Comunicação Não Verbal escrita por Vany chan 734


Capítulo 1
Capítulo Único - Comunicação Não Verbal


Notas iniciais do capítulo

OLAAAR! Primeira Sheith que posto porque eu to loka e as outras sheiths estão incompletas HSUASHUAHSA O plot dessa veio enquanto eu estudava pra um trabalho, espero que gostem, ela é fluffy! ♥



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Não foi planejado.

Keith não pensou em nada, a não ser fazer Shiro se sentir melhor.

Ele só queria que paladino negro se sentisse acolhido, mas jamais pensou faria aquiloquando estivesse com ele.

O corpo de Shiro estava tenso contra o seu, os braços fortes continuavam rodeando sua cintura fina e, apesar do clima tenso, nenhum deles se moveu. Os dois ainda estavam absorvendo o que havia acabado de acontecer.

Bem... ao menos era isso que Keith refletia sobre os cinco segundos anteriores em que havia lambido o pescoço de Shiro.

O modo galra de demonstrar carinho.

Tudo havia acontecido muito rápido para que pudesse processar suas próprias atitudes há tempo. Ele havia executado uma missão diplomática com os Lâminas de Marmorra e quando retornou ao castelo junto de Krolia, Lance o avisou sobre o estado alterado de Shiro após o treinamento da tarde. Keith sabia que Shiro tinha TEPT¹ – aliás, qualquer um poderia saber disso –, mas normalmente durante suas crises, o paladino negro se tornava agressivo e hipervigilante, o que tornava o cuidado e acolhimento dele um pouco problemático para os demais paladinos.

Não era fácil e nem recomendado se arriscar para ajudar um homem com o tamanho e os músculos de Shiro, principalmente quando ele estava fora de si e rememorava as batalhas da sua época de prisioneiro “campeão” intergaláctico. Por isso os outros paladinos resolveram trancá-lo na sala de treinamento e esperar até que o surto passasse, e foi o que de fato aconteceu.

Quando Keith chegou, já haviam se passado horas e ele sabia que Shiro havia se trancado em seu próprio quarto desde então, mas ele ainda queria que o amigo – amante – tivesse um pouco de apoio, ao menos de si. Por esse motivo, Keith bateu à porta do mais velho e o abraçou forte assim que foi autorizado a entrar.

Shiro tinha suspirado de alivio e o apertado também. E tudo estava perfeitamente bem até que o semi­-humano-galra afundou o rosto na curvatura de seu pescoço, roçando seu nariz na região, para em seguida lambê-la como se fosse um típico cumprimento entre eles.

Keith estava se batendo mentalmente agora.

— Hã... Keith? – Shiro perguntou receoso.

O menor se afastou com pressa, sentindo as bochechas quentes e o coração disparado.

— D-desculpe, S-Shiro! – gaguejou enquanto desviava o olhar – Eu.. eu só... – Keith grunhiu mortificado – É uma manifestação galra! Krolia faz comigo o tempo todo! Desculpe... eu não devia...

A expressão de Shiro passou de chocada para confusa, depois preocupada e por fim suavizou. Para ele, era incrivelmente adorável ver o mais novo tão aberto e exposto; Shiro sabia que sua personalidade solitária era na verdade uma forma de não se decepcionar com os demais, porém, consigo, Keith mostrava quem realmente era.

Shiro colocou a mão sobre seu ombro, num gesto apaziguador, e sorriu para ele.

— Está tudo bem, Keith. Obrigado.

Keith encolheu os ombros, ainda sem jeito pela estranha demonstração de afeto alienígena, mas concordou com um meneio de cabeça.

— Eu espero que esteja melhor... Lance me contou.

O paladino negro fechou os olhos e inspirou profundamente. Seu estado mental não era segredo para a equipe Voltron, ainda assim era desagradável perder o controle pelo simples som do choque de beyards. No entanto, o surto já havia passado e ter Keith ali o fazia se sentir muito melhor.

— Estou bem, obrigado. Se não se importa, eu estava prestes a tomar banho...

— Ah, claro! – Keith falou rápido ao se afastar, sentindo-se enrubescer novamente – Estou indo... bem, nos vemos amanhã! – ele acenou depressa e depois cruzou a porta do cômodo sem nem esperar por uma resposta.

