Tsuyoku escrita por Mine113


Capítulo 4
Reviravolta militar




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— Eu não lembro onde deixei! Você é meu estagiário, por que não me ajuda? – Mikaela, mais uma vez estava brava.

— Eu não estava aqui quando você estava trabalhando com esses arquivos, não faço ideia de onde possa ter deixado essa pasta. – Kenedy estava indiferente, já acostumado com o jeito da mulher.

— Merda! – A mulher já nem sabia mais o que dizer.

— Por que está assim hoje? Suas paranoias não acabam?

Mikaela foi até o garoto e o ameaçou com o dedo em seu peito.

— Eu sou mulher, Kenedy. Além de estar estressada com esse caso, eu estou sangrando. Hoje é um péssimo dia pra me chamar de paranoica. - Kenedy levantou os braços em sinal de rendimento, mas seu olhar era o mesmo.

— Devo te lembrar que tem uma reunião em uma hora com a Exploração?

Mikaela saiu de perto do garoto respirando fundo e foi até a janela.

— Mika? – O garoto a ouviu fungar. – Você tá chorando?

— Não... – Ela falou com a voz um pouco tremula.

O garoto sabia que era mentira.

— Você tá estressada demais. Olha... Vai até a reunião ou vai se atrasar. Eu encontro essa pasta pra você. – Ele percebeu ela secar as lágrimas.

— Brigado... Isso costuma acontecer quando nem eu me suporto mais. Desculpa se te incomodei.

O garoto sorriu.

— Eu tô aqui pra te ajudar, Mika. – O garoto entregou uma bolsa para a mulher. – Agora vai, antes que sua fúria volte e você queira me matar.

Alguns dias depois:

— Finalmente tá acontecendo. Eu chego a ter orgulho dele. – Mikaela falou.

— Eu sabia que vocês se dariam bem. – Pixis disse a ela.

— Ele não me falou que tropa vai escolher. O que você acha?

Os dois estavam conversando no escritório da casa de Pixis. Kenedy, nesse momento, estava se formando como soldado.

— Provavelmente vai querer ser como você.

Mikaela se lembrou de uma conversa que o garoto teve com ela:

— Mika, por que escolheu ser de duas tropas? Não é mais difícil e confuso para os outros entenderem?

— Eu não me importo com o que os outros pensam. Se fosse pra me importar, nem estaria aqui agora. Talvez roubando de plantações pra sobreviver...

— Hm...

— Eu fui para as Estacionárias por causa do Pixis, mas tive muitas iniciativas na Exploração. Eu não queria só proteger as muralhas, também queria conhecer lá fora. Eu só olhava tudo de lá de cima. Sabia que eu poderia ajudar bem mais do que só ficar esperando titãs chegarem perto das muralhas. Comecei ajudando a Exploração com estratégias e logo já estava com eles em reconhecimentos. São muito poucos os que sabem de mim, mas é melhor assim.

— Entendi. Brigado.

— Só isso? De nada, então.

Na formatura:

— Garoto. – O responsável pela Tropa Militar chamou a atenção de Kenedy. - Você não se juntou ao grupo de nenhuma das tropas. Não estou te entendendo.

— Senhor. Estou esperando um momento para conversar com os responsáveis pelas Tropas de Exploração e Reconhecimento.

— Não quer se juntar a Tropa Militar?

— Não, senhor. Vou ser como minha mentora.

— Mentora? Você é um estagiário?

— Sim, senhor.

— E como é sua mentora, se você não se juntou a nenhum dos grupos?

— Ela é um soldado duplo. Serve em duas tropas. – O militar se espantou e demonstrou estranho interesse.

— E como ela se chama?

Kenedy estranhou o interesse do homem e decidiu que era melhor não falar mais.

— Desculpe, senhor. Preciso me retirar. Estão me esperando. – Foi em direção a seus colegas.

O policial chamou um dos responsáveis pela unidade de Kenedy.

