Digimon: Fighters escrita por Ed Junior


Capítulo 6
Almoço Arruinado


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Desculpa a demora por postar um novo capítulo. Só queria avisar que o próximo capítulo só vai sair no fim de Janeiro porque eu vou viajar nesse fim de ano e não vou ter tempo de escrever. Mas aproveitem o novo capítulo!



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            A primeira coisa que Daniel fez quando Dinomon disse que havia sentido um novo digimon entrar no mundo humano foi ligar para o dr. Joel. Ele agradeceu mentalmente que o velho cientista tinha dado seu número de celular para os adolescentes para o caso de emergências. Assim que o velho atendeu, Daniel falou sobre o que Dinomon havia sentido e Joel confirmou. Eles também tinham recebido o sinal de um digimon no laboratório da equipe.

            Daniel perguntou o que deveria fazer e Joel disse que ele devia esperar. O dr. Joel explicou que eles estavam tentando mapear o sinal do digimon e que, assim que tivessem uma localização exata, Daniel seria avisado.

            Daniel, então, encerrou a ligação e se voltou para seu digivice, onde Dinomon estava.

            — O que ele disse? — Dinomon questionou de dentro do aparelho.

            — Precisamos esperar — Daniel respondeu — Dr. Joel disse que eles estão tentando determinar a localização exata do digimon para que possamos agir.

            — Esperar?! — Dinomon exclamou, surpreso — Se esperarmos demais, dependendo do digimon, pode causar um estrago muito grande na cidade.

            — E o que você sugere que a gente faça? — Daniel perguntou.

            — Eu consegui sentir a presença do digimon no mundo humano — Dinomon declarou — Talvez eu possa nos guiar até ele, sentindo sua energia.

            — Você pode fazer isso? — Daniel questionou novamente.

            — Eu não sei — Dinomon respondeu — Eu acho que sim, mas... É diferente no mundo humano. Tem... Muita interferência. Mas precisamos tentar. Um digimon à solta no meio de pessoas indefesas pode causar muitos estragos.

            — Você tem razão — Daniel concordou — Vamos achar esse digimon.

            E, assim, ele pegou seu casaco que estava na cadeira ao lado de sua cama e saiu porta a fora para impedir que o que aconteceu no cais no dia anterior acontecesse de novo em um lugar mais populoso.

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            Onyxmon não conseguia conter a admiração que sentia pelo mundo dos humanos enquanto olhava para a cidade de Porto Novo. Ele estava naquele momento sentado no topo de um prédio, olhando para a civilização. Aviões, carros, barcos, o mar, a cidade tudo era realmente uma beleza de se ver. Onyxmon quase se sentia mal por ter que destruir tamanha beleza.

            Quase. Os humanos eram criaturas repugnantes para ele. Inferiores e arrogantes que pensavam que dominavam o mundo da Internet. Irritava Onyxmon que os humanos nem faziam ideia de que digimons existiam tamanha sua ignorância. Por isso, era imperativo que fossem destruídos.

            O rosnado forte que veio de trás fez Onyxmon sair de seus pensamentos e voltar para a realidade. Estavam ali para encontrar e destruir os humanos escolhidos. Essa era a missão.

            — Muito bom, Ravermon — Onyxmon falou, se dirigindo para o grande digimon canino e feroz que estava bem atrás de si. Onyxmon conseguia sentir os olhos sanguinários e amarelos vivo de Ravermon atrás de si. Tinha escolhido um excelente digimon para essa tarefa — Vamos ver... — Onyxmon começou a passear pela cidade com seus olhos, tentando decidir onde ele e Ravermon deveriam atacar para chamar atenção.

            Seu olhar parou em uma pequena colina ao longe, onde algo parecido com uma mansão residia. O que chamou a atenção de Onyxmon não foi a colina em si, mas o que tinha em volta do prédio que se localizava em seu topo: vários carros estacionados e um aglomerado de tendas. Uma festa devia estar acontecendo ali, o que significava que teria um grande número de pessoas para atacar.

