Mais um jogo escrita por Strife


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, pessoas.
Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771258/chapter/3

— Vem comigo.

— Isso não foi uma pergunta. -falei.

— Não.

— Por quê você ri tanto?

— Não posso?

— Acho que pode sim.

— Ou prefere que eu fique com cara feia que nem certa velha que eu conheço?

— Oh meu querido. A cara feia você já tem. -ignorei sua ofensa dirigida à mim.

— Não precisa ficar falando também né. -cruzou os braços.

— Claro que precisa. Logo tu não deve nem se olhar no espelho pra ver, se é que tem espelho em casa.

— Você é cruel.

— Eu sei. Agora se me der licença, vou embora. Me dá meu óculos. -virei para o lado e o tomei das mãos do indigente, que estava observando tudo.

— O quê? Vai pra onde?

— Pra casa, oras.

— Ei, Lucca! -outro carinha o chamou. Um loiro que não era o Arthur.

— Espera! -gritou em resposta.

— Então. Parabéns de novo, e tchau. -falei.

— Espera você também. -segurou meu pulso.

— Fala.

— Ahn... O time vai comemorar agora, você não quer ir?

— Tem comida? Espera, onde?

— Você vai se tiver comida então? -riu.

— Nop. Depende do lugar também. -disfarcei.

— Entendo. Vamos pra um clube.

— Clube, tipo, piscina?

— Isso.

— Ah nem. Não trouxe roupa de banho nem nada.

— Não precisa. Vai ser legal se você for pra ficar comigo.

— Se... O quê?

— Vai com ele, Layla.

— Hmm. Vou se o Pedro também for.

— O quê? -os dois falaram juntos.

— Isso aí. Chama ele também. -apontei.

— Sério isso, Dlayla? -Lucca suspirou, visivelmente frustrado.

Eu estava apostando em que ele não chamaria o Pedro. E se o Pedro não fosse ou recusasse, eu também não iria. Meu plano era perfeito.

— Sério.

Ele me encarou por um tempo, e pela sua expressão, acho que ele estava entre me matar aqui ou matar o Pedro.

— Quer vir? -olhou para o outro.

— Quê? -eu e ele falamos juntos.

— Essa não era sua condição?

— Era, mas... Pensei que não fosse chamar ele.

— Ah. Se não queria ir, era só dizer. -adquiriu um semblante triste.

Meu Deus.

— Ok, eu vou. -suspirei- Mas só por uns minutos!

— Ok. Então vamos. -pegou na minha mão, me guiando.

— Oxe. É só assim?

— É.

— Então o Pedro não vai?

Parece que foi só falar e invoquei a peste. Ele segurou minha mão livre e me puxou.

— Quase que esqueço. Me passa seu número. -sorriu pra mim.

— Ahn... Ok.

Enquanto passava, ouvia e ignorava o Lucca bufando atrás de mim. Que pessoa impaciente.

— Já terminaram?

— Já sim. Tchau, Layla. -Pedro se inclinou e beijou minha bochecha.

— Tchau.

— Ele é muito convencido, não acha?

— Um pouco. Mas até que é legal, diferente de outras pessoas...

— Opa opa. Eu sou sim, você que é chata.

— Aham. Sonha. Enfim. Por que me trouxe pra cá?

Estávamos do lado de fora, perto do ônibus que eu deduzi ser do time dele, sem falar que a todo instante algum menino passava por nós, falava com ele, colocavam a mão na minha cabeça e entravam no ônibus.

— Por que tá todo mundo pegando em mim?

— Porque você é pequena.

— Mentira dele, Layla. É por que você é fofa. -o loiro que não é o Arthur veio até a gente.

— Fofa? -perguntei, indignada.

— E pequena. -riu- Mas aí. Vai com a gente?

— Você sabia?

— Todo mundo sabia.

— Sabia? Por quê?

— Nós que incentivamos ele a ir falar com você. -o Arthur chegou.

— Incentivaram? Por quê? Sabiam que eu poderia ir pra casa dormir?

— Desculpa. Mas ele precisava de um empurrãozinho pra ter coragem.

— Empurrem mais forte então. -eles riram.

— Você é legal, por isso que ele não pode perder.

— Perder?

— Para de perguntar tanto. -o moreno apertou o meu nariz.

— Oxe. Eles que tão falando aí. Me deixa, Lucca. -fiz o mesmo com ele, com mais força, claro.

— Mas para de perguntar. Por que eles vão te responder. Esses amigos falsos. -olhou acusadoramente para os dois loiros.

— Estamos te ajudando. Deveria agradecer.

— Eu não chamaria isso de ajuda...

— Então.. Senta comigo, Layla? -me encarou.

— Qual seu nome mesmo?

— Davi. -ou o loiro que não é o Arthur.

— Se for bem longe do chato do Lucca, sim. -sorri.

— Vamos. -colocou as mãos em meus ombros, me guiando para subir no ônibus.

— Ei! O que estão fazendo?

— Indo sentar, Luquinha querido. -gritou Davi.

— Com ela?

— A Layla é legal. Senta mais na frente que a gente vai pro fundo, Lucca. -dessa vez foi o Arthur que falou.

E assim fomos para o fundo, onde eles dois se juntaram a outros meninos e começaram a falar de algo que eu não estava prestando atenção. Na verdade, acho que mais dois minutos e eu dormiria aqui no banco, pois eu tenho costume de dormir tarde, e hoje tive que levantar mais cedo pra vir, por que demorava pouco mais de uma hora de onde eu estava pra cá.

