Momento Íntimo escrita por Myu Kamimura


Capítulo 1
I. Único


Notas iniciais do capítulo

A ideia da fic surgiu após eu me recordar de uma música muito esdrúxula que ouvia na infância (https://youtu.be/cQveyc5xjbQ me pergunto como meus pais deixavam eu ouvir isso. Os anos 90 eram realmente loucos).



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Após muito tempo, muito treino e muitas batalhas, a paz finalmente reinou na Terra. Com isso, sentimentos antes nunca expostos vieram a tona. Amor, carinho, afeto, fraternidade… Esse era o caso de Camus, que finalmente dissera a Hyoga, seu discípulo, que ele era como um filho para ele – mesmo ambos tendo pouca diferença de idade. Os laços se estreitaram, sendo comum verem os dois cavaleiros em passeios por museus em Paris ou concertos de rock no Japão.

Um dia, o cavaleiro de cisne recebeu um telefonema do mestre, convidando-o para passar o fim de semana com ele na Grécia. O russo prontamente aceitou, arrumando as malas e partindo imediatamente para o Santuário.

Enquanto ele não chegava, um estranhamente animado Camus limpava a casa cantando Vanessa Paradis, quando Milo apareceu, tirando-o de seu transe:

—De todas as coisas mais estranhas que eu já presenciei em minha vida, essa foi, de longe, a mais esquisita – o escorpiano falou, entrando na casa – Sério, Geladinho, eu nunca imaginei te encontrar dançando com uma vassoura entoando “Joe le taxi”.

Tu fais chier (Você é muito chato)! - o francês falou, colocando a vassoura no canto – Hyoga está vindo. Só estou dando uma geral na casa.

—Como assim o Hyoga está vindo? Você esqueceu que tínhamos combinado de ir para Mykonos amanhã?

Putain! (merda) Não acredito que dei essa bola fora… Pior que, a essa altura do campeonato, ele deve estar para chegar.

—Ah, relaxa, Picolé. Eu entendo que você gosta muito dele. A gente pode viajar outro dia.

—Ou a gente pode levar ele junto… Pode?

—Tem certeza?

—Ah, cara… O Hyoga é um filho pra mim.

—Ele tem 6 anos a menos que você, cara.

—Um irmão mais novo, que seja. O fato é que temos um carinho enorme um pelo outro. E ele também gosta de você. O que custa?

—Bom… Só espero que ele goste de cerveja – deu de ombros – mais tarde venho aqui para jogarmos cartas. Aí aproveito e te ajudo com as malas.

—Eu não preciso de ajuda.

—Ah precisa sim! Da última vez, você resolveu levar quase toda a casa de aquário. E olha que nem íamos tão longe assim.

—Some logo daqui – enfezou-se

—Agora sim! Esse é o Camus que conheço – riu e saiu correndo em seguida.

 

Horas depois, Hyoga chegou ao Santuário. Foi recepcionado pelo mestre com um abraço apertado e com a notícia de que os planos haviam mudado:

—Ainda bem que eu trouxe roupa de verão – riu o Cavaleiro de Bronze.

—Isso inclui traje de banho?

—Sim… Tenho péssimas recordações da última vez que inventei de nadar nu no lago.

Afrodite só fez uma pegadinha junto com as aprendizes dele.

—Sei bem a pegadinha que ele queria — riu – Vou deixar a mala no meu quarto, tudo bem?

—Claro. Daqui a pouco Milo estará aqui. Vamos jogar cartas e conversar um pouco.

De fato, Milo chegou enquanto o loiro tomava uma ducha para recuperar os ânimos da viagem. Ao chegar na sala, alguns petiscos, cerveja, dominó e o baralho o aguardava. Os três cavaleiros passaram um bom tempo jogando, conversando e bebendo, até que o sono atacou o mais jovem:

—Sério, caras… É cansaço da viagem mesmo. Juro que amanhã cedo estarei de boa para curtimos em Mykonos.

—Eu vou acreditar na sua palavra, Pato Manco – intimou Milo – Se você ficar nessa moleza, juro que faço o Camus te trancar num esquife de novo.

—Sai fora. A única coisa que colocaremos em esquifes de gelo será a cerveja! - gargalhou – falou, caras.

Camus e Milo ainda ficaram conversando por algumas horas, enquanto Hyoga arrancou as roupas e deitou apenas de cuecas, apagando instantaneamente.

