Bonds escrita por Batrouxa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bom? Quem é vivo, sempre aparece, né? AHUAHUHA
Queria pedir perdão pelo sumiço, tava estudando feito condenada pro ENEM, mas graças a Deus que acabou hoje!!! Pra quem acompanha minha outra história, PROMETO que vou postar 2 capítulos essa semana, no mínimo!
Só queria terminar essa oneshot hoje, que tô enrolando faz um tempão ahuaha. Acabou que virou uma short-fic. Fazer o que, né, só mais trabalho! KKKKK
Enfim, é isso! Aproveitem a leitura! Espero que gostem!



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— Olha, Chat Noir, seu anel já está brilhando! – eu o avisei do perigo da transformação, interrompendo qualquer coisa que ele fosse deduzir. Era bom que ele não soubesse do beijo mesmo.

— Ah, droga... – ele murmurou para si mesmo, com uma cara de frustração que somente ele consegue fazer.

O gato fez menção de se virar e sair correndo, mas, subitamente, me lembrei da pequena cartinha que eu fiz para ele antes de Alya chegar. Foi mais por consideração, já que com certeza nenhuma menina seria louca o suficiente para pensar nele justamente no Dia dos Namorados. Importo-me com meu parceiro o suficiente para não o querer solitário.

— Espera! – gritei. – Tenho algo pra você – e joguei o papel dobrado, uma simples folha de carta normal, com estampa de joaninha. Não queria nada muito especial.

Chat tomou um susto, nunca esperava isso vindo dela. Olhou desconfiado para a cartinha, mas, um segundo depois, abriu um sorriso malandro.

— Meu presente de Dia dos Namorados, my lady? – não era exatamente isso, mas assenti. – Não tem nenhum chocolate escondido junto, não? Bem que eu gostaria...

— Claro que não, espero que se contente com isso. Vai mesmo ficar de papo aqui comigo e me deixar saber da sua verdadeira identidade? – falei apontando para o seu anel. Devia restar cerca de um minuto.

O gato faz uma careta de contrariado, mas logo sai correndo, sem deixar de agradecer. Também me dirijo a minha própria casa, ansiosa para ver se, no outro dia, receberia alguma resposta do cartão que havia mandado pra Adrien...

*~*

Nada.

Nenhum “obrigado” ou ao menos um simples olhar gentil agradecendo.

Nem mesmo uma rejeição ou um pedido de desculpas por não poder retribuir meus sentimentos (ora, claro que não é bem assim, nunca me declarei nem nada. Nem gosto dele mesmo! Mas vai que ele tenha tido a impressão errada, né?).

— Alya, eu não sei mais o que fazer – me virei preocupada para minha amiga. – Foi você que me encorajou a fazer isso, mas ele tá agindo como se nunca tivesse lido meu poema! O que eu faço...?

A morena, aproveitando um dos macaroons da padaria dos Dupain-Cheng enquanto o intervalo não acabava, engoliu rapidamente para responder.

— Marinette, amiga, calma – Alya deu uma risadinha e ajeitou as mechas desordenadas do meu cabelo, que eu mesma baguncei no meu nervosismo. – Tenho certeza que ele vai falar com você quando tiver a oportunidade. E você realmente acha que ele tá normal? Ah, garota, se liga! Saca só como ele tá feliz hoje, com bochecha vermelha e tudo! Vai que ele se encantou com teu poema, ein? – ela soltou mais um dos seus sorrisos maliciosos, deixando Mari muito mais tranquila com a leveza com que a amiga levava as coisas.

Mas ainda assim, era muito incerto! Ele podia estar fazendo pouco caso da minha escrita, rindo por trás das minhas costas, ou feliz com outro cartão. Podia ser a tal da Kagami de novo... Sempre se metendo.

— Ai, Alya, eu não sei não. Acho que ele realmente não sabe que fui eu...

— Claro, né, garota! Se lembra de ontem? Você não tava conseguindo saber se tinha ou não assinado aquele cartão. Parece que esqueceu mesmo! Hahahaha – Alya riu alto.

— Para com isso! – dei um soquinho fraco no ombro dela, rindo junto.

— Bem... – ela enxugou as lágrimas feitas de tanto rir. – Você podia perguntar pra ele, né?

