A Seleção do Herdeiro escrita por belleleal


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!

Recebi dois comentários e quase saí de mim com tanta felicidade!

Queria pedir, de todo o coração, que vocês comentassem o máximo possível. Pode parecer besteira, mas, para nós, escritores e escritoras, faz a diferença e nos faz ter mais vontade de escrever!
Então, comentem, favoritem e recomendem essa história para todos os fãs Dramione que vocês conhecem!

Um beijo no coração e espero que gostem!



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         – Bom dia, Srta. McGonagall! Entre, por favor. A senhorita gostaria de um chá, um café enquanto aguarda? Irei chamar Hermione agora mesmo. – Ouvi a voz de Gina logo antes de a porta ser fechada.

         Na manhã seguinte ao anúncio das selecionadas, recebemos cartas oficiais que explicavam os protocolos a serem seguidos e o que aconteceria conosco nos próximos dias. Isso incluía a visita de um oficial do palácio.

      Respirei fundo e desci as escadas segurando James que havia acordado de sua soneca matinal. Meu sobrinho estava, claramente, inquieto (provavelmente com fome) e eu cantarolava baixinho, tentando acalmá-lo.

         – Ah! Eu já ia chamar você! A Srta. McGonagall vai preparar você para sua ida ao palácio e está aqui para conversarem um pouco.

         – É um prazer conhecê-la, Srta. Granger. – Cumprimentou a senhora de cabelos grisalhos enrolados em um coque milimetricamente perfeito e óculos na ponta do nariz.

         – O prazer é todo meu, Srta. McGonagall. Mas, por favor, me chame de Hermione.

         Ela pareceu, ligeiramente, surpresa. Mas, logo deu um sorriso discreto, olhando, em seguida, para o bebê que estava mais tranquilo em meu colo.

         – Oh! Que criança mais linda... – Sussurrou se aproximando de mim. Os olhos de James, verdes como os de mamãe, piscavam atentos ao que estava acontecendo. – É seu filho, Sra. Granger?

         – É sim! – Respondeu minha cunhada, claramente, orgulhosa de sua obra de arte (como ela mesma intitulava o filho).

         – Ele acordou há algum tempinho, Gin. – Falei, entregando meu sobrinho para sua mãe. – Tentei fazer com que ele dormisse outra vez, mas, acho que é fome mesmo...

         – Não consigo entender... Como pode uma criaturinha tão pequena assim comer tanto? – Brincou ela ao aconchegar o filho na curva de seu pescoço.

          E, virando-se para mim, minha cunhada prosseguiu:

          – Você quer que eu chame seu irmão?

         – Não precisa! – Sorri. – Ficarei bem. Agora, vá alimentar meu sobrinho!

         Ela beijou minha bochecha e saiu da sala, subindo as escadas rapidamente.

         Indiquei o sofá para que Srta. McGonagall pudesse sentar. Ela abriu sua maleta, tirou alguns papéis e, parecendo estar satisfeita, falou:

         – Bem... Podemos começar?

         – Já pegou tudo o que precisa? – Meu irmão perguntou enquanto colocava minha mala no chão.

         – Acho que sim. – Respondi olhando para meu quarto, que, naquele momento, parecia extremamente vazio.

         – Irmãzinha? – A voz de Harry estava cheia de preocupação, angústia e saudade. – Você sabe que não precisa fazer isso, né?! Nós vamos dar conta do que precis...

         – Eu sei como você funciona. Sempre quer tomar conta de tudo e de todos. – Suspirei. – Mas, por favor, me deixa tomar as rédeas dessa vez... Imagine como será a vida do seu filho com um pouco mais de conforto! Estou fazendo isso por todos nós. Ok?

         Ele fechou os olhos, respirou fundo e logo abriu suas pálpebras, mostrando suas grandes íris verdes como as de nossa mãe envoltas por lágrimas.

         Harry abriu os braços e eu me lancei neles sem pensar duas vezes, pronta para chorar como uma criança, que chora por medo e por saudade, no colo de seu pai.

         – Vai ser a primeira vez que ficamos afastados... Eu prometi a mim mesmo que sempre cuidaria de você, Hermione. – Beijou o topo de minha cabeça. – E, não quero saber se ele é príncipe ou o próprio rei! Se Draco Malfoy ousar quebrar seu coração...

         – Ele pode ficar a espera de uns belos socos que eu mesma vou dar! – Gina, que estava parada na porta do quarto segurando o filho, completou com uma piscadela. Os cabelos ruivos presos em um coque no topo de sua cabeça. – Mas tenho um sentimento de que vai ser o contrário...

