Splash escrita por Jubs


Capítulo 10
The End


Notas iniciais do capítulo

Fala meus ANXOS

Tudo bem? Espero que sim kk.
Esse é o último capítulo e eu queria escrever altos discurso sentimental aqui pra vocês, mas não vou fazer por que morte ao sentimentalismo :)
Amo vocês bjs.

Boa última leitura.



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Me parei ao lado de Sarah, que agora pegava algumas coisas em seu armário. Ela pensava no que eu havia falado com uma expressão confusa.

— Se tu acha que tá estranho e que já não parece mais o mesmo, termina com ele… — ela disse fechando o armário.

— Não acho que seja motivo para terminar, não sei. — falei seguido de um longo suspiro. — Eu só queria discutir sobre isso com alguém por que ele claramente ficou muito chateado comigo e eu nem acho que tava errada. 

— Lindsay, tu disse que vocês não combinavam, qual é, vocês namoram a mais de um ano, acho que isso diz mais sobre vocês do que tu imagina. — ela disse me pegando pelo braço e caminhando pelo corredor até a saída da escola

— Bom, é verdade, acho. — eu disse contemplando o movimento no corredor enquanto caminhava. — Enfim, desculpa por ter te enchido de perguntas assim no primeiro dia depois do recesso de inverno.

— Tá tudo bem, tu sabe que eu adoro uma fofoca. — ela disse, nos fazendo rir. — Quer carona?

— Quero.

Sarah me levou até em casa, mas no caminho não trocamos muitas palavras já que ainda estava pensativa por conta da situação com Will. Desci do carro a agradecendo e já indo em direção da porta de casa.

Pensar tanto me deixava cansada, ainda mais pensar em matéria e vida amorosa ao mesmo tempo. Não conseguia parar de pensar que na verdade talvez eu nem tivesse realmente sentimentos verdadeiros por Will, mas ao mesmo tempo sabia que era mentira, já que adorava sua companhia. 

Por conta disso passei o resto da tarde toda apenas pensando se tudo aquilo estava vindo em minha cabeça apenas por ele estar me ignorando, e que talvez eu apenas gostasse da atenção que Will me dava e também o fato de antes de começarmos a namorar ele era um crush de longa data. Não gostava de pensar em coisas do tipo já que nunca antes havia duvidado de meus sentimentos por ele, então por que tudo havia transbordado bem naquele momento? Bem quando não estávamos nos falando.

Era péssimo não poder ligar para Will ou ir para sua casa quando quisesse. Naquele momento mais do que nunca, eu queria passar um tempo com ele, mesmo que fosse fazendo nada em um silêncio confortável, ou conversando sobre as bobeiras dos dia a dia. Mandei uma mensagem para ele perguntando como seu dia havia sido, e ele, como esperado, apenas deu uma resposta curta.

Queria poder falar com ele, mas me sentia culpada demais pelo que havia dito e não tinha intenção nenhuma de o incomodar mais no momento. Queria lhe dar seu tempo assim como ele havia me dado meu tempo após nossa briga. Nada mais justo.

 

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No primeiro final de semana após o início das aulas, fui passar um tempo na casa de Ella. Mesmo que tivéssemos nos falado todos os dias durante as férias e nos víssemos todos os dias de aula, ainda era muito bom passar meu tempo pessoalmente com ela jogando conversa fora. Apesar de interagirmos todos os dias, não havia entrado em muitos detalhes sobre minha briga com Will para ela, mas aquele era o dia já que eu e ele ainda não havíamos voltado a nos falar, apesar de que agora ele pelo menos não me respondia monossilabicamente.

— Comentei contigo sobre minha briga com Will, não disse? — eu disse dissimuladamente sabendo exatamente o que havia dito e deixado de dizer para Ella.

— Tu comentou que tu disse alguma merda e ele acabou chateado, mas só. — ela disse enquanto servia nós duas de refrigerante. — Vocês ainda não voltaram a se falar?

— Não exatamente… — eu disse meio cautelosa. 

— E não vão voltar?

Apenas encarei o copo que Ella me alcançara sem saber o que responder. A esse ponto sentia que não dependia mais de mim quando voltaríamos a nos falar, queria ao máximo respeitar seu espaço mas estava cada vez mais difícil. Desconversei o assunto e voltamos a falar de algo engraçado que acontecera na semana, apenas aproveitando a noite que passávamos juntas.

Mais tarde, fomos dar uma volta em seu carro até o lago com uma garrafa de vinho. Na verdade, Ella nunca gostara de ir ao lago durante a noite pois dizia que a lembrava de milhares dos filmes de terror que ela amava e que definitivamente não queria ver Jason saindo da água em nenhum momento, mas eu insisti o suficiente até ela ceder. 

Abrimos o vinho e ficamos bebendo enquanto ríamos dos assuntos aleatórios que surgiam. Depois de um tempo em silêncio, todas as coisas que estavam me perturbando nos últimos dias voltaram novamente, provavelmente por conta da bebida. Sem Ella perceber, algumas lágrimas desceram por meu rosto.

— Aí a professora disse que… — ela se interrompeu quando me olhou. — Uh, tá tudo bem?

— Acho que não. Mas eu não quero ficar falando do Will o tempo todo quando tô contigo. — eu disse esfregando as lágrimas de meu rosto.

— Lindsay, a gente é melhores amigas há anos, lembra quando eu surtei por causa da minha sexualidade? Tu fez de tudo por mim, mesmo que toda vez que a gente conversasse esse fosse o assunto, tu sempre tava lá por mim. No final tudo deu certo. Tu não precisa se segurar comigo. Se é esse assunto que tá te incomodando, então é sobre isso que eu quero falar, quero te ajudar a resolver isso. — ela disse me abraçando enquanto mais lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto.

— Ella, eu te amo. — eu disse com dificuldade já soluçando.

— Também te amo. — ela sorriu enquanto me apertava mais. — Agora desembucha.

— Quero fazer umas perguntas. — ela assentiu com a cabeça. — Tu já sentiu que tu e a Cindy não combinavam tanto assim?

— Nunca. — ela disse segurando um sorriso.

— E tu já alguma vez questionou teus sentimentos por ela? — eu disse quase chorando novamente por causa de sua resposta anterior.

— Bom, acho que sim. Claro que eu e ela nunca tivemos uma briga como tu e o Will, mas nós como mulheres somos ensinadas a questionar nossos sentimentos e sentir que eles são inválidos, então isso acaba sendo natural. Mas nunca me questionei tanto a ponto de cogitar não estar mais com ela. Pelo menos não num futuro próximo, mas claro que tudo pode acontecer.

Depois disso expliquei para Ella tudo que acontecera desde o natal, de que ele achava que íamos para faculdades próximas, mas que na verdade isso nunca havia sido assunto de conversa nenhuma nossa, e também de que havia dito para ele que achava que não combinávamos tanto assim em minha percepção. Ela escutou atentamente tudo que eu tinha para falar e só fez questão de comentar quando eu já havia terminado de falar.

