Primrose ▸ Edward Cullen escrita por Woodsday


Capítulo 5
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+ Meghan TrainorLike I'm Gonna Lose You

+ 12 anos

O grito assustado de Prim fez com que Emmett pulasse do sofá onde assistia ao jogo da ultima temporada e em velocidade vampira — fosse até o quarto da filha, a porta sendo aperta abruptamente.

— Prim? Filha?! — Emmett bateu na porta só para ouvir o silêncio sepulcral do outro lado, o coração de Prim batia disparado e Emmett podia sentir o característico cheiro de sangue enquanto Prim resmungava coisas sobre estar morrendo. — Primrose? Eu vou entrar neste banheiro! Sinto o cheiro de sangue! Você se machucou?! Algo grave aconteceu?

Ouviu a filha bufar e se lamuriar outra vez. — Pai! Eu tô bem, você pode por favor, chamar a mamãe? Por favor!

— Querida, eu posso ajudar. — Emmett se ofereceu gentilmente ao ouvir o nervosismo na voz de Prim. — O que o papai precisa fazer?

— Não pai, tem que ser a mamãe! Ou a tia Alice ou a vovó, por favor pai! — Prim sabia que nenhuma das mulheres estavam em casa e só restava ela e Emmett, que ficava para cuidar da filha enquanto todos caçavam, mas ainda tinha esperança de não ter que passar por algo tão constrangedor.

Ela sabia que aconteceria, ela sabia o que era, mas tinha que acontecer justo quando estava só ela e seu pai em casa?

— Querida, elas irão demorar, sabe disso. Foram todos caçar. O que você precisa? — Preocupado, Emmett apoiou-se no batente da porta e ouviu Prim grunhir, bufar e andar de um lado para o outro. — Princesa? Eu posso fazer por você. — Se ofereceu mais uma vez.

— Pai. — Choramingou ela abrindo a porta minimamente e Emmett olhou preocupado o corpo de Prim buscando um machucado visível, mas não havia nada. Ela parecia intacta em seu pijama cor-de-rosa de ursinhos, os cabelos desgrenhados de quem acabou de acordar e as bochechas vermelhas de sempre. Sua filha parecia perfeita, então porque ela estava tão nervosa? — Preciso que vá até a farmácia.

— O que precisa? Algum remédio? Curativos? — Emmett tentou entrar no banheiro e Prim o impediu balançando a cabeça e fazendo um gesto de mãos. — Primrose, fale de uma vez! Eu estou ficando preocupado! Quer me deixar doido de vez?

— Eu tô menstruada! — Primrose soltou com o rosto da mesma cor dos cabelos enquanto Emmett a olhava desconcertado finalmente entendendo. — Eu finalmente menstruei, papai. E preciso de absorventes e remédios. Por favor.

— Oh.

Emmett também se lembrava que mulheres menstruavam, mas havia tanto tempo que não precisava conviver com isso, que se quer lembrava que isso aconteceria dentro de sua casa um dia. A última vez que Emmett lidou com uma mulher em seu período foi quando ainda era humano e realmente se preocupava com as regras e as precauções que precisava tomar com as namoradas.

— É pai. — Prim bufou. — Nenhuma mulher nessa casa menstrua! Eu quero morrer! Preciso que vá comprar absorventes para mim. Logo! Ou liga pra mamãe voltar!

Emmett pigarreou, coçando a cabeça. — Certo. Eu... Hum... Alguma marca específica?

— Não sei! — Prim jogou os braços para cima. — É a primeira vez para mim também, pai! Pergunta na farmácia, sei lá, mas vai. Tá saindo tudo aqui! — Exclamou impaciente e voltou a fechar a porta em um baque surdo.

Emmett bufou olhando confuso para a porta fechada e por fim suspirou, pegando as chaves do carro e indo até o centro de Springdale em busca de uma farmácia. Haviam cerca de três farmácias na pequena cidade e Emmett parou na primeira que viu.

Observou com atenção a prateleira e quase quis realmente ligar para Rose perguntando qual deveria comprar. Quero dizer, haviam tantos tipos assim? Pra que tantas variedades de absorvente? Olhou as marcas, os preços, as cores, tamanhos e todos pareciam diferentes e iguais para ele.

Coçou a cabeça mais uma vez, olhando confuso de ponta à ponta.

