O pequeno Armstrong chegou em casa e se jogou em seu sofá. Estava exausto. Havia inventado uma desculpa qualquer para sair daquele colégio afinal teve que agüentar Avril Lavigne e Justin Bieber no mesmo dia.

 

- Aqueles dois podiam morrer! - disse Billie para si mesmo com os dentes trincados.

 

Pela primeira vez em muito tempo, o moreno não queria sair ou encontrar alguém, queria apenas ficar em casa sossegado. Mergulhou em seus pensamentos, mas foi tirado de seu transe pela campainha.

 

- Frank?! - disse Billie surpreso - O que você...

 

- Vim te fazer uma visita, não posso? - o pequeno interrompeu as palavras de Billie

 

- hãn...é claro , mas é que eu...

 

Billie Joe fora interrompido pelo beijo de Frank, um beijo cheio de desejo do qual o pequeno professor não conseguiu escapar.

 

 

Tré andava de um lado para o outro, apreensivo. Pensava no amor que sentia por Billie e no ciúme que estava começando a sentir de Hayley.

Ele sabia dos sentimentos da garota pelo pequeno professor e, o pior, sabia dos sentimentos de Billie pela ruiva, e isso não o agradava nem um pouco.

Estava cansado de sofrer. Queria arrancar de algum jeito o moreno de seu coração, mas não sabia como fazer isso.

- Porque eu fui amar logo ele? - O loiro se questionava enquanto deixava lágrimas invadirem seu rosto

A noite se passou lentamente para o professor de educação física. Passara o tempo inteiro imaginando o que Billie estaria fazendo, ou melhor, com quem estaria fazendo.

E foi com a imagem do pequeno Armstrong na cabeça que Tré adormeceu.  Ao menos em seus sonhos Billie podia ser seu.

 

 

Jared Leto adentrara na sala do 3º ano pela manhã com uma cara nada gentil. Jogou seu material de professor sobre uma carteira qualquer mais a frente da sala. Deu uma olhada para a turma e soltou um longo bocejo antes de começar.

 

- Mau dia, e nem ouse dizer uma palavra senhorita Lavigne, eu sei muito bem que estou atrasado, tenho relógio como a senhorita pode ver – e apontou para o relógio que levava no pulso

 

- Eu só ia perguntar se você estava bem Jared. Por que todos os professores resolveram me agredir verbalmente agora? – a loira retrucou bufando

 

- Se você está se referindo a Billie Joe com “todos os professores” ele te odeia porque você pegou o homem dele.

 

Toda a turma caiu na gargalhada exceto pelo professor e três alunos, Avril, que estava perplexa, Adam, que sentira súbita vontade de matar Jared, e Hayley que entrara em estado de choque.

 

- Jay, querido, você fumou o que antes de vir dar aula? – Adam indagou tentando fazer com que a turma esquecesse o que o professor havia acabado de dizer.

 

- O mesmo que você fuma todas as manhãs, Adam, meu caro potinho de purpurina.

 

- Seu mau humor da manhã me enoja Jared.

 

- Seu excesso de maquiagem me enoja Adam.

 

Adam abriu a boca para retrucar mas foi interrompido por Hayley que já havia saído do estado de choque e queria uma explicação.

 

- Calados vocês dois – a ruiva gritou obtendo sucesso com o que pedia – Jared, o que você quer dizer quando diz “o homem dele”

 

Jared riu ao ver o quanto Hayley dava ênfase as aspas em “o homem dele”, todos já sabiam o que a menina sentia por Billie e obviamente Jared também sabia, só que Jared tinha algumas informações que seus alunos não tinham sobre tal relação. Sabia que Billie era um dos seres mais confusos do universo, e sabia também que Billie estava sentindo algo especial por Hayley, mas, ao contrario do que o baixinho pensava e se condenava por isso não era amor, ao menos não carnal.

 

- Hayley, não sabe sobre a relação conturbada e supostamente secreta que Avril teve com seu professor de educação física, Tré? E quando eu digo supostamente secreta é porque só a Avril achava que ninguém sabia.

 

- Não, eu não sabia. Mas ok, o que o Billie tem haver com isso?

 

- Ora, Billie mesmo sem querer acreditar nisso ama o Tré, eu sei disso porque os conheço a muito tempo, eles sempre formaram um lindo casal – Jared sorriu, Hayley engoliu seco e Adam bateu em sua própria testa sabendo da burrada que Jared havia feito.