            — Perfeito — Onyxmon declarou, sorrindo de lado para si mesmo — Ravermon, é hora de invadirmos uma festa — o digimon fera rugiu atrás de Onyxmon em concordância com seu líder — Quando o caos estiver instaurado, os escolhidos da Halomon não terão opção a não ser aparecer para ajudar. E é aí que nós acabaremos com todos eles de uma vez por todas.

+         +         +

            Lucas sentia o peso de seu digivice no bolso de seu terno enquanto conversava com representantes de faculdade e amigos de seus pais. Ele não sabia se tinha sido uma boa ideia trazer o aparelho com Guepmon para esse almoço. Todas as conversas que teria seriam sobre seu futuro e nenhum deles tinha “salvar o mundo dos digimons” como objetivo final, Lucas não queria magoar Guepmon ainda mais.

            Mesmo assim ele não quis deixar o pequeno digimon sozinho em seu quarto preso em um aparelho eletrônico. Parecia cruel demais. Mas pensando bem ouvir a pessoa que devia ser seu “parceiro” falar sobre um futuro onde ele não te ajudava em nada parecia ser cruel também. Lucas não sabia mesmo o que fazer com relação à toda aquela situação.

            E esse almoço não estava ajudando. Ouvir todos ao seu redor falar sobre o futuro brilhante que ele teria pela frente enquanto ele próprio lembrava que seu futuro era uma incerteza não ajudava muito em manter o alto astral. Lucas estava mais confuso do que estava naquela manhã.

            — Com licença — Lucas ouviu a voz doce de sua irmã mais nova, Maria, ao seu lado, interrompendo a conversa que ele estava tendo com um advogado, amigo da mãe deles. Conversa não, o homem estava falando sem parar e Lucas nem estava prestando atenção. Ambos se viraram para a pequena menina de 7 anos que os olhava com olhos doces e um sorriso pequeno — Desculpa, senhor, mas será que eu posso pegar meu irmão emprestado por um minuto?

            — Uh... — o advogado não sabia o que dizer para a pequena menina, isso era óbvio. Lucas sorriu com o gesto da irmã.

            — Me perdoe, senhor — ele falou. Foi só então que percebeu que ele nem lembrava o nome do homem com quem conversava — Só vai levar um minuto.

            O advogado concordou com um movimento de cabeça e Lucas seguiu para o outro lado do jardim da mansão com Maria, para o mais longe possível de toda aquela gente de empreendedorismo e faculdade.

            — Muito obrigado, Maria — Lucas sussurrou para a irmã quando estava longe o suficiente para poder conversar com ela sem ser incomodado — Salvou a minha vida.

            — Eu sei — Maria respondeu, dando um sorriso mais largo para Lucas — Por que acha que eu fui te tirar daquela conversa? Você parecia prestes a desmaiar de tédio.

            — Parecia, é? — Lucas sorriu e Maria confirmou com a cabeça. Lucas percebeu que aquela devia ser a primeira vez que ele sorria desde o dia anterior, quando o peso do mundo caiu sobre seus ombros — Muito bem, irmãzinha. Pelo menos alguém aqui com quem eu possa falar que não vai dizer o quão bem-sucedido eu vou ser se seguir os passos do papai.

            — Tem alguma coisa te incomodando? — Maria perguntou — Porque você nunca reclamou de seguir os passos do papai.

            — Eu nunca tive opção antes, Maria — Lucas desabafou. Maria, mesmo tendo 7 anos, era realmente a única pessoa com quem ele podia falar sobre as dúvidas que estava tendo. Se dissesse para seus pais, eles diriam que ele estava maluco por abandonar um futuro tão promissor quanto o que tinha pela frente.

