela quarta-feira não podia ter amanhecido pior, nenhum de nós disse nada durante a manhã, meu tempo ali estava se esgotando. Caminhei até jardim e tive uma surpresa minhas rosas finalmente tinham desabrochado o pequeno jardim estava enfeitado com pequenas rosas brancas.

- Bill! – chamei, ele logo surgiu ao meu lado.

- As rosas desabrocharam! – ele me deu um meio abraço apreciando a delicadeza das rosas em sua frente.

- Eu vou cuidar delas pra você e quando você voltar elas vão estar ainda mais lindas. – Sorri e disse:

- Obrigada. – beijei-lhe suavemente.