 

- Jared – o alto garoto chamou

 

- Sim?

 

- Morra - e tudo que se pode ouvir depois disso foram o grito de Jared e o barulho de alguns socos.

 

Jared foi para enfermaria e Adam para a sala da diretora, o menino glam fazia tudo mesmo por seu querido professor. Billie enlouquecia qualquer um e Adam estava a ponto de um surto, parecia que não havia uma pessoa no colégio que não estivesse apaixonada, odiando, analisando, ou simplesmente falando sobre Billie Joe, e aquilo o irritava profundamente ainda mais por ele ter que defender todos atingidos por aquele assunto sempre.

 

- Por quê? – a diretora perguntava enquanto andava de um lado para o outro por trás da cadeira onde Adam se situava, sentado.

 

- Porque sim – foi seco – A senhora sabe muito bem como Jared é irritante pela manhã e eu não sou dos mais pacientes.

 

- Ao menos me diga o que lhe provocou tanta raiva pra que atacasse seu professor de física, Adam – se pôs de frente para o aluno o encarando nos olhos – É só o que preciso saber, não vou castigá-lo nem nada, nós dois sabemos que eu te adoro mas eu quero muito saber o motivo.

 

- Eu odeio física – ironizou rindo de leve

 

- Adam, você tem mesmo que fazer essa conversa demorar mais do que o necessário?

 

- Ora, você sabe bem a única coisa que consegue me deixar irritado o suficiente pra socar um professor, principalmente um pelo qual eu preso muito pelo estado físico, como o Jared.

 

- O Jared é estranho.

 

- Você gosta de mulher Gaga, não venha discutir que professores são ou deixam de ser – pausou – não há uma palavra apropriada pra que eu use nesse momento, mas você me entendeu bem.

 

- É entendi, mas ok, foco. Então, o motivo?!

 

- Você sabe bem o motivo, tem nome e sobrenome.

 

- Billie Joe Armstrong, de novo – a diretora girou os olhos e soltou um longo suspiro – eu só espero que você não tenha quebrado o nariz do Jared. Pode ir pra sua próxima aula, Adam.

 

Lady Gaga estava a ponto de enlouquecer, por culpa do Armstrong seu colégio, que já não era dos mais normais, estava entrando em colapso. Ela já havia agüentado esses montes de professores e alunos apaixonados por Billie Joe por tempo demais, no ano anterior o pequeno professor já quase havia sido demitido por causa das confusões que arrumava, e só fora salvo graças a Adam Lambert.

Ela já não podia tolerar isso, odiava admitir mas também amava cada pedaço que constituía Billie Joe Armstrong, era como se este fosse seu pequeno irmão, sempre se metendo nas mais diversas confusões. Mas prezava demais por aquele colégio, e por seus alunos, não podia deixar o pequeno Armstrong desmoronar com tudo aquilo que ela teve tanto trabalho pra conseguir. Tinha algo em mente para resolver a situação, e ia precisar de certa ajuda e paciência, mas nada era tão mal assim àquela altura.

 

Tré decidira falar com Hayley, a menina era um doce e se culpava mentalmente cada vez mais por sentir certa compulsão por tentar matá-la afogada. Mas afinal, a culpa não era sua, a culpa era de Billie Joe, como sempre.

 

- Hayley, Gaga está lhe chamando - pronunciou o professor de educação fisica enquanto interrompia a aula de psicologia do terceiro ano – não se importa se ela tiver de sair um pouquinho não é, Katy?

 

- Já que é a Gaga quem está querendo falar com ela – a professora respondeu

 

- Sim, claro, a Gaga!

 

- Você é péssimo ator Tré – Katy sorriu – Afinal, o que a Gaga quer com ela?

 

- Ora, e-eu sei lá. Não tenho bola de cristal Katy, se não se incomoda deixe a menina sair.

 

- Ok, claro. Pode acompanhar o Tré, Hayley.

 

- Com sua licença, Katy – sorriu pouco simpático e se retirou acompanhado da pequena ruiva

 

Hayley saiu da sala de aula e seguiu Tré até o ginásio. A ruiva já havia percebido a armação de Tré, pois como Katy Perry dissera o Loiro era um péssimo ator.