— Hahahahaha! Só nos seus sonhos! – rimos juntas mais um pouco até a aula começar novamente, mas um ótimo plano já estava se formando em minha mente enquanto observava os ombros de Adrien na minha frente.

~*~

— Cara, qual o teu problema hoje? – Nino perguntou a Adrien, estranhando o comportamento do amigo.

— Qual foi, Nino? Tô normal – respondi olhando desconfiado para ele.

— Não tá não, mano. Tá todo risonho e corado aí no teu canto. Finalmente tá gostando de alguém, ein? – me surpreendi com o comentário. Achei que Nino não reparava nessas coisas.

— Talvez... Não tenho certeza. Tô mesmo assim? – me envergonhei. – Obrigado por avisar.

— Uau, então o conquistador Adrien Agreste tem uma garota no coração? Quem é? – estava abrindo a boca para responder, mas ele foi mais rápido. – Nah, nem precisa dizer. Já sei mesmo.

— Ah, é? – levantei a sobrancelha direita. Nino não tinha como ser tão perceptivo assim. Ele é o mais lerdo de todos! – Então quem é?

— Ué, claro que é a Marinette. Tô errado? Vocês tão cada vez mais próximos...

Quase pulei da cadeira. A Marinette? Digo, com certeza, ela é uma das meninas mais bonitas que eu conheço, e também muito gentil, sempre ajudando as pessoas ao seu redor. Sem mencionar todo o talento que ela tem como designer. Mas nunca a vi como mais de que uma amiga...

— O quê?! Você realmente acha isso, Nino?

— Não só eu, cara. Praticamente, a sala todinha – ele respondeu tranquilamente, colocando as mãos atrás da cabeça.

Estava em choque. A classe inteira pensava que eu e Marinette... Meu Deus. Não sei nem o que pensar direito.

— Como assim, Nino?! É a primeira vez que escuto algo desse tipo. Claro que não é ela! Agora trate de resolver esse mal-entendido! Mari tá sabendo disso também? – virei-me sério para ele.

— Hm... Sabe não. Relaxa, cara, tá tudo certo. Mas e aí, quem é a gata então? – fuzilei-o com meu olhar. – Eita, tá certo, mano. Vou ver com a Alya o que a gente pode fazer. Mas desembucha aí, na moral.

Nesse exato instante, o sinal toca. – Não é mais da sua conta. Quando essa aula acabar, você já sabe o que fazer – falei ainda irritado em saber disso. Ainda bem que a Mari não está sabendo de nada, aposto que ela me evitaria a todo custo se descobrisse... Espero que isso não chegue a acontecer.

~*~

Ao fim das aulas, me despedi de Alya e segui o caminho de casa. Chat Noir vez ou outra vem me visitar no terraço para conversar um pouco. Por que a Ladybug também não podia, não é mesmo?

Chegando à padaria, dei um beijo nos meus pais. – Mãe, pai, vou estudar a tarde toda. Vou levar um pouco de comida logo agora, então, por favor, não abram a porta pra incomodar! Obrigada! – eles responderam com um rápido ok, junto com uma risadinha entre eles, e logo voltaram a atender os clientes.

Bati a porta do quarto com a bandeja de croissants na mão, trancando-a e colocando alguns dentro da minha bolsa. Talvez fosse bom levar um lanchinho...

— Mari, você tem certeza disso? – Tikki apareceu preocupada.

— Claro que sim, Tikki. Não é como se eu fosse realmente falar com o Adrien, vou só observar de longe!

— Promete? – a kwami ainda parecia uma pouco apreensiva.

— Prometo! – apertei a pequenina contra minha bochecha num tipo de abraço. – Agora vamos! Tikki, transformar!

Pular pelos prédios de Paris quando ninguém fora akumatizado era novidade para mim, nunca havia feito isso. Mas podia entender por que o gatinho gostava: era uma sensação de liberdade sem fim! Alguns cidadãos me avistavam de longe e gritavam “É a Ladybug!”. Senti-me tão amada!