— Uau, ok. Bastante coisa. — ela parou e pensou por alguns segundos. — Não quero invalidar os sentimentos dele porque pelo visto ele tá chateado com o que tu disse por que gosta muito de ti, mas ao mesmo tempo é difícil de esquecer que a uns meses atrás ele te chamou de idiota então não sei o que dizer. Eu sei que disse que ia te ajudar, mas também não quero te influenciar a nada que tu vá se arrepender depois…

— Tá tudo bem, eu só queria alguém pra escutar tudo que eu tinha pra dizer, por que eu sei que gosto dele, mas depois de tanto pensar sobre isso já me sinto estranha sabe? — suspirei alto enquanto dava um último gole no vinho, passando a garrafa para Ella, que logo acabou com o conteúdo da garrafa. — Enfim, não quero estragar a nossa noite então que tal a gente voltar pra tua casa e fazer um campeonato de Mario Kart?

— É disso que eu tô falando. — Ella disse se levantando num pulo e se apressando até o carro. — Dessa vez eu pego mais leve já que da última vez eu te destruí sem piedade.

— Por favor. — eu disse nos fazendo rir.

 

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Estava em meu quarto o arrumando já que por conta das nevascas dos últimos dias havia passado muito mais tempo dentro dele e por causa disso ele estava muito mais bagunçado que o normal. As aulas haviam sido canceladas até segundo aviso e com isso eu não via meus amigos a quase uma semana já que estava fora de cogitação sair de casa para qualquer coisa que não fosse realmente o essencial. Mexia a cabeça ao ritmo de alguma música que tocava na minha playlist quando a música parou e meu celular começou a vibrar em meu bolso. Martin estava ligando. Atendi antes que ele desligasse.

— Oi maninha, aproveitando a neve aí no norte? — ele disse rindo.

— Oi fedorento. — eu disse com uma risada fraca. — To na verdade, e por aí como tá?

— Um friozinho durante a noite e só, tá uma delícia o clima. Liguei pra falar que fomos fazer o ultrassom e descobrimos o sexo do bebê… Quer saber?

— Pode ser. — eu disse meio desanimada.

Mesmo que naquele ponto eu e Will já estivéssemos nos falando ainda mais, nossa relação ainda não estava como gostaria, e por conta disso meus dias trancada em casa sem o ver também não ajudavam já que mesmo antes Will nunca foi de responder a mensagens rápido ou puxar muito assunto. Não estava no meu melhor humor e acho que Martin conseguia notar pela minha falta de animação já que a um tempo atrás eu sempre o perguntava notícias sobre o bebê.

— Algo aconteceu? Tu parece estar bem desanimada.

— Tá tudo bem.

— Tu não me engana, sabe disso né? — ele disse rindo baixinho esperando que eu falasse.

— Eu e o Will a gente tá meio que sem se falar por que eu disse pra ele que a gente não combinava tanto… — falei rápido.

— Will é teu namorado né?

— Sim.

— Um dia tu me disse que pra ter uma relação saudável eu tinha que me comunicar, então vou te falar a mesma coisa. Vai e fala com ele, insiste, não sei. — ele suspirou alto. — Só não durante essa nevasca né.

— Não tô acostumada a ouvir conselhos de ti, muito menos bons conselhos.

— Ah qual é. — ele disse enquanto eu gargalhava.

— Mas brigada Martin, tava precisando disso. — ele riu e nós ficamos em silêncio por alguns segundos. — Então, e o bebê? Tô curiosa.

— É uma menina! A gente ainda não pensou em nomes nem nada ainda, mas eu decidi que quero que tu seja madrinha dela. 

— Jura? — disse me animando. — Claro que eu aceito.

Conversamos por mais um tempo e Martin contou como tudo estava com Jody, como ela tinha se mudado para o apartamento que ele alugava e que apesar de eles ainda não estarem em um relacionamento oficial, Martin acreditava que era possível que em um futuro próximo eles estariam juntos e que gostava muito dela. Eles morarem juntos ajudava com as despesas dos dois e ainda deixava um dinheiro extra para guardar para quando o bebê finalmente chegasse. Estava feliz por ele e podia ver que ele estava muito feliz consigo também já que nem lembrava da última vez que havia tido uma conversa de bom humor com Martin. 

— Tenho que ir, mamãe chamou para a janta e eu preciso arrumar a mesa. Foi bom falar contigo hoje, meu humor não tava dos melhores mas agora tá muito melhor, brigada.

— Que isso, não foi nada maninha. Sabe que qualquer coisa pode ligar, mesmo que eu provavelmente não vá ver a ligação na hora. — ele disse rindo.

— Idiota… Enfim, tchau.

— Tchau.

Desligamos a ligação e eu me sentia tão bem depois de falar com Martin. Fazia algum tempo que não nos falávamos e aquela conversa havia me revitalizado tanto que até meus pais perceberam na mesa de jantar o que havia acontecido para eu estar tão feliz, mas não quis explicar, mesmo que a aquele ponto eles já sabiam sobre o bebê de Martin. 

 

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Logo após a nevasca passar e nossas aulas voltarem, pedi para Will para ir até sua casa. Estava pronta para falar com ele sobre tudo que se passava em minha cabeça e para finalmente resolver essa situação ridícula que estávamos criando e prolongando cada vez mais. Cheguei na escola naquele dia mais avoada do que o normal, a ansiedade me corrompia por dentro e nem sabia mais se aguentaria viva até o final daquele dia.

Mesmo que Sarah tentasse me distrair, nada me tirava dos pensamentos a conversa que teria com Will em algumas horas. Decidi contar apenas para ela o meu plano de falar com ele naquele dia para não ter que ficar explicando para mais ninguém. Mal havia visto Will também já que ele havia me avisado que estaria muito ocupado naquele dia pois tinha alguns trabalhos de escola para resolver. Por conta disso até havia me oferecido para remarcar essa conversa mas não me importei de esperar um pouco mais por ele, mesmo sabendo que a espera seria como uma tortura lenta e dolorosa.

Fomos para sua casa direto depois de seu treino de natação, e antes mesmo dele parar o carro eu me virei para ele.

— Eu sei que a gente ainda tá meio estranho por causa das coisas que eu disse pra ti no ano novo, então queria pedir desculpas de verdade sem que tu pudesse fugir de mim.

— Agora eu tô melhor, acho. — ele puxou o freio de mão e tirou o cinto de segurança. — Mas sei lá, aquilo que tu disse me abalou mais do que eu imaginei. Achei que depois de um ano juntos isso não seria mais um problema pra gente, mas eu tava errado aparentemente.

— Então… — eu disse apreensiva o fazendo me olhar confuso. — Eu estive pensando muito nesses últimos dias sobre nossa relação e tals.

— O que tem ela? — ele disse com o cenho franzido.

— Espero que tu não me leve a mal, mas eu não vejo como nosso relacionamento pode evoluir. — ele me olhou sem parecer entender o que eu falava.

— Sobre o que tu tá falando Lindsay?

