Vórtex escrita por morangochan


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Oi Morangolinas, aqui é a Morangochan :3
Gente, eu sei que tá meio atrasado, mas essa é a minha contribuição para as fics de Halloween. Fiz essa one pro desafio de escrita Gosturas ou Travessuras do Inkspired e resolvi postar aqui tb ♥
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/770137/chapter/1

 

 

Ignorância, de fato, é uma bênção. Porém, ao clicar nesse link, você se tornou um miserável fadado a se contorcer no chão enquanto chora em desespero. “Por quê?” Você me pergunta. Porque - eu te respondo - a ignorância, como já disse, é uma bênção, e como sempre se aprende algo novo com alguém muito mais evoluído que você, então sua ignorância está prestes a ruir. Bem, estou te dando a chance de fechar essa página. Salve-se.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Oh, então resolveu ficar? Pois bem, prepare um chá de camomila, ou mantenha por perto o que os humanos chamam de Rivotril. Decerto precisará.

Partindo do pressuposto de que os humanos comuns de sua Terra, leitor(a), não têm quaisquer informações sobre os infinitos universos existentes, então podemos concluir que você, por exemplo, não sabe o que são Potizas. Muito menos como elas vieram parar na dimensão a qual você reside, ou que efeitos causam em seu planeta. Mas, acalme-se, falta pouco para que eu pare de fazer mistério e menos ainda para que você pare de sentir idiota; ou não.

Há muitos séculos, antes mesmo das pessoas escreverem em latim sobre Adão e Eva ou qualquer casal pioneiro que povoou a Terra à base de relações incestuosas, vários pés, patas, tentáculos, asas e ganchos cruzaram as terras verdes e as águas cristalinas de sua Terra. Esta foi a primeira colonização por seres sapientes que o planeta conheceu. As Potizas estavam entre eles, com seus ganchos, tentáculos, patas, pés e asas a sacudirem de um lado para outro; ágeis e mortais. A colonização, porém, não se concretizou como planejava o grande império - devido a ação da princesa deste reino, mas esta é uma história que deve ser contada em alguma outra ocasião. Algumas Potizas se adaptaram à Terra, se reproduziram, morreram e a maioria continua hibernando a fim de completar sua metamorfose. Todavia, não se tinha conhecimento a respeito de impactos ambientais no que concerne à introdução de espécies exóticas em um determinado ambiente.

Quando uma Potiza morre, a energia espiritual desta cria um vórtex que prende almas humanas no plano espiritual dos seres que ainda estão vivos. Criando o que é conhecido popularmente como “lugar mal-assombrado”.

Entendo que sua espécie nunca tenha entendido o porquê desse fenômeno, mas devo dizer que amei as séries sobre espíritos, fantasmas e, em especial, aquela dos dois caras que andam num Impala 67. Todavia, não vim para bancar a enciclopédia sobre as coisas que você não sabe - até porque ficaríamos aqui por várias vidas humanas e sequer chegaria perto de te revelar todos os segredos do universo. Esta história é sobre humanos cujos passados pesavam, uma delas em particular com o passado tão pesado quanto o carrinho de oxigênio que tinha de carregar de um lado para outro.

A ruivinha, filha da mãe morta, encarava o céu tão nublado quanto os olhos claros, que se encolhiam dentro das órbitas, como se, desde o enterro, estivessem com medo do mundo e de todo o mal que este representava. Fechou-os, massageando suavemente por cima das pálpebras. Lynn não recordava qual havia sido sua última noite de sono não catalisada por remédios. Pois antes da partida da mãe, havia o câncer, antes do câncer, havia o pai morto e a volta para o orfanato. Ela ainda nem era maior de idade, cursava o último ano do ensino médio. Só não havia voltado para o orfanato porque a justiça concordou que deixá-la sobre a tutela do irmão capaz, também filho adotivo da falecida mãe, seria o mais recomendado, visto o estado de saúde da garota.

Qual fora a última vez que respirara, sentindo a plenitude do que era estar viva? Todos os mesmos cenários se repetiam, apagando todas as perspectivas do que poderia vir a ser uma vida normal; com uma variedade de cores, de cheiros, de sentidos diversos. Os olhares baixos e cheios de pesar contribuíam para precoces rugas ao redor dos olhos, que se contraíam em impaciência e mágoa. “Pena”, uma polissêmica palavra que flutuava entre plumas e sentimentos já impregnados nas relações interpessoais de Lynn.

O grito silencioso e sufocante lhe roubava a energia, dando um nó na garganta, fazendo o coração bater e fazendo-a sentir como se quisesse arrancar os próprios cabelos e destruir todas as paredes da casa com os punhos. Lynn queria respirar, por mais que a ação literal fosse meio complicada de se fazer. Todavia, usufruir do vento, do calor, do frio, de emoções diversas ou qualquer coisa que fugisse do branco e monótono quarto de hospital, pouco a pouco se apresentava como uma necessidade urgente.