Algumas mulheres na farmácia o olhavam estranho, outras curiosa e ainda Emmett ouviu duas dela cochichando sobre o quão sexy era um homem que podia ir comprar absorventes para a mulher. Mal sabiam elas que a tal mulher era pequena, raivosa, tinha só treze anos e era sua filha.

Por fim, pegou um que dizia na embalagem "ultra conforto e máxima proteção". Devia servir, afinal conforto e proteção são dois bons itens. Quando chegou ao balcão, a mulher o olhou estranha e curiosa.

— É para a sua esposa? — Questionou com um breve sorriso achando graça do claro desconforto de Emmett.

Emmett olhou-a emburrado, nada contente em responder perguntas sobre a situação muito além de inédita para ele. — É pra minha... irmã, mais nova.

— Oh. — A mulher finalmente prestou atenção na embalagem e em seguida encarou a Emmett com a sobrancelha arqueada. — E ela tem quantos anos?

— Hum, doze.

A mulher riu fazendo um gesto de mãos e covinhas apareceram em seu rosto. Com a expressão muito mais simpática, ela foi até as prateleiras outra vez, colocou o pacote gigantesco de volta lá e trouxe de volta um muito menor, cor de rosa dessa vez.

— Este é melhor para ela. — Entregou o pacote para Emmett. — Aquele era extra-grande e noturno. Quero dizer, é grande demais para o tamanho dela. É ideal para mulheres que acabaram que ganhar bebê.

— Hã, okay. — Se pudesse corar, com certeza Emmett o faria. Sem dúvida nunca se imaginou nessa situação, afinal, como ele poderia? Prim estava crescendo muito rápido e mal podia acreditar que ela já estava se tornando uma mulher.

Isso era muito mais que constrangedor, era absolutamente assustador. Um dia sua filha seria adulta e então seria um passo para o casamento, os netos e não queria nem imaginar. Emmett era um vampiro, mas estava se sentindo um humano em crise de meia idade. Sua filha estava crescendo e ele queria era poder manter ela bem pequena e protegida em seus braços.

Quando chegou em casa, entregou o pacote para Prim — que ainda se encontrava no banheiro, sentada sobre o vaso sanitário com a tampa abaixada — e a viu sair de bochechas vermelhas e sem graça para abrir a porta do banheiro.

— Você... sabe usar querida?

Prim corou mais uma vez. — Mamãe já me ensinou. Obrigada pai. — Murmurou antes de voltar para o banheiro. Emmett esperou no corredor, frente à porta do quarto para dar a Primrose uma maior sensação de privacidade e sorriu quando viu a menina sair para fora. Vestida com roupas da escola e um olhar constrangido para o pai.

— Tudo bem, querida. — Emmett riu, abraçando-a pelos ombros enquanto desciam as escadas. — Não vamos nos envergonhar com esse episódio.

— Pai, você tá sentindo o cheiro do meu sangue morto. — Bufou ela indo até a bancada enquanto furiosamente atacava uma torta de chocolate. — Todos na casa vão sentir.

— Então graças a Deus que ele não é nada atraente para nós! — Emmett riu e Prim grunhiu tampando o rosto com as mãos. — Ah, que isso vai! Quer maior vergonha que eu passei?

— O que? — Prim sorriu para ele e Emmett se deliciou ao vê-la gargalhar sobre sua indecisão com os pacotes.

— Eu trouxe remédios também. — Ele disse colocando o pequeno saquinho pardo sobre a bancada e Prim agradeceu com alívio.

— Obrigada papai. Eu vou me deitar um pouco, posso faltar hoje?

— Só hoje e não conte para sua mãe. — Emmett sorriu cúmplice e Prim riu, ela lhe deu um beijo na bochecha e partiu escadas acima carregando consigo a torta e o garfo.

Emmett sorriu vendo os cachos ruivos balançarem conforme Prim subia as escadas. No fim das contas, nunca imaginou que pudesse fazer tão bem o papel de pai, mas até absorventes ele foi buscar para a filha e isso, para um vampiro, era inacreditável.  

 


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Notas finais do capítulo

++++

Gente, eu tava muito ansiosa pra esse momento. SEM MAIS. ksaoaskoasks Alguém ai já pediu pro pai buscar absorventes? Eu não, mas deve ser realmente engraçado. hahaha



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