Good Morning Call - BBRAE escrita por Buttercup


Capítulo 2
Parece Ser Um Castigo




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POV Rachel

Até agora estou com dor de cabeça por causa daquela peste. Ele saiu de casa e nem ao menos organizou as coisas. Eu é que não vou arrumar.

Agora está na hora da janta, 19:15 e eu não estou a fim de cozinhar para um folgado que nem ele. Ele que coma algo na rua.

Resolvi também fazer um chá calmante que geralmente faço.

Não fiz nada de mais para o jantar, apenas fiz uma sopa de legumes.

Pois aquele idiota já chegou jogando os tênis em qualquer lugar, sem contar que ele estava com bafo de cebola e com um baita chulé. Além de tudo, a meia dele estava rasgada no dedão. PODE PIORAR?

— Aí, Chel. – Ele me chamou por aquele apelido idiota novamente. Nem olhei pra ele. – O que tem pro jantar?

— Para você, nada.

— Como assim? Não fez nada pra mim? – Ele resmungou, fingindo estar chorando. – Quer me matar de fome?

— Quero. – Falei, sarcástica.

— Que egoísta da sua parte. – Ele disse, parando de fazer cena.

— Você já não comeu? – Perguntei, pois para quem está com um bafo daqueles, deve ter comido muita coisa.

— Sabe como é, não é bem assim para encher minha pança. – Ele comentou, batendo na própria barriga e a mesma fez um barulho esquisito.

— Percebi. – Revirei os olhos, tirando a sopa do fogo. – Então, faça comida você mesmo.

— Sabe o que é... Não sei cozinhar. – Confessou ele, parecendo sem jeito.

— Nem fritar um ovo?

Ele nem respondeu. Acho que sei a resposta.

POV Garfield

Cara, que vergonha! Perder para aquela esquisita! Não sei cozinhar, só sei comer! Mas se eu não quiser morrer de fome, preciso dar um jeito nisso. Essa sopa está com um cheiro tão bom... NÃO! Deve estar enfeitiçada, afinal, ela é um bruxa! Apesar de eu ter comido na rua, eu sempre como de novo quando chego em casa.

— Essa sopa até que parece boa.

— “Parece”? – Rachel deu um sorrisinho sarcástico. – Por que não prova?

— Eu não. Vai saber o que você colocou aí.

— Você que sabe. – Disse ela, colocando a colher na boca. – Hummm, que delícia! Bem quentinha!

Eu estava lambendo os beiços para provar. Sentia até a água na boca e meu estômago se revirar. Ela quer mesmo que eu caia em tentação? Pois está na cara que é provocação.

— Não quer mesmo?

— Não! – Eu lutei para dizer isso, mas meu estômago dizia outra coisa.

— Então vou comer tudo. – Ela disse, se preparando para colocar mais sopa no prato.

— Espera! – Não aguentei. – Talvez eu queira um pouco sim. Mas isso não significa que você é boa cozinheira nem nada...

— Tá legal. – Ela riu, colocando mais um prato na mesa e me servindo.

— Não vai me dar na boca? – Provoquei.

— Por que eu faria isso? – Ela arqueou uma sobrancelha e eu segurei o riso.

— As garotas me dão comida na boca. Ah, é. Você não é uma garota.

Ela assentiu com a cabeça.

— Tem razão. Não sou uma garota. Por isso, eu posso fazer... ISSO! – Ela disse, enfiando uma colher com tudo na minha boca, quase me afogando.

— Cof... Cof... EI, SUA MALUCA!

— Ué, não quer comida na boca? Só que eu não sou uma garota. Então, faço assim. – Ela piscou, claramente me provocando. – Melhor assim, você calou a boca.

— Imbecil... – Resmunguei, comendo a sopa sozinho.

Mas, caramba, estava ótima.

— Até que não tá tão ruim... – Falei, devorando tudo.

— Viu? Você não quer admitir, mas eu sou ótima na cozinha.

POV Rachel

Até que foi divertido provocá-lo. Parece um irmão mais novo. É hora de mostrar que sou mais madura que esse desmiolado. Mas isso já se nota de longe.

— Agora que estou de barriga cheia, vou dormir. – Declarou ele.

— Nada disso. Vai me ajudar com a louça.

— Ahh, parece minha mãe!

— Acha que tem moleza? – Me segurei para não rir. – Vem, vamos acabar logo com isso.

— Tá bom. – Ele estava emburrado. Muito engraçado.

Após acabarmos a louça, que não era muita, eu fui procurar um livro e ele foi tomar banho.

Fiquei lendo enquanto ele tomava banho.

Quando ele saiu do banheiro, estava só de toalha. Eu sem querer acabei olhando para aquele tanquinho dele e subitamente senti meu rosto esquentar. Por que eu olharia uma coisa dessas.

— Garfidiota! Vai colocar uma roupa!! – Gritei, tampando os olhos com o livro.

— Ué. Não gostou do que viu? – Ele deu uma risadinha.

— Cala a boca e vai se vestir!

— Tá bom, tá bom... Eu sei que gostou! – Ele disse, com a voz maliciosa.

Joguei uma almofada na cara dele.

— Tô indo, tô indo! – Ele disse, indo para o quarto.

Quando ele fechou a porta, eu respirei fundo. Por que eu estava prendendo a respiração? Por que meu coração acelerou de repente? Eu não sou como aquelas idiotas que só ligam para aparência. O que adianta ser bonito e ser podre por dentro?

O corpo dele até é razoável, mas a personalidade é péssima.

Droga, meu rosto ainda está quente. Agora que parei para pensar, estou morando com um cara! UM CARA! Um cara que não suporto ver a cara, mas ainda assim, um cara, um homem. Eu senti o rosto esquentar mais ainda.

Droga, Rachel, por que está pensando nisso justo agora?

Quando ele finalmente saiu do quarto, minha cara estava enfiada no livro.

— Quel. Quer ver um filme?

— Por que eu veria um filme com você?

— Qual é. Vamos dar uma trégua nas brigas.

— Não foi você mesmo que disse que me odeia? Então, também te odeio. – Respondi, áspera.

— Mas se vamos morar juntos, precisamos dar tréguas às vezes. Vamos ser aminimigos?

— Você é tão engraçado às vezes, Logan.

— Já você me assusta e não tem graça alguma, Roth.

— Pode ver qualquer filme. Eu vou ao meu quarto.

— Qual é, Chel...

— Não me chame assim! – Bradei, fuzilando-o com os olhos.

— Tá bem, tá bem, mas vamos ver algo juntos.

— Tô cansada, quero descansar.

— Posso ir junto? – Indagou ele e senti meu rosto começando a ficar quente.

— NÃO! – Gritei, escondendo a vergonha. – Sai do meu pé!

— Vai ser bem difícil, já que moramos sob o mesmo teto.

— Ai, por que eu concordei em morar com você?

— Eu também não sei. Vai ver gostou de mim. – Ele piscou de um jeito muito irritante.

— Cala a boca. Eu só não tinha escolha. – Respondi, dando de ombros, tentando não quebrar a cara dele.

Mas e se meus pais perguntarem aonde estou morando? Como vou dizer que é com um garoto?

Massageei as têmporas. Parece castigo.

Nessa hora, meu celular tocou. Era o que eu temia. Era minha mãe. E agora? O que eu falo? Falo a verdade ou invento alguma coisa?


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