Por isso ela fez aquilo; fugiu de casa ao pôr do sol a fim de dar uma caminhada.

Para você, que provavelmente é dotado de liberdades individuais, sair para caminhar não deve ser lá um grande delito. Na realidade, “delito” é a palavra errada para descrever a atitude de Lynn, mas esta sabia que, se o pedido fosse feito ao irmão, era certo que receberia como resposta “Mas você precisa descansar”. Com o lábio amargo, Lynn questionava a si mesma se o irmão ainda tinha na memória quem ela era antes da maldita doença. Se ele recordava o quão cheia de vida ela era, o quão o par de olhos brilhava, o quão gostava de correr ao ar livre, nadar, praticar esportes. O quão gostava de viver uma vida ativa, e não de estreitar os olhos rente à luz fluorescente das lâmpadas em cômodos fechados.

A roda do carrinho de oxigênio rangia, os dentes inferiores que roçavam nos superiores. O músculo do maxilar tenso, assim como o restante do corpo em estresse e a mente que martelava entre pensamentos como “Corra!” e “Volte para casa”. Lynn não sabia ao certo o que fazer além de continuar pondo um pé na frente do outro e lembrando de respirar para não cair inconsciente no chão. Também não sabia o que diria ao irmão, pois sabia que seria interrogada com vigor no minuto que pusesse os pés em casa. Ela poderia dizer “me deixe viver antes que eu morra” ou “você está me fazendo jogar o resto da vida fora”, mas tanto uma quanto a outra seriam formas ingratas para com o irmão que também sofria com a morte da mulher que costumava chamar de mãe. Ken não tinha câncer, mas tinha a dor da perda. Além disso, o peso de carregar a irmã sujeito ao peso do remorso advindo de qualquer negligência que pudesse vir a cometer. Ele não fazia isso apenas por si ou por Lynn, fazia pela mãe. Certamente a mãe daria a vida para salvar Lynn. E se não ele, quem mais a garota ruiva teria?

Entre uma passada, o rangido do carrinho e outra passada, Lynn sentia a parte de trás da cabeça coçar. Os olhos arderam ao encarar o crepúsculo no horizonte; que dia mais belo era aquele. Por isso, talvez, ela estava caminhando no meio do nada e sem destino algum. Tradicionalmente, na vida da ruivinha, dias bonitos significavam mal presságio; dias para ferrar com os outros ou para se ferrar. Não havia uma nuvem no céu quando o pai de Lynn veio a óbito. O ruflar das borboletas encantava à todos na manhã em que Lynn descobriu o câncer. As flores mais perfumadas da estação se abriam no dia em a garota precisou ser internada às pressas para que drenassem todo o fluido que a impedia de respirar. Não havia nada além de uma brisa fresca no dia em que a mãe de Lynn sofrera um AVC. E, naquele fim de tarde, o crepúsculo estava encantador. Lynn estreitou os olhos para o horizonte, a fotofobia andava um pouco mais atacada que o normal. Ela morreria naquele fim de tarde, então? Será que teria essa sorte? Então mordeu o lábio; a morte seria sorte para o irmão que ficaria só?

O ruído da peça mal lubrificada do carrinho cessou, assim como os passos daquela que o conduzia. A saliva quente umedecendo os lábios, a dor de respirar fundo e os olhos que ardiam em brasa sinalizavam um fato: Lynn estava viva, mesmo que a mortificante rotina a fizesse sentir o contrário. Ken deveria estar desesperado naquele minuto, certo? Ele deveria estar tão sedento pela volta de Lynn que talvez nem acabasse dando sermões, no fim. E se ela tinha um lugar para voltar e uma pessoa para quem deveria voltar, então significava que a vida ainda tinha algum sentido…?

Após uma dolorosa inspiração, seguida de uma expiração meio engasgada, e uma assentida de cabeça, a garota tomou-se por decidida. O ranger retornou, assim como a sequência de passos um tanto quanto lentos. A garganta apertava, mas ela não podia chorar. Se chorasse, corria o risco de acabar perdendo o controle das emoções. Quem estaria lá, então, para socorrê-la enquanto estivesse sufocando com as próprias lágrimas? Lynn não podia morrer longe de casa, tendo seu óbito noticiado por algum policial que teria ajudado a recolher o corpo frio da estrada. No máximo, a notícia da morte dela deveria ser noticiada por um médico que diria a Ken “fizemos tudo o que podíamos, mas sua irmã não resistiu”.

