Sorte de Natal escrita por NaluaQueen


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771547/chapter/1

Lianna Olivier nunca se considerou uma pessoa azarada, pelo contrário, em toda sua vida ela sempre gabou-se de sua sorte, de conseguir escapar de várias encrencas com segundos de diferença. Por isso, a confusão da garota era bastante normal, considerando o fato de todas as coisas que ela sempre achou serem boas, de repente, ruírem. E é por isso que a morena jamais, em nenhuma circunstância imaginaria estar naquela situação, em pleno vinte e cinco de dezembro, em sua data favorita, conhecida também como o natal. É por isso que sempre devemos acreditar naquilo que algum sábio disse, sobre o futuro ser imprevisível.

 

Tudo começou, ironicamente, no dia primeiro de dezembro, quando, em um restaurante chiquérrimo da Lagoa, bairro nobre do Rio de Janeiro, seu atual noivo contava como havia encontrado o amor, e Lianna estava completamente encantada com as palavras do ruivo a sua frente, um dos únicos com essa coloração natural que ela já vira em toda a sua vida. O único problema da narrativa de Robert, era que, no fim, ele desculpou-se com a cacheada, e anunciou que o amor de sua vida era uma moça encantadora que ele conheceu no recente evento em que ele fora, e um relacionamento de dez anos ruiu como pó na frente da mulher, igual metade no universo no último Vingadores (Guerra Infinita). Ah, esses irritantes eventos de seu (até então) noivo, sempre o fazendo ficar um final de semana inteiro em convenções pateticas e entediantes sobre matérias e jornalistas exclusivos, quase como se fosse algum tipo de hobbie de rico. Robert jurou com as mãos juntas que não havia traído a mulher a sua frente, e ela acreditou, porque o ruivo era bonzinho demais para isso, chegando a beira do ridículo.

 

Eles terminaram pacificamente, mas logo o maior problema de todos surgiu na mente de Lianna, fazendo seu estômago embrulhar e ela ter de segurar o vômito entalado na garganta, fazendo uma cara estranha para seu ex noivo. “O casamento, Robert.” foi o que ela disse, vendo que a expressão confusa do homem poderia formar um ponto de interrogação. E logo a confusão mudou-se para pânico e ele precisou pedir duas águas com açúcar, e podia-se, baixinho, escutar o choro do bolso do não-mais-casal. Os dois sempre foram econômicos e cada centavo do casamento, festa e cerimônia, haviam sido milimetricamente calculados. Além disso, os dois tinham enormes famílias, e bem distribuídas pelo território brasileiro, que já haviam pago hospedagens e passagens. Fora as roupas alugadas, festas negadas, afinal, o casamento era no dia do natal. Felizmente, ou não, Robert teve uma ideia, transformar (com poucos cortes e alguns reajustes) o casório em uma festa natalina das boas, teria a família e amigos deles, e eles ainda eram amigos, afinal.  

Pronto, tudo resolvido. Apesar de bolso e coração chorando, Lianna saiu do restaurante sem derramar uma lágrima, ela foi ensinada desde nova a ser forte. Ela só não sabia que ainda levaria mais algumas pancadas. Passou todo o seu primeiro final de semana solteira resolvendo as coisas do casamento-festa-natalina-tortura, cancelando o padre, informando a família do ocorrido, pedindo para retirarem o pedido de esculpir seu rosto e o de Robert no gelo, dentro outros. Pelo menos ela estava se sentindo satisfeita de não casar-se com uma escultura de seu rosto, derretendo no calor infernal do rio de janeiro.

No dia quatro, chegou ao serviço mantendo-se dura em relação aos olhares carregados de pena e até felicidade, em saber que ela havia sido trocada a menos de um mês do casamento. Mas isso não foi nada comparado ao momento em que colocou os pés na sala do chefe, e em menos de cinco minutos de conversa foi informada de que seu contrato de oito anos acabaria sexta feira, e que não seria renovado como todos os outros anos. Apesar disso, Lianna manteve-se firme e forte, e segurou o choro, o guardana para o conforto de seu lar. Ela saiu do serviço, passou na padaria vinte e quatro horas, comprou todas as guloseimas que encontrou, dane-se a dieta, não terá casamento mesmo. E seguiu para casa, seu pequeno e confortável apartamento, onde encontraria felicidade.

Mas, para acabar de vez com o dia, mês, ano de Lianna Olivier, ela viu o puro caos no edifício Santa Clara, onde imediatamente foi informada que seu apartamento, e dos seus vizinhos de cima e baixo estavam completamente alagados, por culpa de um cano estourado, que os peritos já estavam descobrindo ser culpa do dono do prédio, que mandou canos mais baratos e não recomendados a edifícios daquele porte. Lianna só queria chorar, ou morrer, ou talvez ser levado pelos alienígenas para um lugar muito distante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sorte de Natal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.