— Calma, ok? Não quero que tu fique bravo comigo nem nada, eu só queria discutir isso contigo por que não acho justo eu ficar com esses pensamento pra mim e do nada um dia eles explodirem em ti.

— Que pensamentos?

Ele me olhou sério e eu não soube responder sua pergunta. Não queria dizer para ele que nos últimos dias havia pensado em término, na validade de meus sentimentos e nas incertezas de nosso relacionamento. Era muito difícil para mim quebrar essa barreira do medo de falar e o medo da reação de Will com certeza não me ajudava no momento.

— Não sei eu… Eu não quero que a gente termine, mas a gente não pode continuar assim. Desse jeito que tá, eu não vejo a gente durando por muito tempo. Especialmente se depois de cada briga nossa a gente se isolar e ficar semanas sem se falar. Isso não é saudável. — tentei explicar para ele o que se enrolava na minha cabeça em um grande nó enquanto ele me olhava boquiaberto.

— Tu tá terminando comigo? — ele suspirou e pude ver que seus olhos estavam úmidos.

— Não Will, eu acabei de falar que não quero terminar, a gente só precisa… — ele interrompeu minha fala dando um soco no volante, fazendo com que a buzina ativasse.

— Sai daqui agora, Lindsay. — ele disse sem me olhar.

— Eu… — interrompi a mim mesma antes que pudesse falar qualquer coisa.

Sentia como se fosse toda a situação de sua nota ruim novamente. Ele me olhava com uma seriedade e raiva que eu só havia visto nele naquele dia em particular. Abri a porta do carro e saí, na minha cabeça era claro que ele não ouviria mais nada do que eu tinha para falar ou minhas explicações, então apenas aceitei. Logo que fechei a porta ele ligou novamente o carro e partiu com uma velocidade que me deixava preocupada por ele.

Era péssimo admitir para mim mesma, mas ele acabara de provar meu ponto. Qualquer desentendimento que tínhamos ele se isolava e ignorava toda e qualquer interação entre nós até os dois esquecerem o que havia acontecido e nós voltarmos. O problema é que todas essas discussões mal resolvidas em algum momento nos atingiriam e não seria fácil limpar a bagunça que elas deixariam para trás.

Observei a rua vazia por alguns minutos, como se esperasse que ele fosse voltar e dizer que não havia entendido tudo que eu havia falado mas que agora estava pronto, é claro que nada aconteceu. Me virei e comecei a caminhar para casa, sabia que era longe, mas não queria ter que ligar para ninguém chorando do jeito que estava. No entanto, numa parte do caminho um carro parou ao meu lado. Sabia exatamente que carro era aquele, e com certeza a última pessoa no mundo que queria ver agora.

—Filha? O que aconteceu? Entra, eu te dou uma carona. — meu pai abriu a porta do carro por dentro e eu entrei.

— Não foi nada demais pai, só briguei com um amigo… Vai ficar tudo bem. 

Dei um sorriso forçado para ele que apenas assentiu e continuou dirigindo em direção a nossa casa. Nunca havia compartilhado muito de minha vida amorosa com meus pais e aquele definitivamente não era o momento de falar sobre. Minha mãe sabia que eu namorava um garoto, ela o conheceu um dia na escola, mas nunca havia ativamente falado para meu pai que estava namorando. Era possível que minha mãe o tivesse falado, mas não queria arriscar falar nada.

— Então Linds, já pensou em o que quer fazer na faculdade? — ele perguntou quando viramos a esquina de nossa rua.

— Me desculpa pai, eu não quero falar sobre isso agora. Outra hora, ok?

Ele assentiu e assim que ele parou o carro na rua em frente a nossa casa eu desci as pressas já entrando em casa enquanto ouvia seu carro continuar pela rua. Por sorte naquela hora ninguém estava em casa e eu podia fazer um lanche na cozinha em paz enquanto ainda chorava. Decidi mandar uma mensagem para Sarah dizendo que havia ferrado com tudo junto a um emoji com a língua para fora. Soltei uma risada da minha idiotice ao escrever uma mensagem tão séria, o que logo me levou a chorar mais ainda. Era horrível ser chorona do jeito que eu era e trocaria isso por qualquer coisa no mundo. 

Passei o resto de meu dia apenas em meu quarto contemplando o que poderia fazer com aquela situação horrorosa que havia acabado de explodir na minha cara, mas nada parecia fazer sentido ou ter um final feliz. Então, quando me senti cansada o suficiente depois da minha cabeça ser bombardeada com pensamentos que vinham sem parar, peguei no sono. Não era como se eu fosse ficar descansada depois de dormir, mas não aguentava mais os pensamentos indesejados.

 

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Levantei no dia seguinte mais cansada ainda, apenas conseguia pensar que agora meu relacionamento havia oficialmente acabado e não tinha nada que eu pudesse fazer sobre isso. Sarah havia mandado algumas mensagens depois do que falei para ela, mas nada havia mudado. Me levantei e sentei na ponta da cama. Como era final de semana e não passava das seis da manhã, não tinha pressa para me arrumar nem nada, então apenas fiquei ali olhando pela janela do meu quarto.

Depois de um tempo recebi uma mensagem de Will, que reconheci pelo barulho diferente que fazia. Peguei o celular com pressa e li sua mensagem em voz alta sem pensar.

— Sei que ainda deve estar dormindo, mas a gente pode conversar? Estou estacionado na frente da tua casa.

Me levantei, troquei minhas roupas do dia anterior que não havia nem me incomodado em tirar antes de deitar e fui até a porta da frente em silêncio sabendo que meus pais ainda dormiam. Pela janela da sala podia ver seu carro mas não conseguia vê-lo por conta da película nos vidros do carro. Abri a porta de casa cautelosamente e fui até seu carro em passos largos, mas lentos, atravessando pelo gramado. Quando cheguei ao lado do carro, cutuquei o vidro, que logo desceu e revelou um Will com cara de quem havia chorado. Éramos dois.

— Oi. — eu disse ainda para baixo e com cara de choro, me odiava por isso porque definitivamente não era momento para chorar.

— Entra aí. — ele disse também baixinho.

Entrei no carro coberta de incertezas, se devia mesmo entrar ali, se aquilo terminaria do mesmo jeito que o dia anterior… Mexia minhas mãos de forma nervosa, esperando que ele falasse já que no momento definitivamente não tinha coragem o suficiente para começar qualquer conversa. O olhei de canto de olho e ele olhava para baixo como se pensasse no que falar. Quando abri minha boca para falar alguma coisa, ele começou a falar.

— Linds, eu não quero que a gente termine.

— Eu nunca disse que queria, muito pelo contrário. — disse negando com a cabeça.

— Mas tu disse… — botei meu dedo na frente de sua boca antes que ele continuasse a falar.

— Eu disse que não queria que a gente terminasse, e que pra isso a gente precisava resolver nossos problemas na conversa, e não se isolando por semanas. — ele olhou pra baixo como se sentisse culpado. — Não te culpo, tenho mania de fazer a mesma coisa.