Ao chegar perto da mansão dos Agreste, pude vê-lo pelas janelas enormes do seu quarto. “Adrien... Tão lindo... Aquele rostinho de anjo, cabelo loiro como os raios solares do nascer do sol e aqueles profundos olhos verdes que brilham como esmeraldas... Simplesmente encantador...”, pensei, deixando cair um rastro de baba pelo lado da boca sem perceber. Ele parecia estar conversando com alguém (devia ser por telefone, já que não havia mais ninguém lá), andando de um lado para o outro, segurando alguma coisa. Ele parou por um momento e encarou mais uma vez o objeto em suas mãos até suspirar e deslizar as costas pela janela até sentar, virando seu pescoço um pouco para o lado, vendo um pouco da vista através do vidro.

Mas os nossos olhos se cruzaram por um segundo. Paralisei. Não sabia como ele iria reagir vendo a heroína da cidade o observando no meio da tarde. Ele ficou de pé rapidamente, eufórico.

— Ladybug! –  ele gritou. Seu cabelo estava voando com o vento e, em seu rosto, tinha um enorme sorriso. O mais lindo que eu já o vi dar. – Vem cá!

Meu coração deu um pequeno salto ao ver esse Adrien incomum, mas adorável. Ele parecia uma criança que acabou de ganhar um doce. A oportunidade de conhecer esse lado dele valeu cada segundo dessa “investigação”.

Mirei o ioiô de modo que aterrissei em seu quarto. Estava mais nervosa que tudo e senti meu rosto pegando fogo quando ele se aproximou.

— A que me devo a honra de receber você aqui? – ele me guiou até o pequeno sofá no centro do cômodo.

— Nada demais, só estava me perguntando como você estava depois de tudo o que você passou com os akumatizados que tivemos até agora – disse, tentando ao máximo me manter o mais calma possível. – Você sofreu muito com nossos erros e me sinto responsabilizada por isso.

— Hmm, um check-up? – ele indagou, rindo. - Mas olha, eu tô ótimo! – Adrien levantou abrindo os braços e dando uma voltinha, para mostrar que estava inteiro.

Outro salto. Fofo. Fofo até demais. Que menino era aquele que eu nunca havia conhecido como Marinette? Não sei o porquê, mas queria muito saber mais e mais sobre esse novo Adrien e essa sua parte única de ser. 

— Ah, Ladybug. Por acaso... – ele começou a falar, mas parou de repente. Parecia envergonhado, desviando os olhos dos meus. – ...você me mandou algo ontem? Tipo um cartão de Dia dos Namorados ou algo assim? – finalmente levantou seu olhar para mim.

— Erm... Eu não. Mas conheço gente que sim – Eu sim, eu sim!

— Como assim você conhece? Sabe quem são meus amigos? Como?

Ops. Escapuliu. E agora?

— Er... Claro que sim. Vocês sempre estão juntos na escola, lembra que eu e o Chat Noir já salvamos vocês várias vezes? – tentei dar uma desenrolada.

— Hmm, é verdade... – ele respondeu pensativo. – Mas ainda não explica por que você sabe quem mandou cartinha.

— Ah! – a esse momento, eu já suava frio. – É só meio óbvio que tem essa garota que gosta muito de você... Então deduzi -  pronto, agora deu. Falei demais.

— De novo isso não... Você acha que é a Marinette, não é, Ladybug? – ele me olhou meio triste. Se antes ele parecia uma criança feliz, agora era um cachorrinho com as orelhas pra baixo.

— Erm... Talvez? Haha... – respondi a primeira coisa que apareceu na minha cabeça. Pelo visto, era a resposta errada.

— Por que sempre ela? Soube hoje que a sala toda acha que vamos namorar ou gostamos um do outro. Não entendo. Não tem nem como a Mari gostar de mim, por que não param logo com toda essa fofoca? Imagina se ela descobrir... Ia ficar tão chateada... – ele estourou numa mistura de raiva e tristeza. – Por que até você, Ladybug...?

— Eu... – não consegui terminar a sentença. Não tinha o que dizer. Era de mim que ele estava falando, afinal. Doía saber o que ele pensa sobre isso e ainda mais pelo fato de ter que fingir que sou outra pessoa.

— Deixa pra lá – ele virou-se de costas para mim, caminhando em direção à sua escrivaninha. – Ela não me mandou nada, só pra avisar.