— Quem é a mentora daquele garoto?

— Kenedy? É a Mikaela Sulyn, ela visita a unidade de vez em quando para nos ajudar com algumas coisas.

— Mikaela Sulyn... – O militar repetiu.

No escritório de Pixis:

— Ele já deve estar voltando. Vou ir para casa. Nos falamos mais outro dia.

— Certo. Diga a ele que o parabenizei.

— Claro. Até mais, Pixis.

Já era noite. Mikaela estava amarrando seu cavalo em um local onde costumavam ficar mais alguns a algumas ruas de sua casa. O de Kenedy já estava lá. Ela estava soltando a cela, quando ouviu passos cuidadosos atrás de si. Tentou ser rápida ao virar para olhar, mas um soco a atingiu em cheio no rosto, a fazendo recuar alguns passos.

“Um ataque?” – Pensou rapidamente.

— Então você faz parte dos que estão tentando atrapalhar nossos planos.

A mulher mal retomou o equilíbrio e a pessoa já estava próxima, com mais um soco. A força fez seu rosto virar para o lado, mas com o canto dos olhos ela viu o símbolo no uniforme.

“A Polícia Militar?” – A mulher estava surpresa.

Mais um soco vinha. A mulher rapidamente se abaixou com o peso do corpo para o chão. O impulso do soco fez o homem perder o equilíbrio. Com as mãos no chão, Mikaela aproveitou o vacilo do homem, e com um chute acertou seu queixo, usando o impulso para dar um giro para trás e ficar de pé. Com a força do chute, o homem caiu para trás. Sem perder tempo, ela aproveitou para imobilizar o militar, o dando uma chave de braço.

— Nós vamos conseguir nos livrar de vocês! – Ele estava muito bravo.

“Do que ele está falando?” - Mikaela ia fazer perguntas, mas antes disso, o próprio falou.

— Nós já estamos atrás do garoto!

“Eren!” – Ela começou a entender.

— Vamos pega-lo e vocês não terão mais vantagem. Até você terá problemas com a gente... Mikaela Sulyn.

Mikaela se espantou quando ouviu o militar dizer seu nome. Com movimentos precisos, soltou a chave que estava o imobilizando e sentou me cima do homem, o segurando pela gola com as duas mãos. Enquanto ele tentava soltar as mãos da mulher de si, ela o puxava lentamente.

— O que você está...- Sua pergunta foi interrompida.

Mikaela o empurrou com força contra o chão, o fazendo bater a cabeça e desmaiar na hora. Levantou e tirou a poeira do chão de suas roupas.

— Polícia Militar... só me traz problemas.

Deixou as coisas de seu cavalo lá mesmo e correu para sua casa.

Na casa de Mikaela:

— Estranho ela não ter chegado ainda. Pensei que fosse estar aqui pra me receber com um jantar especial ou algo do tipo. – Kenedy ainda estava uniformizado, sua jaqueta ainda era a de cadete, e estava com seu novo DMT.

Estava prestes a se desequipar quando ouviu um som vindo da sacada. Alguém havia pulado lá.

O garoto pegou uma de suas espadas e correu em silêncio até o escritório, que dava para a sacada. Abriu um canto da cortina e espiou.

— Mikaela? – Ele abriu a porta para a mulher entrar para o escritório.

— O que aconteceu? Por que ainda está com o uniforme de cadete? Não escolheu uma tropa? – Mikaela foi até um armário e pegou seu DMT.

— Eu é que pergunto o que aconteceu! Você tá com a cara machucada e entrou pela sacada! O que houve?

— Isso, - Ela apontou brava para o rosto. – Foi um militar. Entrei pela sacada porque minha chave caiu na briga contra aquele estúpido! Também porque poderia ter mais alguém aqui. – Mikaela terminou de colocar seu DMT e pegou uma mochila. – Pegue suas coisas soldado. Já está em seu primeiro dia em missão.


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