Shiro sorriu tênue, satisfeito pela preocupação e suporte do outro, em seguida deu de ombros e foi se banhar. Keith, por sua vez, correu para seu próprio quarto e se jogou em sua cama, calculando quais eram as possibilidades de morrer de vergonha. Ele nunca esteve tão agoniado após ter feito um gesto carinhoso em Shiro, afinal, aquele gesto tinha uma conotação muito mais sexual para os humanos do que para os galras, e Keith não queria que Shiro soubesse de sua paixonite. Ainda não, pelo menos. A seu ver, Shiro o tinha apenas como um amigo e foi com esse pensamento que Keith adormeceu.

No dia seguinte, o semi-humano-galra resolveu despistar quaisquer possíveis dúvidas de Shiro em relação aos seus sentimentos repetindo o gesto com Krolia. A galra havia repetido o ato diversas vezes consigo enquanto estavam no abismo quântico, por isso Keith não via problemas em reproduzi-lo no café da manhã.

Ele só não contava com seu infortúnio.

Assim que chegou à sala de refeições e viu todos reunidos à mesa, Keith se encaminhou diretamente para a mãe.

— Keith! – um coro de vozes o saudou, mas ele ignorou o cumprimento. E também os olhos castanhos de Shiro que o seguiam pela sala.

Keith tinha toda a atenção de Krolia e assim que se aproximou dela, lambeu a mesma região do pescoço que tinha lambido em Shiro. Os olhares dos demais se arregalaram, mas as bocas só se abriram estupefatas quando a galra literalmente ronronou e se esfregou contra Keith.

Ele sorriu, satisfeito e aliviado, e em seguida se sentou ao lado dela – de frente para Shiro. Keith fugiu dos olhares inconformados, fingindo que a geleia azul à frente parecia saborosa.

Lance foi o primeiro a falar.

— Cara, você acabou de lamber a sua mãe?

— E ela ronronou? — Pidge acrescentou.

Keith grunhiu irritado, sentindo as bochechas queimarem.

— É uma manifestação de carinho galra! – exclamou.

— Não deixa de ser estranho! – Lance retrucou, ainda incrédulo.

Keith o ignorou, rogando para que nenhum outro comentário fosse levantado.

— E o que significa? – a voz curiosa de Pidge soou, enquanto ela ajustava seus óculos.

Oh, doce ilusão.

— Não importa! – resmungou, desviando o olhar para as panquecas de Hunk.

— Eu também quero saber – Allura falou diplomática – Eu nem sequer sabia que galras tinham... gestos carinhosos.

— Eu não me recordo de nenhum arquivo com essas informações de convivência. Acho que o Rei Alfor não se atentou a isso – Coran afirmou animado.

Krolia olhou para a princesa e Coran de modo impassível, em seguida fitou Keith amorosamente e voltou a se esfregar contra ele, como um felino qualquer da Terra.

— Lamber para nós é como o “eu te amo” de vocês – ela revelou doce.

Keith sentiu-se em pânico, mas ainda evitou olhar para Shiro.

— Awn! Isso é fofo – Hunk falou emocionado.

— É como se eu estivesse assistindo aos vídeos de gatinho que a Veronica me mostrava – Lance comentou aéreo.

— Pequeno gatinho Keith! – Hunk brincou emotivo.

— Oh! Pequeno gatinho Keith! – Pidge reforçou animada.

— Pessoal! – Keith grunhiu incomodado com o “apelido”.

— Keith, no entanto, nunca tinha feito isso – Krolia falou displicente, ainda se esfregando contra o filho, e por último lambeu o pescoço dele.

— Na verdade, ele fez isso comigo ontem – Shirou riu despretensioso, coçando a nuca.

Todos ficaram em silêncio e olharam para ele. Hunk e Lance, chocados; Pidge e Allura, apaixonadas; Coran coçava o bigode com demasiado interesse; Krolia tinha um brilho malicioso nas íris violetas; e Keith abriu a boca em pavor e depois cobriu o rosto com as mãos.

— Então o meu filhote tem um humano para si?

A explosão de comentários seguintes não foi ouvida por Keith.

Ele estava hiperventilando.


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Notas finais do capítulo

¹ Shiro tem TEPT, dúvidas: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v25s1/a04v25s1

Minhas considerações: Eu fiquei encantada com Sheith desde quando comecei Voltron e pensei em explorar essa questão das espécies aqui... as fics gringas também tem me influenciado nesse aspecto haha Sou muito bem alimentada pelo fandon internacional e quis dividir um pouco dos meus pensamentos com vocês. Keith é galra, que NA MINHA CABEÇA se comportam quase como felinos e seguem a estrutura ABO. Krolia é alfa e Keith é ômega por ser mestiço (informação importante para plots futuros).
Bem, foi uma delícia escrever ela! Beijinhos!



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