Inebriante escrita por hawktears


Capítulo 1
Único




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Os rumores se espalhavam como o vento pelo Cairo. Um homem, dono de feições bem desenhadas e corpo causador da cobiça perante aqueles que o conheciam, que era capaz de seduzir até o mais difícil dos homens, e corromper o mais puro dos carneiros do rebanho. Capaz de encantar e realizar os desejos mais profundos de qualquer um que ele decidisse desejar.

Enrico sabia que não estava agindo com prudência. A roupa típica de igreja lhe distinguia dos demais que passavam pela rua, e seu corpo se movia quase que contra sua vontade para dentro do estabelecimento. Se um homem era capaz de vasculhar tão fundo a alma de alguém, a fim de encontrar os artifícios necessários para tê-lo na palma de sua mão, esse homem certamente se enquadrava na figura do anticristo. Na mente de Pucci, só corria a dúvida sobre o que ele tinha que fazia com que todos o louvassem. Ou, como ele convencia que eles abandonassem suas fés a fim de estar ao lado dele, mesmo que por uma noite? 

Subia as escadas com o cheiro inebriante do incenso lhe preenchendo os pulmões, como um convite para aquela dança sedutora que estava próximo a se juntar. Afastou a cortina, que era cheia de estrelas de cristais, para pisar no tapete também coberto de constelações.

O aroma, a aura, o local. Era como se o pecado estivesse lhe desafiando. "Quanto tempo você aguenta?". Seus olhos reviravam o quarto, até que ele finalmente apareceu.

Seu andar exalava classe, e, ainda sim, beirava a ser vulgar. O som dos saltos contra o piso de madeira eram a única coisa que podia ouvir, o movimento dos quadris lhe tiravam a atenção, até que a lua passará a iluminar o rosto que ansiava tanto para conhecer. 

Pucci sentiu o fôlego deixar o corpo, um formigamento lhe tomou conta e já não sabia como prosseguir diante da figura que comtemplava. Ele mesclava uma masculinidade incrivelmente bela e forte, com aspectos que socialmente eram considerados femininos. Era como se ele fosse perfeitamente moldado para agradar a todos, imune de recusas. As roupas exibiam bem mais do que era necessário, além disso, a maquiagem chamativa o destacava e os cabelos eram longos descendo pelas costas.

O loiro sorriu, seguro de si, com a acidez de uma cobra. Se aproximou em passos lentos, tomando o rosto do padre entre as mãos, que tudo que fez foi suspirar e permitir que suas testas se tocassem. Os lábios tão perto, as respirações se tornando uma só, deixando Enrico imerso naquele homem e no calor que os envolvia. Enrico, que nunca tinha desejado ninguém, que nunca tinha tocado ninguém, não conseguia sequer pensar no que era moral, ou no que era considerado correto. Não conseguia pensar em mais nada.

Dio riu. Riu descaradamente, enquanto suas mãos deslizavam-se pelos ombros do padre, e as unhas arranhavam-o levemente. Seus olhos se voltaram para os dele, e os lábios se uniram brevemente, mas, sem realmente dar o tempo necessário para que Enrico lhe apreciasse como queria, mas dando-lhe a vontade de ter mais, de ter o seu corpo caloroso.

Dio se afastou, e como um reflexo, Enrico parecia perfeitamente pronto a acompanhá-lo. O loiro sentiu aquela reação lhe massagear o ego, e a cereja do bolo foi flagrar tamanho desejo que nublava as orbes dele.

— Junte-se a mim. Comigo, não lhe faltara nada.

Pucci soltou o ar, e acatou aquela proposta quase que de forma automática. Não se importando se o que tinha decidido era ou não um pecado.P

or que esse pecado, era um que Pucci não se arrependeria. Por que foi com esse pecado, que ele se tornou adepto a sua verdadeira religião.

 

 


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