Dormi e acordei novamente assustada com os antigos pesadelos. Era inacreditavel que sempre fossem os mesmos a 16 anos. A unica lição que tive foi aprender a não acordar gritando.

Olhei pela janela e via o ultimo segundo do por do sol entre as folhas das arvores, dando lugar a lua com sua inevitavel escuridão . Eu havia dormido desde o meio- dia. isso significava que os remedios fizeram efeito, e o curativo agora só formigava. Ao olhar para o cantinho que Alex tinha saido lembrei dos fragmentos confusos da historia que ele havia me contado, só que agora eles estavam misturados a partes do pesadelo o que tornava tudo muito estranho.

Gostava muito de Alexsander mais tinha horas que ele parecia ter dupla personalidade, pois de um um garoto atencioso e encantador passava a ser misterioso e distante, falava coisas por partes temendo que fosse demais pra mim. No fundo eu gostava desse lado protetor dele, apesar de as vezes me irritar.

Me sentei na cama e olhei o porta retrato sobre o criado mudo. Tinha uma foto minha e da minha mãe, eu ainda era uma garotinha e ela ainda era uma mulher saudavel , mais meu pai já havia desaparecido. No pescoço ela usava aquele colar que havia me dado. Sem soltar o retrato abri a gaveta e do fundo tirei uma bolsinha de couro, de dentro tirei o colar, agora ele não parecia tão grande como me parecia naquela epoca , mais seu brilho ainda me encantava. Parecia uma joia rara, já tinha pesquisado todo e qualquer tipo de informação sobre ela, mais parecia não ter fabricante que a reconhecesse, apesar da expressão de admiração sobre tal peça. Agora saber que minha mãe nunca foi vampira, não me revoltava ou me entristecia mais me intrigava. Como eu podia ser ter asas e sangue real se ela não era vampira tambem? A hipotese te não ser filha dela, não existia pois eu era copia de tal rosto. e com meu pai desaparecido as perguntas nunca seriam respondidas. Apesar do fato de nunca mais ter tido respostas pelo desaparecimento isso agora tambem passou pela minha mente.

Essas perguntas antes nunca feitas a mim mesmo começaram a me deixar levemente irritada, pois meu pai tambem era um vampiro real, um homem feito e habilidoso, não se deixaria desaparecer sem motivos , nossa familia sempre foi unida e nunca tivera uma lembrança de uma unica discussão entre os pais, eram tão felizes quanto qualquer outra familia , Mary podia provar era vizinha deles na epoca. Então meus pensamentos se abriram, se tinha uma pessoa que podia responder a qualquer pergunta minha essa pessoa era Mary!

Devovi o porta retrato ao criado mudo, procurei um sapato e num gesto rapido coloquei o colar no pescoço e ja me vi na porta de entrada, Noah que ali se encontrava tomou um susto , eu nunca fazia questão de usar a velocidade.

- Já acordou? Esta melhor agora?

-Sim, não esta mais doendo

.- Porque essa cara? Vai a algum lugar?

- Preciso de ver umas coisas ,volto logo.

-Volte mesmo, Sarah nos convidou pra jantar lá essa noite, uma ultima comemoração ao seu aniversario. Se cuide

- ok.

Sai da casa e de imediato o vento soprou os meus cabelos e a lua já aparecia, era estranho pensar que ainda era meu aniversario, dia 31 de outubro, esse tipo de data tazia muitas supresas, sempre. Mais relaxei, pretendia voltar logo ate porque não existia cidade mais tranquila que aquela, e ir até o orfanato era mais importante do que se preocupar com um jantar de aniversario agora.

O orfanato ficava no começo da rua, Mais na ansiedade já estava na metade do caminho atravessando a pracinha que ficava no centro da cidade. De repente um arrepio percorreu minha espinha e todas as luzes do lugar ascenderam.

-Esta uma linda lua de Hallowen não é Jass?

A pressa se dissipou quando soou a voz familiar do garoto de cabelos dourados e olhos verdes. Virei o corpo para tras, e o vi num dos bancos perfeitamente acomodado estava ele com as diferenças que um ano não faz num garoto vampiro, mais com o mesmo sorriso malicioso de antes.