         Harry e eu ficamos confusos por alguns segundos. E minha cunhada logo tratou de mudar o assunto.

         – Amor, pode ficar com o James um pouco? Eu acabei de amamentá-lo e acho que ele está com a fralda suja...

         – Claro. – Concordou Harry. – Eu amo você, Hermione.

         Após beijar minha testa por alguns segundos, ele pegou sua pequena réplica (porque James era, com toda a certeza, a cópia mais fiel que haveria de seu pai) e saiu do quarto iniciando uma “conversa” com o filho.

         – Como você está se sentindo? – Questionou a ruiva ao deitar ao meu lado em minha cama.

         – Bem... – Suspirei. Mas, antes que ela pudesse abrir um sorriso, continuei: ­– Bem mal!

         – Bem mal porque: Um, vai sentir saudades; Dois, não quer ir para o palácio; Três, não quer arriscar o pescoço e se apaixonar; ou  Quatro, todos os itens anteriores? – Ela quis saber.

         – Definitivamente, um e dois.

         – Você não tem medo de se apaixonar? – Gina ergueu as sobrancelhas, como se tentasse me incentivar a falar mais.

         – Na verdade, não. – Respondi. – Não dá para ter medo de algo que não vai acontecer, Gin.

         – Por que você tem tanta certeza disso?

         Respirei fundo. Eu conhecia Gina há tempo suficiente para saber que ela era uma romântica incurável, assim como eu. A diferença era: minha cunhada via histórias de amor até onde não tinha, isso inclui minha vida.

         – Porque eu vou me manter o mais longe possível de Sua Alteza. Vou trazer dinheiro para casa e aproveitar a comida enquanto estiver lá! – Afirmei. – Fiquei sabendo que a torta de limão do Palácio é deliciosa...

         Se a minha intenção era mudar de assunto, eu havia conseguido. Gina era uma cozinheira de mão cheia, e fazia as melhores tortas de limão do mundo! Eu até conseguia reproduzir uma bem parecida. Mas, igual a que ela fazia... Jamais!

         – O que você quer dizer com isso? – Ela fez uma careta, demonstrando estar irritada.

         – Quero dizer que vou voltar cheia de novas receitas para a melhor cunhada do mundo! – Dei uma gargalhada e ela logo me acompanhou.

         Gina passou o braço pelo meu ombro e eu a abracei forte. Queria gravar a sensação que era ser embalada por seus braços. Mesmo sendo apenas poucos anos mais velha que eu, minha cunhada fora uma verdadeira mãe para mim em inúmeros momentos.

         – Hermione? – Ela chamou meu nome baixinho. Meus olhos, já cheios de lágrimas, se ergueram e eu a encarei finalmente.

         Continuou:

         – Não tenha medo de ser feliz, minha flor. Se você deixar que o medo a cerque, um arrependimento profundo vai ocupar cada pedaço do seu coração. E, a gente sabe: arrependimento nunca trouxe nada de volta.

         Caí aos prantos e apertei meus braços ao redor de Gina, temerosa de que, caso eu a soltasse, ela fosse desaparecer do meu campo de visão.

         – Eu não posso me dar esse luxo, Gin. – Solucei. – Ninguém quer um coração quebrado e cheio de traumas. Eu não aguentaria perder mais alguém que eu amo...  Não posso me apaixonar e ver o amor da minha vida escolher outra pessoa.

         – Mia... – Sussurrou e eu mordi o lábio quando ouvi o apelido que mamãe me chamava. – Amar alguém é como voar. Se você deixar o medo de lado e se der uma chance, pode perceber que a sensação de alçar voo é tão reconfortante quanto a de pousar em terra firme. Se permita ser feliz! Pelo menos uma vez...

         Assenti com a cabeça. Talvez, ainda existisse alguma chance para eu ser feliz de verdade.

         – Irmã? – Chamou Harry ao entrar em meu quarto carregando James.

         Ele sentou em minha cama ao meu outro lado, de modo que eu ficasse entre ele e Gina, e logo me passou o bebê.

         – Eu amo vocês... – Sussurrei ao encostar a cabeça de meu sobrinho em meu peito. – Amo vocês mais do que a própria vida. Muito obrigada por vocês serem minha família.

         – Nós que amamos você, Mia. Você é nosso maior presente e vai ser, para sempre, minha princesinha... – Meu irmão deitou a cabeça em meu ombro, sendo acompanhado, em seguida, por minha cunhada.

         A campainha tocou e eu voltei a chorar.

