Pedra Angular escrita por hina dono


Capítulo 3
E que não tenha fim


Notas iniciais do capítulo

apesar do nome do capítulo, esse é o fim dessa singela história. espero que todos tenham gostado ♥



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Pedra Angular: A pedra angular era o elemento essencial que dava fundamento às construções antigas. A primeira a ser assentada; as posições das demais pedras eram definidas a partir dela, alinhando toda a construção. Hoje em dia a conhecemos como... alicerce. 

Boruto havia aprontado novamente. E justo em um dia tão importante  como a reunião dos ex-kages!

 Honestamente, não sabia mais o que fazer com aquela criança. Sempre tão levado, ele vivia pelos cantos da Vila da Folha, aprontando. Porém, ao mesmo tempo em que gostaria que ele fosse mais comportado, não podia negar que ele tinha motivos para tal. Assim como um certo alguém do passado, tudo o que Boruto desejava era um pouco de atenção.

"Então era assim que Iruka-sensei se sentia..."

No entanto, apesar de compreender, não pôde deixar de irritar-se ao encontrar o filho - no Monumento dos Hokages, assim como Moegi e Udon haviam lhe informado - e ler todos os "elogios" que o menino tinha feito ao pai por todas as esculturas de pedra.

Aquele pirralho ainda ousava sustentar um sorriso satisfeito no rosto, provavelmente por saber quem logo apareceria para brigar com ele. Francamente!

— Droga! - exclamou ao aproximar-se do filho, segurando-o pelo pulso. - Pare já com isso, Boruto!

O menino. uma cópia quase perfeita sua, se debateu, dizendo ser injusto o pai usar um jutsu para pegá-lo de surpresa. Para ele, aquilo não passava de uma brincadeira.

— Cale sua boca! - Perdeu a paciência, dando-lhe um cascudo. - Seu pai vai ter uma reunião importante agora. Você vai limpar toda essa bagunça, não vai?

Boruto ficou em silêncio, o bico se formando em seus lábios era apenas mais uma prova do quão infantil ele ainda era.

— Então me ajuda! - resmungou.

Suspirando, Naruto pegou o filho no colo e subiu para cima, agachando-se no topo do Monumento e soltando-o finalmente.

Era hora de terem aquela conversa. De novo. Talvez dessa vez seu filho entendesse, quem sabe.

— Boruto. Agora, para mim, todas as pessoas nessa Vila são como minha família. Algumas vezes, eu não posso ser apenas o seu pai. - Levou a mão aos cabelos do filho, mas dessa vez não para socá-lo e sim acariciá-lo. Boruto ainda era uma criança afinal de contas. - Eu sei que é difícil para você, mas precisa aprender a aguentar firme. Você é um ninja também, não é?

Naruto sorriu para o filho, que pareceu surpreso com as palavras do pai, e juntos, passaram a limpar toda aquela bagunça.

Quando terminaram, Naruto chamou:

— Vem, vamos descer.

Lá embaixo, se depararam com Iruka, o atual diretor da Academia, e Konohamaru, um ninja nível jounin - este último parecia ter muito a dizer.

— Ei, Boruto! Eu vi a shuriken na sua mão esquerda! Qual você pensa que é o trabalho do seu pai, afinal?!

Shuriken? Olhou para Boruto com surpresa. Então o filho não tinha absorvido nada de seu discurso, hein? E qual era a do Konohamaru? Como se ele não tivesse feito o mesmo com o pobre Sandaime Hokage...

Antes que pudesse trazer isso à tona, no entanto, uma voz alegre foi ouvida:

— Onii-chan!

— Vá com calma, Himawari! - Uma voz suave aconselhou.

O coração de Naruto acelerou por um momento, seu corpo inteiro enchendo-se de uma sensação boa - que agora sabia chamar-se "amor" - antes mesmo de olhar na direção das tais vozes. Não precisava vê-las para reconhecê-las. 

— Hima! - Boruto exclamou quando a menina, Himawari, jogou-se em cima dele. - Cuidado!