— Me desculpa, eu estive bem estressado esses últimos dias por conta das cartas de aceitação de faculdades que atrasaram por conta da nevasca. — ele me olhou esperando que eu entendesse sua situação.

— Tu sempre tá estressado com alguma coisa Will, e tu acaba descontando esse estresse não em mim, mas em nós dois. — eu disse com um olhar cansado no rosto.

— Me desculpa mesmo. — Will começara a chorar e não muito tempo depois eu também estava chorando.

— Se a gente se esforçar, acho que a gente consegue consertar isso.

E assim nosso namoro parecia estar se estabilizando. Na minha cabeça era normal que alguns casais tinham mais dificuldade do que outros, nós por exemplo tínhamos que superar essa barreira na comunicação, que parecia assustadora, mas que com certeza nós conseguiríamos passar.

 

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Eu, Sarah e Ella havíamos combinado de sairmos juntas para o shopping já fazia semanas, e finalmente lá estávamos nós reunidas. Cindy queria ter vindo também mas estava ocupada demais com atividades extracurriculares e o conselho estudantil em quase todos os dias da semana, então ela decidiu que seria melhor nós três irmos sem ela e marcar algum outro dia uma atividade que ela pudesse comparecer.

Chegamos na praça de alimentação e enquanto Sarah buscava alguma coisa para comermos, eu e Ella fomos procurar uma boa mesa para sentarmos. Quando finalmente estávamos todas juntas, elas me pediram para terminar de contar o que havia acontecido entre eu e Will.

— Ele ficou puto antes mesmo de eu terminar de falar e me mandou sair do carro. — eu disse pegando uma batata frita da bandeja.

— Eu não acredito que ele fez isso. Se não tiver planos depois daqui, quer passar na casa dele e me ajudar a dar uma surra nele que ele nunca mais vai esquecer? — Sarah falava tão séria que chegava a ser um pouco cômico, o que me fez rir. — Amiga, eu tô falando muito sério. Eu conheço uns caras que podem nos ajudar.

— Eu tô dentro. — Ella disse concentrada no que Sarah falava.

— Não precisa gente. — eu disse suspirando. — No dia seguinte ele veio se desculpar, e eu aceitei as desculpas dele.

— Bom, eu vou ser bem sincera contigo, não gosto muito de me intrometer no relacionamento dos outros mas... Acho que tu fez a coisa errada. — Ella disse levantando os ombros enquanto Sarah concordava ao seu lado..

— O pior de tudo, é que eu acho que sei disso. Não sei se realmente valia aquilo tudo sabe? Parece meio idiota terminar tudo só por causa de uma única situação, mas não consigo tirar esse sentimento de mim.

— Lindsay, não foi só uma situação, foram algumas situações que culminaram nessa última discussão. O pior de tudo foi que ele provou mais ainda teu ponto.

— Eu sei. — eu disse baixando a cabeça. — Me sinto péssima com tudo isso, mas no final não quero sentir que to invalidando meus próprios sentimentos.

— Vai ficar tudo bem. Se tu decidir terminar, saiba que a gente vai estar aqui por ti, eu sei exatamente o quão péssimo é terminar com alguém que tu ainda gosta, mas saiba que tudo que importa é tu estar bem com a tua decisão. Mesmo que isso acabe machucando ele no caminho, a vida não é perfeita e a gente às vezes tem que ser babaca com as pessoas pelo nosso próprio bem. — Sarah disse olhando nos meus olhos.

— Eu ainda tenho muito que pensar e eu definitivamente não vou tomar essa decisão hoje, então chega desse assunto depressivo por agora.

— Vamos falar dos nossos planos! — Ella disse animada enquanto Sarah batia palminhas.

 

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Acordei naquela segunda-feira ainda cansada. Havia passado o final de semana todo planejando o que faria, o que havia me tirado o sono completamente, mas finalmente sabia o que fazer. Levantei já me sentindo enjoada só de pensar no que faria e até mesmo se deveria, mas havia pensado demais sobre isso e sobre todas as implicações, estava realmente decidida.

Dirigi para a escola nem um pouco animada pelo que faria e completamente eufórica de ansiedade. Se tivesse algo na minha vida que queria evitar fazer, era isso. Cheguei em meu armário ainda em passos lentos como se doesse andar, o que quase se tornava verdade no momento. Queria prolongar o momento para sempre pois não queria chegar em seu ápice, mas não aguentava mais viver naquela agonia. Sabia que teria que adiar o momento para depois da aula para evitar maiores dificuldades que a situação traria.

Mesmo que tentasse evitar pensar nisso, não conseguia tirar de minha cabeça que aquele seria o dia que terminaria com Will. Me questionava a cada segundo se era realmente o certo a se fazer e o que falaria para ele que o fizesse aceitar que aquela era realmente minha decisão final. Já sabia que ele traria questões que seriam difíceis de responder, mas tinha que fazer isso antes tarde do que nunca.

Estava perdida em pensamentos em frente ao meu armário quando senti algo em meu pescoço e um cochicho.

— Oi meu amor. — Will disse me assustando de leve, me fazendo virar para ele nervosamente.

— Oi. — quando ele se inclinou para me beijar eu virei o rosto, torcendo para que ele não questionasse.

— Tu tá bem? — ele falou com uma sobrancelha levantada e um sorriso no rosto.

— Tá tudo ótimo. Tenho uma apresentação hoje de final de semestre. — o que não era uma mentira, mas claramente não era o que estava nervosa sobre. — A gente se vê depois das aulas?

— A gente pode se ver no almoço também. — ele disse rindo enquanto me abraçava. — E durante a aula de química.

— Sim, claro, mas depois da escola também, né?

— Claro, tudo que tu quiser.

O dia parecia literalmente passar em câmera lenta. Não aguentava ver Will de bom humor o dia todo enquanto eu sofria em silêncio, e em alguns momentos até cogitei berrar para ele que tudo estava acabado e sair correndo, mas causar uma cena era a última coisa que queria fazer na frente da escola inteira. Ele obviamente notou meu mau humor o dia todo mas dei desculpa de que estava com uma TPM horrenda que não me deixava em paz e que meus hormônios estavam completamente bagunçados, o que ele facilmente aceitou.

No meio de uma das aulas tive que ir até o banheiro e simplesmente chorei por alguns minutos, sozinha. Pensar que partiria o coração de Will me doía tanto que só de imaginar meus olhos já marejavam. Não que eu também não fosse sair machucada e de coração partido dessa situação toda, mas estava muito mais preocupada com ele naquele momento já que havia tomado essa decisão sozinha.

No final das aulas me encontrei com Will no estacionamento. Ele conversava com Patrick encostado em seu carro, os dois riam alto. Quando me viram, Patrick se despediu de Will e acenou para mim enquanto eu me aproximava e ele se afastava.

— Quer ir lá pra casa? — Will perguntou abrindo a porta do carro.

— Pode ser, já que vim de carro eu te encontro lá, ok? — eu disse apontando para meu carro do outro lado do estacionamento.

