— Acho que vou chorar ou vomitar.

Katsuki Bakugou arqueou uma sobrancelha para a namorada que apertava sua mão com força por nervosismo. Havia se passado algumas semanas desde que pediu Uraraka Ochako em namoro, e mesmo que já tivessem contado aos seus pais e pedido permissão aos pais dela, apenas faltou apresentá-la devidamente aos seus pais. A família de Ochako era tranquila e aceitou bem a relação, apesar de que Katsuki não tivesse conseguido conter sua ansiedade e receio de fazer alguma merda diante dos dois. Portanto, compreendia o seu nervosismo.

— E se não gostarem de mim? — Ela perguntou, quebrando o silêncio que pairou entre eles por alguns segundos, logo o encarando. — E se não me acharem boa o suficiente? E-Eu...

Katsuki não conseguiu conter um sorriso de canto antes de acariciar a bochecha de Uraraka e a interromper.

— Eles vão gostar de você. — Disse, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. — Se não gostarem, então que se fodam, porque eu amo você.

Ela riu baixinho, apoiando a cabeça em seu ombro em seguida.

— Eu também amo você. — Disse baixinho, se mantendo próxima a ele.

— Vai dá tudo certo, ok? — Katsuki murmurou, a afastando um pouco e lhe um selinho. — Pronta?

Uraraka balançou a cabeça levemente em afirmação, mordendo o lábio inferior de nervosismo e respirando profundamente enquanto ele abria a porta e a guiava para dentro. Era uma casa espaçosa e muito bem decorada, e Uraraka não deixou de olhar algumas fotos em família – outras individuais ou somente do casal Bakugou – espalhadas pela parede. Ela sorriu de leve ao ver uma foto de Katsuki quando criança sorrindo com seus pais em cima de uma cômoda.

Sua atenção voltou-se para frente novamente quando Katsuki parou de andar, ela respirou profundamente ao ver seus pais sentados na sala de estar com uma expressão neutra. Uraraka mantinha um sorriso gentil nos lábios, não deixando de senti-lo apertar com um pouco de força sua mão enquanto eles se levantavam.

— Meu Deus, ela é de verdade! — Admirou-se a mulher de cabelos loiros claros e espetados como o de Katsuki, arqueando as sobrancelhas com uma expressão surpresa. Uraraka se surpreendeu como eles eram muito esteticamente parecidos.

— Mitsuki!

— O quê? — Ela perguntou, olhando para o marido com as sobrancelhas erguidas. — Não é como se eu estivesse desacreditada que ele realmente tinha achado alguém que o suportasse.

Uraraka sentiu uma gota escorrer pela sua testa ao ouvir o comentário, apenas rindo de nervoso por não saber muito bem o que dizer naquela situação. Mas ao olhar de sobressaio para Katsuki e notá-lo com uma veia pulsando de irritação e abrindo a boca para falar alguma coisa, tomou iniciativa.

— Sou Uraraka Ochako! Obrigada por me receberem. — Disse, logo soltando a mão de Katsuki e fazendo uma curvatura respeitosa.

Os pais dele lhe encararam por alguns segundos, e até Katsuki lhe observou em silêncio, antes de seu pai abrir um sorriso gentil e lhe cumprimentar.

— Sou Masaru Bakugou. — Murmurou, apertando sua mão. — E é um prazer finalmente lhe conhecer, querida.

— Igualmente, Sr. Bakugou. — Respondeu não deixando de notar que Mitsuki lhe observava dos pés a cabeça. Ela se aproximou de braços cruzados, logo colocando as mãos em seus ombros.

— Ele não está te forçando a isso, certo? — Perguntou com uma seriedade que deixou Uraraka nervosa ao encarar seus olhos vermelhos.

— Mãe! — Katsuki bufou. — Por que caralhos você está perguntando isso?!

— Porque ela é boa demais pra você, Katsuki! — Ela respondeu prontamente, rolando os olhos enquanto Masaru somente respirou profundamente e balançou a cabeça em negação. — É difícil ‘pra mim acreditar que um anjo ‘tá namorando com alguém como você.

— Como assim porra?

Uraraka revezou o olhar entre os dois que começaram a discutir sobre ela ser boa demais para ele e um amor antes de acabar virando uma discussão sobre qualquer coisa. Masaru ficou ao seu lado e soltou um suspiro que chamou a atenção de Ochako e lhe distraiu da preocupação de como aquilo terminaria.

— Isso é normal, não se preocupe. — Ele disse, passando a mão na nuca. — Apenas os ignore e sinta-se em casa, tudo bem? — Sorriu, vendo-a assentir levemente. — Vou terminar alguma coisas na cozinha, então fique a vontade.

Uraraka observou-o sorrir gentilmente antes de lhe dar as costas. Ela girou os calcanhares e virou-se para ele.

— Posso lhe ajudar? — Perguntou.

Masaru arqueou as sobrancelhas.

— Toda ajuda é bem-vinda. — Assentiu. — Obrigado.

Uraraka sorriu antes de acompanhá-lo até a cozinha, deixando deixando os dois discutindo na sala que aparentemente só parariam quando o jantar estivesse pronto. Talvez, nem isso.