James kirk entrou devagar no galpão. Localizou a alavanca de energia perto da porta e a acionou, acendendo os “spots” de luz do teto e iluminando o lugar. A construção era grande e tinha um pé-direito de quase oito metros de altura. Prateleiras altas e largas estavam enfileiradas, formando corredores compridos, repletas de componentes eletrônicos e peças de espaçonaves. Em alguns espaços abertos, entre os corredores, estavam algumas carcaças e peças maiores.

O capitão olhou em volta com cuidado e sinalizou com os dedos para Sulu e M’Ress, que o estavam acompanhando, para que se separassem, um para cada lado, de modo a poderem cobrir uma área maior. Todos estavam armados com rifles phaser leves, que haviam buscado na nave. Avançando cautelosamente, Kirk caminhou pelo corredor mais ao centro. Eles levavam também “tricorderes” para tentar localizar sinais de movimento a frente e estarem preparados para qualquer eventualidade.

Haviam chegado ao meio do galpão, perto da cabine desmontada de um veículo espacial antigo e não encontrado nada. O único barulho que ouviam era o dos condicionadores de ar, que foram acionados junto com as luzes.

Quanto Kirk estava olhando para os outros corredores à sua frente, pensando no que fazer em seguida, ouviu uma voz vinda de trás de uma esteira de transporte de carga à sua esquerda:

— Vocês três, larguem as armas! Eu os tenho sob minha mira.

Como para confirmar estas palavras, um tiro de phaser explodiu a menos de um metro dos pés do capitão. Kirk sinalizou pra seus oficiais e os três soltaram as armas no chão.

Olhando para o lugar de onde viera o disparo os oficiais da Frota viram um homem saltar a esteira, com duas pistolas phaser, uma em cada mão, apontadas firmemente para eles.

— Se vocês acharam que iam me pegar desprevenido, – disse o homem – estavam muito enganados.

Kirk sorriu para ele e disse calmamente:

— Na verdade, nós pegamos.

— O que você?...

Antes que ele pudesse continuar, sentiu o cano da arma encostar-se às suas costas e ouviu uma voz feminina dizer:

— Agora é a sua vez de soltar as armas – disse Aysha.

O homem soltou as pistolas no chão e disse de forma desafiadora:

— Muito bem, vocês me pegaram por enquanto. Mas fiquem sabendo que nenhum de nós vai sair vivo daqui. Instalei explosivos por todo o perímetro e...

A órion abaixou a arma e deu a volta, ficando de frente para ele.

— Acho que você está sendo um tanto dramático, Dax - disse ela, sorrindo.

Depois de olhar para Aysha por alguns segundos, o tenente Torias Dax abriu um largo sorriso e para surpresa dela, lhe deu um abraço apertado.

— Lindeza, você me achou! – disse ele com entusiasmo – sabia que você entenderia a mensagem que eu deixei.

Parecendo sem jeito, Aysha afastou o trill.

— Eu tive ajuda. – disse ela, indicando os oficiais da Frota - Dax, estes são os oficiais da Frota Estelar capitão James Kirk, tenente-comandante Sulu e tenente M´Ress.

O trill olhou para o capitão com os olhos arregalados.

— Você só poder estar brincando! – disse ele, atônito – A Enterprise está em órbita?

— Infelizmente não - respondeu Kirk – Apesar de ter ficado bastante preocupada quando você não deu notícias, a Frota preferiu agir de forma mais discreta no primeiro momento, principalmente por causa de sua mensagem misteriosa sobre Aysha. Nós só ficamos sabendo do envolvimento do Tal Shiar depois de chegar ao planeta e nos encontrarmos com ela.

As pintas no pescoço do trill ficaram um pouco mais escuras quando ele comentou, com raiva:

— Pois é, parece que os romulanos montaram uma grande operação para tentar roubar os planos do novo núcleo de dobra. Eles têm agentes locais trabalhando em vários pontos da cidade. – o trill então olhou para Kirk preocupado – E a julgar pela quantidade de informações que eles tem sobre o projeto, provavelmente a um agente do Tal Shiar infiltrado dentro da Frota Estelar.

— Eu também acho isso – respondeu Kirk – Por essa razão um de nós deve voltar discretamente ao Instituto Cochrane e recuperar os arquivos que estão mo laboratório, para evitar o risco deles caírem nas mãos do Tal Shiar.

— Não será necessário, - disse Dax – pois eu suprimi todos os arquivos do computador. Eles já não tem nehum traço dos projetos. Contém apenas armadilhas para fazer quem quer que os queira roubar perder tempo. As únicas cópias estão aqui comigo.

— Onde? – perguntou o capitão.

— Aqui – respondeu o trill, sorrindo e tocando sua cabeça.

Kirk olhou desconfiado para o trill, parecendo não acreditar.

— Como? – perguntou ele.

— Capitão, como você deve saber agora, nós, os trills, somos uma espécie unida simbioticamente que divide a existência com entidades vermiformes que vivem por séculos e se alojam em nossos corpos. – disse Torias - Depois de unidos, partilhamos de todas as experiências uns dos outros, presentes e passadas. Então, todas as informações do projeto estão não somente no cérebro do tenente Torias, mas também na mente do simbionte Dax. Então eu tenho não só o projeto, mas também uma espécie de “backup”, já que podem ser passadas para outro hospedeiro trill.

— Isso é ótimo tenente, – disse o capitão – mas por outro lado nos traz um sério problema.

  Kirk olhou para a órion.

— Aysha, acho que agora nós vamos precisar pedir ajuda. Preciso enviar mensagens urgentes para o Quartel General da Frota e para a Estação 001. – disse o capitão – É possível fazer isso sem que os romulanos as interceptem?

— Da base na Seção 31 no parque, com certeza sim. – respondeu ela.

— Então vamos. – ordenou o capitão.