— A gente pode ir juntos, e depois eu te dou uma carona até aqui e tu volta pra casa de carro. — ele disse enquanto meu cérebro entrava em modo de pânico.

— Muito trabalho desnecessário, a gente vai se ver lá de qualquer jeito. — disse já dando alguns passos em direção ao meu carro. — E depois eu não vou precisar dirigir tanto, fica mais perto.

— Tudo bem, a gente se vê daqui a pouco. — ele disse animado. — Te espero na saída pra gente dirigir um atrás do outro.

Eu apenas confirmei com a cabeça e fui até meu carro andando rápido. Podia sentir o suor escorrer por baixo de meu casaco, mesmo o clima ainda não estando muito quente. Entrei em meu carro, tirei o casaco e abaixei os vidros na esperança que o vento fosse acalmar meus nervos e eu pudesse dirigir bem até lá, mas nada parecia ajudar.

No caminho eu inúmeras vezes cogitei virar em alguma rua e desaparecer para sempre, mas algo me impedia. Na minha cabeça tentava repassar que se eu simplesmente desaparecesse seria pior do que sentar e explicar tudo que queria para ele e que no final seria muito menos doloroso, e sinceramente, só isso havia me impedido de virar antes de chegarmos em sua casa.

Saí do carro enquanto Will fazia o mesmo. Tentava parecer calma e controlada, pelo menos até chegarmos em seu quarto. Quando ele sentou em sua cama e me olhou sorrindo, meus olhos imediatamente marejaram.

— A gente pode conversar? — eu disse sentindo como se fosse desmontar em sua frente.

— Claro, sobre o que tu quer conversar? — Will disse sem parecer perceber a seriedade de minhas palavras, o que era aliviante e extremamente doloroso ao mesmo tempo. — Tu tá chorando?

Ele disse se aproximando de mim e segurando meu rosto com as duas mãos. Era muito difícil imaginar todos os cenários que tudo que eu falaria levariam, ainda mais no momento que eu estava prestes a dizer aquilo tudo que assombrava meus pensamentos.

— Eu te amo, ok? — eu disse entre lágrimas.

— Eu… Sei. — ele disse confuso. — Eu também te amo.

Sentia meu rosto inchar por conta do choro e minha voz começava a falhar também, o que me preocupava em não conseguir terminar tudo o que tinha para dizer.

— Will… Eu não sei como dizer isso, porque eu sei que eu vou te machucar, e eu não quero fazer isso. — eu disse, e ele mais do que nunca parecia confuso como se não quisesse entender o que eu queria dizer. — Eu não vou ficar enrolando e tentar fazer com que tu fale, então aqui vai… Eu quero terminar.

Quando eu terminei de falar ele parecia não absorver minhas palavras em tempo real e não reagiu imediatamente, ainda segurando meu rosto com as mãos. Meus lábios tremiam e sentia que podia desmaiar a qualquer momento. Sentia tanta coisa que meu cérebro parecia querer desligar com a quantidade de informação que recebia ao mesmo instante. Agora, mais do que nunca, sentia que iria me afogar.

— Linds, é sério isso? — ele disse e eu pude ver que ele estava prestes a chorar.

Já sabia que iria doer, e eu realmente preferia passar por esse desconforto agora do que um desconforto muito maior no futuro.

— Eu sei que talvez nossa relação não parecesse estar ruim nem nada, e eu não quero que tu ache isso, mas acredite, eu pensei muito sobre isso.

— Por que tu não falou comigo? A gente podia resolver isso. — ele disse me soltando e sentando em sua cama, afundando seu rosto em suas mãos.

— Eu tentei Will, mas depois da nossa última discussão eu comecei a pensar sobre muitas coisas, entende? — me parei agachada em sua frente, tirando suas mãos da frente de seu rosto para que ele pudesse me olhar. — E aquela conversa que a gente teve em Nova Iorque sobre faculdade, aquilo me fez pensar que eu prefiro priorizar meu futuro sozinha, sem ninguém pra me atrapalhar.

— Eu te atrapalho? — as lágrimas já escorriam por seu rosto.

— Não foi isso que eu quis dizer, eu digo… Sem ninguém para influenciar minhas decisões. Eu gosto demais de ti, tanto que me dá medo. Eu não quero ter que depender de ti, e eu não quero que tu dependa de mim, quero que tu seja independente e siga teus objetivos de forma clara. — minha garganta quase se fechava ao falar isso.

— A gente podia ter conversado, nem tudo é tão preto no branco. — ele parecia frustrado e machucado.

— Eu não consegui, eu não teria coragem de te dizer que eu cogitava terminar, porque eu sabia que tu ia tentar me convencer o contrário e eu sabia que ia ceder. Quero que tu entenda que foi uma decisão muito difícil e que eu passei dias e dias pensando sobre isso, não foi uma decisão rápida tomada por impulso. 

— Só falta tu dizer que tu fez isso pensando no meu bem e que é o melhor pra mim. — ele falou com a voz falhando.

— Eu nunca diria isso, porque eu sei que agora, no presente, isso não é. Não é o melhor nem pra mim. E vai doer muito ainda. — parei no meio para dar uma respirada profunda, tentando recuperar o fôlego que o choro me tirava tanto. — Mas a longo prazo vai ser bom, eu juro. Prefiro que a gente passe essa dor agora do que no futuro.

— Mas eu não prefiro Lindsay, pelo amor de Deus. — ele falou um pouco irritado.

— Tá ok, eu também tô braba comigo mesma, mas eu sei que isso é o certo, pelo menos pra mim. Me desculpa, eu realmente te amo.

— É difícil de acreditar nisso quando tu acabou de dizer que quer terminar comigo. — ele falou sem me olhar nos olhos.

 — Will, eu... Eu passo noites em claro pensando no que pode acontecer, e isso me deixa totalmente inconsequente. Durante os momentos que eu não tô contigo, é como se eu tivesse presa ao chão, com um enorme caroço na garganta e o sono é como meu inimigo. Mas quando tu tá por perto é como se todo o mal do mundo tivesse ido embora, tudo são nuvens fofinhas e aconchegantes. — eu soltei uma risada fraca em meio ao choro. — Sentir isso tão fortemente por alguém me deixa assustada e às vezes eu me sinto fora de mim mesma. Não sei nem se isso que eu sinto é real ou se é só delírio. Não confio nem em mim mesma. É como se eu tivesse me afogando nos meus próprios sentimentos.

— Então que deixe se afogar. — ele disse mordendo o lábio e me olhando nos olhos com o olhar mais triste que havia visto em seu rosto.

— Me desculpa, mas é tarde demais. — eu disse o abraçando, abraço esse que ele retribuiu.

Passamos mais algumas horas conversando e Will insistiu diversas vezes que eu repensasse minha decisão, que não importava o que acontecesse, ele estaria me esperando de braços abertos. Nada disso realmente me incomodava, já que uma pequena parte de mim já esperava isso e a outra parte estava aliviada que toda a situação não havia se tornado uma enorme briga sem controle. Quando ele parecia não ter mais perguntas ou objeções, decidi que era hora de ir embora.