- Eric.

Ele se mostrou satisfeito com o reconhecimento imediato, num segundo e ele estava a um centimetro do meu rosto, era inevitavel não ver a semelhança entre ele e Alex, mais com certeza os olhos verdes aqui não tinham o brilho sonhador dos conhecidos azuis.

- Mais o que faz uma linda garota sozinha na rua a uma hora dessa? Veio tomar um ar?

O que ele estava fazendo aqui? Porque ele resolveu aparecer de novo depois de um ano? Fosse o que fosse não era uma boa coisa, o melhor era ignora-lo e ir embora, assim virei as costas e continuei como se não houvesse visto nada.

- O que Jass vai me deixar falando sozinho de novo? Ou vai chamar seu principe pra te salvar de novo?

Continuei andando sem dar ouvidos. Qualquer coisa a ver Alexsander travando uma luta novamente com ele.

- Acho que o seu Avô não te deu educação, pensei que em um ano vc se tornaria mais amavel aos amigos.

Parei. Um riso

- O que vc não sabia que Noah era seu avô? A pequena Jass, parece que vc não sabe tudo ainda, eu avisei que vc seria melhor tratada se estivesse ao meu lado.

Com um passo ele chegou perto de mim, me rodeando e parando a minha frente.

- Bela joia

- Não toque suas mão imundas.. - disse dando um tapa em sua mão e me afastando.

- Oh Jass vc é tão facil de ler! Mary não vai ter as respostas de que precisa, E se tivesse elas não as daria.- Ele se aproximou insistente agora mais perto - Só eu tenho as respostas.

No instante em que ele tocou meu rosto, minha pele feveu e minha mente se abriu. Como num borrão e uma especie de lembrança eu podia ve- lo parado numa sala enorme e bonita vestido elegantemente ao lado de uma mulher parecida com Eric, com uma expressão fria no seu rosto envelhecido. Depois eu só via o rosto de Eric de novo. Sem perceber vi que uma lagrima brilhava no meu rosto.

- Perdeu as palavras não é lindinha. Seu pai esta vivo e pra ver ele - ele segurou minhas mãos e falou ao meu ouvido - basta vc vir comigo.

Ele se afastou ainda segurando minhas mãos seus olhos mudaram de verde pra vermelhos e asas abriram em suas costas

- Venha Jass.

Era o que eu queria, ir. Uma imagem tão nitida que era como se sentisse a presença dele ali. Ir. Ve-lo novamente.Não importa como ou onde. Era seu pai. As mão lhe puxavam ansiosamente seus pés quase descolavam do chão.

-Não!- Larguei suas mãos enquanto minhas asas explodiam- Nunca vou com você! Nunca!

Ele esticou as proprias asas largamente e deu um impulso, flutuando levemente no ar.- Não tem problema nervosinha, você vai ter tempo pra pensar e quando decidir eu vou estar aqui. Até logo

 Dizendo isso piscou, e levantou vôo metros acima do chão desaparecendo na escuridão. Respirei fundo,acabava de descobrir mais coisas do que eu queria. Noah era meu Avô? E meu pai estava VIVO? Se é que isso era verdade! Meus joelhos tremiam, mais eu precisava agora mais do que nunca falar com Mary. Reunia as unicas forças que me sobraram, e também levantei acima do chão. O orfanato não ficava muito longe, mais assim eu podia passar por cima dos portões e entrar sem ser percebida indo direto pro quarto de Mary. Aproveitei o vento frio para me acalmar pois não queria discutir com Mary. Passei pelos portões e pousei no patio de trás. Recolhi as asas, entrei e fui pelos corredores que sabia que estariam vazios aquela hora e segui ate o quarto.Mary estava sentada frente a janela lendo como de costume, só virou o rosto quando entrei a toda pela porta.

-Jaas o que faz aqui? Cai num acadeira proxima, não era a toa que ficava fraca, voar usava muito da energia e da concentração e minha cabeça já estava tão cheia de informação que parecia explodir.