         – Não posso fazer isso. Não vou conseguir! – Choraminguei olhando para o bebê adormecido em meu colo. Como eu poderia deixar o meu amorzinho assim?

         Não sabia quanto tempo ficaria no palácio. Um sentimento de saudade me preencheu e mais lágrimas desceram.

         – Você é capaz de conseguir tudo o que quiser... – Harry falou. A voz suave e, ao mesmo tempo, firme. – Você é mais forte do que pensa, Mia. Lembra do que mamãe dizia? Tenha coragem e...

         ...seja gentil.— Completei, permitindo que ele enxugasse minhas lágrimas com as mãos.

         Respirei fundo e sorri levemente, afirmando:

         – Estou pronta.

         – Essa é minha garota! – Comemorou Gina.

         Levantamos da cama e descemos as escadas de casa. Eu carregando James, Harry minhas malas e Gina minha bolsa. Abrimos a porta e demos de cara com a Srta. McGonagall parada à porta com um rapaz que segurava uma pequena câmera e um carro parado na rua.

          – Olá, Sr. e Sra. Granger. – E virando-se para mim, ela perguntou erguendo os lábios discretamente. – Hermione? Tudo certo para irmos? Imagino que já tenha se despedido de sua família...

         – Sim, Srta. McGonagall. – Respondi.

         – Nós gostaríamos de fazer uma pequena gravação da despedida de vocês, se não for incômodo... – Pediu ela.

         Olhei para Harry e Gina que concordaram. Saímos da casa, fechando a porta atrás de nós.

         – É só ignorar a câmera... 1... 2... 3... Gravando! – Anunciou o rapaz ligando o aparelho de filmagem.

         Levei James para perto de meu rosto e beijei sua testa delicadamente. Seus olhinhos estavam focados nos meus e logo comecei a murmurar:

         – Eu vou sentir tanta saudade de você, amorzinho... Não esqueça que eu te amo muito, tá?! Mais do que sou capaz de explicar ou entender. – Ele começou a choramingar baixinho, como se entendesse que ficaria alguns dias sem me ver. – Eu sei, eu sei! Shh... Shh... Vai ficar tudo bem, meu príncipe.

         Encostei sua cabeça em meu ombro enquanto cantava baixinho uma música que eu havia composto para ele há duas semanas, no dia de seu nascimento.    

         O som da minha voz acalmava James. Imagino que seja por ter passado horas cantando para ele quando Gina ainda estava grávida.

*But when the pain cuts you deep
When the night keeps you from sleeping
Just look and you will see
That I will be your remedy
When the world seems so cruel
And your heart makes you feel like a fool
I promise you will see
That I will be, I will be your remedy

 

         Ele logo estava de olhos fechados e dormia calmamente.

          – Eu te amo, cunhada. – Gina sorriu e me puxou para um abraço, com cuidado para não esmagarmos o bebê. – Você é um anjo, Hermione. Voe longe! Porque suas asas são lindas demais para não serem usadas.

         – Também amo você, Gin. – Beijei sua bochecha. – Mando notícias assim que possível!

         – Por favor. – Concordou ela. E, sussurrando para que só eu escutasse, continuou. ­– Não se esqueça de detalhar tudo sobre o príncipe bonitão. Principalmente, sobre o primeiro beijo de vocês!

         Senti minhas bochechas ficando vermelhas e logo neguei com a cabeça rindo baixinho. Gina não tem jeito mesmo...

         Entreguei James a ela e logo senti os braços fortes e tão carinhosos de Harry. Não sei o que meu irmão fazia, mas, seus abraços têm o poder de afugentar todos os meus medos e me trazer mais conforto do que qualquer outro lugar.

         – Não importa o que aconteça, você sempre vai ser a minha princesa e um pedaço vivo do meu coração. – Ele me apertou contra seu peito. – Eu amo você, irmãzinha. E você é o meu primeiro amor.

         – Também amo você, Harry. Obrigada por sempre cuidar de mim. – Sussurrei. – Vou sentir tanto a falta de vocês...

         – E nós vamos morrer de saudade. Mas, você precisa ir. E, quando, ou melhor, se você voltar, estaremos aqui!

         O abracei por uma última vez e beijei sua bochecha.

         – Podemos ir, Srta. McGonagall! – Afirmei.

         Ela assentiu e o rapaz da câmera desligou o eletrônico, se apressando em pegar minha mala e levá-la para o carro.

         – Amo vocês! – Falei alto acenando quando estava prestes a entrar no carro.

         E, então, o carro partiu, me deixando com uma visão distante de minha família e me levando ao aeroporto, quero dizer, à minha nova vida.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram?