Acertando as Contas com o Passado escrita por Carol McGarrett


Capítulo 16
Capítulo 16 – Violando a Regra Número 06...


Notas iniciais do capítulo

Bem, finalmente a equipe vai ouvir os motivos da Jenny ter feito o que fez. Sei que ficou um pouco repetitivo, as era necessário.
Regra nº 06, dando as caras novamente!!
boa leitura!



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Às vezes eu meu surpreendia como todos podem se sentir em casa estando na casa de Jethro. E digo isso por mim também. Por mais que ele não se abra muito, toda a equipe, que neste momento parecia uma grande família nada convencional, fica muito à vontade ali dentro.

Tudo bem que estávamos espalhados pelo porão, a sala de jantar e de estar foram completamente ignoradas por todos quando entramos com nossos pacotes de comida chinesa, cada um estava ou escorado na escada ou sentado na bancada de ferramentas ou até mesmo em cima do esqueleto de mais um barco que Jethro começara a construir. Estava me perguntando qual seria o nome deste...

O silêncio era confortável, o que contrastava com a viagem, que fora feita em três carros com muita falação por parte de Abby e Tony, que teimavam o que queriam comer como dois irmãos briguentos, contudo a calmaria não duraria muito tempo.

— Então. – Tony com sua boca ainda cheia de frango com batata imperial que ele roubara do McGee – Pode começar com as explicações, Jenny.

Eu respirei fundo, tinha coisa ali que deveria ser desenterrada de muito tempo. Muitos esqueletos no armário que talvez, só talvez, nem todos deveriam ficar sabendo.

 - Para começar, me desculpem. – pedi, lançando um olhar sincero de arrependimento a todos. – E não me venham com a Regra número 06, pedi. Eu sei que fiz cada um de vocês sofrerem, mas era necessário. Para a minha segurança e a segurança de vocês.

— Isso não é um começo válido. – Tony me repreendeu. Você não tem ideia do que foi entrar naquele restaurante.

— Pode ter certeza que tenho a ideia sim, Tony. Eu vi sua feição, sua e de Ziva – Olhei para a israelense mais americana que já vi – eu estava acordada, tive um vislumbre da reação de vocês.

— Mas não sabe o que sentimos. – Ele retrucava bravo.

— Não, não sei, mas eu sabia que estava magoando cada um de vocês e, principalmente, colocando a sua reputação de agente e a de Ziva em sério perigo. Acontece, Tony, que tem missões que não são tão simples de abandonar. Você é um agente, já seguiu até o fim as ordens que lhes foram dadas sem nem pensar. Eu mesma te pedi para se infiltrar em uma operação disfarçado, e no início você nem pestanejou em aceitar, e durante, quando se tornou excessivamente pessoal para você, eu te dei a oportunidade para sair, e você continuou, mesmo sabendo dos possíveis danos que isso lhe causaria, mas você ficou porque, acima de tudo, sabia que no final, se a missão fosse cumprida completamente, teria benefícios para o bem maior, que um traficante de armas seria preso e seria menos um bastardo para ameaçar a segurança nacional. – Eu o olhei lembrando da minha caçada ao Rã.

Tony somente meneou a cabeça, me instando a continuar.

— E foi o mesmo comigo. Ali, quando notei a armação durante o velório de Decker, eu soube que teria que agir. Eu deixava temporariamente o cargo de Diretora e voltava ao de agente. Eu já sabia que Svetlana estava se aproximando. Já tinha sido informada. De uma forma ou de outra, eu teria que sair. Eu teria que concluir a missão que me fora dada em 1999. Acontece que a missão me encontrou primeiro. E eu não tive escolha a não ser ir ao encontro dela. Tinha esperanças de que terminasse ali. Mas não acabou. Então a única solução era fingir minha morte, assim eu teria caminho livre para finalizar a ordem. Entenda que eu não poderia envolver mais ninguém. Por isso tive que deixá-los de fora, dei-lhes folga no restante do dia e tentei a tudo custo mantê-los distantes.

— Mas você confiou em Mike Franks! Você o chamou e foi incapaz de nos chamar! Nós, eu e Tony erámos os seu destacamento de segurança, era nosso dever te proteger! Você deveria ter nos contado do perigo, Jenny – Ziva estava zangada.

— Não. Não podia. Vocês não poderiam saber que se tratava de uma operação secreta. Até porque nem todos os envolvidos naquela operação ficaram sabendo de tudo o que era investigado. – lancei um rápido olhar para Gibbs que parecia muito concentrado no fundo da caixinha de papelão. – então, arriscar a informação o nome de meu contato e a vida de vocês era fora de cogitação. E, por fim, estava certa, pois se vocês tivessem entrado na briga, seus nomes estariam na listinha negra de McCallister.

