Um Conto de Natal - Adaptação escrita por Alyssa Sullivan
UM CONTO DE NATAL
Primeiro Ato
CENA I (Casa de Catarina)
Narrador: Era natal. As ruas estavam iluminadas, as casas decoradas e todos estavam contagiados pelo espírito natalino de amor e solidariedade. Exceto Catariana. Era uma moça linda, inteligente e muito convencida. Seus desejos estavam acima de tudo e de todos. Ela estava mergulhada no oceano de seu próprio orgulho. Não tinha amigos, mas sim empregados.
Catarina: (GRITANTO) Judite, onde está o meu casaco? Preciso sair!
Judite: Estou indo senhora. – COLOCA O CASACO EM CATARINA.
Catarina: Preciso que limpe todos os lustres até amanhã.
Judite: Mas isso não é possível e a ceia de natal é hoje. Preciso ir para casa de noite.
Catarina: Ótimo fique em casa. Mas se ficar você não precisa voltar... Nunca mais.
Judite: Não, por favor! Claro que limparei, senhora! Preciso muito desse emprego para ajudar a minha família.
(CATARIANA ABRE A PORTA E SAI)
CENA 2 (Rua)
Narrador: Ao seu redor todos pareciam contagiados pelo clima de natal.
Alguém: Feliz natal! A senhora gostaria de conhecer a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias?
Catariana: Não, tenho mais o que fazer!
Ela passa por uma banca onde estavam vendendo doces.
Vendedor: Olá Senhora! Qual destes deseja?
Catarina: (TOM DE DESDÉM) Estão tão caros.
Vendedor: É porque estamos arrecadando fundos para o orfanato, senão ele fecha e as crianças vão para rua. É para este orfanato – MOSTRA A FOTO.
Catarina: Que pena! Mas esses doces estão muito ruins.
Vendedor: Mas a senhora nem provou.
Catarina: Sei reconhecer algo ruim de cara. – DEU AS COSTAS E SAIU.
Narrador: Catarina chegou em casa e preparou-se para dormir cedo. Não iria comemorar o natal como fazia há muitos anos. Não tinha parentes próximos, não tinha amigos e mais ninguém com quem fosse apegada.
Segundo Ato
CENA 3 (Quarto da Catarina)
Narrador: Catarina dormia tranquilamente, até que uma brisa gélida invadiu o quarto. Ouvia-se pequenos ruídos e o sussurrar do nome de Catarina.
Tia Ana: Catarina! Catarina! – ENQUANTO CATARINA RONCAVA.
Catarina: (DESPERTA E ESFREGA OS OLHOS) Arremara a gente nem pode dormir mais em paz!
Tia Ana: Tenho um recado para lhe dar.
Catarina: Fala logo tia Ana que eu to com sono ... Espera... (SUSTO) Tia Ana morreu há 7 anos. Isso é uma brincadeira?
Tia Ana: Não é uma brincadeira.
Catarina: Então é um sonho.
Tia Ana: Também não. Eu quero que você mude a sua vida Catarina. Quero que se torne uma pessoa melhor do que eu fui. Você ainda tem tempo e não desejo que termine sua vida como eu. Espero que deixe de ser mimada e egoísta.
Catarina: Com certeza isso é um sonho. Minha tia não falaria essas coisas.
Tia Ana: Hoje à noite mandarei três espíritos para lhe visitar. Preste atenção ao que dizem. Se realmente entender a mensagem, ela mudará a sua vida.
Catarina: (TOM DE DÉSDEM) Está bem. Espero não lembrar disso quando eu acordar – VOLTOU A SE DEITAR.
Tia Ana: Repare seus erros enquanto tem tempo.
Tia Ana sai e Catarina volta a dormir.
CENA 4 (PASSADO)
Narrador: De repente houve um clarão no quarto de Catarina. A jovem se acordou.
Catarina: Quem é você? E o que você quer? É um espírito! – SUSTO.
Espírito 1: Eu sou o espírito dos natais passados.
Catarina: De qual passado?
Espírito 1: Do seu passado. Eu estou aqui para clarear o seu passado.
Catarina: Não estou interessada. Obrigada. Prefiro dormir! – BOCEJA.
Espírito 1: Você não tem opção. Venha comigo. – ESTENDE A MÃO.