 

- Hayley, eu te chamei aqui apenas para perguntar uma coisa – o professor pausou a fala e olhou para o chão como se escolhesse as palavras

 

- E qual seria essa pergunta? – apressou a menina

 

- Eu preciso saber o que você sente realmente pelo Billie, quer dizer... – pausou novamente e enfim continuou – você está mesmo apaixonada por ele? 

 

Houve um silencio. A pequena garota não sabia como responder, sabia que Tré amava Billie e não queria magoá-lo.

 

- Tré, eu ...bem... - a menina se enrolou com as palavras

 

- Só responda Hayley, apenas isso.

 

- Bem, sim. Mas porque você...

 

- Vou te ajudar com ele ok?

 

A ruiva ficara assustada. Não fazia idéia do que falar e não sabia se devia acreditar no que tinha acabado de ouvir. A menina ficara mais confusa do que já estava. Na outra cabeça, portanto, Tré tinha, ou pelo menos tentava, pôr os pensamentos em ordem. Havia decidido esquecer Billie, e a única maneira que havia encontrado de fazer isso era fazendo com que Hayley ficasse com o pequeno professor.

Talvez assim o coração do loiro parasse de falhar uma batida quando visse Billie.

 

O almoço logo havia chegado e, juntamente com Adam, Amy, Gerard, Frank, Patrick, Brendon, Ryan e Pete, Hayley fora almoçar. A cabeça da ruiva estava a mil, já haviam se passado dois tempos de aula depois da conversa que tivera com Tré e ainda não havia conseguido por os pensamentos em ordem.

 

- Pelo amor de cristo, menina! Conta logo o que você e aquela bola de cabelo descolorido conversaram – Adam exclamou já sem paciência.

 

- Adam, eu já disse que eu não vou contar não importa o que você faça ou diga.

 

- Ah, por favor, não fale mesmo. Tenho certeza que é sobre o Armstrong e eu não to afim de começar uma conversa sobre o professor de química – Gerard disse revirando os olhos, já estava cheio de tanto ouvir sobre o pequeno professor.

 

- Ora, Gerard, mas não foi uma conversa sua com a Hayley da qual o Adam que saber? – Ryan perguntou inocentemente enquanto brincava com o próprio cabelo que, ultimamente, havia estado maior do que o recomendado para um garoto.

 

- Hã?

 

- É, a bola de cabelo descolorido, é você Gerard.

 

- Perdeu o amor a vida – o Way gritou irritado, fuzilando Ryan com os olhos e arrancando risadas de todos na mesa de almoço.

 

- Obrigada, Ryan. Você conseguiu descontrair essa bendita conversa – Amy agradeceu ainda em meio a risos.

 

- O Gerard está moreno agora Ryan, assim não conta, mas geralmente ele seria a bola de cabelo descolorido mor – Adam riu-se – estava me referindo a outra bola de cabelo descolorido, Tré.

 

- É, eu já sabia. Eu estava na sala quando ele pediu pra falar com a Hayley e quando a nossa ruivinha voltou com a mente em caos – Ryan respondeu fazendo cara de desinteressado.

 

Mais risadas ecoaram pela mesa. E Gerard deu um tapa relativamente forte na cabeça de Ryan em resposta à brincadeira.

 

- Bom, mas voltando ao assunto. Fala logo maldita mulher ruiva-canetinha – Adam gritou, novamente estressado.

- Não.

- Eu vou voar no seu pescoço se você não falar.

- Então voa.

- Melhor, eu vou pegar o microfone da lanchonete e falar pro colégio todo que você quer dar pro Billie Joe, de química.

- Você acrescenta o “de química” como se todo o colégio já não soubesse quem é Billie Joe – Ryan acrescentou antes que a ruiva respondesse

- Ok, você venceu, eu falo. Mas só pra você não sair por ai espalhando esses boatos mentirosos a meu respeito por ai.

- Mentirosos, aham Hayley senta lá. Mas enfim, fala.

- O Tré disse que ia me ajudar – ela falou tão baixo que somente Adam pode ouvir, mas ele não deixaria essa informação só pra ele, se tinha uma coisa que o garoto glam sabia ser era maldoso.

- Hã? – Adam gritou fingindo-se de desentendido

- Ele disse que ia me ajudar.

- HAYLEY FALA MAIS ALTO – todos na mesa gritaram em coro

- O Tré disse que ia me ajudar com o Billie, ok. Satisfeitos? – a ruiva gritou fazendo com que todos na lanchonete a ouvissem, seu rosto ficou da cor de seus cabelos.

