Batalha de rima. escrita por Carenzinha


Capítulo 1
Rimar e vacilar.




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Eu tô lá, tô de boa.

Minha mente rima a toa.

É bizarro, não dá pra parar.

É mais forte do que eu, tenho que rimar.

Mas, beleza não vou mostrar pro pessoal.

Aquele rap maroto, que tentei deixar legal.

Mas, beleza ninguém precisava ver.

Até que pegaram meu caderno e acharam uma cantiga.

Sem querer.

“Solta tua rima, faz pra mim uma cantiga.”

Poxa, geral começou a incentivar.

Todo mundo queria me ouvir cantar.

Claro que eu não queria parar de rimar.

“Bora pra batalha de rap.” Alguém desafiou.

Pô, meu coração pulou.

Tava na hora de manjar, mostrar que dava pra rimar.

E não fracassar.

Chegou na hora de rebater eu travei geral.

Não mandei a rima fenomenal.

O pessoal parou, olhou.

Eu não sabia continuar.

Sentia geral rindo por dentro.

Mas que tormento.

Sorri de lado, de um modo forçado.

Enxuguei as mão suadas, mas que vacilada.

Rimar? Que nada.

Travar na batalha.

Minha rima me abandonou, quis chorar, quis gritar.

Amo rimar, não sei parar.

A rima sempre tá comigo, menos quando eu preciso.

Nunca mais quis entrar em batalha de rima.

E hoje os raps eu escondo, junto com as cantigas, pra ninguém achar.

Mas também, quem é que iria procurar?

Uma música de uma pessoa fanática por rimas,

Mas que trava, não sabe rimar.

Então mando essa pra todas as rimas que um dia já fiz.

Desculpa o vacilo, desculpa não conseguir.

Mas, me digam por que sumiram quando fui rebater?

Quando todos os olhares pareciam me vencer?

Aquele medo, aquela aflição.

“Manda tua rima, menina.”

Não saia, não saiu. Não vai sair.

Aquela batalha de rap eu perdi.

Pena que não posso parar, eu preciso rimar.

É tipo respirar.

Palavras combinam sem cansar.

Deixei o lugar decepcionada.

Não tinha conseguido rimar nada.

Adeus batalha.

Olá rima, olá sina.

Olá perder, adeus vencer.

Olá rimar, sem parar.

“Vai, é sua vez de rimar.” Falou o pessoal me esperando.

E eu falhando, aos poucos falhando.

Neguei, não sabia, nada vinha.

Nada combinava com nada.

Nada se encaixava.

A rima voava, se desconectava.

Perdia, aos poucos.

A rima vacilava.

Saí sem ganhar. Decepcionada.

“Vai ter outras batalhas!”

Mas não pra mim, que não rimei.

O pior de tudo é que depois de uns 10 minutos.

Me veio ideias fantásticas para rebater.

Por que na hora eu não pensei?

Por que eu me importei

Tanto com vencer e deixei a rima perder?

Acho que é isso, essa é a verdade.

No meu sangue flui rima.

A rima que fascina.

Que não pode ser segurada.

Mas que trava na hora necessária.

“Vem cá, você não rima nada!”

 


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