Só aí que tive alguma reação: - Como assim? Tem certeza, Adrien? – engoli toda minha dor. Fui ali com um propósito e tinha chance de cumpri-lo agora. – Eu não acho que ela deixaria o Dia dos Namorados passar sem te dar nada...

— Se você duvida tanto, por que não dá uma olhada?! – ele disse ainda magoado, jogando uma pequena pilha de cartões que estava na mesa para mim. – Foi tudo o que eu recebi...

Pude ver o cartão em formato de coração que eu havia entregado no dia anterior. Abri só para confirmar que era o meu poema, mas percebi que não havia assinado de fato. Mostrei-o a Adrien.

— E esse aqui? Não tem remetente, apesar de ser um belo poema.

Ele se aproximou novamente de mim, sentando ao meu lado, e pude sentir o cheiro de banho recém-tomado que emanava dele. Meu coração pulou mais uma vez. Ele estava muito perto... Mas desviei o olhar para o cartão em minhas mãos que foi retirado delicadamente por ele.

— Não sei... – olhei para ele de novo. Adrien me atraía de uma maneira inexplicável... – Achei que tinha sido você... – ele levanta seu rosto para me olhar e para sua fala no meio.

Estávamos incrivelmente pertos. Sentia sua respiração e um hálito agradável de pasta de dente. Suas orbes verdes, pude ver, tinham uma aparência peculiar, semelhantes às de um gato. E brilhavam intensamente, de maneira que conseguia ver o reflexo do meu próprio rosto, que estava embasbacado com sua beleza. Suas bochechas levemente coradas pareciam extremamente macias e rechonchudas, apesar de Adrien não perder sua feição masculina com maxilar bastante definido. Seu nariz um pouquinho arrebitado estava meio seco e me bateu uma vontade insana de lamber aquele local. E sua boca... Ah, a sua boca. Aparentava ser mais macia que suas bochechas e eram muito mais rosas também. Estava um pouco seco como o nariz e beijá-lo nunca foi uma necessidade tão grande quanto foi nesse momento.

Ele se aproximava devagar. Meus olhos estavam vidrados no formato perfeito que seus lábios tinham. Mas, antes que ele fizesse alguma coisa, percebi que estávamos num momento muito íntimo como Adrien e Ladybug, a heroína de Paris, não do modelo. Não poderia misturar sua vida particular com a de herói e me envergonhei por ter deixado as emoções de Marinette tomarem conta.

Levantei-me subitamente, derrubando todos os outros cartões no chão. Agora, sim, meu rosto estava, de fato, fervendo.

— Erm, desculpa, Adrien. Vi que tá ficando meio tarde, né? Acho melhor ir voltando. Você também não tem nenhum compromisso?

Ele estava no mesmo lugar, parado. Um segundo depois, suas bochechas passaram de rosa para vermelho e parecia que ele ia entrar em curto-circuito a qualquer momento.

— S-sim... Me desculpe por isso... – não sabia dizer se ele se desculpou por quase me beijar ou por me segurar lá por tanto tempo. Mas isso não importava mais.

— Ah, eu fiz uma bagunça! – falei ainda nervosa pelo que quase ocorreu entre nós dois. Deixe-me apanhar tudo isso... – estava me abaixando para pegar a pilha de cartas quando vi uma com estampa de joaninha no meio delas, bastante familiar. Mas...

— Por que você tem isso? – perguntei com a cartinha na mão. Era a que eu havia dado para Chat Noir ontem.

— Ah, Ladybug – Adrien pareceu entender seu deslize. – Eu posso explicar...

— Eu não preciso de explicações. Obrigada pela tarde, Adrien. Me diverti bastante – disse com a voz amarga. A emoção e o coração batendo a mil desapareceram no instante em que vi aquilo. Foi um choque tão grande que senti como se estivesse sendo atropelada por um carro. – Até mais.

Saí pela mesma janela pela qual entrei, mas, dessa vez, no lugar de um sorriso, lágrimas escorriam pelo meu rosto.

“Como isso é possível...?”


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Notas finais do capítulo

E entãooo? Eu não planejava escrever nada disso, mas só saiu na hora AHUAHAUHA
O que acharam? Falem comigo, mandem feedback, por favooooor!



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