- Ah, ta. Agora eu entendi – Adam riu-se

- Você tinha escutado tá, seu viadinho maldito – Hayley retrucou

- É, mas eu costumo dizer pra pessoa repetir quando ela fala baixo.

 

Hayley bufou, Adam riu mais um pouco. E antes que o interrogatório sobre “Como assim te ajudar com o Billie” pudesse começar um sinal tocou, e Hayley saiu da lanchonete como um furacão, graças aos céus só ela tinha biologia naquele tempo.

 

Mesmo sem a ruiva a conversa ainda assim não deixara de ser interessante.

 

- Como assim a ajudar com o Billie?

- Frank, você acha mesmo que é o único afim do Billie nesse colégio? – Adam arqueou a sobrancelha e riu de leve dando ar de ironia a sua frase.

- É Frank, a única diferença entre você e a Hayley é que você já deu pra ele e é por ela que ele sente alguma coisa – Gerard disse levantando-se da mesa de imediato – Meu estomago embrulhou, nos vemos no próximo tempo.

 

Frank abaixou a cabeça sentindo o peso das palavras de Gerard em suas costas, por mais que tentasse dizer a si mesmo que o maior estava errado algo dentro dele o dizia que era aquela a verdade e que se não quisesse se machucar era melhor apagar de sua mente qualquer idéia de um relacionamento com Billie Joe Armstrong.

Depois da saída de Gerard nem sequer uma palavra fora dita, todos ficaram ali parados, estáticos, cada um com sua preocupação, alguns tentando desvendar o que se passava pela cabeça dos outros. Somente uma voz foi ouvida assim que o sinal bateu.

- Eu realmente entendo o Gerard, entendo o Frank, a Hayley e toda essa gente ferrando com seu corpo alma e mente por aquele bendito baixinho. O que eu não entendo é essa atitude do Tré, se alguém descobrir o porque dele estar se destruindo só pra ajudar uma garota da qual ele nem sequer gosta me conte por favor.

 

Adam não tinha suas próprias preocupações, não mesmo. Já fazia mais ou menos um ano que ele abandonara sua vida pra cuidar do Armstrong, e esse vinha causando cada vez mais problemas.

 

O loiro estava em pé no local combinado. Havia pensado várias vezes em desistir daquilo, mas não podia. Não podia continuar sofrendo e alimentando uma paixão não correspondida. Seus devaneios foram cortados pela chegada do pequeno professor de química.

 

- Hey Tré! - saudou alegremente - Mandou me chamar?

- Sim Billie, eu tenho um assunto para falar com você.

 

O moreno pendeu a cabeça para o lado como se desse uma permissão muda para que Tré continuasse.

 

- Well, serei bem direto. Você conhece a Hayley do 3º ano não conhece? É claro que conhece está apaixonado por ela - O loiro disse dando um leve tapa em sua testa - Enfim, ela também gosta e você, e bem a vida é assim, quando duas pessoas se gostam de verdade o certo é elas ficarem juntas então eu estava pensando... - Suas palavras foram cortadas por uma risada alta de Billie que vendo a confusão estampada na cara do maior começou a falar.

 

- Então quer dizer que Frank Edwin Wright III é o mais novo cupidinho da escola?! - disse apertando as bochechas do loiro a sua frente - que bonitinho! - Vendo a cara fechada de Tré ficou sério novamente - ok continue. Mas eu sei por que você está fazendo isso. Você está com ciúmes de mim e da Hayley hm ?! E resolveu nos juntar para ver se me esquece - o moreno disse em tom de brincadeira. O que não deixou de fazer com que o rosto de Tré se transformasse em um tomate de tão vermelho. Sem querer e saber Billie havia jogado a verdade na cara de Tré.

 

- Billie, você parou de tomar seus remedinhos? Está delirando de novo – o loiro passou a mão pelos cabelos do baixinho e sorriu sarcástico.

 

- Então me dê um bom motivo pra estar fazendo isso. Porque, se eu estiver mesmo apaixonado e me juntar com a pequena Hayley você perde seu parceiro de cama, certo? – o moreno enfim conseguiu dizer depois de uma longa e sonora risada.

 

- Porque só na sua mente não passamos de parceiros de cama – o loiro falou baixinho sorrindo fraco, em uma tentativa fracassada de fazer com que o Armstrong não escutasse

- Então o que eu significo pra você? – sorriu de canto.

