No dia que a minha vida mudou drasticamente eu estava conversando com Sófia como sempre fazia, mas eu acabei me concentrando tanto naquilo que não ouvi o carro dos meus avôs estaciona na frente da casa, só percebi quando era tarde de mais: - Sófia ta fazendo o que no meu quintal? - pergunta a minha avó.

— Conversando com a Clara - responde ela.

— Quem é Clara? - pergunta a minha avó.

— Ela - disse Sófia apontando pra janela me fazendo abaixa na esperança que não me visem - uê cadê ela?

— Sófia, por favor, descreva como é a garota que você viu - pedi a minha avó.

— Morena, um pouco mais alta do que eu, olhos verdes - responde ela.

— Brigado querida agora vá pra casa que já esta ficando tarde - disse minha avó.

— Mas e a Clara? - pergunta Sófia.

— A gente havia que você teve que ir - disse a minha avó.

Não demorou muito para eu ouvi o estrondo da porta se abrindo enquanto eu me encolha de medo segurando o choro que não podia solta; tremendo a cada passo que ouvia eles davam; me encolhendo ainda mais a cada ofensa disparada esperando assustada o primeiro golpe do cinto em minha pele e quando veio tive que segura o grito de dor em minha garganta, sentindo a minha pele arde a cada golpe enquanto lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto:

— Como você se atreveu a suja aquela pobre garota com a sua presença? - pergunta o meu avô puxando os meus cabelos me obrigando a fica de pé - responda.

Por mais que eu quisesse fala eu não conseguia pois cada palavra se prendia na minha garganta num medo profundo; medo que eles ficassem mais irritados, mas o que os irritou foi o meu silêncio e em resposta a ele meu avô me joga contra parede fazendo um grande estrondo com impacto, e para o me azar havia um prego exposto na parede que perfura o lado direito das minhas costas me fazendo grita de dor. Tudo que aconteceu a segui foi muito rápido o olha de raiva dos meus avôs; o barulho de pessoas conversando do lado de fora; o peso do meu corpo chocando contra o chão; a sensação do sangue escorrendo pelas as minhas feridas; a minha vista escurecendo enquanto o meu avô me erguia do chão me levando para fora do sótão descendo rapidamente pelas escadas e de repente tudo escurecer.
Enquanto voltei a abri os olhos o cheiro de queimado invadiu os meus pulmões junto a um grande calor como se estivesse dentro do forno, tentei me levanta, mas o meu corpo doía por inteiro mesmo assim tentei novamente, mas ao fazer isso choco a minha cabeça em algo que não soube dizer o que era pois tudo estava escuro de mais para que eu pudesse ver algo. De repente a fumaça fica mais forte me fazendo toci numa tentativa de expulsa-lá até que enxergo uma pequena luz que vinha de uma brecha do local rapidamente empurro o teto tentando me liberta quando consigo noto que se tratava do carro do meus avô que havia se chocado contra uma árvore com dificuldade me arrasto pra fora do porta-malas sentindo o meu corpo se choca contra o chão. 
Eu estava confusa cada lembrança que passava pela a minha cabeça era um borrão a paisagem tremia na minha visão enquanto tudo que ouvia era um zumbido em minha cabeça, tudo que pude fazer era me arrasta pra longe dali pois minhas penas se encontravam dormentes, não sei por quanto tempo fiz isso esse momento é um grande borrão em minha memoria a única coisa que lembro nitidamente foi de desmaia perto de uma casa e do gosto amargo da culpa por tudo aquilo.

Continua...