Ela não podia morrer longe de casa, ela não podia morrer longe de casa. O formigamento na pele aumentava ao passo que os passos executados encurtavam a distância a qual separava a residência da menina daquele pedaço de lugar nenhum cujo Lynn se encontrava. O relógio indicava cinco e meia da tarde, o que significaria ausência de luz em pouco tempo e o aflorar de monstros ou criminosos naquele lugar. O sacar do celular só serviu para concluir que andara demais por aí, e pouco tirara de uma caminhada tão longa, inclusive. Sem sinal, sem ligações, sem possibilidade de pedir ajuda ao irmão enquanto engasgava com o choro.

Burra, burra, burra! Agora ela tinha que dar um jeito, e depressa. A única notícia boa era que Lynn, de fato, não estava perdida. Aquela era a estrada que ligava a cidade à escola, onde a garota estava matriculada antes de Ken tomar a decisão das aulas particulares. A linda ruivinha odiara tal decisão, embora concordasse que a baixa imunidade causada pela quimioterapia e ambiente escolar não formavam a melhor das combinações. Pôs a mão na boca para conter o grito de pânico, frustração e, sobretudo, arrependimento, ao passo que tentava encontrar uma maneira de chegar em casa mais rápido.

A brisa suave balançou os fiapos de cabelo da cabeça de Lynn, fazendo-a estremecer. Um lindo crepúsculo, uma brisa suave e uma nuvem em formato de rosquinha se movendo preguiçosa pelo céu laranja. Ela engoliu a saliva. Os olhos apontaram, quase instintivamente, para a densa cobertura de árvores ao lado da estrada. Certa vez, sua amiga Íris falara sobre um atalho no meio da floresta, certo? Mas quem falara havia sido Íris, certo? Ao parar para ponderar se iria ou não dar ouvidos para algo dito por Íris, Lynn se deu conta que um minuto a mais perdido significava um minuto a menos para a luz do sol guiá-la.

— Dentre as árvores será escuro, não? - sussurrou para si.

Se aquele lindo dia estava destinado ao caos, então por que não pegar de vez o caminho da floresta e achar um cadáver para encerrar logo com a peça que o destino estava insistindo pregar nela? Quando percebeu, os pés já caminhavam cansados entre a grama amassada e o odor úmido de casca de árvore podre. Dentre as árvores, mal passava luz, tendo de usufruir dos poucos minutos de bateria por meio da luz da lanterna. O coração descompassado chorava o choro não derramado pelos olhos secos, tremia o tremor não vivido pelos membros, sangrava o sangue da pele intacta. Tudo o que queria era a mão de Ken em seu ombro e ouvir a voz sempre áspera do irmão dizendo “Vamos para casa, tampinha”.

Os uivos do vento tensionavam ainda mais os músculos dos braços que deveriam estar prontos para lutar, porém encontravam-se cansados de tanto esforço e manchados de tantos acessos venosos feitos nos últimos tempos. Lynn tentava respirar o ar úmido, por mais que fizesse doer os pulmões. Ela não podia morrer longe de casa, nem com os sapatos sujos de terra, muito menos tendo um ataque de pânico no meio de uma floresta muito remota, onde levaria dias, talvez semanas ou meses para acharem seu corpo. Sim, a ideia do atalho não tinha sido boa, mesmo que a grama que jazia cinza indicasse uma trilha para algum lugar.

Poucos minutos de caminhava consciente e os pés doíam como se alguém os tivesse açoitado e, logo em seguida, obrigado-os a calças sapatilhas tamanho 34. Apesar do ar úmido, os olhos insistiam em arder. Por um minuto a caminhada cessou, Lynn insistiu em abrir e fechar os olhos a fim de recuperar a vista que teimava em embaçar. Vista embaçada pode atingir qualquer um, não só quem está prestes a morrer - embora não fosse esse o pensamento que pairava em cima daquela cabecinha quase careca.

— Lynn?

O fio de som, quase como outro uivo do vento, transpassou as árvores até chegar aos ouvidos da garota. Suave como a brisa que soprou os fiapos acobreados a pouco, familiar como o cheiro de tulipa da sala de estar de casa. Com a vista apontada para a linha reta de grama cinzenta, Lynn voltou a piscar os olhos como louca. Mais a frente: silhueta ou árvore? Seus olhos fechavam, abriram e silhueta. Voltavam a fechar, abriam e silhueta. Após repetir a operação várias vezes e continuar vendo uma silhueta, a menina sentiu que aquele era o momento fatídico o qual estava destinada naquele lindo dia. Ela estava certa, de todo modo.

— Lynn?

O ar aprisionado no peito pesava como uma tonelada, o coração mal se movia, ou se movia tão rápido a ponto dos batimentos parecerem quase indetectáveis. Os olhos continuavam a piscar como loucos. Se aquela fosse uma árvore e o sussurro fosse o vento, então uma hora a árvore pareceria ser uma árvore e o vento voltaria a se parecer com o vento. Mas… e se não fosse uma árvore e o vento?