- Mary me explica o que esta acontecendo! disse ofegante 

-Jass menina, vc esta beem? Explicar o que? Disse ela vindo em meu encontro me puxou pelos ombros e me deitou na cama fechando a porta.

-Você deve saber! Eric disse que meu pai está vivo Mary, porque nunca me disse? Meu Deus isso é verdade mesmo? Porque não me falaram que Noah era meu avô, Mary Porque me esconderam que eu ainda tinha pessoas do meu sangue pra contar durante esses 15 anos? Ela me olhou espantada levantou e voltou para a janela.

-Jass achei que ia demorar até essa hora chegar, mais antes disso vc precisa se acalmar. Ela foi ate a cômoda apanhou um copo com agua e me deu.Passaram se alguns minutos ate que minha respiração voltasse ao normal. Ela voltou a sentar-se na cadeira e com um olhar para lua começou.

- Era primavera, e sua mãe tinha acabado de chegar nessa cidade, a familia vinha de mudança para cá, e vocês moravam aonde vc esta com Noah agora. O orfanato nem existia, Todos nós eramos um pouco mais velhos que vc agora, eu era vizinha de sua mãe e com o tempo ficamos bastante amigas , no final da rua morava os Laumoniers os donos de tudo, ricos, elgantes e despreziveis nada simpaticos com os vizinhos. Sobre eles existia uma aura muito estranha, a familia parecia sempre fazer casamentos entre si, e viviam como se fossem de uma estirpe melhor que nós. A não ser Ben e Michaell, o seu pai e o irmão dele. Eles sempre davam suas fugidas para estar com o resto da rua, eram amigos de todos e aprontavam coisas inacreditaveis. Ben era excluido por suas atitudes e culpado pela vergonha da familia , Michaell ainda era protegido pela mãe por ser mais o mais jovem dos filhos . Quando se conheceram Anne e Ben pareciam ter uma afinidade mutua, e em certo tempo eu já virava garota de recados para cartas de amor e encontros escondidos. Anne era extremamente apaixonada por seu pai e dizia que ele seria o pai de seus filhos , mais ele sempre recuava ao assunto, Ben se afastava e dizia que o futuro deles juntos jamais seria permitido. Mais a cada encontro juntos, parecia que certamente o unico destino dos dois seria casamento.Um dia Ben e Michaell tiveram um briga horrivel, e pelo que se dizia isso tinha algo a ver com Anne. Michaell tambem era apaixonado por ela e cansado de sofrer sozinho contou tudo a familia, logo apos a briga Ben correu ate Anne e contou o que era e o porque de nunca poderem ficar juntos.Ela não acreditou num palavra se quer , mais depois acabou ligando os fatos e decidiu que seu amor por ele poderia ser maior que qualquer fantasia. O pai de Ben descobrindo que ele havia revelado o segredo mais antigo da familia o proibiu de ver Anne e o obrigou a casar se com sua prima que vinha da cidade vizinha,chantegeando-o que se não fizesse isso mataria Anne sem piedade, mais não comprindo sua palavra planejou escondido um plano  para matar sua mãe que sabia de mais. No dia do casamento Ben ficou sabendo do que seria feito a Anne , roubou joias antigas da familia e fugiu com ela, para onde o resto do familia parecia nunca te-los encontrado.Essa historia foi um escandalo na cidade toda. A vizinhança agora era toda contra os Laumoniers mais a cada pessoa que ofendia fatalmente a familia , desaparecia e nunca mais era vista. Com a tensão demais sobre eles e boatos que começaram a aparecer eles foram embora daqui, a casa foi vendida mais os boatos de que as pessoa que haviam desaparecido continuavam dentro da casa tentando sair, ficou e ela agora é conhecida como vc sabe. Quando sua mãe ficou gravida ela me escrevia e pedia para que eu a visitasse, assim nossa amizade prevalecia. Descobri o tal segredo do Ben apos algumas semanas , mais a convivencia cme dizia que eles eram um cazal feliz como qualuqer outro. Tudo parecia demais com um conto de fadas para ser real! No seu aniversario de dois anos ele desapareceu ,nunca soubemos nada do paradeiro dele não sei pq me diz que ele esta vivo! Seu avô bom ele foi um dos que sobreviveram a revolta contra os Laumoniers tambem não sabiamos que ele estava vivo ate alguns anos atras quando ele procurou e te achou aqui. Mais como podia ele se revelar seu avô? Sabendo que vc se revoltaria por tantos anos sem uma familia, e que ele não tinha envelhecido nem um segundo desde os quarenta anos? Jass eu não sei porque vc é diferente, porque vc tem sangue real , eu as vezes penso que vc nasceu como eles para que não seja rebaixada , mostra-los como pode ser forte tanto quanto sua familia, você não deve e nunca deverá se rebaixar a quem fosse da familia do seu pai.

