Okay, eu cheguei a um ponto da minha vida em que decidi meio que escrever um diário. Mas caí entre nós? Minha vida é completamente desinteressante, sério. Acontece que... O 1º ano do ensino médio foi diferente, houve acontecimentos dignos de registro, como o meu relacionamento com Rachel.

Vamos começar do começo (do final é que não é, né, Enzo!).

Era o primeiro dia de aula do 1º ano A, estávamos todos eufóricos com o início das aulas e curiosos para ver aonde daria a genial ideia da escola de unir os dois anteriores nonos anos (A e B) para formar uma única turma.

Chegando na sala, sentei-me em uma carteira logo atrás dos meus amigos na penúltima fileira. Encostada na janela, na fileira ao lado, estava ela, a garota que mudaria meu mundo, a que faria minha vida valer a pena, a menina dos sonhos e todas as coisas que alguém apaixonado pode imaginar da pessoa amada (mas creio que nós só pensamos isso porque não as conhecemos o suficiente). Seu nome era Rachel, a garota que eu citei lá no início, agora farei o favor de lhes contar nossa "desastrosa" relação do início ao que de certo modo esperamos ser o fim.

Eu era (ainda sou) um aluno que costumo denominar de "comum -1", aquele que não tem absolutamente nada de mais, que passa batido, sabe? “Tá, Enzo, mas por que o ‘-1’?” Porque esse sujeito tem um ponto negativo: NÃO SER BOM EM NADA, sério, nadica. Mas eu sou de boa com isso.

Então tá, tendo isso em mente, o que me deixou confuso mesmo foi saber que a Rachel, por um motivo ainda desconhecido, gostava de mim (reparem, amorosamente) e ouso dizer que era muito, ao ponto de prejudicar sua própria saúde física e mental.

Meio que ela chegou ao ponto de pedir para as amigas dela tirarem fotos minhas enquanto eu estava distraído (o que mais me indigna não é o uso de minha imagem sem minha autorização ou o que ela fazia com as fotos, mas sim... COMO ELA PODIA GOSTAR DE TER FOTOS MINHAS? Porque, puta que pariu, sou tão feio que quando fui entrar em uma competição de feiura, os jurados disseram que profissional não valia).

Rachel salvava tudo em uma pasta exclusiva em seu celular nomeada de “Enzo” e pagava as meninas com comida pelo serviço, ela também fazia outras coisas que COM CERTEZA é motivo de arrependimento hoje.

Algo curioso (e até vergonhoso) é que um dos meus maiores problemas no oitavo/nono ano era a questão de não namorar nem ficar com ninguém (virjão, eu sei) e possuía a maldição de sempre me apaixonar pela primeira pessoa que visse pela frente. E é aí que meu caso com Rachel se diferencia, porque eu a rejeitei de todas as formas e, antes que vocês me xinguem ou atirem pedras em mim, digo que me arrependo amargamente por isso e que recebi o devido troco (e com juros!). Vamos lá...