Entretanto, apesar da represália, ele tinha um sorriso calmo nos lábios e um brilho feliz nos olhos. O amor dele por aquelas duas era o único que podia equiparar-se ao seu próprio.

— Boa tarde, pessoal - cumprimentou a mulher.

— Ah, Hinata! Boa tarde!

— Hinata-nee-chan! Como vai?

— Bem e vocês? Espero que meu filho não esteja dando trabalho... - disse preocupada. Pelo canto do olho, Naruto viu Boruto paralisar. Amava a mãe demais - e a si mesmo também - para querer irritá-la.

— Na verdade... 

 Konohamaru começou, mas foi interrompido por Iruka, que disse:

— Na verdade, nós estamos atrasados para um compromisso, Hinata. - Agarrando o jounin pelo braço, começou a afastar-se. - E você também, Naruto! Não se esqueça da sua reunião!

— Ah, sim... Eu já vou, apenas... - pausou, levemente constrangido. Como explicar que queria apenas mais um pouco de tempo para admirar a esposa?

— Tudo bem, tudo bem! Não precisa explicar! Até mais!

— Estarei de olho, hein, Boruto?! - gritou Konohamaru, já longe.

— O que aconteceu? - perguntou Hinata, curiosa.

— Nada, kaa-chan! - Boruto apressou-se a negar. - Mais importante, onde vocês estavam?

— Fomos visitar o tio Neji! - Himawari contou, animada. - Eu levei girassóis para ele! Mamãe disse que ele gostaria porque eles têm o mesmo nome que eu!

— Ei, isso é legal! Da próxima vez quero ir junto!

— Sim!

Enquanto seus filhos conversavam animadamente, Naruto só tinha olhos para a esposa. A morte de Neji continuava sendo um tema muito triste na vida de ambos, mas principalmente na dela. Ele era seu querido primo, quase um irmão, afinal de contas.

— Você está bem? - questionou, aproximando-se. - Sinto muito, esqueci que era hoje.

Desde que Neji morreu, Hinata não havia falhado um dia sequer - com exceção das vezes em que estava fora em missão, é claro - em visitar um vez por semana o túmulo do primo. Desde o início, Naruto sempre esteve lá com ela - no começo, escondido, pois temia atrapalhar com sua presença. Mas assim que foi descoberto, juntou-se a ela, amparando-a quando a dor tornava-se forte demais. Ainda lembrava-se de como um desses episódios acabou por culminar no primeiro beijo deles...

— Tudo bem - respondeu, sorrindo. Porém, ele a conhecia bem demais para não ver a aura de tristeza que a cercava. Sabia também que não era apenas a visita que fez à Neji que a deixou assim. O fato de atualmente Naruto quase nunca poder acompanhá-la ajudava nisso.

— Da próxima vez, irei com você! - prometeu, aproximando-se tanto dela que pôde vê-la arregalar levemente os olhos, surpresa, e sorrir esperançosa.

— Certo - concordou.

Naruto prometeu a si mesmo que arrancaria os braços e pernas de quem tentasse impedi-lo de cumprir com aquele acordo. Não podia mais decepcioná-la. Tinha prometido fazê-la feliz todos os dias de sua vida e não fazê-la esperar acordada enquanto ele não chegava do trabalho.

Hinata. Aquela que o amou antes de qualquer um; aquela que o salvou quando ele próprio já não acreditava ser possível continuar lutando; aquela que o ensinou o que era ter uma família... Amava aquela mulher com tudo que tinha. Se olhasse por sobre seus ombros, para momentos importante do passado, com certeza veria que sempre houve sentimento lá, ele apenas era idiota demais para perceber isso na época.

Felizmente, tinha crescido. E se antes não foi capaz de compreender que a amava, e fazer isso como ela merecia, agora o era.


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Notas finais do capítulo

eu escrevi essa história apenas para mostrar a vocês que naruhina sempre esteve presente no mangá, eles não precisaram de filme ou genjutsu para que isso acontecesse. se há pessoas que não conseguem perceber isso, azar o delas kk



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