— Não seria problema! Sabemos nos cuidar muito bem. – A ex agente do Mossad ainda não estava convencida,

— Decker também sabia e acabou morto, Ziva. Vance também sabe, e olhe onde ele está, seu pai, o Diretor da Mossad, sabe, e quase foi morto. Não era questão de saber se cuidar ali. Era questão de discrição e sorte, pois qualquer movimento em falso, qualquer vazamento de informação podia significar a morte.

Ouvi Abby prender a respiração. Ela também tinha suas perguntas. McGee somente tentava ligar os pontos e Tony começava a se convencer.

— Ok, vamos supor que eu entenda os motivos. Mas como foi feito, a encenação da morte, eu medi seu pulso. Não tinha.

— Fui dopada, mais para drogada ali. Tem um medicamento que diminui a pulsação a quase um batimento por minuto.  Você não pode imaginar o quão difícil foi ficar ali, Tony, fingindo minha morte enquanto eu ouvia vocês dois passando a informação para frente e chamando o socorro...

— Você voltou para o prédio, digo para a sede, depois daquilo, ou foi direto para sei lá onde? – Abby me questionou. – eu tô perguntando porque não tive coragem de me despedir de você... – ela tinha os olhos marejados.

— Voltei, eu estava dentro do saco para cadáveres. O que significa que Ducky era o único da equipe que sabia a verdade. E eu peço que não o culpem ou briguem com ele, por favor.

Todos olharam para Ducky, mas não com a intenção de brigar, era mais como se constatassem algo.

— Era por isso que você nos deu todos aqueles conselhos, não é Dr. Mallard. Enquanto estávamos vivendo o luto, ele sempre nos dizia que você não gostaria que sofrêssemos tanto. – Jimmy se manifestou pela primeira vez – Mas era tão difícil fazer o oposto.

— Enquanto vocês viviam o luto aqui, eu vivia do outro lado do oceano pensando em como vocês haviam ficado sem nenhuma resposta, como estavam se sentindo, sei que não resolve, mas eu me sentia péssima. – Fui sincera ao respondê-lo.  

— Você disse que sairia de qualquer maneira – Tony voltou a me questionar – Qual seria?

— De qualquer forma eu teria que morrer para cumprir a missão. Mas eu fingiria estar doente, daria tempo de organizar tudo, me despedir de cada um de vocês – olhei para cada um - e depois partir. E, como a intenção era deixar tudo bem explicado, se acontecesse algo, vocês não sofreriam e a agência estaria nas mãos de Vance oficialmente. – pude ouvir Jethro respirar fundo perto de mim. A esta altura, como ele já sabia de quase tudo, ele pegara suas ferramentas e começara a lixar o barco.

— Contudo, tudo saiu do controle, e tivemos que apressar o plano, e com isso os deixei sem explicação.

— Mas você apareceria, se essa bagunça não tivesse acontecido? – Novamente Abby.

— Sim, mais cedo ou mais tarde, poderia haver algum caso de vocês que se conectaria com algo que eu estivesse fazendo, então eu tinha que voltar. Mas imaginei circunstâncias menos problemáticas para isso. Mas parece que nada do que planejo saiu corretamente mesmo... – dei de ombros.

 - Posso dizer só uma coisa? – A nossa analista preferida perguntou

—Já disse Abbs. Próxima pergunta! – Tony estava aos poucos, voltando ao normal.

— Sem essa, Tony! Eu queria dizer que, por mais complicado que tenha sido há três anos atrás, por mais dolorido que tenha sido, eu estou feliz que tenha voltado. Estou feliz que você pensou em voltar, mesmo se tudo o que aconteceu hoje não tivesse acontecido. Sabe, Jenny, eu pedi que você não estivesse morta, eu, no dia em que o Ducky nos deu a notícia, não quis acreditar que você morrera. E parece que meu pedido foi realizado! Eu estou muito, muito feliz que tenha voltado e, sim, eu te perdoo, mesmo que você pedir desculpas seja contra a regra número 06! – E logo após esse pequeno discurso dito velozmente, Ela veio me abraçar com aquele abraço de urso tão característico que ela tem.

— Obrigada Abby! Sempre soube que você me perdoaria! – Disse retribuindo o abraço.

Uma eu já tinha, faltavam cinco.

— Antes de mais nada, eu também estou feliz que tenha voltado, Diretora. E você não tem que pedir desculpas nenhuma. Estava fazendo seu trabalho. – Jimmy do seu jeito tímido me disse, se aproximando para um abraço.

— Ah, Palmer, obrigada! Mas nada de Diretora, tenho quase certeza que Secretário Davenport não vai me deixar voltar para a direção! Agora é só Jenny.