Vi meu "amigo" subindo com uma careta irritada no rosto, e foi a última coisa que eu lembro de ter visto.

...

Eu sentia alguém me chacoalhando, mas estava com preguiça demais para sequer abrir os olhos. Isso se a pessoa insistente me deixasse em paz.

— Acorda, velha.

— Me deixa. -resmunguei.

— Vai ficar aí então? Todo mundo já entrou.

— Quem?

— Acorda, criatura.

— Quié, Lucca? Me deixa. -bocejei, me espreguiçando.

— Vamos.

Eu estava grogue demais pra reclamar quando ele segurou minha mão e me levou para o clube aos tropeços.

— Ninguém aí tem uma rede? -perguntei.

— Você só pensa em dormir?

— E comida. Tô com fome.

— Você tá parecendo uma criancinha, sabia? -riu.

— Deve ser essa ótima combinação de short com sapatênis.

— O quê?

— A roupa. -bocejei novamente- Mas sério, quero dormir mais um pouco.

— Acho que alguém trouxe um colchonete. Espera aí. -me colocou sentada em uma cadeira, sumindo do meu campo de visão.

Logo ele estava de volta.

— Onde quer dormir?

— Não sei. Algum lugar silencioso o bastante para ninguém tentar me acordar. Como certa pessoa fez. -acusei.

— Ok. Vamos procurar um lugar.

Depois de hoje eu tenho certeza que puxar pessoas por aí é um hábito contagioso.

Lucca havia dito que iria tomar um banho antes de entrar na piscina e eu fiquei no tédio. Não conseguia mais dormir, então estava deitada em uma espreguiçadeira vendo as pessoas que estavam brincando na piscina. E foi quando eu notei mais algumas meninas ali.

— Layla! Vamos entrar na piscina? -uma pessoa que eu não faço ideia de quem seja me chamou.

Todo mundo aqui me conhece ou só impressão?

— Eu não tenho roupa. -foi uma quase desculpa, mas pelo menos era verídica.

— O Lucca te empresta algo depois. Anda, vem.

— Eu não sei nadar.

— Acho que tem um lado mais raso.

— Nem te conheço.

— Meu nome é Carlos. -sorriu.

— Tô na tpm.

— Para de inventar desculpas, Layla.

— É, Layla. -falei pra mim mesma, resmungando algo que nem eu mesma entendi depois.

— Vem. -chamou novamente.

— Vou caçar o que comer primeiro. -fiquei de pé. E no meu primeiro passo, bati com tudo em alguém.

— Opa. Não ia dormir?

— Não consegui. Agora eu ia caçar algo pra comer. Mas já que você chegou, vai lá buscar algo. -voltei a sentar enquanto ele ia fazer o que eu disse. Provavelmente.

Estava até que bem interessante ver o povo tentando matar uns aos outros, mas eu queria que o Lucca voltasse logo com comida. Droga, devia ter pedido uma água também.

— Aqui. Peguei a primeira remessa do churrasco pra você. De nada.

Me entregou o prato e eu me sentei. Ele aproveitou pra praticamente tomar o meu lugar, já que ele era grande e ocupava espaço.

— Sai. Esse lugar é meu.

— Cabe nós dois aqui.

— Não cabe. Olha teu tamanho!

— Claro que cabe. Olha. -passou um braço por meus ombros, ficando mais perto de mim.

— Você quer ser tão prático que dá é raiva. Faz isso com o Pedro que eu quero ver.

— Não. Só faço isso com você.

— Eita. Olha lá! Fala isso pra todas. -brinquei.

— Acho que não.

Continuei comendo, e ele estava estranhamente quieto. Quando terminei, e deitei mais confortavelmente, na medida do possível, com ele, ele começou a passar a mão de leve em meus cabelos.

— Se isso for um cafuné, você vai me fazer dormir.

— Não ligo. É melhor que você tagarelando por aí. -alfinetou.

— Agora que eu vi que tu tá sem camisa. -olhei para ele.

— Incomodada?

— Acho que não. Lembra? Sem atração. -ri.

Tínhamos discutido isso a uns meses atrás, por mensagens. Ele sempre me contava dos seus casos e joguinhos de uma festa ou uma noite, e eu sempre acabava ou o aconselhando ou brigando com ele.

E, depois de tudo isso, cheguei a conclusão de que não teríamos atração nenhuma um pelo outro, principalmente por divergimos em quase tudo.

E não, nesse caso o "Os opostos se atraem" não funciona muito.

— Nada?

— Nada. -confirmei.

— Nem um pouco?

— Não seja tão insistente. -revirei os olhos.

Ele retirou o braço que estava atrás da minha cabeça para apoiá-lo na espreguiçadeira, levantou o tronco o suficiente para ficar por cima de mim, me encarando.

— Nem se eu fizer isso?

— Não. -ri.

— Nem isso? -se aproximou mais. O nariz quase tocando o meu.

— O que você quer, Lucca?

— Que você admita que tem alguma coisa. Provavelmente.

— Eu tenho sim. Sede. Quero água, vai buscar pra mim?

Pela expressão, ele estava algo entre extremamente surpreso, frustrado ou decepcionado. Não sei bem qual dessas predominava. Ou se era alguma delas. Vai quê.

— Você é muito... Corta clima. -se levantou, saindo para fazer o que eu pedi.

Eu acho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para compensar o tempo, postarei dois capítulos seguidos.
Até a próxima, pessoas.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mais um jogo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.