            — Que outra opção você tem agora? — Maria continuou perguntando. Lucas se impressionava que ela não o estava julgando, ela estava verdadeiramente interessada em saber o que estava acontecendo na cabeça de seu irmão, estava querendo mesmo saber quais opções ele tinha em sua vida. O coração de Lucas se aqueceu ao perceber que Maria estaria ao seu lado não importando o que acontecesse.

            — Eu não posso falar muito sobre isso, — Lucas começou a responder — mas é uma coisa muito importante. Algo que pode salvar o destino de um mundo inteiro.

            Maria arregalou os olhos, mas não de espanto e sim de encanto.

            — Você vai ser um super-herói?! — ela exclamou um pouco alto demais, fazendo com que Lucas tivesse que fazer sinal para que ela falasse mais baixo.

            — Quase isso — ele confirmou — Mas é um pouco mais complicado...

            — Por quê?

            — Porque eu teria que ir embora por algum tempo — Lucas falou, sua voz descendo para um tom mais sério do que antes — Ficaria longe.

            — Mas você já não ia ficar longe quando fosse pra faculdade? — Maria disparou, fazendo Lucas hesitar por um segundo. Ela tinha razão, ir para o Digimundo causaria o mesmo efeito de quando ele fosse para a faculdade em questão de ficar longe da família.

            — Não é só isso... — ele continuou a falar — Pode ser perigoso, sabe?

            — Mas se é pra ajudar os outros não vale a pena o risco? — Maria questionou e isso realmente fez Lucas pensar. Sua irmãzinha de 7 anos parecia ter mais certeza do que faria em uma situação dessas do que ele próprio — Pelo menos é isso que os super-heróis fazem nos filmes. Eles fazem o que é certo e salvam as pessoas, sem se importar o que isso vai custar.

            — Verdade... Eles fazem porque é certo — Lucas declarou.

            — Exatamente — Maria concordou, sorrindo para o irmão.

            Lucas não conseguiu evitar sorrir também. Maria, de uma certa forma, tinha ajudado a limpar sua mente. Ele estava se preocupando com tantas coisas ao mesmo tempo que não viu que a coisa certa a se fazer seria tão simples. Guepmon e os outros precisavam da sua ajuda, salvar o Digimundo era a coisa certa a se fazer e era o que ele precisava fazer.

            — Maria — Lucas falou, ele percebeu que o tom doce e sentimental que usou pegou sua irmã de surpresa — Muito obrigado.

            — Pelo que? — ela questionou, confusa.

            — Por ter me ajudado — Lucas sorriu ainda mais para sua irmã — Você tem razão. Se é pra ajudar os outros, sempre vale a pena o risco. Super-heróis até que trazem bons ensinamentos.

            — Você me ensinou isso, Lucas — Maria respondeu, dessa vez pegando Lucas de surpresa.

            — Eu? — Lucas gaguejou.

            — Sim — o sorriso de Maria crescia cada vez mais — Quando a gente era mais novo, você sempre assistia esses negócios de heróis e assistia casos policiais e sempre me dizia que a gente deve fazer o que é certo. Nunca deixar que os bandidos vençam. Foi você que me ensinou isso. Não lembra?

            — Eu... — Lucas não lembrava. Pelo menos não até aquele momento. Quando Maria falou disso, tudo veio à tona. Era como se aquela parte da sua infância ele tivesse trancado para que pudesse crescer e ser a pessoa que seus pais queriam que ele fosse. Alguém que segue à risca o roteiro que prepararam para sua vida e que só deve se importar com isso e nada mais.

            Lucas não se conteve e deu um abraço muito forte em Maria, colocando nele todo seu amor e agradecimento por ter uma irmãzinha tão sábia e bondosa.

            — Obrigado — ele falou.

            — De nada — Maria respondeu, o abraçando de volta.

            — Lucas, cuidado! — o grito alarmado que interrompeu o abraço veio de dentro do bolso de Lucas. Era a voz de Guepmon através do digivice.