— Tá bem, Jenny. – Ele disse com aquele sorriso sincero dele.

Dois. Tenho quatro para tentar entender minha situação.

— Eu levei o maior susto quando vi você nas filmagens da operação na Ucrânia... por um momento achei que estava vendo errado. Mas, se você está oficialmente morta, como a NCIS vai te trazer de volta?

— Sinceramente, McGee, não faço a menor ideia.  – Soltei uma gargalhada.  – Esse problema é de quem teve a grande ideia de me matar. Vou deixar para o Vance resolver.... afinal a ideia era dele, a minha era mais prática.

— E a sua era? – pela primeira vez Jethro me manifestou em quase uma hora de conversa.

— Uma licença saúde sem data específica para retorno. Eu me afastaria da direção pelo tempo que eu levasse para por fim em tudo, e, caso eu sobrevivesse meu cargo estaria lá, caso eu morresse, já tinha uma explicação. Mas Vance e Davenport não gostaram, disseram que não traria estabilidade para a NCIS... e agora são eles que vão ter que se explicarem junto ao Departamento de Defesa e à Marinha  e à imprensa.

— Era mais simples, fácil e prático este. – Ziva disse. Tipicamente seu. – Ela me deu um sorriso.

— Não é minha culpa se os homens gostam de complicar as coisas! – Eu sorri de volta.

— Epa! Vamos parando com isso aí! Com certeza esse plano era mais fácil. Mas ninguém contou com o vazamento de informações. Então não vamos generalizar. – Tony parecia fazer a própria defesa.

— E o que você sugeriria, Tony. – Perguntei a ele.

— Eu?!

— Sim! O que seria?

— Tenho que pensar com calma, afinal tem que pesar as variáveis, os imprevistos e saber os prós e contras de quem você estava investigando para dar um bom plano.

— Ou seja, você não tem um plano melhor. – Ziva começou a zombar.

— Mas terei! Vou pensar nos próximos dias e vou informar as duas agentes especiais. E eu garanto que será melhor do que o plano que foi executado e o que a Jenny pensou.

— Ótimo, DiNozzo, pense e me fale, vamos ver se a sua solução seria a melhor. Estamos todos contando com isso. – Eu disse meio zombando, meio falando séria para ele.

— Nem começa, novata, você tem muito o que aprender com essa equipe aqui! – Foi a vez dele me zombar.

— Eu já disse para parar com isso de novata! Para sua informação eu fiz parte da MCRT antes mesmo que você soubesse que a NCIS existia!

— Alguém vai entregar a idade.... 

— Você não consegue mesmo deixar de zoar as pessoas não é? – Ziva se intrometeu,

— Ora, Zee..Vah, vai ter clubinho das garotas agora? – Ele sorriu sacartico em nossa direção. - Tenho mais uma pessoa na equipe para poder pegar no pé! Acha que vou perder a oportunidade? Claro que não! E, Shepard, seja bem vinda de volta. Você sabe que quem chega por último paga o café para todo mundo, né? Inclusive o Caf-Pow! da Abby! – Ele disse e veio me abraçar como um sinal de paz e boas vindas, mas eu previ o tapa na cabeça e desviei.

— Não vá se achando o esperto, Tony. Você não é tão inteligente assim para me enganar. – dei um sorriso a ele.

— Bem vinda, Jenny! – Ziva disse. – isso soa estranho se pensarmos que foi você quem me trouxe para a NCIS, mas acho que é o correto. – Mais um abraço.

— Bem vinda, Direto... er..Jenny. Vai ser legal te ter na equipe, afinal foi um bom trabalho o de hoje. McGee me estendeu a mão. Eu simplesmente o puxei para um abraço.

— Isso é tão bom! É tão bom ver minha família toda aqui – Abby pulava para cima e para baixo, enquanto puxava a todos para um abraço em grupo. – e não pense em ficar de fora desse abraço, Gibbs, somos todos parte da sua equipe agora!! Isso não é demais?  

E acabamos todos ali, no meio do porão da cada do Gibbs, abraçados como uma grande família. A minha família!

Ainda tínhamos problemas para resolver? Claro, mas acho que o mais difícil já tinha passado!


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Notas finais do capítulo

Claro que seria Abby quem comandaria o abraço!
Como eu já disse anteriormente, nunca aceitei a morte da Diretora, se a atriz quis sair, beleza, mas matar a personagem daquele jeito foi demais. Então, uma das minhas ideias para uma saída mais justa seria essa.
Anyway, não posso mudar nada disso.
Muito obrigada por lerem,
E capítulo seguinte é todinho Jibbs! (ouvi um aleluia?)



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