Acertando as Contas com o Passado escrita por Carol McGarrett


Capítulo 18
Capítulo 18 – Uma decisão inesperada.


Notas iniciais do capítulo

Então... eles estão de volta.
Mas, tem alguém que anda querendo ver o circo pegar fogo!
Mais um capítulo.
Espero que gostem!



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— Juro que desta vez não é o meu!

— Como não! Era o seu que tocava pela manhã!

— Jethro, foco – peguei o seu rosto em suas mãos. – Até eu sei, mesmo depois de três anos, que este é o toque daquela coisa obsoleta que você chama de telefone!

— Eu juro que vou matar quem quer que seja que está ligando. Não era hora. Eu estava ocupado, muito ocupado. – Ele me olhava ainda com desejo. Céus, se continuássemos desse jeito...

— Vá atender, pode ser importante. – ao mesmo tempo em que o mandava atender o maldito aparelho, eu não conseguia soltá-lo.

Vi que ele, muito a contragosto levantou para procurar o celular, e eu fiquei ali, somente apreciando a vista.

— Está gostando do que está vendo?

— Unh hum.... disse com um sorriso no rosto. – Atenda logo isso! Mas que coisa, que pessoa insistente, não tem nada melhor para fazer não?

Mas não teve jeito. Tive que levantar para ajudá-lo a achar o que ele já estava chamando de maldita invenção da humanidade. Não foi uma tarefa fácil, pois nossas roupas estavam espalhadas por todo o quarto, e junto com elas, nossos pertences. E eu nem me lembrava de ter jogado a camisa dele tão longe...

Por fim, um pouco antes da chamada cair na caixa postal, achei o bendito. Passei logo para o dono e fiquei ali, parada ao seu lado, olhando ansiosa enquanto ele respondia monossilabicamente à pessoa do outro lado da linha.

A ligação foi encerrada e ele me encarou. A notícia não era boa.

— Então, quem era?

— Preciso que você me prometa que não vai surtar ou sair quebrando a minha casa.

— Jethro! Você acha que eu sou alguma louca? Doida varrida que surta do nada? Quem era e o que queria?

— Era Secretário Davenport.

Gelei. Não era possível que aquele homem conseguiu estragar o nosso momento.

— E?

— Me passou informações sobre o estado de saúde de Leon. Disse que está fora de perigo e deve receber alta completa em uma semana.

— Mas... – eu sabia ler nas entrelinhas das poucas palavras que Jethro fala. Quando ele é excessivamente cauteloso com algo, é porque está preparando a bomba. Logicamente essa cautela é reservada apenas para as pessoas que ele considera muito.

— Mas ele deverá ficar afastado por, pelo menos, dois meses.

— Jethro, pelo amor de Deus! Solta a informação completa de uma única vez! Você sabe que eu não sou uma pessoa paciente! – Eu o encarei séria.

Ao invés de me dizer o que se passava. Ele me guiou de volta à cama. Me sentou na beirada e segurou meus ombros enquanto falava calmamente e estudava as minhas reações.

— Com o afastamento de Leon, SecNav disse que não pode dirigir a NCIS sem prejudicar os seus outros compromissos com a Marinha. Então, levando-se em conta que eu sou o agente mais experiente dentro do escritório...

— Ele te colocou para dirigir a agência!? Ele realmente fez isso? – Não que Jethro não seja capaz de dirigir a NCIS, ele, com toda certeza, sabe tomar decisões importantes e comandar qualquer tipo de operação sem pestanejar. Mas ele nunca gostou de política. Melhor, ele odeia os engravatados de calças apertadas. Secretario Davenport tinha dado um tiro na cabeça da agência agora.

— Jen, respira. Eu pensei o mesmo que você. Mas não tive como dizer não. Entenda que veio direto do Secretário da Marinha, com o aval do Presidente.

Eu devia estar de outra cor, porque ele me olhava com uma expressão estranha, que misturava pânico e confusão.

— Eu estou respirando, muito bem. Só quero saber como você vai lidar coma politicagem? E a burocracia? E quem vai liderar a sua equipe?

 - Não me venha com esta de que está bem. Posso te ler tão bem quanto você me lê, Jenny. Você quer me matar.

— Não quero matar ninguém, quero atirar em algo. Sua sorte é que não me lembro onde você jogou minha bolsa e eu não vou atrás dela agora, até que você me responda qual plano mirabolante você formou nessa sua cabeça.

— Plano, nenhum, só vou utilizar o que tenho ao meu alcance para passar por isso sem ser preso por matar qualquer homem de terno de dois mil dólares.

— E seria?

— DiNozzo vai liderar a equipe. – E aqui começava o meu purgatório. Politicagem, vai ser ignorada e você vai lidar com a burocracia, extraoficialmente, é claro.

— Grande plano! Está terceirizando tudo! E o que você vai fazer? Vai ficar por conta de assinar a papelada?

— Não, vou supervisionar a obra de reconstrução do prédio. E assinarei os papéis que forem de extrema urgência, o que não for urgente, deixarei para quem for assumir a direção.

— Meu Deus! Você vai afundar a agência! Jethro, a politicagem é a alma do negócio! Sem ela, não teremos fundos! Já recebemos metade do que eles destinam para o FBI, e agora....

Ele me silenciou com um dedo.