Catarina: Mas está muito frio. Para onde vamos? É melhor ficar aqui dentro.
Espírito 1: Vamos ver como você se tornou nessa pessoa mesquinha. Reflita sobre o seu passado.
Eles dois saem de cena.
(DANÇA ROCK ’60)
Narrador: Catarina estava sentada sozinha. Não tinha ninguém para conversar.
Jovem: Quer dançar? – ESTENDE A MÃO.
Catarina: Sim.
Os dois dançam. Tia Ana chega.
Tia Ana: Catarina! (CATARINA SE ASSUSTA) Não quero que você ande com esse tipo de gente... Um pobre coitado.
Catarina: Mas...
Tia Ana: Não discuta! Você foi muito bem-educada para não andar com esse tipo que não tem nada a te oferecer.
Espírito dos natais passados e Catarina do presente.
Catarina: Isso não foi legal. Por que está mostrando?
Espírito 1: Tem mais.
CENA 5 (CASA)
Catarina: Tia, eu posso ir para festa de natal da Mel?
Tia Ana: Não, a gente vai viajar não se lembra?
Catarina: Mas eu pensei que esse ano nós poderíamos passar com os amigos.
Tia Ana: Eu ainda não sei porque você ainda é amiga daquela garota. Ela não tem nada a te oferecer.
Catarina: Ela é uma boa amiga.
Tia Ana: Ela não é uma pessoa importante. Não ira te dar coisas boas. Se afaste dela.
Catarina: Está certo.
Terceiro Ato
CENA 6 (Quarto da Catarina)
Espírito 1: Espero que encontre dentro de si o verdadeiro espírito de natal.
Catarina: Besteira!
Narrador: Catarina voltou a sonhar até que o som de uma música natalina a acordou.
Catarina: Se for um espírito apareça!
Espírito 2: Eu sou o espírito do natal presente. Eu vim lhe ensinar sobre a felicidade.
Catarina: Que felicidade?
Espírito 2: A felicidade que está nos gestos simples do dia a dia. Que se encontra no ato de compartilhar com o próximo.
Catarina: Estou muito bem assim.
Espírito 2: Não se pode viver assim Catarina! Vamos!
Eles vão para de trás da cortina.
CENA 7 (Orfanato)
Dona do orfanato: Temos 3 dias para pagar as dívidas. (ESTÁ SEGURANDO UM PAPEL)
Criança órfã: Nós vamos ter que sair daqui?
Dona do orfanato: Vai dar tudo certo. Não se preocupe.
Catarina: A situação é tão ruim assim? – ELA ESTÁ DISTANTE ASSISTINDO A CENA.
Espírito 2: Vamos!
CENA 8 (Casa da Judite)
Família da Judite está sentada em volta da mesa.
Mãe da Judite: Aqui está a ceia! (PÔS A COMIDA NA MESA)
Era pouca comida.
Judite: Olha quem veio se juntar a gente na ceia.
Júlia: Jasmim!
Jonas: Não seria melhor ela está na cama?
Júlia: Deixa ela participar da ceia, Jonas!
Jonas: Ela está doente. – OLHA PARA JÚLIA.
Judite: Mas logo logo ela vai melhorar.
Mãe da Judite: Vamos começar a ceia agradecendo pelo o que temos. Pode começar Júlia!
Júlia: Agradeço por estar com a minha família hoje.
Jonas: Agradeço por está comida deliciosa que está na mesa.
Judite: Agradeço que muito em breve compraremos os remédios da Jasmim e ela estará boa. Também agradeço a Dona Catarina, porque sem ela não seria possível essa ceia.
Jonas: Judite!
Todos ficam em silêncio.
Judite: Eu estou empregada há anos graças a Dona Catarina.
Mãe da Judite: Ela jogou um balde de água na Jasmim, por isso que ela está doente de novo. Nós não vamos agradecer a sua patroa.
Judite: Ela não fez de propósito. É uma pessoa solitária.
Jasmim: Que o amor possa contagiar seu coração.
Mãe da Judite: Vamos comer que é melhor.
Catarina: Ela vai ficar bem?
Espírito 2: Quem se importa? Menos uma alma miserável no mundo. Você viu a felicidade que você traz a esse mundo.
CENA 9 (Futuro)
Catarina: (EFEITO SONORO) (GRITO) Arremara o que é isso?