Will claramente estava triste, mas depois de nossa longa conversa ele parecia não estar mais tão mal quanto antes, ou pelo menos era o que ele queria que eu pensasse. Ele sempre tinha sido uma pessoa difícil de ler, e mesmo depois de pouco mais de um ano juntos, ainda não poderia dizer com certeza como ele se sentia no momento.

— A gente se fala amanhã na escola?

— Eu… Não sei se é o melhor a se fazer. Talvez a gente devesse dar um tempo pra tudo se ajeitar. Vamos focar nas provas finais que estão por aí e depois a gente pode pensar em uma possível amizade de novo.  — eu disse entrando em meu carro.

— Depois? A gente tem só mais um mês até a graduação e depois só Deus sabe o que vai acontecer. — ele falou pela janela do passageiro.

— Não tem pra que ter pressa. Se não rolar, não era pra ser. Eu preciso de um tempo pra mim agora Will, apesar de talvez parecer pra ti, não foi fácil fazer isso. — eu o encarei e suspirei enquanto mais lágrimas voltavam a descer pelo meu rosto. — Eu quero dizer me desculpa, mas eu não acho que tu me deve perdão algum agora então… Tchau.

— A gente se vê. — ele disse abanando com a mão e se parando na calçada enquanto eu acelerava o carro.

Dirigi até uma rua próxima e estacionei. Estava chorando demais para enxergar, minha visão se embaçava cada vez mais e meus olhos pareciam inchar de forma que eu não tinha nem forças para os mantê-los abertos. Passei alguns bons minutos ali torcendo para que ninguém que eu conhecesse passasse por mim ou algo do tipo.

Quando finalmente me acalmei segui até em casa e me tranquei em meu quarto. Não tinha intenção nenhuma de interagir com ninguém daquela casa e me trancar era a única opção. Sentia tantas coisa e ao mesmo tempo estava completamente entorpecida a ponto de nem sentir que o tempo passava, mesmo que pudesse ver pela janela que o dia estava escurecendo. Era como se estivesse presa naquele momento como castigo pelas coisas ruins que havia feito hoje, e até sentia que naquele momento eu merecia tudo aquilo.

 

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Alguns dias antes da formatura, Martin apareceu para nos visitar. Algumas semanas antes ele me ligou para avisar que iria aparecer para me ver receber meu diploma e também para finalmente apresentar sua filha e sua, agora, namorada.

No dia que a bebê nasceu Martin me ligou para avisar e finalmente me falar o nome dela. Eileen. Ele parecia estar completamente amando a vida de pai pois me mandava fotos todos os dias dela fazendo coisas diferentes e até fotos indesejáveis, como no dia que ela vomitou no seu ombro. Era quase como se pudesse fazer parte da vida de minha afilhada, mesmo que vivendo tão longe.

No dia que eles chegaram fui buscá-los no início da tarde no aeroporto, já que Martin disse que não confiava em seu carro o suficiente para trazer sua família, especialmente Eileen. Ele estava muito mais animado do que o normal enquanto meu humor não poderia estar pior, mas fazia o máximo para não transparecer, o que praticamente funcionava visto que durante o caminho até em casa ele não perguntou nenhuma vez.

Jody era realmente uma mulher muito interessante e que talvez não fizesse exatamente o tipo de mulher que eu imaginava para o meu irmão, mas que com certeza o fazia bem. Os dois apesar de ainda estarem nos primeiros estágios de namoro pareciam bem próximos já e confortáveis com a presença um do outro. Era claro que morar juntos e Eileen ajudavam muito nesse quesito.

— Não vou negar, senti um pouco de falta da cidade. — Martin disse enquanto ajudava Jody a sair do carro com Eileen no colo.

— Só tu. — eu disse rindo enquanto trancava o carro e ia em direção a porta.

— É uma cidade pequena mas muito bonita. — Jody disse olhando a vizinhança.

— Tu só tá tentando ser simpática, pode dizer, é uma cidade bem medíocre. — meu mau humor quase se mostrava nas minhas falas.

— Bom, é uma cidade do interior, não dá pra esperar muito. — Jody disse sinceramente fazendo com que eu e Martin ríssemos alto.

— Bem-vindos. — disse abrindo a porta e indo até a sala onde meus pais esperavam sentados. — Vou para o meu quarto, não vão embora sem antes me avisar.

Sabia que meus pais ficariam tomando todo o tempo dos visitantes e que não teria tanto tempo para conversar com eles. E também, preferia que Martin tivesse seu tempo com meu pai para que eles pudessem finalmente conversar sobre ele ter largado a faculdade pela metade. Agora mais do que nunca era importante que ele tivesse o apoio de meus pais e não queria roubar esse momento deles.

Fiquei em meu quarto estudando, que era a única coisa que sabia fazer nos últimos dias já que ainda tinha mais uma ou duas provas finais antes da graduação e não queria escorregar logo na reta final. Claro que ainda era difícil de se concentrar com toda a situação que ainda assombrava meus pensamentos, mas cada dia parecia ficar um pouco menos difícil.

No final da tarde ouvi um toque em minha porta e Martin então colocou sua cabeça pela fresta para me olhar.

— Quer dar uma volta? Eileen finalmente pegou no sono.

— Pode ser.

Fechei meus livros e fui com ele até meu carro, que ele pediu para dirigir já que ele havia sido seu um dia. Dirigimos por um tempo sem trocar nenhuma palavra significativa, mas podia notar que Martin estava procurando as palavras certas. Quando viramos em uma interseção pude notar que ele ia em direção ao lago e soltei uma risada leve, que fez com que ele me olhasse. Quando chegamos não havia ninguém por lá, o que era um grande alívio pois sabia que nossa conversa provavelmente não seria a mais leve.

— Tá de mau humor por que?

— Ah, só TPM mesmo. 

— Aham, tu ainda acha mesmo que me engana com essa desculpa barata? — ele me olhou enquanto eu evitava seus olhos. — Se não quer falar tudo bem, mas eu tô aqui tu sabe disso.

— É só que depois de falar com o Will a gente acabou brigando… — queria evitar falar diretamente o que havia acontecido.

— E vocês se resolveram? — ele disse enquanto observava o lago.

— Bom… Sim, de certa forma. — ele me olhou com o cenho franzido. — A gente terminou.

— Ele terminou? — ele me olhou preocupado e eu neguei com a cabeça. — Tu terminou? Uau.

Me sentei ao seu lado e pela primeira vez não estava chorando enquanto falava disso, pelo menos ainda não. Mesmo que ainda doesse demais, agora sentia que conseguia praticamente organizar meus pensamentos de forma que eles faziam sentido para mim e já não pareciam mais uma decisão ruim. Não que fosse uma decisão boa, mas não me sentia mais horrível pelo que havia feito.

— E vocês ainda tão se falando?

— Na verdade não. Will queria que sim, mas eu sinto que é melhor se a gente não ficar se falando como amigos pra evitar nutrir qualquer sentimento romântico.