— Não vou me afastar da política, Jen. Só que será você quem vai enfrentar os problemas e me passar a solução. E eu vou ser o intermediário entre isso. Não tenho paciência para fazer isso todos os dias.

— Tem certeza que isso vai dar certo?

— Não, mas é o melhor para passarmos pelos próximos dois meses.

— Dois longos meses! Isso vai ser o pesadelo, Jethro!

— Sim, vai ser um pesadelo.... e começará amanhã.

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Às oito em ponto, a equipe encontrava-se reunida na Sala do Esquadrão. Gibbs havia informado no dia anterior que haveria mudanças temporárias, então todos se olhavam com expectativa. Como eu já sabia do que se tratava só estava ali para cumprir ordens.

Jethro apareceu um pouco depois, copo de café em mãos e aquela cara que dizia: “se eu tiver que assinar mais um papel hoje, eu vou atirar em alguém!”

— Bom dia, Chefe! Consegui descansar após o nosso último caso?  - O olhar e sorriso de Tony eram tudo menos inocentes. Ele é, realmente, uma criança grande.

—  Tenho notícias para toda equipe, e vou precisar que todos entendam. – Ele disse isso lançando o seu famoso e infame olhar ao redor, mas eu captei “o todos”, como sendo uma indireta para mim. – Secretário Davenport reestruturou a NCIS temporariamente até que Leon saia do hospital e esteja apto para voltar ao trabalho...

— Jenny voltará para a direção então? – McGee se apressou e recebeu em troca uma cara feia. Juro que quis dizer para ele ficar quietinho, já que o humor de Jethro piorava a cada segundo.

— Não, eu estou temporariamente assumindo a cadeira da direção, - o olhar de todos pousou em mim para ver minha reação, mas a única coisa que conseguiram ver de volta foi a minha cara de paisagem e depois voltaram a Jethro com um misto de pavor e curiosidade.

— E quem vai liderar a equipe? Vai acumular as duas funções? – Ziva parecia preocupada.

— DiNozzo, a equipe é sua.

— Ah, não! – Ziva e McGee responderam em uníssono. – Mais reuniões na fogueira, mais regras estúpidas – a israelense continuou.

— Agente Especial David, não comece com o chororô, posso te garantir que serão os melhores... Por quanto tempo, chefe? Ou seria Diretor em Exercício?

— São dois meses. De início.

— DOIS MESES?! Eu quero tirar as minhas férias! – McGee parecia apavorado.

Em reposta ao apelo de Tim, Tony apenas fez uma cara feia e o sinal de “estou de olho em você”!

 - Escutem aqui, preciso de todos agindo como uma equipe, nada de tirar férias, licenças ou o dia de folga por doença. E DiNozzo, não ultrapasse as suas funções, continuo como o seu chefe. Estamos entendidos?

Gibbs não viu, mas na hora em que ele reafirmou a sua posição de chefe, Ziva fez uma careta para Tony como quem dissesse: você não vai sair mandando do jeito que quer não, Tony.

— Sim.

— Então, Dinozzo, vocês têm um caso.

— Claro, chefe! – Peguem suas coisas. Até você, no-va-ta.

— Não vá pensando que vou te chamar de chefe, porque não vou, DiNozzo.

E rumamos para a cena de crime, enquanto Gibbs ficava tomando conta da agência, ou pelo menos tentava fazer com que ela não explodisse mais uma vez.

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No caminho para a cena de crime Tony foi logo abrindo as apostas de quanto tempo Jethro levaria para perder a paciência com o primeiro político.

— E então? Apostas abertas! Ziva?

— Uma semana. – Ziva era otimista.

— Tudo isso, Ziver? Se você diz! McGee?

— 6 dias!

— Haha! Eu vou ganhar! 3 dias! Jenny? – Ele me olhou pelo espelho retrovisor.

— Ele já perdeu.

— O QUEEEE? – Todos me olharam.

— Vocês não perceberam?

— Não.

— Ele estava falando correndo. Bebeu o café mais rápido do que o normal. Cada vez que algum de vocês o interrompia, ganhava um olhar mais zangado do que o anterior...

— Verdade – McGee concordou. – Eu achei que iria ganhar um tapa na cabeça, daqueles que ficam doendo uma semana.

— E? – Tony me instou a continuar.

— Quando saímos, ele não subiu direto para a sala da direção. Ficou no meio do caminho, um claro indicativo que faria qualquer coisa para não retornar àquela sala, ele queria ir à campo. Jethro vai perder a sua já inexistente paciência todos os dias. Então a correta aposta não é quando ou com quem. A aposta a ser feita é: Ele vai conseguir não bater em ninguém nos próximos meses?

Todos ficaram calados dentro do carro. McGee tinha o olhar esbugalhado em minha direção. Ziva parecia rever toda a reunião atrás dos sinais que disse e Tony continuava com aquele olhar malicioso.

— É, Jenny, você o conhece o bem. Bem até demais. – ele jogou verde.

— Convivi com ele durante quase dois anos ininterruptos, Tony, conheço as reações.

— imagino que sim.... – ele continuava com aquele sorriso.

— Você acaba de passar direto da entrada do parque, Chefe. – Zombei dele.

Ele deu a meia volta, estacionou o carro e rumamos para a cena.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curtinho, mas é só para dar o tom do que virá adiante.
Ah, esse casal...
Só dizendo que, Tony vai receber do próprio remédio!
Obrigada por lerem e por todos os comentários!!



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