— Lynn?

As lágrimas alcançavam o queixo, e ainda assim os olhos continuassem a piscar com rapidez. A visão não estava nítida, não podia estar nítida. Quem sabe o oxigênio havia acabado sem que ela percebesse e aquilo fosse uma mera alucinação? Porém, o vento continuava a falar e a árvore ainda usava um vestido com estampa outonal.

— Lynn?

— Mãe?! Pelo amor de Deus, mãe. É a senhora? — e o assentir a fez berrar.

As rodas do carrinho afundavam na terra fofa, amassando a grama cinza e seca, fazendo ecoar seu aviso rangido para a dona, que não conseguia escutar, pois a voz da mãe morta lhe preenchia os ouvidos como se fosse um gravador acoplado ao cérebro em constante reprodução. Os pés da menina ora pisavam em falso, ora acertavam o ângulo e deixavam uma marca funda no chão. O peso do carrinho a atrasava, a imagem da defunta mãe se afastava. Lynn corria, mesmo sem poder, e tirava forças do além para continuar assim.

— Mãe! — ela berrava em agonia.

E, pouco a pouco, a figura da suposta mãe ou suposta árvore se distanciava assim como a descrença da menina, a pouco deixada para trás junto com o carrinho de oxigênio. Uma dura corrida, árdua como o ardor do ar gelado que atravessava a traqueia e queimava os pulmões. Tanta dor, tanto tempo, e tanta dor pelo tempo que não voltava para que pudesse ver ao vivo o rosto da mulher que lhe dera um novo caminho; impedindo-a de trilhar sobre uma grama cinza e amassada, mesmo que este fosse exatamente o caminho trilhado por Lynn naquele minuto. Seria essa, então, uma mãe que lhe mudou destino, ou uma árvore?

“Uma mãe ou uma árvore? Diga de vez!”, diz você, humano impaciente.

Ao voar para os braços daquela que nem era uma mãe, nem era uma árvore, o coração de Lynn voltou a chorar, tremer e sangrar. A face iluminada e o vestido outonal tornaram-se negros, ao ponto da menina perceber, em meio a sua queda, que aquela não era alguém familiar. O fôlego esvaído, porém, a impediu de berrar. Saltara para a morte a fim de tocar alguém abraçado ao senhor da foice. Existe algo mais irônico que isso?

Mas vou te dizer, humano. Esta história não termina aqui. Lembra-se que eu disse que esta história era sobre “humanos cujos passados pesavam”? Se estou escrevendo o português corretamente, então você já deve saber que o “s” indica plural, certo? “E onde está o outro humano cujo passado pesada, então?” você pergunta, impaciente como qualquer outro ser ignorante de sua espécie. Acalme-se, responderei.

— Que porra foi essa, Louis?! — berrou o homem para o colega de trabalho.

— Calma aí, cara! — Louis berrou para o amigo. — Já não basta a gente ter sido chamado para socorrer outra tentativa de suicídio nessa merda de penhasco mal-assombrado?

— Olha o que foi isso, sério! Se eu não parar de tremer, não vou conseguir colocar esse rapaz na ambulância.

— Espera aí então. — disse o socorrista, amargo. — Seu cagão.

Falta de oxigênio e uma alucinação? Talvez não. Os ouvidos zumbiam, o ar lhe faltava, mas Lynn via claramente duas versões da mãe morta. Uma obscura, que penetrava furiosa a floresta e a outra rente ao rosto, clara como a última vez que a vira em vida. O mesmo vestido outonal, o cabelo castanho que cheirava a tulipa caído sobre o rosto de Lynn, que procurava por ar furiosamente enquanto tentava agarrar a mão materna.

— Você não vai acreditar, Light! Tem uma menina no teto da ambulância!

— Quê?! — o socorrista mais novo estremeceu.

— Meu Deus, ela também tentou se matar? Como eu tiro ela daqui?!

— Espera, eu vou montar a outra maca e você sobe pra pegar ela. Espera aí!

Os socorristas afoitos movimentavam-se o mais rápido que podiam, embora o rapaz ensaguentado que se debulhava em lágrimas sobre a maca já montada enxergasse a cena muito lentamente. Ele fora o primeiro a perceber a irmã em cima da ambulância, embora jamais imaginasse que a encontraria pegando o atalho da floresta mencionado por Íris. E ao ver a cena da figura obscura na floresta desaparecer e a pálida imagem materna encarar seu rosto, o peito de Ken tremeu em pranto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Créditos da imagem da capa: https://storeboughtaesthetics.tumblr.com/post/166664790095?fbclid=IwAR1CWDQaW8IHUBAI7yvtHkB3JPXFzD_1HwitDtXyD6ALyZCfWQa-DvNc2Oc



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vórtex" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.