— É uma boa ideia, tô orgulhoso de ti. — ele me abraçou de lado. — E além do mau humor, como tu tá?

— Ainda é bem difícil e às vezes eu sinto que tomei a decisão errada, mas tenho tentado afastar esse tipo de pensamento. — eu disse confirmando com a cabeça. — No mais, tô estudando bastante pra últimas provas essa semana e bem… Planejando algumas coisas.

— Planejando o que? — ele disse suspeitando enquanto eu tentava esconder um sorriso.

— Ok, primeiro duas coisas. Tu não pode ficar chateado comigo e também não pode contar pros nossos pais antes da hora. — ele me olhou confuso mas confirmou com a cabeça. — Eu e umas amigas vamos fugir. Quer dizer, não exatamente “fugir”, a gente vai fazer uma viagem de carro por um tempo indeterminado pelo país.

— Uau, vai seguir meu conselho. — ele disse animado enquanto eu sorria também animada. — Mas por que eu ficaria chateado?

— É que tu veio até aqui pra ver eu me formar e a gente planejou ir embora no dia da formatura. Planejamos não aparecer por lá nem nada, inclusive vai ser teu trabalho acalmar a mamãe quando eles chamarem meu nome e eu não subir no palco.

— E tu acha que eu ligo? Tô animado por ti, isso sim. — ele me abraçou novamente. — E já decidiram como vão fazer?

— O pai de Cindy tinha uma van velha que tinha botado para vender mas que quando ela pediu para ele, ele a deu de presente para ela. Quando descobrimos isso ficamos animadas com a ideia de reformá-la e sair por aí com ela. Claro que no começo era tudo uma brincadeira, até que não era mais. A ideia a princípio era fazer uma viagem durante o verão e voltar a tempo para faculdade, mas nenhuma de nós tinha realmente o objetivo de ir para faculdade, então a ideia evoluiu para simplesmente sairmos por aí, sem rumo, até que nossos caminhos se decidissem.

— Que orgulho meu Deus. — Martin riu.

— Inclusive, me desculpa mas pode ir dando tchau pra esse carro. Essa semana ainda o comprador vem buscar.

— Papai deixou tu vender o carro? — ele falou chocado.

— Eu disse que era pra faculdade. Claro que não é muito, mas vai ser o suficiente por um tempo.

— Quem vai?

— Eu, Sarah, Ella e Cindy.

— Eu tinha o maior crush na Ella quando a gente era criança. — ele disse rindo.

— Agora ela é compromissada então nem te anima. — eu ri também.

— Lindsay eu namoro e tenho uma filha. Tu acha mesmo que eu quero alguma coisa com a Ella?

— Nunca se sabe. — nós gargalhamos.

Depois de um tempo apenas papeando sobre nada importante e alguns detalhes da viagem, nós decidimos voltar para casa. Ainda tinha que levar Martin Jody e Eileen até onde eles ficariam depois de jantarmos, então era hora de voltar. Quando chegamos em casa minha mãe e Jody cozinhavam alguma coisa juntas na cozinha. Terminamos a noite jantando todos juntos e depois eu os levei até seu hotel, já que Martin disse que queria apenas do bom e do melhor para sua criança.

 

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Acordei naquele dia completamente surtada. Mesmo que tivesse arrumado todas minhas malas dias atrás ainda sentia que deixaria alguma coisa para trás, então revirava meu quarto em busca de algo que me fosse útil. Sarah não parava de mandar mensagens no grupo enquanto Ella dizia que estava carregando suas coisas na van e que logo todas nós já poderíamos ir para sua casa.

O evento de formatura seria durante a manhã então ainda era bem cedo, o sol mal havia nascido no horizonte mas nós já estávamos a todo vapor. Havia avisado minha mãe que levaria minhas coisas para a casa de Ella para nos arrumarmos por lá e ela não questionou. De todas as famílias, a mãe de Ella era a única que sabia de nosso esquema de não aparecer na formatura e até havia nos oferecido ajuda, mas negamos já que sabíamos que ela teria que estar na escola cedo por ser do corpo docente. 

Quando me senti pronta, decidi deixar um bilhete para minha mãe, dizendo que eu estava fazendo aquilo para me conhecer melhor e que esperava que ela entendesse. Afirmei que estava bem e que qualquer coisa ela poderia me contatar pelo meu número de telefone normalmente e que eu faria questão de mandar mensagens com frequência. Expliquei tudo o que queria e então dobrei o papel e deixei em cima de minha mesa, com seu nome escrito para cima.

— Tô saindo. — eu disse arrastando minhas malas até a porta.

— Nossa, precisa de tudo isso? — minha mãe estranhou que eu estava com uma mala e uma mochila cheias, o que não me surpreendia.

— Bom, tem o vestido, os sapatos, a beca, as maquiagens, acessórios e mais algumas coisas.

— Ok então. — minha mãe disse me abraçando e depositando um beijo na minha testa. — A gente se vê lá. Vou tentar sentar bem para frente para tirar fotos.

— Ok mãe, a gente se vê.

Saí de casa ainda nervosa que minha mãe fosse descobrir, mas a excitação da viagem era suficiente para me fazer esquecer. Quando cheguei até a calçada, Patrick saiu de seu carro vestido formalmente. Ele sorriu para mim enquanto eu o encarava séria.

— Quer uma carona?

— O que tu tá fazendo aqui? — disse ainda o encarando.

— Pensei que como tu não ia com o Will pra formatura que eu podia te dar uma carona — ele falou sem jeito.

— Nada a ver, vou com as meninas. Vou me arrumar com elas. — disse um pouco irritada. — Sarah já deve estar chegando pra me buscar.

— Desculpa, eu não sabia e… Tu não respondeu às minhas mensagens.

— Eu tava ocupada, só isso.

— Ok, a gente se vê na escola. — ele falou já entrando em seu carro.

— Tchau. — falei para ele mas já concentrada no carro de Sarah que virava a esquina.

Antes de Sarah parar, o carro de Patrick já estava indo embora. Quando ela parou na minha frente nós duas soltamos berros baixinhos enquanto batíamos palmas. Ela me ajudou com a mala enquanto conversávamos alto. No meio de nossa conversa pude perceber minha mãe na porta de casa nos olhando.

— Eu to tão animada pra formatura. — eu disse alto para que ela pudesse ouvir enquanto sinalizava discretamente para Sarah que ela estava nos ouvindo.

— Nossa eu também, mal posso esperar pra gente se arrumar e ficarmos lindas para recebermos nosso diploma tão merecido. — nós tentávamos segurar nosso riso o máximo que dava. — Ah, oi senhora Clark.

— Tchau mãe, até. — eu disse enquanto abanávamos para ela, que retribuiu o gesto.

Entramos em seu carro e nos limitamos a apenas algumas risadas controladas enquanto não havíamos saído da minha rua, mas logo que estávamos longe o suficiente Sarah berrou pela janela enquanto buzinava.

— Para sua doida, são sete da manhã. — eu disse gargalhando.

