Blue Orchid escrita por Meurtriere


Capítulo 1
A Sky Full of Stars


Notas iniciais do capítulo

Eu não consigo ficar muito tempo longe daqui né? Fico com saudades ♥ E apenas para enriquecer um pouquinho essa fandom, fiz uma espécie de continuação da fic Des Promesses, mas a leitura desta não se faz obrigatória para o entendimento da fic abaixo.

Escrevi ouvindo a música A Sky Full of Stars do Coldplay ;) Tentem ouvir durante a leitura.



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Porque você é um céu, porque você é um céu cheio de estrelas

Eu te darei o meu coração

Porque você é um céu, porque você é um céu cheio de estrelas

Porque você ilumina o caminho

 

O vento bagunçava as madeixas azuis de Vivi enquanto ela se divertia vendo Carue degustar seu dejejum com algumas frutas. Ela mesma não havia comido muito, andava sem apetite desde que recebera aquela notícia. Não conseguia comer sem se lembrar de como ele era descontraído mesmo de boca cheia. Os dias quentes de Alabasta lhe lembravam dia após dia do calor emanado do corpo dele. E as noites estreladas lhe remetiam à aquelas sardas.

Sempre que se distraía seus pensamentos corriam para ele, suas lembranças pareciam se reprisar diante de seus olhos azuis. Se fechasse os fechasse podia ouvir a voz dele lhe chamando e rindo. Vivi queria acreditar que ele estaria ali com ela, de alguma forma que ninguém poderia explicar, apenas sentir. Contudo, as batidas na porta de seu quarto lhe trouxeram de volta à realidade pouco convidativa.

— Princesa? Chegou algo para a sua majestade.

A voz pertencia ao fiel guarda Pell, amigo da princesa e alguém a quem ela podia confiar sua vida. Com os pés ainda descalços, ela cruzou toda a extensão de seu quarto digno da realeza e abriu as portas com um sorriso gentil, não queria parecer tristonha para evitar maiores questionamentos.

— Olá Pell, o que poderia ter chego para mim?

— Me parece uma carta, mas não há remetente algum e chegou junto a isto.

Em uma das mãos do homem havia de fato um papel dobrado que se assemelhava a uma carta e na outra um raminho pequeno com flores azuis, já estavam secas e quebradiças, mas ainda era possível ver o tom azulado nas pétalas frágeis. Vivi encarou aquilo com curiosidade, não fazia ideia do que se tratava ou quem poderia ter lhe enviado isso. Pegou a carta e o raminho.

— Obrigada Pell.

Ele lhe assentiu silenciosamente e se virou para partir, a princesa o observou se afastar ainda ostentando um sorriso e assim que o viu cruzar o corredor se voltou para o interior de seu quarto majestoso. Fechou as portas e foi apressada para a cama larga e fofa no centro do cômodo. Sentou-se e logo Carue se juntou a ela, parecia tão curioso quanto ela. A Nerfetari analisou melhor o envelope um tanto amassado e a caligrafia que havia escrito seu nome. Não lhe era familiar.

— Ora, quem poderia ter me enviado isso Carue?

Sem demora, seus dedos rasgaram o envelope e trouxeram à luz o papel antes guardado em seu interior. Ela os desdobrou velozmente e iniciou a leitura.

Prezada Princesa Vivi Nefertari,

Esta carta que estás a ler agora não foi escrita por alguém que conheces, mas sendo eu um honrado homem do mar, senti-me na obrigação de lhe escrever o que irá ler a seguir. Pois são algumas das últimas palavras de um companheiro que muito lhe estimava. Portgas D. Ace estava preso e acorrentado diante da minha sela, mas não foi em Impel Down onde nos conhecemos, por isso acredito ter propriedade para afirmar que você era alguém de fato muito importante para aquele jovem.

Em seu tempo preso, Ace contou-me muitas coisas que havia vivenciado há tão pouco tempo. Contou-me sobre seu irmão mais novo e como estava orgulhoso de como Luffy havia reunido com maestria um grupo de nakamas fieis e de bom coração. Entre os quais a Princesa Vivi do Reino de Alabasta. Havia um brilho diferente em seus olhos quando falava seu nome. Um brilho que homens vividos como eu sabe reconhecer a distância. Falar de você o alegrava mesmo quando afundado naquela escuridão profunda.

Ele me disse que sempre achava que azul não combinava com ele e suas chamas, mas começava a mudar ideia. Disse que seus cabelos pareciam um sonho quando voavam ao vento e misturava-se ao céu, e ele não sabia dizer onde começava o céu e onde começava você. Assim como dizia que seus olhos pareciam dois lagos pacíficos que lhe tiravam o fôlego apenas em ficar observando, afundado na profundeza dessas águas.

Mas quanto ao seu sorriso, ele dizia não conhecer palavras para descrever com exatidão, apenas que era algo que o desconcertava e lhe desarmava. Poderia morrer por ficar paralisado diante do seu sorriso.

Devo dizer que gostaria profundamente que aquele garoto tivesse ouvido seu próprio coração e permanecido com você, em seu reino e em segurança. Mas havia tamanha determinação em seu coração que o fazia incapaz de fechar os olhos diante de uma injustiça. Aquele jovem era filho de quem era e ninguém poderia impedi-lo de seguir seus ideais, então peço que não o culpe por nada.

Ace queria lhe dizer todas essas coisas e se arrependia de não tê-lo feito antes de partir. Ele queria voltar para você, mas com sua honra intacta e suas obrigações diante de Barba Branca devidamente cumpridas. Queria estar livre para você, princesa. E ele lamentou com lágrimas não poder cumprir sua promessa a você.

Em nossa última conversa antes de partir, ele me perguntou se eu já havia visto na vida alguma flor de cor azul e eu lhe disse que apenas nas profundezas do oceano. Ele sorriu e disse que a flor mais bonita que havia visto era azul e havia nascido em meio ao deserto. Ace pediu-me para que lhe enviasse um lindo buquê de flores azuis depois de sua morte com uma carta lhe pedindo desculpas. Desculpe não poder entregar pessoalmente as flores, mas espero compensar lhe enviando mais do que um pedido desculpas e sim todos os sentimentos que aquele rapaz nutria pela Princesa.

Ass. Jinbei

 

Vivi lia a carta tentando ao máximo não permitir que nenhuma de suas lágrimas caíssem sobre o papel e assim manchasse aquelas palavras. Abraçou a carta sob seu coração que parecia querer saltar de seu peito. Carue repousou seu rosto sobre o ombro dela e afastou alguns fios de seu cabelo que caíam diante de sua face. Um sorriso largo se desenhava por entre as lágrimas da Princesa.

Ela desceu da cama e correu para a varanda de seu quarto, as lágrimas pingaram pelo caminho, mas o sorriso se sobressaía com esplendor. A jovem se agarrou no parapeito e ficou na ponta dos pés para que pudesse se aproximar o máximo que podia do céu. Encarou aquela vastidão azul e sussurrou aquelas palavras que estavam em sua garganta a muito tempo. Tinha enfim a segurança e o conforto de saber que se dissesse a ele aquelas palavras ouviria as mesmas na voz dele.

Disse ao céu e a ele, onde quer que estivesse, que o amava.

 


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Notas finais do capítulo

Porque eu AMO do fundo do meu heart o Ace e acho esse casal muito muito muito perfeitinho. Então como tem poucas fics desses dois por aí, resolvi contribuir um pouco mais.

Jewelry Bonney não está grávida do Ace!



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