 

Eram 2:30 da manhã quando o loiro despertou, afoito e extremamente suado. Tivera um sonho estranho, talvez o mais perturbador que já tivera em 19 anos. Nele, flagrava Milo e Camus em um momento íntimo. Sempre escutou piadas desse tipo por parte dos demais cavaleiros dourados, mas ignorou. Ele mesmo fora vítima de gracinhas do mesmo tipo devido o episódio em que Shun doou o calor de seu cosmo para aquecer seu corpo durante a batalha das doze casas. Foi ao banheiro, lavou o rosto. Estava calor demais. Quando voltou ao quarto, ouviu um gemido abafado, seguido de uma frase completamente esquisita, proferida por seu mestre:

Ai, Milo, empurra!

—Não vai caber, Camus – a voz de Milo, com um tom cansado foi ouvida – Está muito aperto.

—Pelos deuses, escorpião! Se você não conseguir, chamarei o Hyoga para te ajudar.

Os olhos do loiro se arregalaram em completo espanto. Será que ele ainda estava sonhando? Avistou um alfinete em cima de um criado-mudo e deu uma leve espetada no dedo. Doeu. Ele estava acordado:

Então… Não foi um sonho — pensou – Ah não! Será que eles realmente estão tendo um momento íntimo?

No quarto ao lado, os sons estranhos continuavam:

—Ah, mas eu não estou acreditando nisso – Camus soava meio desapontado – levanta, Milo! Não é hora para isso! Levanta esse cacete!

—Fica frio, Geladinho! Eu vou chegar lá.

Um barulho foi escutado e, em seguida, o mestre de Hyoga falou novamente:

—Aperta um pouco mais.

Vou por trás que é melhor Alguns minutos de silêncio pairaram, antes de uma risada do escorpiano cortar o ar – Se agache, Camus, que agora a porra ficou séria e, com jeitinho, a gente faz.

Foi a gota d’água. A mente de Hyoga explodiu e o loiro estava a beira de um colapso. Por um lado, amava o mestre e o respeitava acima de todo, mas, por outro, lembrava das piadinhas que faziam com Afrodite, Misty, Shun e até com ele mesmo. Respirou fundo. Eles pensavam que ele estava dormindo profundamente, afinal, haviam bebido demais. Não estavam fazendo aquilo com a intenção que ele ouvisse e, tal como Camus dissera quando ele chegou, havia esquecido que programara de viajar com Milo naquele final de semana:

—É melhor eu não ir – falou para si— Esse fim de semana é deles. É injusto eu estragar. Vou escrever um bilhete, dizendo que não vou e passar por debaixo da porta.

Enquanto o Cisne escrevia o recado, os barulhos e gemidos do quarto ao lado não paravam. Um recado simples e básico. Respirou fundo e abriu a porta de seu quarto. Caminhou até a porta do quarto do mestre e a encontrou entreaberta:

Ok… Agora todos os limites, que não podiam ser cruzados, foram para o saco.

Infelizmente, ou felizmente, ele acabou vendo o que estava acontecendo lá dentro e desacreditou:

—Vai por cima que vai dar, Milo!

—Mexe direito, Geladinho! Mexe com força!

—É agora! Mete logo o dedo aí, que essa desgraça de mala vai fechar, em nome de Athena!

Hyoga finalmente se fez notar, graças a gargalhada estrondosa que soltou:

—Que porra você faz aqui? - Milo questionou, deitado de barriga por cima de uma maleta vermelha— Ainda por cima de cueca!

—Eu só… Acordei com esse barulho e pensei em… Ajudar vocês a fecharem a mala.

—Sério? - Camus o olhou – Então senta aqui e pula forte. Cavalgando como se fosse um cavalo.

—Que exagero, Geladinho – o escorpiano falou, saindo de cima da maleta e indo para o lado de Camus— Umas reboladinhas bastam pra tudo isso entrar.

—Vocês já pararam para reparar que vocês estão falando besteira demais? - o russo questionou, sentando na maleta;

—Não tem maldade nenhuma aqui! É você que tá levando por trás.

Após dois pulinhos de Hyoga, finalmente a mala lotada do aquariano foi fechada. Como comemoração, o trio resolveu beber mais cervejas. Em meio a conversa, Hyoga acabou falando, em tom de brincadeira:

Quando eu acordei, fiquei com a impressão de que vocês estavam se pegando. Mas aí flagrei vocês fechando a maleta.

—Isso lá é coisa que se pense, Hyoga? O Camus não faz meu tipo. Não gosto de gente fria

—E você nem de longe é o meu. Detesto gente que fala demais.

O loiro riu, acompanhado de Milo, enquanto Camus deu um gole em sua cerveja. Ao abaixar a garrafa, olhou para o escorpiano com um sorriso misterioso no rosto, ergueu o indicador direito até a altura do nariz em um sinal de silêncio. Deu uma piscada e se levantou:

—Vamos dormir, afinal, temos um navio para pegar amanhã cedo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso.
Espero que vocês tenham gostado.

Dulces Besos de Chocolate ♥



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