— E eu com isso, quero que a cidade toda saiba que hoje eu sou muito mais feliz que todos eles. — ela ria enquanto falava. — Agora vamos buscar Cindy.

Buscamos ela e logo já estávamos a caminho da casa de Ella. O nervosismo misturado com felicidade dentro do carro era contagiante e pelo ritmo que nossas conversam iam, era perceptível que nenhuma de nós aguentava mais um segundo sequer naquela cidade e hoje seria o dia de irmos embora. Finalmente.

— O que tu vai fazer com teu carro Sarah? — Cindy perguntou enquanto pegava sua mochila e sua mala no porta-malas.

— Vocês vão dirigindo a van até minha casa enquanto eu vou com meu carro e de lá a gente vaza.

— Não era mais fácil a gente só te buscar? — Cindy disse confusa enquanto Sarah fazia uma cara chocada.

— Mas aí a gente não teria ela aqui na organização. — eu disse enquanto Sarah concordava e Cindy sinalizava que havia entendido.

— Bom dia. — Ella saiu de casa com uma caixa cheia do que pareciam comidas.

Todas nos abraçamos e comemoramos. Era tão bom estar ali, naquele momento, com as melhores amigas que alguém poderia ter. Parecia surreal que estivéssemos realmente fazendo isso e nos dias anteriores eu tinha que me lembrar diversas vezes que era real e não simplesmente fruto de minha imaginação. Arrumamos todas as malas para que sobrasse o máximo de espaço possível na van e então sentamos para conversarmos um pouco sobre o que faríamos nesse primeiro dia, pelo menos até a Sra. Chang aparecer.

— Olá meninas, espero que tenham preparado tudo. — ela estava vestida formalmente e carregava algumas coisas até seu carro.

— Uau, você tá linda professora. — Sarah disse a bajulando.

— Professora não, vocês já estão formadas. — ela falou fechando o porta-malas de seu carro. — Ainda tenho um tempo até ter que ir, então vou aproveitar e me despedir de vocês. Vocês são meninas muito especiais e fico muito feliz que Ella tenha encontrado vocês, e eu espero que o futuro de todas seja tão brilhante quanto cada uma.

— Para, eu vou chorar. — Sarah disse limpando uma lágrima enquanto todas nós ríamos.

— Eu quero agradecer também senhora Chang, por que eu não sei o que seria de mim se não fosse por ti. — eu disse a abraçando.

— Obrigada Lindsay, mas nada de “senhora” pra cima de mim, já falei que não sou mais professora de vocês. Me chamem de Evelyn. — ela disse sorrindo.

Conversamos com ela por um tempo e depois Ella e sua mãe foram para dentro de casa resolver algumas coisinhas e se despedir. Era bom saber que pelo menos um adulto sabia o que estávamos fazendo e nos apoiava em nossa decisão de ir explorar as nossas oportunidades, ainda mais essa pessoa sendo alguém tão especial em minha vida. Quando as duas saíram da casa, a Sra. Chang decidiu se despedir de vez pois o diretor já estava chamando os professores para a escola.

— Não esqueçam de me mandar mensagens sempre e me liguem as vezes. — ela disse enquanto abraçava cada uma de nós. — E não esqueçam que tem um lugar pra cada uma de vocês bem aqui, na minha casa e no meu coração também.

— Tá bom mãe, tu vai se atrasar. — Ella disse a abraçando.

Assistimos ela ir embora da calçada, acenando para seu carro até que ele desaparecesse de vista, e quando o fez, nós nos abraçamos enquanto pulávamos. Agora era realmente oficial, podíamos sair.

— E se a gente esperar até o horário da formatura e passar por lá buzinando? A formatura é no campo de futebol e a rua passa logo ao lado, todo mundo vai ver. — Sarah disse nos fazendo rir.

— Não é má ideia. — Ella falou. — E a gente já se enrolou tanto pra sair que logo já começa o evento.

— Tamo esperando o que então? — Sarah falou animada.

— Tamo esperando dar a hora né. — Cindy disse se parando ao lado de Ella.

— Eu sei, era só uma frase de efeito. — Sarah disse nos fazendo rir. — Vocês são muito lerdas às vezes.

Enrolamos até um horário razoável e então estava na hora. Cindy sentou no banco do motorista e Ella no banco do carona enquanto eu e Sarah fomos para o seu carro. Ela dirigiu até sua casa com a van logo atrás. Não parávamos de papear por um segundo mesmo que nada do que falássemos fizesse sentido. Quando chegamos em sua casa eu fui até a van enquanto ela entrava em casa para deixar as chaves do carro e um bilhete. A energia que nós quatro exalávamos no momento era totalmente elétrica e quase podia sentir os pelinhos da minha nuca arrepiarem.

Quando todas estávamos dentro da van, um momento de silêncio se fez até Sarah berrar pela janela e Cindy acelerar. Íamos em direção a escola e a ansiedade aumentava a cada metro que avançávamos. Naquele momento era difícil não pensar em tudo que havia acontecido nos últimos dias, especialmente Will. Era claro que ainda o amava, e que ainda demoraria um tempo até eu me soltar de todos aqueles sentimentos, mas sentia no fundo do meu coração que era o certo a se fazer e que já era hora.

Quando chegamos na escola, Cindy pressionou a buzina e Sarah e Ella berravam coisas obscenas enquanto eu ria descontroladamente, a ponto de minha barriga doer. Era quase impossível não rir pensando na reação de nossos conhecidos que não faziam ideia do que estava acontecendo ou quem estava fazendo isso.

Tinha certeza que minha mãe acharia uma atitude ridícula de algum delinquentezinho, que a Sra. Chang estaria rindo baixinho, que Patrick estaria rindo muito e morrendo de inveja se soubesse que era eu, mas quando cheguei em Will não sabia o que ele estaria pensando. Se ele achava engraçado, se sabia que éramos nós, se estaria feliz se soubesse disso. O sorriso se foi do meu rosto e agora estava séria, pensando nele.

Não queria pensar nele, por que pensar que o estava deixando para trás era doloroso demais, pois sabia que eu provavelmente estava deixando para trás também o amor de minha vida. Uma lágrima ameaçava escorrer por meu rosto, mas a limpei antes que tivesse a oportunidade. 

Sabia que eu era muito mais do que isso e que minha vida não se resumia a parceiros românticos, que agora eu tinha um futuro muito interessante pela frente e que não trocaria isso por nada. Estar ali com minhas amigas naquela van era o momento mais feliz da minha vida até então, mais feliz até do dia que comecei a namorar Will, ou o dia que ele disse que me amava pela primeira vez. Era na verdade infinitamente melhor, pois estava exatamente onde eu deveria estar. Ao lado das pessoas que eu mais amava no mundo.


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Notas finais do capítulo

Não me mata por favor. Mas é isso, projetinho finalizado.

Esperem mais de mim por que logo (daqui 10 anos) deve sair algo no mesmo estilo kekek. Fiquem de olho.

Beijão no coração de cada um de vocês, e obrigado por me acompanhar até aqui.



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