 

- Olha aqui Billie Joe, a única coisa que eu quero é que aquela garota pare de voar na minha aula ok? Porque de "voadoras" já me bastam as bolas dessa escola. Portanto tome a iniciativa, a chame para sair, sei lá, mas faça algo, só não quero mais aquela menina sentada em algum canto babando enquanto pensa em você na minha aula. - E com essa desculpa, digamos, esfarrapada o loiro saiu da quadra em passadas largas e fortes deixando para trás um Armstrong confuso e espantado.

 

 

Adam estava inquieto, e Amy havia percebido isso. Matemática estava sendo terrível, ninguém estava conseguindo se concentrar em sequer uma palavra que Pink dizia. Adam batia a caneta na mesa e tudo que conseguia por em seu plano de visão era Mika, tinha uma grande idéia em mente.

 

- Hey, Mika – sussurrou Adam tentando chamar a atenção do outro garoto, sem resultado. Tentou mais algumas vezes, novamente sem obter resultado, visto que Mika havia o escutado mas não iria lhe atender decidiu chamar a atenção do mesmo.

 

- Pink – chamou

 

- Sim, pequeno pote de purpurina.

 

- Eu e o Mika podemos nos retirar uns minutinhos? – mordeu os lábios já sabendo que o outro garoto ficaria vermelho

 

- Primeiro, pra que, segundo, eu quero saber?

 

- Acho que não, ou quem sabe já saiba. S-só, queremos conversar a sós – prendeu o riso mordendo novamente o lábio inferior, e então a turma toda riu, as palhaçadas quanto os dois meninos não eram poucas.

 

- Ahn, ok Adam. Mais alguém que você queira levar pra conversar a sós? – a professora arqueou a sobrancelha escorando-se na carteira onde seu material didático se encontrava.

 

- A Amy – simulou um riso nervoso, realmente era um ótimo ator. Na turma surgiram alguns assovios, palmas e mais risos, Adam conseguira o que queria.

 

- Por favor – Pink lhes indicou a porta e então os 3 saíram. Adam segurando seu desejo por rir, Amy sorrindo de canto com a esperteza do amigo e Mika mais vermelho que os fios de cabelo de Hayley Williams.

 

Adam sentiu a mão de Mika ir de encontro ao seu rosto. Arregalou os olhos com a atitude do garoto. O que era aquilo?

 

- Como você faz uma coisa dessas? Será possível que você não tem limites, idiota? – Mika gritou com raiva, Adam riu.

 

- Eu não disse nenhuma mentira, Michael, eu e Amy queremos conversar em particular com você. Quer nos acompanhar até os jardins? A próxima aula é a do Billie Joe e eu não estou com disposição pra ele hoje.

 

- Eu nunca estou com disposição pra ele – Mika revirou os olhos – E se me chamar de Michael de novo vai levar um soco, e não vai ser na cara.

 

- O Billie tem razão quando diz que você é durão – Amy disse rindo enquanto acompanhava os meninos até os jardins do colégio.

 

Sentaram-se na grama e ficaram naquela posição por um tempo, apenas observando o belo patrimônio do colégio. Adam brincava com a grama distraidamente enquanto Mika brincava com a manga do uniforme e Amy fechava e abria os olhos lentamente, quase pegando no sono. Adam havia trazido os dois até ali e naquele momento já não sabia o que dizer a eles, no final das contas estava tão confuso quanto qualquer um naquele colégio. Só queria que ao menos no ultimo ano dele naquele colégio seus amigos fossem felizes pra que ele enfim pudesse se preocupar com si próprio, esperava que não fosse tarde demais pra ajudar aqueles que amava e que quando tudo isso terminasse não fosse tarde demais pra se ajudar ou pra pedir ajuda.

 

- Mika, Adam quer que você nos ajude – Amy incentivou – mais especificamente a ele, mas no final, a todos nós.

 

- Com o que? Com o grupinho todos-por-Billie-Joe?! Obrigado, mas dispenso.

 

- Quero que você me ajude com o Billie, mas que me ajude comigo também – o alto garoto deitou-se na grama sendo acompanhado por Amy, Mika continuara na mesma posição.

 

- Como assim? – olhava pro nada, sentado agarrado aos seus joelhos.

 

- Amy

 

- Sim?