Espírito 3: Eu sou o espírito do futuro.
Catarina: Mas eu escutei uma menina. Você é velho.
Espírito 3: Arremara digo eu.
FUTURO 10 ANOS PARA FRENTE
Catarina: Aonde estamos? Que Lugar é esse?
Espírito 3: Esse é o futuro.
Uma mulher deixa flores num tumulo.
Catarina: Quem é aquela?
Espírito 3: Olhe melhor.
Catarina: Judite?! (SURPRESA) Mas ela está tão... velha. Quanto tempo se passou?
Espírito 3: 10 anos. É porque ela ficou muito desgastada para sustentar a família. Sofreu muito.
Catarina: Muito mesmo. O que é aquilo? (SUSTO AO VER A PRÓPRIA LÁPIDE) Eu vou morrer tão jovem.
Grupo de meninos passa por eles.
Judite: Gente não precisa disso. Vocês vão se machucar.
Menino: Saia da nossa frente.
Judite: Vocês podem ganhar a vida honestamente.
Menino: Não queremos ficar que nem você. – CONTINUAM CAMINHANDO.
Catarina: Quem são eles?
Espírito 3: São as crianças do orfanato que você não quis ajudar.
Catarina: Eles se tornaram pirangueiros.
Encenação de uma briga de rua (Beat it)
Catarina: O que eu posso fazer para mudar isso? Eles poderiam ir para aquela igreja. Qual o nome? Igreja de Jesus...
Espírito 3: Agora você não pode fazer nada.
Catarina: Como não. Aquela garotinha morreu por minha culpa. O que eu vou fazer agora?
Espírito 3: Você morreu. O que você tinha que ter feito tinha que ser em vida.
Quarto Ato
CENA 10 (Quarto da Catarina)
Narrador: Catarina acordou muito feliz por estar em sua casa. Ela sabia o que tinha que fazer. Ela abriu a sua gaveta e pegou sua carteira. Saiu da cama correndo e foi em direção a sala e acabou esbarrando em Judite.
Catarina: Judite!
Judite: Senhora, eu não terminei de limpar, mas se me der mais tempo eu acabo esta manhã.
Catarina: Não precisa. Tire esse dia para ficar com a sua família. Depois conversamos sobre aumentar o seu salário. Tome isto para os remédios da Jasmim e para fazer uma ceia decente. – ENTREGA ALGO NA MÃO.
Judite: Obrigada... Muito obrigada. – ABRAÇA A PATROA.
Catarina sai.
CENA 11 (Rua)
Catarina: Ei moço!
Vendedor: Olá! Você não é aquela moça de ontem que disse que os doces estavam ruins?
Catarina: Não, aquela era outra pessoa. Gostaria de fazer uma doação para o orfanato.
Vendedor: Sim! Isso é muito bom.
Catarina: (ENTREGA UM CHEQUE) Está aqui.
Vendedor: Que Deus te abençoe!
Catarina saiu.
Catarina: Sim, podem fazer.
Alguém: O que?
Catarina: Fazer a visita.
Alguém: Precisamos do seu endereço.
Catarina: (ENTREGA UM PEDAÇO DE PAPEL) Aqui que eu moro.
Alguém: Obrigado(a)
Catarina: Até mais!
CENA 12 (Casa da Catarina)
Narrador: Catarina chegou em casa com o sentimento de satisfação. Ela se sentia muito bem por ajudar o próximo.
Catarina: Agora eu preciso tomar um banho.
Judite: Dona Catarina.
Catarina: (SUSTO) O que você ainda está fazendo aqui? Vá para casa descansar.
Judite: Gostaria de saber se a senhora aceitaria vir para ceia de natal em minha casa. É um lugar simples, mas é limpinho.
Catarina: Sim!
Judite: Já vou aprontar a ceia. Até mais tarde!
CENA 13 (Casa da Judite)
Narrador: Todos estavam reunidos em volta da mesa: Catarina e a família da Judite. Catarina aprendeu o significado de compartilhar com o próximo e se colocar no lugar do outro. Ela levou o espírito de natal para todos os dias de sua vida. E não teve mais um dia que Catarina se sentisse sozinha.
TOCA MÚSICA DE NATAL.
Fim
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Obrigada por terem lido até o fim!