- Mary , mais meu pai esta vivo Eric me disse.

-Não entendendo como isso seria possivel querida! Quem é esse Eric?

- Não sei, Alexsander me disse certa vez que ele faz parte de uma familia que não tem horrivel, fazem chacinas e são contra aquelas que adotaram o novo modo de viver. Mais toda vez que ele vem atras de mim diz pra mim ir com ele que vou aprender coisas novas, agora disse que vou ver meu pai de novo. Vi meu pai Mary,ele estava lá numa casa grande com uma mulher - disse lembrando do que quer que tenha sido o que ela viu.

- Jass se acalme não é comigo que vc tem que falar , eu não vou te explicar muitas coisas agora que sabe, vc precisa falar com seu avô ele sempre te amou Jass, ele não vai negar nada que vc peça a ele.

Num instante e o telefone tocou, encima da comoda e Mary foi atender.

-Alô?- Mary, me diga Jass esta com vc agora? Reconheci imediatamente a voz aveludada de Alexsander do outro lado da linha.

- Está sim porque algum problema? Um suspiro em coro foi ouvido do outro lado.- Ela falou que ia sair a algum tempo não voltou e tambem não atende o celular.

- Não se preocupem, levo-a ai em um instante- ela olhou pra mim e disse ao telefone- Fale para Noah que ela vai ter uma conversa séria com ele depois.

- Ok. Obrigado Mary , ate mais.

Ela desligou e voltou para mim com as mão nas cintura

- Podia pelo menos avisar a todos que vc estava aqui!É bem tipico seu fazer isso não é Srtª Clearford

.-Desculpa eu pretendia ser rapida.

-Pois bem preciso te levar lá antes que a preocupação dos vampiros resulte em alguma coisa desagradavel! dizendo isso ela ja vestia uma blusa e estendia uma para mim.

- Não , de jeito nehum Mary eu vim até aqui sozinha e não tem necessidade nehuma de vc me levar para casa sei o caminho e posso me defender sozinha.

- Não pense que vai fazer isso de novo te levo num instante e não fara mal algum.

-Mary vc não precisa sair do seu quarto confortavel para ir comigo se posso chegar lá em dois segundos, esqueceu que apesar de asas eu tambem posso correr rapidinho?

-Quase me convenceu.

- Vc pode me ligar daqui a alguns segundos vai ver como cheguei bem eu prometo!

- Tudo bem. Me convenceu. Te dou no maximo um minuto e ligo, não vai se desviar do caminho Jass , você não sabe o que pode encontrar.

Dizendo isso ela me deu um beijo na testa me vestiu a blusa ja que meu vestido havia sido rasgado - para sua pena e desagrado de Valen - pelas asas. Disse Adeus e sai pela janela em silencio.Na rua resolvi andar rapido , mais não correndo quando chegasse em casa haveria uma conversa longa com todos e finalmente essa historia seria revelada. De novo eu passava pela praça, sabia que agora Eric não viria a me encontrar, ele com certeza tinha algo pior em mente.Um vento forte soprou comprimindo a corrente de sua mãe contra sua pele. E distante mais não muito longe.Um grito: Reconheceu o som da voz .de  Madison.