 

- Pode dar uma volta por alguns minutos. Eu quero falar uma coisa a sós com o Mika, se não se incomodar.

 

- Claro, quando quiser que eu volte da um toque pro meu celular – a menina pálida se retirou, deixando os garotos livres pra dizerem e fazerem o que quisessem.

 

Adam sentou-se, olhou em volta observando novamente o patrimônio do colégio, porém, dessa vez mais atentamente, reparava em cada detalhe. O jardim em que estavam parecia ter sido feito exatamente para casais, romantismo e amor. Era uma pena o local ser proibido para alunos, obvio que já havia pisado ali diversas vezes, na maioria sozinho, gostava de simplesmente sentir o perfume das flores e da grama molhada. Sorriu sentindo que o garoto ao seu lado tremia, talvez já imaginasse o que estava por vir.

 

- Isso tudo vai acabar, é nosso ultimo ano – Adam disse sem olhar pro companheiro ao seu lado.

 

- É

 

- Você não acha que devia ajudar, sabe, deixar seu legado aqui e impedir que mais alunos sofram como sofremos por culpa do Billie?

 

- Eu realmente penso que não tenho nada haver com isso.

 

- Você realmente deve achar que eu sou um completo idiota, Michael.

 

- Eu, não ... Para de me chamar de Michael, eu já falei.

 

- No primeiro ano era assim que te chamávamos, lembra? Você não tinha um apelido até que o Billie Joe começou a te chamar de Mika, e você adorou. Eu gostava de você naquela época – os olhos azuis dilataram-se e as lagrimas já estavam prestes a escorrer.

 

- Não gosta mais? – Mika encolheu-se

 

- Você sabe bem de que tipo de gostar eu estou falando. Você era apaixonado pelo Billie, e eu sei que você não o tolera agora porque o tempo foi passando e você foi se decepcionando com ele cada vez mais, ele sempre brincou com você só que você foi ficando rude com ele e ele acabou levando as brincadeiras pra um outro rumo, um rumo que talvez até mesmo te ofenda, e ele sabe disso e não se importa.

 

- Ele me decepcionou como decepcionou e continua decepcionando a todos que passam pela vida dele. Só que eu me toquei e segui em frente. Essa gente continua com as mesmas idéias quanto a ele na cabeça, se enganando, é por isso que a dor de quem sofre por ele vem se tornando cada vez maior.

 

- Então, você realmente não tem nada haver com isso? – ao ouvir tais palavras Mika abaixou a cabeça

 

Mika sentiu uma mão sobre seus cabelos acariciando-os com carinho. Adam fechou os belos olhos azuis e deixou que algumas poucas lágrimas escorressem por seu rosto. Os dois engoliram o choro. Mika levantou a cabeça podendo olhar nos olhos do maior.

 

- Se eu te dissesse que ainda quero te beijar como queria no primeiro ano você deixaria?

 

- Se você dissesse – Adam sorriu de canto ao ouvi-lo

 

Adam foi delicado, sua mão tocou a face de Mika e então selou seus lábios de leve. Um selinho e um sorriso, era o suficiente pra que Adam soubesse que Mika não era tão durão quando Billie Joe dizia que era, era mais que obvio que ele estava dentro.

 

- Estou disposto a ajudá-lo – e que sorriso era aquele. Adam conseguira o que queria e mais um pouco.

 

O tão falado Armstrong finalmente teria uma boa aula para dar naquele dia. Ah, terceiro ano, como adorava seus alunos de lá. Billie esbarrara em Amy a caminho da classe e foram até lá conversando animadamente, o baixinho definitivamente não se importava com a garota certamente estar matando a aula que antecedera a sua, afinal aquilo não era da sua conta.

 

Mal sabia ele que, naquele dia, era o seu nome o mais falado dentro daquela sala de aula.

 

- Eu definitivamente não consigo entender a atitude do Tré. Eu só posso estar entendendo essa historia toda errada. Ele não era perdidamente apaixonado pelo Billie? – Brendon indagou arqueando a sobrancelha, virado para onde se localizava seu querido Ryan Ross

- Você entendeu tudo certo, Brendon querido, isso que o Tré fez realmente não faz o menor sentido. Mas, parece que nesse colégio as coisas têm feito cada vez menos sentido.

 

A conversa entre Ross e Urie foi pausada, Billie Joe enfim chegara à sala. De repente todos ali presentes se calaram, parecia que o ar havia ficado mais gelado.