            Mas o aviso foi em vão. Não houve tempo para que Lucas se preparasse para o que aconteceu a seguir. Uma grande explosão atingiu o almoço da mansão, causando o caos entre os convidados e lançando Lucas e Maria contra o chão.

            Lucas segurava Maria forte para que ela não se machucasse enquanto sentia o vento quente em seu rosto e escutava sua irmã gritar, surpresa, em seu ouvido. Assim que o vento passou, ele abriu os olhos e olhou em volta. Algumas tendas estavam em chamas, convidados corriam de um lado para o outro gritando em desespero e tudo parecia um caos.

            — O que foi isso? — Lucas perguntou, pegando seu digivice em seu bolso.

            — Um digimon — Guepmon respondeu de imediato — Tem um digimon aqui.

            Como que planejado, assim que Guepmon terminou de falar um grande e feroz animal em forma de lobo com pelos negros e espinhos brancos sobre os ombros das patas dianteiras surgiu no campo de visão de Lucas. Ele rugia feroz enquanto disparava rajadas de fogo azul pelo lugar. Sobre a cabeça do animal estava montado outro monstrinho, um digimon menor, do mesmo tamanho que Guepmon e os outros talvez, mas ele era revestido por uma armadura de pedra com um chifre saindo de sua cabeça. O pequeno digimon parecia rir da destruição.

            — Gritem! — o digimon falou — Gritem, humanos patéticos! Sintam o poder e a fúria de Royalmon!

            Lucas trincou seus dentes um contra o outro. Aquilo não era o local e nem a hora para um ataque daqueles.

            — Maninho — ele ouviu Maria o chamando, a voz baqueada e assustada. Lucas se virou e encarou a irmãzinha, que tinha lágrimas nos olhos agora e segurava forte nas roupas de Lucas para não se afastar dele — O que tá acontecendo?

            — Pode ficar calma, Maria — Lucas falou, tentando soar o mais controlado possível. A última coisa de que precisava agora era assustar ainda mais sua irmã — Vai ficar tudo bem, OK?

            Maria concordou, hesitante, com a cabeça e Lucas se virou para encarar o monstro em sua frente.

            — Que coisa é aquela, Guepmon? — Lucas levantou o digivice para que Guepmon tivesse uma visão mais clara dos monstros.

            — O lobo gigante é Ravermon, um digimon animal muito feroz — Guepmon explicou — E o que está em cima dele é Onyxmon, um dos servos leais de Royalmon.

            — Isso é obra de Royalmon? — Lucas questionou.

            — Sem sombra de dúvidas — Guepmon afirmou.

            — Muito bem — Lucas declarou. As pessoas ainda corriam ao seu redor, desesperadas para se afastar dos monstros — Guepmon, você precisa atrasar esses dois enquanto todas as pessoas saem daqui. Não podemos deixar que ninguém mais se machuque.

            — Pode deixar — Guepmon concordou e Lucas apontou o digivice para frente apertando um dos botões no painel, o botão que o tal dr. Joel disse que materializaria os digimons para fora do aparelho. E foi o que aconteceu, em menos de um segundo Guepmon estava em sua frente, pronto pra lutar.

            Assim que Guepmon surgiu, ele atraiu a atenção de Ravermon e Onyxmon quase que imediatamente.

            — Olha só — Onyxmon sibilou — Tiramos a sorte grande. Um dos escolhidos bem aqui! Vamos acabar com ele, Ravermon!

            O grande lobo rugiu e avançou contra o pequeno gato azul. Lucas segurou a mão de sua irmã bem forte para garantir que ela não se afastaria dele enquanto Guepmon pulava contra Ravermon, sua garra direita brilhando em um azul forte. A luta havia começado e o almoço da família de Lucas estava, agora, arruinado.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima pessoal! Espero que estejam gostando. Próximo capítulo será um muito interessante hehe. Final de Janeiro estará aqui pra vocês.



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